Um passo a mais
Na sala de poções
O comitê espera por Gina ainda sem saber o que se passa na cabeça da ruiva. Ao que parece a moça tem alguma ideia para tentar finalmente destruir a famigerada horcruxe, mas nenhum deles tem a mais vaga suposição do que ela pretende. Eles se entreolham enquanto esperam, nenhum deles quer ser terrivelmente otimista, mas é possível ver uma centelha de esperança no semblante de cada um
Antes que a espera se torne insuportável Gina chega, a sua face vermelha mostra que a garota correu bastante, o que não surpreende ninguém afinal o tempo também está correndo. Ela então tira um pequeno frasco das suas vestes e coloca sobre a mesa com um sorriso nervoso
- O que é isso? – Rony pergunta curioso – não é o sangue daquele maldito... – ele brinca, mas logo seus olhos se abrem espantados – é?
- Não tenho cem por cento de certeza – ela diz com um sorriso – mas a diretora acredita que sim
- E onde diabos você conseguiu isso? – seu irmão pergunta ainda sem acreditar e pela feição dos presentes eles também estão, digamos, um pouco incrédulos
- Vocês se lembram que em uma das vezes que ele tentou dominar a minha mente, eu parei na enfermaria e estava sangrando – ela diz e vê que o irmão e os demais assentem com a cabeça, então ela continua – madame Pomfrey fez um teste neste sangue e ela constatou que não poderia ser meu
- Como é possível? – Hermione diz abismada – como alguém pode sangrar o sangue de outra pessoa? Nem no mundo mágico algo assim deveria acontecer
- Como é possível, eu não sei – Gina diz – mas eu me lembro perfeitamente que a madame Pomfrey disse para a diretora que havia realizado um feitiço com o sangue e este feitiço constatou que o sangue que saiu de mim não era meu, então elas chegaram a conclusão que era de Voldemort e resolveram guardar para mais pesquisas
Harry sorri. A sua vontade é pegar Gina nos braços e beijá-la até que a sua ruiva perca o fôlego, finalmente uma esperança a mais, mas ao mesmo tempo ele fica apreensivo se não funcionar agora não há o que fazer. Eles precisariam começar do zero e não há tempo pra isso
Hermione então pega o frasco e cuidadosamente coloca algumas gotas em um pouco da sua poção. Ela mergulha a horcruxe ao mesmo tempo em que se afasta rapidamente e isso foi a sua sorte, pois assim que o objeto maligno tocou o líquido uma grande labareda vermelha surgiu lançando-a longe e caso a moça estivesse em seu alcance poderia ter se ferido gravemente
- Caramba! – o ruivo exclama ao mesmo tempo em que corre até a sua amada – você está bem? – ele diz enquanto a ajuda a se levantar
- Estou, eu acho – ela para por um momento e tenta respirar profundamente, o que não é uma boa ideia, um cheiro horrível de enxofre e sangue podre enche o recinto causando náuseas em todos os presentes
- Funcionou? – Harry pergunta tentando ignorar o enjoo em seu estômago, parte pelo cheiro putrefato, parte por temer que apesar de tudo nada deu certo
- Claro que funcionou! – quem diz estas palavras é um Remo Lupin extremamente entusiasmado – não há mais nada do colar aqui e por certo nada da horcruxe também
- Vamos avisar a diretora – Hermione diz. Ela ainda não entende porque Minerva não atendeu ao seu chamado e isso a preocupa. Ela vê que os demais assentem com a cabeça e a comitiva parte em direção a sala de Minerva McGonnagall
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Enquanto isso
- Mãe? – Draco mal ouve o som da sua voz ao pronunciar estas palavras. Ele está, na falta de uma palavra melhor, chocado. De todas as pessoas que ela esperava ver em sua porta neste momento a sua mãe definitivamente seria a última opção. Então ao invés de abraçá-la e perguntar se ela está bem, a única coisa que ele consegue dizer é – mãe? O que você está fazendo aqui?
- Eu vou te contar tudo, Draco – Narcisa diz, ela ainda não acredita que em todos os lugares do mundo, ela foi encontrar seu filho justamente no local onde ele tentou matar um homem – mas primeiro que quero abraçar você – ela estende os braços com lágrimas nos olhos
Basta isso para que o tão centrado e frio sonserino se atire nos braços de sua mãe, a única pessoa que ele sabe que sempre poderá contar, a única pessoa por quem ele sabe que poderia morrer
- Ah, Draco – sua mãe diz sem soltá-lo – eu senti tanto a sua falta, quase fiquei louca sem notícias – ela se afasta um pouco – deixe-me olhar para você, você está bem? Como estão te tratando?
- Não tenho exatamente um fã clube, mas as coisas estão melhores do que eu esperaria – ele diz enquanto seu olhar dança entre a mãe e a sua acompanhante, uma mulher que ele não conhece, mas a seu ver não lhe parece totalmente estranha
- Esta a sua tia Andrômeda – Narcisa fala – a minha irmã
- A mãe da Tonks – ele diz e vê a sua tia assentir com a cabeça. Entre todos os lugares da terra, o último lugar onde ele pensaria que a sua mãe estivesse era com a sua irmã renegada pela família
Ele a cumprimenta do modo formal que foi ensinado, mas a sua tia o envolve em um abraço dizendo – fico feliz em ver que você está tentando fazer a coisa certa
O loiro parece meio sem jeito, mas ele precisa perguntar – sem querer parecer rude, mas o que vocês estão fazendo aqui?
- Muitos vieram – quem fala é a sua tia – algo vai acontecer. Você sabe quem tomou o ministério e, bem, Harry Potter está aqui
Draco Malfoy nunca admitiu nem para ele mesmo, mas no fundo ele sempre teve um pouco de inveja de toda a atenção que Harry Potter recebia. No entanto, neste momento ele se vê aliviado por não estar na pele do menino que sobreviveu, ele agora percebe mais do que nunca a terrível missão que Harry Potter tem, e como se não bastasse ainda carregar as esperanças de toda uma população. Definitivamente é mais do que alguém pode aguentar e Draco de jeito algum queria isto para si mesmo
Mas ao mesmo tempo ele também sabe que esta não é uma luta apenas de Harry Potter. Draco demorou um pouco, mas finalmente ele percebeu que cada pessoa que entrou pelos portões da escola nas últimas horas está disposta a dar a sua vida por algo maior e de algum jeito meio estranho Draco Malfoy se sente feliz por fazer parte disso
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Na sala da diretora
Minerva ainda tenta processar o que aconteceu. Ela não pode dizer que ficou surpresa, mas de alguma forma a diretora ainda tinha a ilusão que isso não aconteceria
- Você já devia estar esperando – ela ouve uma voz conhecida, a diretora levanta o olhar e vê a figura do quadro de Alvo Dumbledore, a mesma figura que sempre a ajudou nos piores momentos da sua vida – todos nós sabemos que a primeira coisa que o Tom tentaria fazer é atingir nossa escola
- É, eu sei – ela suspira desanimada – mas eu nunca esperei algo desta natureza – ela pega o pergaminho que recebeu algumas horas atrás, o pergaminho que tirou seu chão a ponto da diretora sequer atender ao patrono de Hermione Granger – eu nunca esperei que fossem me tirar do cargo de diretora assim com uma simples carta depois de tanto tempo dedicando a minha vida a esta escola
- Antes assim do que com você indo ao ministério – Dumbledore a lembra que sua presença havia sido solicitada antes – provavelmente você não conseguiria sequer voltar, isso sem falar que poderiam arrumar um motivo para prendê-la ou algo pior, você sabe disso
- É verdade – ela diz desanimada enquanto olha mais uma vez para o pergaminho – eu tenho que me preparar para deixar o cargo amanhã pela manhã – Minerva respira fundo – eu não posso deixar a escola, Alvo. Aqui tem sido o meu lar e a minha vida a mais tempo do que eu poderia precisar
- Controle-se, Minerva – o quadro diz e se a diretora não estivesse tão nervosa notaria o tom divertido em sua voz – primeiro, o fato de você não ter mais o cargo de diretora não a obriga a deixar a escola. Você é professora aqui, esqueceu? E certamente não passou pela cabeça de nenhum deles que você não deixaria de ser uma professora da escola pelo fato de não ser mais diretora – ele segura uma risadinha ao ver a expressão da amiga – e depois... – seu tom agora é sério – vai acontecer algo esta noite e dependendo de como as coisas terminarem ser diretora ou não desta escola vai ser a última coisa com a qual você terá que se preocupar
Sim, ser ou não a diretora da escola será a última coisa com a qual ela terá que se preocupar e o semblante da comitiva que praticamente invadiu a sua sala lhe diz isso...
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Enquanto isso, no Ministério da Magia
Rufus Scrimgeour está em uma sala reservada, não a sua sala, pois a mesma foi ocupada por você sabe quem. O ministro, se é que ele ainda pode se denominar assim, se pega pensando onde estava com a cabeça ao permitir a entrada deste ser no ministério pela porta da frente
Ele já percebeu que no momento em que aquele que não deve ser nomeado entrou, muita gente saiu. Alguns por medo, outros por revolta e com a mesma velocidade que estas pessoas saíram, os seguidores de você sabe quem entraram. O ministério foi tomado e com a minha anuência... As palavras saem da sua boca com um gosto amargo. Ele, um chefe de aurores que sempre lutou com todas as suas armas contra as trevas, deixou que seu ministério fosse tomado sem disparar um feitiço sequer. Se fosse o Fudge isso até seria compreensível, mas não por mim. Ele murmura para si mesmo. Como eu fui idiota! E tudo isso por achar que os trouxas eram uma ameaça real...
Bem que tentaram me avisar, mas eu não dei ouvidos sabe se lá o porquê
Não... Ele sacode a cabeça em negativa, o ministro sabe muito bem o motivo pelo qual permitiu a entrada de você sabe quem. Orgulho, arrogância, vontade de ter todo o controle. Eu não sou muito diferente deste maldito...
Ele ás vezes se pega pensando se foi submetido à impérios, o que a seu ver não redime a sua culpa. Não ele, um auror experiente. O ministro toma um gole do seu wisky de fogo, em outra época Rufus daria uma descompostura tremenda se pegasse alguém fazendo isso no seu ministério, mas agora nada disso importa afinal ele é o ministro, ou era até o momento em que permitiu a entrada daquele maldito
O ministro sabe que no seu caso não há salvação. Caso você sabe quem tome o poder como parece estar acontecendo, ele provavelmente irá matá-lo rapidamente na melhor das hipóteses, ele estremece ao pensar em qual seria a pior das hipóteses. E se por um milagre você sabe quem for derrotado, Rufus também sabe que estará igualmente acabado e terminará seus dias em azkaban por ter permitido que Voldemort tomasse o ministério, isto também na melhor das hipóteses
Rufus Scrimgeour sabe que está acabado e que o fato de ter sido um auror brilhante não o ajudará muito agora, mas algo o ajudará algo que poucos sabem, ele foi um excelente aluno de poções e isto talvez o deixe terminar com alguma dignidade...
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De volta ao castelo
Minerva olha para o grupo que entra em sua sala de um jeito muito semelhante ao de um hipogrifo desembestado. Em outra ocasião ela certamente iria repreendê-los pela falta de modos, mas neste momento a boa educação é o que menos importa. Então a diretora pergunta apreensiva – o que aconteceu?
- Conseguimos! – Harry fala atropeladamente – destruímos a horcruxe do medalhão
Apesar de tudo o que aconteceu, Minerva se permite sorrir e ver uma centelha de esperança no horizonte. Ela olha para o local onde o quadro de Dumbledore estava há poucos instantes, mas estranhamente a figura do seu amigo e mentor não se encontra mais lá
- Agora resta apenas uma – Hermione completa tentando não aparentar apreensão. Ela não quer deixar ninguém desanimado, mas ela não pode deixar de falar estas palavras, afinal não adianta nada destruir cinco horcruxes e deixar uma restando. Desta forma o maldito vai continuar imortal – temos que pensar em algo para fazer sobre isso
Harry respira fundo. Não há tempo para lamentar o fato de ainda restar uma horcruxe, agora eles precisam, como Hermione mesmo disse, fazer algo sobre isso. Então ele em um rompante diz – diretora, a senhora poderia, por favor, chamar o Malfoy? – ele vê que todos o encaram com curiosidade acho – que ele pode nos dar alguma luz cobre como proceder sobre isso – ele completa enquanto Minerva assente com a cabeça
Pouco depois, o sonserino chega. A despeito de querer passar aquela que poderá ser a sua última noite na companhia de sua mãe, ele sabe que um chamado da diretora não é algo que se possa ignorar. Draco tem consciência que a sua presença é algo ainda incômodo para alguns, então se ele foi chamado deve ter um motivo muito forte
Ele entra na sala da diretora e vê que existe um grupo a sua espera e que logicamente Harry Potter está entre eles. Draco sabe que algo acontecerá, mas o loiro não tem a mínima ideia do que pode fazer para ajudar, além de lutar com todas as suas forças quando chegar a hora – a senhora me chamou? – ele se dirige a Minerva McGonnagall
- Na verdade fui eu quem pediu que a diretora o chamasse – Harry diz – nós precisamos da sua ajuda
Draco olha para o menino que sobreviveu. Por mais que ele tenha deixado claro que fará o possível para ajudar, o loiro não tem ideia do que pode fazer, principalmente agora que está tão perto, mas ele assente em concordância e diz – o que eu puder fazer
Harry respira fundo. Se há um ano alguém dissesse que ele iria pedir ajuda ao sonserino provavelmente Harry diria que esta pessoa estava no mínimo insana, mas neste momento toda ajuda é bem vinda e o menino que sobreviveu sabe que Draco Malfoy é a pessoa que mais teve acesso a Voldemort com quem ele pode contar. Então ele diz – preciso que você me fale mais sobre Voldemort e a sua cobra, ela está o tempo todo com ele?
Draco o encara desconfortável. Falar do tempo em que ficou aliado a Voldemort não é exatamente algo agradável, mas o loiro sabe que Harry não está lhe perguntando por causa de algum prazer sádico de fazê-lo relembrar esta época. Ele respira fundo e diz
- Não posso falar tanta coisa assim, Potter. Eu não era exatamente o braço direito do lorde, foram poucas as vezes que estive em sua presença e posso dizer que não é algo exatamente agradável
- Mesmo assim é o melhor que nós temos – Rony diz ignorando o olhar fulminante do loiro
- Pois bem, Malfoy – Harry continua antes que seu amigo e Draco acabem perdendo o controle o que não seria nada bom a esta altura do campeonato – sabemos que você não tinha tanto contato assim com Voldemort – ele nota que o loiro se encolhe ao ouvir o nome – mas sem dúvida teve mais contato que qualquer um de nós, então qualquer coisa pode ajudar
- O que vocês querem saber? – ele pergunta. Mesmo não estando totalmente a vontade para relembrar o tempo em que passou com os comensais ele se sente feliz por poder ajudar de alguma forma
- Nós queremos saber a respeito da cobra – Harry diz – o que você pode falar sobre ela?
Draco respira fundo contendo o arrepio que aquele bicho asqueroso lhe causa – podemos dizer que Nagine é a sombra do lorde – ele diz perante o olhar curioso dos presentes – as poucas vezes que estive em contato com ele, a cobra sempre esteve a seu lado. Eu diria que se o lorde das trevas fosse capaz de ter algum tipo de sentimento, ela seria o objeto da sua afeição
- É como se ela fosse um tipo de cão de guarda? – Rony pergunta
- Não, Weasley – o loiro nega – não acho que seja isso, embora ela faça algum serviço sujo para o lorde, é mais como se o lorde a protegesse se é que me entendem
O trio se entreolha. Isso é suficiente para que eles tenham certeza que a cobra tem uma chance imensa de ser a horcruxe restante. Se por um lado a constatação faz com que tenham algum otimismo, por outro o fato dela estar sempre junto a Voldemort faz com que esta horcruxe seja mais difícil ainda de destruir, se é que isso é possível
Hermione olha para Harry. A morena ainda não confia totalmente no sonserino, mas o menino que sobreviveu assente com a cabeça, então ela fala – precisamos pensar em alguma coisa para destruir a cobra e precisamos disso pra ontem.
Sim eles precisam disso pra ontem, não há tempo a perder e eles têm esta certeza quando o quadro de Dumbledore volta a sua moldura e desta vez ele não tem o semblante calmo de sempre quando diz – acabo de vir do ministério, Rufus Scrimgeour cometeu suicídio...
NOTA DA AUTORA
Em primeiro lugar eu gostaria de pedir desculpas pela demora, eu sei que prometi não demorar tanto com os capítulos, mas eu viajei em janeiro e passei vários dias longe das fics. Em minha defesa devo dizer que precisava mesmo de férias para dar uma relaxadinha, né.
Logo que voltei de viagem, as férias acabaram e consequentemente meu tempo também diminuiu e isso é claro atrasou o andamento das minhas fics, o que eu posso dizer é que já estou me organizando novamente então o próximo capítulo deve ser um pouco mais rápido (eu disse um pouco, não estou prometendo postar na semana que vem ok)
Sem mais, espero que tenham gostado e quem puder deixar uma palavrinha vai me deixar muito feliz, eu sei que o número de comentários diminuiu bastante e não posso culpar ninguém afinal já era para esta fic estar finalizada há tempos, mas façam uma forcinha e digam alguma coisa!
Bjos e até o próximo
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