Resgatado
Nos jardins
Draco Malfoy caminha solitário. Ele não pode negar que passou algumas horas bem agradáveis com o garotinho. É estranho, mas o menino faz o loiro se sentir bem, é como se ele fosse outra pessoa. Draco tem que admitir que é bem legal conviver com alguém que não o julga, alguém que não sabe o que ele fez
Quem diria que uma simples criança pudesse ajudar a aplacar sua solidão. Ele pensa enquanto continua seu passeio. Draco sabe que não pode ser visto, mas ele sempre toma cuidado. O que Draco não aguentaria é ficar trancafiado nas masmorras o tempo todo
O loiro está pronto para voltar ao castelo, mas ele não o faz, ele não o faz porque vê Potter e seus amigos se dirigirem à floresta proibida...
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Quase ao mesmo tempo
Gina está estranhamente calma. Ela sente a presença do ser maligno dentro dela, mas desta vez isso não a assusta. Seu treinamento evolui cada vez mais, então ela cumpre o que a voz ordena, mas não o faz por que está sendo obrigada, ela o faz por livre e espontânea vontade, ela o faz para tentar descobrir o que Voldemort pretende com ela
Há algum tempo a ruiva já havia pensado em fazer isso, apenas não havia feito por dois motivos, o primeiro era que ela não se sentia tão confiante para tentar algo desta natureza e o segundo era porque sabia que seu amado teria uma sincope só em pensar nesta hipótese
Ela ouve a voz na sua cabeça mandá-la ir para a floresta proibida e é isso que ela faz. Não é uma sensação ruim, é como se as dores que ela sente em cada possessão tivessem se dissipado, mas ela sabe que isso é uma falsa ilusão, ela tem que tentar se manter lúcida por mais difícil que pareça. Gina só espera que o fato de estar com seus amigos na hora que tudo começou lhe de alguma vantagem, a ruiva tem certeza que eles não a deixariam
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Enquanto isso
Harry e os amigos seguem Gina que caminha em direção à floresta proibida, o menino que sobreviveu se pergunta pela décima vez se não está ficando louco, seu lado racional diz que sua amada está se preparando para uma batalha tão intensa quanto a dele, que ela tem capacidade de enfrentar o que virá e que ele deve confiar em seu potencial, mas eu lado emocional lhe diz que o mais certo seria pará-la. Ele sabe que Gina não está totalmente tomada, seu olhar lhe disse isso. Harry sabe que entre as muitas qualidades da sua ruiva soma-se o fato que ela é uma excelente estrategista, sua performance no campo de quadribol já lhe mostrou isso, então ele segura o seu instinto protetor e continua a segui-la acompanhado pelos demais
Luna – Hermione diz – por favor, vá com o Neville até a sala da diretora e lhe diga o que está acontecendo – ela vê a corvinal e o namorado assentirem e correrem em disparada em direção ao castelo
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Local desconhecido
O Lorde das Trevas está exultante, a sétima filha finalmente está cumprindo as suas ordens. Por um momento ele pensou que a sua magia estivesse forte o suficiente para lutar contra ele, Voldemort tem consciência que quando o poder da sétima filha tiver totalmente desenvolvido, ele terá dificuldade para lidar com ela, por isso ele a quer o mais rápido possível, para poder moldá-la conforme seus padrões
Ele já tem tudo preparado, tudo será feito o mais rápido possível, será seu último passo antes de tomar o poder absoluto. Só o que ele tem a fazer é colocar Gina Weasley no local estabelecido
E é exatamente isso que ele está fazendo agora. Isso, Gina... Ele pensa e seu pensamento se faz ouvir na cabeça da menina. Continue caminhando, entre na floresta proibida e vá adiante, e não pare por nada, ataque a qualquer um que a tente impedir
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Enquanto isso
Draco segue Potter e seu bando a uma distância segura, ele não sabe por que está fazendo isso, mas algo lhe diz que isto não é algo que deveria estar acontecendo. Além disso, uma pessoa que não tem muito o que fazer naturalmente fica mais curiosa. Em outra ocasião o loiro nunca iria entrar sozinho na floresta proibida, principalmente sem estar portando uma varinha, mas neste momento ele não pensa nisso só o que ele quer é saber o que está acontecendo, então ele não pensa nos inúmeros perigos que poderia encontrar e continua seguindo o grupo.
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Ao mesmo tempo
Gina continua avançando, em sua mente a voz maligna fala para que ela siga em frente até o local indicado. Ela sabe que há alguma coisa lá e a sua curiosidade é grande. Ela quer saber o que é, ela quer descobrir o que Voldemort trama, mas não é só isso, ela se sente bem fazendo o que lhe foi ordenado, em sua mente existe um pensamento. Por que eu não fiz isso antes? Por que eu lutei contra essa sensação?
Então Gina para e percebe, aterrorizada, que Voldemort está conseguindo. Ela se conhece bem o suficiente para saber que não conseguiria resistir neste momento
A ruiva luta contra o pânico. Ela não pode se deixar levar, mas é como se a sua vontade estivesse minguado, ela se culpa por ter chegado a esse ponto. A vontade de saber o que o ser maligno pretendia fez com que ela perdesse o foco e a sua resistência baixou. A culpa a assola, ela vê Harry e os demais a seguindo e seu pensamento é apenas um. E se eu tiver levando-os para uma armadilha, para algo perigoso?
Ela olha ao redor tentando achar uma forma de parar, mas simplesmente não consegue. A ruiva procura diminuir seu passo para que eles a alcancem, mas ela sabe que enquanto acharem que está tudo bem ninguém fará nada e ela sabe também que se a voz ordenar que ela faça algo contra seus amigos provavelmente ela obedecerá
Definitivamente isso não estava nos seus planos, talvez uma falsa sensação de segurança fez com que ela subestimasse o ser maligno e agora Gina está sofrendo as consequências disso. Ela continua andando da forma mais lenta possível enquanto sua mente trabalha buscando uma forma de sair dessa
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A uma distância não muito grande, Harry e os amigos seguem Gina. Ele percebe que a ruiva diminuiu o passo. Talvez ela esteja com medo... Ele não consegue deixar de pensar não com muita convicção, ele sabe que sua amada é uma das pessoas mais corajosas que ele conhece e uma das mais teimosas e decididas também. O menino que sobreviveu não pode deixar de pensar que talvez algo esteja errado, ele olha para Hermione e o olhar que a morena lhe dá mostra que ela também acha que as coisas podem não estar caminhando conforme o desejado
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A voz continua no comando, Gina percebe que está cedendo cada vez com mais facilidade, ela sabe que se tentar lutar neste momento não irá conseguir êxito, ela diminui ainda mais o passo deixando que seus amigos se aproximem cada vez mais. Ela teve uma idéia, uma idéia tão desesperada quanto a vez em que se atirou ao salgueiro lutador, mas uma idéia que pode dar certo. Só resta saber se seus amigos farão o que ela pedir
A ruiva para, embora a voz continue mandando que siga. A não obediência causa uma dor insuportável, Gina sabe que tem pouco tempo, então ela dá um olhar suplicante a seu amado e diz – por favor, me estupore, faça com que eu pare agora
Harry olha espantado para Gina, ele não acredita no que acabou de ouvir, o menino que sobreviveu percebe que ela está sucumbindo. Ele sabe que algo precisa ser feito, mas ele sabe também que nunca teria coragem de atacar sua amada mesmo a seu pedido
Gina volta a caminhar. Ela não consegue mais resistir, a voz em sua cabeça está exultante, mas ela não percebe, só o que ela quer é obedecer a sua ordem e ela o fará, ela obedecerá e atacará qualquer um que tentar impedi-la. Então ela faz uma última tentativa desesperada e usa toda a sua parca vontade para se virar novamente. Desta vez ela não sussurra, ela grita em alto e bom som – por favor, Harry, por favor... Eu não estou conseguindo, eu não vou parar, eu posso machucar alguém. Me pare a qualquer custo!
Draco ouve as palavras da ruiva. Ele não sabe direito o que está acontecendo, mas ele percebe que alguém precisa fazer alguma coisa, ele ouviu Gina Weasley pedir que alguém a parasse e pelas feições das pessoas que ele segue ninguém parece muito encorajado a fazê-lo
Ele sabe que a sua atitude pode ter consequências terríveis, ele sabe que provavelmente será azarado, isso na melhor das hipóteses. Mas num impulso ele se aproxima, arrebata a varinha do ruivo e faz o que Gina havia pedido. A estupora sem vacilar um minuto sequer
Draco olha para os presentes, Harry e Rony o fitam furiosos por um segundo, mas logo correm até Gina para socorrê-la. O ruivo ainda grita enfurecido – seu louco! O que você fez com a minha irmã?
Draco respira fundo, ele não pode dizer que não esperava esse tipo de reação – eu fiz o que ela implorou, Weasel, e agradeçam por eu ter resolvido seguir o bando de idiotas – ele encara a todos e seu olhar para em Harry Potter – vocês sabiam que ela estava tomada. Sabe-se lá como ela conseguiu forças para pedir ajuda e eu a ajudei, ao contrário de vocês! Potter... – ele respira fundo – isso é uma guerra. Nem sempre fazemos o que gostamos, mas fazemos o que precisa ser feito
Neste momento Minerva chega com Luna e Neville. Ela vê Gina desacordada – o que aconteceu? – Minerva brada enquanto faz com que Gina levite – não, isso não importa agora, vamos levá-la a ala hospitalar depois vocês se explicam
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Pouco depois Gina já foi medicada. A ruiva ainda está desacordada então Minerva aproveita para ouvir as explicações – muito bem – ela encara os presentes – eu estava em minha sala quando a senhorita Lovegood e o senhor Longboton me disseram que Gina estava estranha e indo em direção à floresta proibida e quando eu chego a encontro estuporada. Alguém pode me explicar?
Ele a estuporou – Rony diz, exasperado, apontando para Draco Malfoy – ele usou minha varinha pra acertar minha irmã
O loiro respira fundo. Ele não pode dizer que é uma pessoa especialmente paciente, mas a esta altura ele está muito próximo de acertar o ruivo com seus próprios punhos, ele olha para a diretora que assente com a cabeça para que o mesmo conte a sua versão
Eu estava nos jardins como sempre faço quando sei que não serei visto – o loiro começa – quando eu vi o Potter e seu grupinho seguindo a Weasley em direção à floresta proibida. Eu achei estranho e, bem, eu fiquei curioso e resolvi segui-los. Eu sei que não foi prudente entrar lá sem uma varinha – ele diz meio sem jeito – mas quando não se tem muito a fazer a gente acaba fazendo asneiras
Continue, Malfoy – Minerva diz e o loiro segue seu relato
Bem, eu comecei a segui-los. Confesso que até agora não sei como não fui descoberto – Draco diz com um sorriso sarcástico ao ver que Harry fica sem jeito, se Draco tivesse uma varinha poderia tê-los atacado sem dificuldade – aí eu vi que havia algo errado com a Weasley, em alguns momentos não parecia ela. Até que ela gritou a plenos pulmões pedindo que alguém a parasse, ela implorou que fosse parada
Então ele arrebatou a minha varinha e a estuporou – Rony completa vermelho de ódio
Exatamente isso, senhorita McGonagall – o loiro afirma sem demonstrar arrependimento algum – peço desculpas pelo meu arrebatamento, mas senti que era algo que deveria ser feito e estava na cara que esses aí – ele dá um olhar de desprezo para o trio maravilha – não teriam coragem de fazer nada – ele olha para a diretora – de qualquer forma não sou um aluno, acho que a senhora não vai poder me dar uma detenção
Minerva engole a seco, ela sabe que realmente não pode dar uma detenção ao loiro, mas ela bem que gostaria, não pela sua atitude, pois a diretora sabe que ele fez o que deveria, mas pela arrogância e total falta de respeito de Draco Malfoy. Então ela respira fundo e diz – é verdade, senhor Malfoy, eu não posso dar uma detenção, até porque você agiu corretamente nas atuais circunstâncias, mas eu peço que no futuro você meça as suas palavras, o senhor não é mais um aluno, mas está abrigado aqui, então eu exijo um mínimo respeito com a minha pessoa e com os demais habitantes desta escola, entendeu?
Perfeitamente, senhorita McGonagall – ele diz – peço desculpas e permissão para me retirar
A diretora assente com a cabeça e o loiro sai. Neste minuto a enfermeira diz que Gina está acordando
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Local desconhecido
Ira não define corretamente o que o Lorde das Trevas sente neste momento, ele estava tão perto, mais perto do que jamais esteve e então a conexão se rompeu do nada. Ele não sabe dizer como aconteceu, ela estava lutando menos do que das outras vezes e então do nada tudo acabou
Era apenas mais algum tempo e a sétima filha estaria no local preparado. Então nada mais poderia detê-lo. Lorde Voldemort sabe que é um homem poderoso, mas com o poder vindo da sétima filha absolutamente nada o deteria
Ele não vai desistir. Por mais furioso que esteja para uma coisa lhe serviu os anos em que esteve inativo, ele aprendeu a ser paciente, muito paciente...
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De volta a Hogwarts
Nem é preciso dizer que Harry adentrou as dependências da enfermaria, nem bem madame Pomfrey disse que Gina havia acordado. Neste momento ele, os amigos e a diretora estão com ela
Eu ainda não entendo direito – Minerva diz – por que você obedeceu a voz, Gina? Eu sei que você consegue resistir, você esteve treinando pra isso desde o início das aulas
Eu sei, professora – a ruiva diz meio envergonhada – foi meio que uma loucura da minha cabeça, um impulso. Eu pensei que apenas resistir não era o suficiente, não ia me levar a nada. Então eu queria ver se descobria o que ele estava pretendendo
A diretora olha para sua aluna – isso foi um impulso meio louco, mas devo admitir que faz sentido, se você tivesse me dito isso antes poderíamos ter trabalhado melhor – Minerva assume o mesmo ar que possuía durante as suas aulas de transfiguração – você pode me dizer o que deu errado?
A ruiva suspira – não sei direito, acho que perdi um pouco o foco. Quando dei por mim percebi que não estava mais resistindo, a última coisa que me lembro é de gritar para que alguém me parasse – ela olha para os amigos – por sorte vocês me atenderam
O trio maravilha se entreolha até que Hermione toma a palavra –nós não fizemos, Gina – ela baixa os olhos – desculpe mas não tivemos coragem, você é minha amiga...
Eu não entendo – Gina interrompe – eu não tinha mais forças, eu poderia atacar qualquer um. Como eu fui parar aqui?
O Malfoy te estuporou – Harry diz sem jeito – eu não pude, ruiva. Simplesmente não pude... Desculpe
Gina olha para o seu amado. Ela o conhece bem e sabe que Harry nunca conseguiria feri-la, mas ela sabe também que pode ser preciso. Se algo assim acontecer novamente Harry não pode hesitar, ele tem que detê-la, mas ela ainda não entendeu como o Malfoy entrou nessa equação – o Malfoy? – ela pergunta – como o Malfoy se meteu nessa história?
Aparentemente ele estava nos seguindo – Hermione diz – ouviu na hora que você gritou e pegou a varinha do Rony sem que ele pudesse fazer nada
Me lembre de agradecê-lo depois – Gina diz pensando no que poderia ter acontecido se o loiro não tivesse agido
Harry olha para a amada e não diz nada. Mais uma vez ele está devendo algo a Draco Malfoy, talvez seja a hora de fazer algo a respeito
Seus devaneios são interrompidos por Madame Pomfrey que diz que Gina precisa descansar. Ele até pensa em pedir para ficar com sua ruiva, mas ele decide não fazer isso agora, ele tem algo para resolver...
NOTA DA AUTORA
Eis que eu estou de volta! Não é miragem, sou eu mesma! Desculpem a demora MESMO. Eu deveria ter postado na semana passada, mas torci o pé e precisei ficar uns dias na casa dos meus pais acompanhada de duas simpáticas muletas, como não podia prever o "acidente" acabei não escrevendo uma linha sequer já que meus rascunhos ficaram na minha casa. Mas já estou um pouco melhor e escrevendo sempre que posso
Espero que tenham gostado do capítulo, às vezes fico meio desanimada com o número reduzido de comentários. Poxa gente, não me deixem na mão, eu sei que tem gente lendo, então que tal deixar uma palavrinha pra me fazer feliz? Nem que seja pra me xingar pelas minhas demoras, eu sei que vocês conseguem, vamos lá não sejam tímidos!
Após a sessão "chantagem emocional" eu fico por aqui prometendo TENTAR não demorar mais tanto assim
Bjos e até o próximo
Comentários (1)
ficou ótimo.....tá ficando cada vez mais interessante a história parabéns
2014-04-04