Sirius Black
Nas masmorras
Draco anda pelo seu quarto, entediado. Ele bem que poderia voltar ao jardim, mas decidiu que já teve aventuras demais por um dia. Parece que toda vez que o loiro resolve dar uma voltinha para matar o tédio acontece mais do que ele esperava
Ele está com medo, muito medo. Mas não é medo de perecer na luta, ou de que Voldemort ou seu pai o peguem. Seu medo é algo mais nobre por assim dizer, cada vez mais lhe parece que Harry e os demais não estão preparados para o que vem por aí
O que para os olhos dos outros pode parecer um defeito, pra ele é uma grande vantagem. A sua frieza, a sua capacidade de ser racional. Draco sabe mais do que ninguém que em certas horas será necessário fazer algo como o que ele teve que fazer com a Weasley e Draco já percebeu que os tão nobres grifinórios não seriam capazes de tais atos
O loiro sabe que o Lorde das Trevas pode usar a impérios em pessoas próximas aos seus inimigos se é que já não está usando e que não seria nada incomum ver pais matando filhos, maridos atacando esposas e coisas do tipo
Seu devaneio é interrompido por uma leve batida em sua porta
Oi... Eu posso entrar um minuto? – Harry diz alheio ao estarrecimento do loiro a sua frente – eu preciso falar com você
Draco respira fundo e assente com a cabeça – suponho que se você fosse me atacar já teria feito, acertei?
Eu não vou atacar você, Malfoy – Harry diz enquanto respira fundo – eu não costumo atacar pessoas desarmadas, principalmente quando já demonstraram de que lado querem estar. Eu vim agradecer pelo que fez pela Gina. Você estava certo, fez o que precisava ter feito. Eu não teria essa coragem, nunca poderia atacá-la
Eu percebi, Potter – Draco diz num tom entediado. Ele encara seu desafeto de infância – é a segunda vez que vejo que algo estranho acontece com a Weasley e eu não preciso ser muito inteligente pra saber que tem algo a ver com o lorde das trevas – ele respira fundo – eu sei que vocês nunca iriam me contar, que apesar de tudo eu não sou digno de confiança e eu não os culpo, mas se já aconteceu duas vezes vocês tem que estar preparados pra fazer o que tem que ser feito, atacar aqueles que vocês consideram inimigos é muito fácil
Harry olha para o loiro a sua frente sem saber direito o que dizer, Draco continua – você não é ingênuo, pelo menos eu espero que não seja e já deve desconfiar que o lorde tem gente no ministério, gente que não hesitaria em usar a impérios e ninguém pode prever quais seriam as vítimas. Mas eu digo uma coisa, provavelmente serão pessoas em quem vocês confiam e provavelmente vocês terão que tomar atitudes nada agradáveis, preparem-se
Eu sei disso, Malfoy – Harry assente com a cabeça, concordando – mas não vai ser fácil
Eu nunca disse que seria, Potter – Draco rebate – resta saber se você fará o que tem que ser feito na hora em que for preciso, é só isso? – Draco diz, deixando claro que se depender dele a conversa acabou
Na verdade não – Harry diz e respira fundo – eu vim também lhe entregar algo. Acho que você já deu provas mais do que suficientes de que lado está e não seria justo não ter como se defender na hora que tudo acontecer – e dizendo isso Harry Potter pega algo e lhe entrega
Draco vê, estupefato, que Harry Potter está lhe devolvendo a sua varinha e neste momento não sabe direito o que dizer, um obrigado seria o correto, mas digamos que o orgulho sonserino do loiro não lhe permite. Então ele a pega quase como em uma reverência
Se você está disposto mesmo a ajudar – Harry diz encarando o loiro – acho que está na hora de você conhecer realmente tudo que está acontecendo – ele vê que Draco lhe encara com curiosidade – assim que a Gina melhorar, conversaremos
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Na sala comunal da Grifinória
Rony ainda tenta se recuperar da fúria. Seu lado racional diz que Draco Malfoy fez o que era certo, mas isso não significa em absoluto que o ruivo não tem vontade de esganá-lo com as próprias mãos
Hermione observa o namorado em silêncio. Ela já conhece bem seu amado e sabe que ele precisa de um tempo, não apenas para digerir que o loiro aguado estuporou sua irmãzinha como também para aceitar que Draco Malfoy fez o que nenhum deles teve coragem de fazer
Ela aproveita o momento para ler os livros da sessão proibida que pegou, a morena espera que estes livros lhe dêem alguma pista sobre o véu. Hermione está decidida a achar algo, mas até agora a sua busca se encontra infrutífera. Ao que parece não é possível que alguém vivo escape
O ruivo andando de um lado para o outro está lhe dado nos nervos, ela não consegue se concentrar. Então a morena dá um selinho no namorado e diz – eu vou dar uma volta até você se acalmar – ele olha pra ela sem entender – você precisa de um tempo, eu volto logo e lembre-se o Malfoy fez o que era certo por menos que eu goste de admitir
Quer que eu vá com você? – ele pergunta para a namorada
Não – Hermione diz – melhor não, você precisa ficar sozinho um pouco pra digerir o que a doninha fez e eu preciso pensar sem nada pra me distrair, se é que me entende. Eu não demoro
A morena dá mais um beijo no namorado e se retira
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Já faz algum tempo que Hermione anda sem destino pelos corredores do castelo. Ela passou pela biblioteca na esperança de achar algum livro que tenha passado em branco nas suas últimas buscas, mas a sua procura mostrou-se infrutífera
Hermione está começando a ficar desanimada, seu lado emocional diz que ela vai encontrar uma forma que deve continuar tentando, mas seu lado racional contesta dizendo que não existe uma forma de conseguir resgatar Sirus Black
Ela gostaria de conversar com alguém. Não com Rony ou Dumbledore, Hermione sente que eles já deram a contribuição que poderiam dar. Quem sabe uma pessoa que não esteja tão envolvida possa dar uma visão nova ao caso, mas quem?
Neste momento a morena sente uma lufada de ar, ela olha para o lado e sorri pensando. Por que não?
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E assim o tempo vai passando, Gina saiu da enfermaria e Harry conforme havia dito, contou a Draco sobre as horcruxes e tudo mais. O loiro ouviu tudo com a impassividade típica daquelas pessoas que não se surpreendem com nada e ao final da narrativa disse estar à disposição para o que Harry precisasse e que iria ajudar a descobrir mais pistas sobre as horcruxes faltantes, ao ser questionado como faria isso o loiro deu um sorrisinho sarcástico e disse que tinha seus truques
O ministério ainda não atacou os trouxas, ninguém sabe por que o ministro ainda não o fez, já que as pressões continuam. Alguns otimistas acham que finalmente o ministro caiu em si, mas os realistas têm outra opinião, pra eles não houve aos olhos do ministro a oportunidade adequada
E assim a vida vai tomando seu curso, muitas vezes as pessoas por um minuto ou dois podem até se esquecer que existe uma ameaça pairando sobre suas cabeças, mas isso dura como já foi dito apenas um minuto ou dois logo acontece algo para tirá-los desta doce ilusão
Aletheia continua levando a sua vida na escola. Embora ainda sinta saudades do convento ela consegue se sentir em casa naquele local, mesmo não havendo muito a fazer. De vez em quando ela ajuda madame Pomfrey, mas ela já notou que a enfermeira não gosta muito de ajudantes a não ser quando absolutamente necessário o que felizmente não vem ocorrendo nos últimos dias, às vezes ela também ajuda o professor Sloughorn no preparo de poções para as quais ela sempre teve grande habilidade, não poderia ser diferente uma vez que ela se formou medibruxa
Sempre que tem oportunidade, ela procura Draco Malfoy. Aletheia vê que o rapaz mudou desde que chegou a escola. Claro que ele continua arrogante, mas Aletheia não vê mais tanta agressividade no loiro, é como se aos poucos Draco fosse encontrando seu lugar
Não faz muito tempo, ela descobriu que ele era primo do seu amado. Isso faz com que ela tenha uma certa ligação com o rapaz, Aletheia sabe que a família de Regulo não era boa coisa, cheia de preconceitos e tudo mais, por isso ela se alegra em saber que Draco está se adaptado a sua nova vida.
Talvez por ter tido a sua família dizimada há alguns anos, Aletheia sente que tem em Draco Malfoy uma espécie de vínculo familiar meio torto por assim dizer
Neste momento ela está na biblioteca tentando achar algo sobre as horcruxes. A freira não pode negar que ficou chocada quando soube o que aquele que não deve ser nomeado fez. Para ela a alma é o maior tesouro que um ser humano pode ter e lhe é inconcebível pensar que alguém pudesse corrompê-la desta forma
Ela se prepara para pegar mais alguns livros quando um patrono aparece pedindo a sua presença na sala da diretora com urgência
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Na sala precisa
Harry e Draco treinaram exaustivamente. Neste momento eles estão, digamos, recuperando o fôlego para o próximo round, não que os comensais vão lhe dar esta oportunidade foi o que o loiro disse com seu tom irônico de sempre
Embora não seja comum, desta vez ambos estão sozinhos. Rony sumiu misteriosamente junto com Hermione e Gina está em aula. Remo, que sempre acompanha e orienta os treinos, mandou um recado dizendo que não poderia vir por motivos de forças maiores, o que realmente intrigou o menino que sobreviveu. Poucas coisas impediriam o lobisomem de acompanhar seus treinos, mesmo após a lua cheia ele sempre dava um jeito de vir por pior que estivesse
Longe de mim querer dar lição de moral, Potter – Draco fala com seu costumeiro tom irônico – mas você não parece muito concentrado hoje. Saudades do lobisomem ou a sua ruiva não está danto a devida assistência?
Olha lá como fala, doninha – Harry rebate, mas seu tom não mostra chateação, ele já se acostumou com o jeito de Draco. Harry sabe que essa faceta da personalidade do loiro não vai mudar nunca. E, quer saber? Ele até que gosta, é bom ter com quem realizar uma discussão saudável de vez em quando – entre eu e a Gina está tudo bem, obrigado. Mas sim eu achei estranho o professor Lupin não estar presente, ele sempre acompanha nossos treinamentos nem que seja pra evitar que matemos um ao outro. É estranho ele não vir
Visto por esse lado você tem razão, por mais que eu deteste concordar com você – Draco diz, pensativo – pode ser que tenha acontecido alguma coisa, talvez uma pista das tais horcruxes
Se fosse isso, ele me chamaria – Harry discorda – não há porque ele ter uma pista sobre elas e não me avisar imediatamente
Pode ser que ele não tenha certeza ainda – Draco argumenta – e não queira dar falsas esperanças ao menino que sobreviveu – ele sorri ao ver a careta de Harry – por falar nisso alguma novidade? – Draco pergunta. Desde que Harry contou tudo sobre sua busca, Draco vem tentando fazer o possível pra ajudar. Sem sucesso, obviamente, assim como todos os outros
Nada – Harry suspira, desanimado – não sei por que eu venho treinando tanto, se eu não conseguir destruir essas horcruxes, isso só vai fazer com que eu dure um minuto ou dois antes do cara de cobra acabar comigo
Pelo menos você não faz feio – Draco dispara – vamos lá, menino que sobreviveu, mais uma vez. Depois a gente para pra você poder ver a sua ruiva e eu me trancar nas masmorras
Harry encara o loiro e se prepara para mais um embate
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Enquanto isso, em uma ala não frequentada pelos alunos
Aletheia olha aquilo que a seu ver foi um homem um dia, um dia muito distante, diga-se de passagem. Ele dorme e seu corpo convulsiona como se lhe faltasse o ar em alguns momentos. Não lhe parece que vai durar muito tempo se continuar onde está
Ela se aproxima enquanto fala para os presentes – temos que levá-lo ao St Mungus agora! Esse homem está muito próximo de morrer se não fizermos algo
Não podemos – Remo Lupin fala e Aletheia olha pra ele como se de repente tivesse surgido um nariz extra na face do lobisomem
Como assim, não podemos? – ela diz sem entender – esse homem precisa de cuidados médicos
Por isso te chamamos – Minerva diz – você é medibruxa, precisamos que você faça algo por ele
Aletheia olha para as pessoas sem acreditar, mesmo que ela estivesse praticando a medicina bruxa durante o tempo em que ficou no convento, nem assim ela acha que seria capaz de salvar aquela pobre alma – esse homem está praticamente morto – ela diz sem tirar os olhos do ser deitado naquela cama – não sei o que podemos fazer
Aletheia – Remo se aproxima dela – eu sei que é grave, eu sei que ele está praticamente morto, mas por favor faça o que for possível. Eu ouso dizer que ele foi resgatado de uma situação semelhante ao inferno, por favor, tente. Pelo Harry, por todos nós...
Os olhos da freira passam rapidamente do moribundo para o lobisomem quando ouve o nome de Harry Potter – não entendo, ele é algum parente trouxa do Harry?
Não – Remo nega com a cabeça, é difícil pra ele falar – ele é o padrinho do Harry
Por um momento Aletheia fica boquiaberta para então falar – então ele é...
Sim - Remo diz – ele é Sirius Black, irmão do Regulo
Aletheia sente o ar sumir de seus pulmões por um momento. Ela sabe tanto quanto qualquer um dos presentes que seu amado não se dava bem com o irmão. Muitas vezes ela se pegou pensando se eles teriam se acertado se as coisas tivessem sido diferentes. Regulo descrevia Sirius Black como um rapaz arrogante que não ligava nada para a família, agora olhando o ser moribundo naquela cama ela se pega pensando se aquele homem foi realmente um jovem assim ou se tudo isso não passava de rusga entre irmãos
Aletheia – a voz de Remo a tira do devaneio – você acha que ele tem chance? Uma mínima que seja?
Neste momento não existe mais a freira, ela é uma medibruxa. Então ela assume um ar decidido – se ele aguentou até agora, pode aguentar mais um pouco. Por favor, providenciem tudo que eu precisar, vou precisar de ajuda – ela vai falando em tom profissional a medida em que as poucas pessoas presentes se dispersam pra cumprir as suas ordens – e depois eu quero saber exatamente o que aconteceu
Sim – Remo diz – no devido tempo todos vão saber – ele olha sem jeito para a bruxa – e o Harry ainda não sabe de nada...
Ela olha para o licantropo – quer dizer que vocês não contaram a ele que o padrinho está vivo? – ela encara o grupo silencioso – nem vão contar?
Hermione olha para a bruxa e diz balbuciante – é... é que a gente pensou que ele deveria se recuperar primeiro...
Aletheia encara a garota e seu olhar dança etre os demais, ela sabe que nenhum deles tem má intenção, mas ela sabe que não pode ser assim. Então ela fala com o mesmo tom que costumava usar no St Mungus para ter suas ordens obedecidas, doce mas firme ao mesmo tempo – escutem vocês, eu vou fazer o impossível pra salvar esse homem, tudo que estiver ao meu alcance. Mas vocês sabem que ninguém é infalível, nem nós bruxos. Então, por favor, tragam o Harry – ela faz uma pausa e por um momento seu olhar parece longe – ele tem o direito de acompanhar o que está acontecendo e ficar a par da sua recuperação ou então ter pelo menos o direito de se despedir
Os presentes se entreolham por um momento, como se analisassem as palavras da freira, até que Remo diz – tudo bem eu vou buscá-lo
NOTA DA AUTORA
Eis que ele finalmente surge das cinzas, ou melhor, do véu... Com vocês, Sirius Black, ou o que restou dele (corre pras colinas dizendo, brincadeirinha pessoal)
Confesso que desde que comecei a escrever a fic uma das minhas metas era arranjar uma forma de trazer esse maroto de volta, fiquei muito tempo tentando arranjar um meio verossímil de fazer isso e espero ter conseguido (as explicações estão no próximo capítulo)
Eu espero MESMO que ainda tenha alguém lendo a fic. O número de comentários caiu vertiginosamente nos últimos capítulos e isso está me deixando muito frustrada. Eu não vou abandonar a fic ou fazer chantagem dizendo que só posto com comentários, mas não posso negar que a falta de retorno acaba me deixando desanimada e chateada. Quem escreve sabe o quanto é terrível passar semanas elaborando um capítulo, corrigir erros, postar e não ter nem uma palavrinha de incentivo
Não vou ficar chorando aqui, mas quem puder fazer uma autora feliz, eu agradeceria
Bjos e até o próximo!
Comentários (2)
Hi, quando você postará o proximo capitulo...?Anciosa uai...
2014-06-30como sempre ótimo........agora falta a explicação de como o Sirius foi resgatado.....
2014-05-25