Uma luz no fim do túnel
Em Hogwarts
Desolação seria uma palavra fraca demais para definir o estado de todos. É sabido que Voldemort iria atacar mais cedo ou mais tarde, mas ninguém imaginou algo desta natureza. Sim, porque ninguém tem dúvidas que exista o dedo podre do Lorde das Trevas neste ataque. É fácil deduzir que algum pobre governante trouxa foi tomado pela imperius ou mesmo que algum comensal usando a poção polissuco tenha tomado o seu lugar. A pergunta agora é por que isso? Por que não ordenar um ataque como os que eram esperados? Por que não usar os malditos mascarados com suas maldiçoes imperdoáveis?
Rony olha para os amigos. Mais do que ninguém ele precisa tentar entender, a ele sempre pareceu que os bruxos eram imunes a qualquer tipo de arma trouxa – como isso pode acontecer? (as palavras escapam de sua boca) Como as armas trouxas podem causar esse estrago? A vila não era protegida?
Neste momento os presentes ouvem uma voz conhecida, uma voz que infelizmente não é mais deste mundo – senhor Weasley (o quadro de Dumbledore se pronuncia) há muito tempo eu temia que algo desta natureza acontecesse. Infelizmente o nosso mundo não evoluiu tanto quanto o mundo trouxa. Nós sempre fomos tomados de uma falsa segurança que nossa magia nos protegeria de qualquer coisa, exceto um avada. No início era fácil, eles usavam espadas, flechas ou mesmo armas de fogo antigas. Ninguém nos preparou para bombas, metralhadoras ou algo do tipo
Isso não pode ser! (o ruivo fala sem acreditar) Nossa magia pode bloquear qualquer arma trouxa! Sempre se soube disso
Realmente, senhor Weasley. Qualquer bruxo, com um expeliarmus, pode desarmar o trouxa munido da arma mais perigosa. A pergunta é, será que alguém conseguiria fazer isso antes que essa arma fosse disparada se não tivesse esperando? Será que um bruxo por mais rápido que fosse conseguiria sacar a sua varinha e proteger-se antes que fosse atingido? (ele vê que o ruivo se cala) Infelizmente me parece que foi isso que aconteceu, quando perceberam já era tarde demais para realizar qualquer feitiço de defesa
Os presentes se calam. O que Dumbledore fala parece fazer sentido, o que não faz sentido é o porquê isso aconteceu. Ao menos teoricamente os trouxas em sua grande maioria não sabem da existência dos bruxos, está na cara que isso foi algo planejado por Voldemort, mas com que intuito?
O grupo se retira sem saber o que pensar, mas com uma certeza em comum, que algo muito terrível vem por aí
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Gina segura a mão de Harry, a tensão no ar é quase palpável. A ruiva sabe que seu amado está chateado. Mais que isso, ela sabe que ele está furioso, provavelmente furioso consigo mesmo. Pelo que ela conhece de Harry Potter, ele está se culpando por ainda não haver destruído a horcruxe que está na taça, por não ter feito nada nos últimos dias além de treinar. Ela sabe que Harry Potter deve estar pensando algo como, todas aquelas pessoas morreram por sua culpa
Não é sua culpa, Harry – a ruiva fala colocando a mão no seu ombro e neste momento Gina pode sentir toda a tensão do seu amado
Harry respira fundo. Ele não fala nada por alguns instantes, o menino que sobreviveu teme falar algo que magoe a namorada e a última coisa que ele quer ou precisa neste momento e brigar com o seu porto seguro. Até porque a sua raiva não é dirigida a ela, a Voldemort talvez, mas neste momento Harry sente raiva de si mesmo
Não é sua culpa, Harry (a ruiva repete e o obriga a encará-lo) você está fazendo o que tem que ser feito. Ninguém esperava que Voldemort fosse ficar quieto (ela suspira) está certo que ninguém esperava algo tão inusitado, mas a gente sabia que ele iria atacar
Harry respira fundo antes de dizer – ah, ruiva... No fundo eu sei de tudo isso, mas você me conhece, quando soube do que estava acontecendo a única coisa que veio na minha cabeça era que eu não estava me esforçando o suficiente, que eu já poderia ter feito algo, que tudo isso talvez pudesse ter sido evitado
Talvez até pudesse, Harry (Gina fala da forma racional) talvez você pudesse ter encontrado e destruído todas as horcruxes, mas também talvez o ministério pudesse ter aumentado nossas defesas, ou quem sabe talvez alguém pudesse saber o que se passa na cabeça daquele maldito e ter adivinhado que ele iria usar os trouxas... São tantos os talvez... (ela olha pra ele) ficar pensando nisso só vai nos enfraquecer, ficar se culpando vai tirar você do foco
Harry sorri. Essa é a sua ruiva, a mulher que ele ama, a mulher que sempre tem a palavra certa para ser usada nos momentos de desespero. Isso faz com que ele a ame cada vez mais – como sempre você tem razão, minha linda. Vamos descansar, amanhã será outro dia
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Várias horas mais tarde
Falar é fácil. Embora a conversa com Gina trouxesse algum alento a seu coração, Harry não consegue dormir. Em sua cabeça estão as dezenas de vidas inocentes que foram ceifadas por causa dos devaneios de um maníaco, Harry sabe que agora mais do que nunca precisa cumprir a sua missão, mesmo que pague com a sua própria vida
O menino que sobreviveu tem certeza que não conseguirá mais dormir. Se ao menos Gina estivesse com ele... Ele sorri. A ruiva tem a capacidade de fazer com que ele se sinta, bem por pior que esteja a sua situação
Ele decide se levantar e ir para a Sala Precisa treinar um pouco. Harry pega a sua capa da invisibilidade, a última coisa que ele quer é encontrar o zelador e a sua gata. Ele sabe que se explicasse para a diretora o que ele iria fazer não teria problema algum, mesmo assim é melhor prevenir
Quem sabe treinando um pouco aconteça um milagre e eu consiga finalmente destruir a famigerada horcruxe que se encontra na taça. Esse é o seu pensamento enquanto se dirige para a sala
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No outro dia
Hermione Rony e Gina estão no salão principal. Eles cansaram de esperar em vão por Harry Potter. O menino que sobreviveu não desceu para o café e ele não estava no quarto também. Eles sabem que Harry mais do que qualquer um ficou abalado com o que aconteceu
O clima no salão principal não está dos melhores. Corujas chegam a todo momento, dando notícias sobre o ataque, vários alunos possuíam parentes e amigos no vilarejo e é possível notar a ausência de vários deles que infelizmente devem ter recebido notícias trágicas.
Hermione mexe a colher no seu mingau sem o mínimo apetite. A morena se sente impotente, ela sabe que não tem sido de grande ajuda. Mas o que ela pode fazer se não consegue se concentrar? A todo momento o mistério da vela de Sirius Black surge na sua cabeça. Será que tem algo a ver com o véu? Ela pensa. Será que o fato desta morte ser totalmente inusitada fez com que a vela desaparecesse? O que isso significa?
Mas seus pensamentos têm que fazer uma pausa. Harry chega assoberbado, em seu semblante fica evidente que aconteceu alguma coisa
Ele chega perto dos amigos e diz – achei
O menino que sobreviveu vê os amigos se entreolharem e o encararem. Em seus semblantes a expressão de quem sabe do que ele está falando, mas não acreditam completamente
Harry reitera – achei! (Ele sussurra) Achei um modo de destruir a horcruxe da taça!
Como assim? – Hermione expressa o pensamento de todos
Harry olha ao redor – aqui não (ele diz) vamos pra outro lugar
Os quatro se dirigem à Sala Precisa que está diferente do que eles estão acostumados. Não é um lugar para treinamento, nem tampouco o ninho de amor de casais apaixonados. Ela parece mais um anexo da biblioteca
Isso foi desejo seu, Mione? – Rony deixa escapar
A morena está tão abismada que nem percebe a piadinha e logo seu semblante se abre em um sorriso, ela já matou a charada – como ninguém pensou nisso antes! (Ela fala entusiasmada) boa idéia, Harry. Foi genial pedir para a Sala Precisa arranjar um jeito de destruir a horcruxe
O menino que sobreviveu fica meio sem graça quando diz – na verdade eu não pensei nisso, ao menos não diretamente. Eu vim aqui pra treinar um pouco, mas o que aconteceu em Hogsmeade não saía da minha cabeça, eu pensava o tempo todo em como achar uma maneira de destruir a maldita horcruxe e quando entrei...
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Algumas horas atrás
Harry caminha pelos corredores. Ele espera que um treinamento pesado dê algum alento ao seu coração, quem sabe assim ele se sinta menos culpado. Sim, ele se sente culpado apesar de tudo, culpado por não haver destruído a taça, culpado por não haver encontrado as demais horcruxes, culpado por não haver de alguma forma previsto o que Voldemort iria fazer
Ele sabe que o tempo está passando mais rapidamente do que gostaria, ele sabe que esse ataque é apenas o começo e que com certeza vem algo terrível por aí. Voldemort não se daria ao trabalho de se envolver com os trouxas que ele abomina por nada
Ele decide que não vai pensar, ele não quer pensar. Harry vai treinar até a exaustão, quem sabe assim algo ilumine a sua mente e ele descubra por milagre como destruir a horcruxe
Ao chegar à sala precisa ele para, surpreso. A sala não atendeu ao seu desejo. Ao invés de uma sala de treinamento ela está sob a forma de uma biblioteca. Não uma biblioteca grande como a da escola, mas uma sala de leitura que poderia muito bem estar em uma residência. Eu preciso de um lugar pra treinar. Ele pensa, sai e entra novamente
Mas a sala continua da mesma forma
Era só o que faltava! Ele pensa. Tudo que eu preciso agora é que a sala precisa deixe de atender aos desejos
Neste momento ele abre um sorriso, ele se dá conta que a sala atendeu seu desejo. Não o desejo imediato, mas o desejo mais profundo naquele momento
Ele entra e faz o que deve ser feito. Começa a pesquisar
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De volta ao momento atual
E aí? – Rony pergunta, curioso
Harry sorri – e aí que eu passei a noite inteira lendo e achei isso (ele passa um livro para Hermione)
Animais fantásticos e onde habitam? – ela fala, incrédula
Veja onde está marcado – Harry indica uma página
Eles vêem a boca de Hermione se abrir, ela olha para Harry e sorri – pode ser que dê certo
Dá pra compartilhar? – Rony se queixa
Hermione começa a ler em tom professoral – "o erumpente é um animal africano, cinzento, de grande porte e força, que pesa até uma tonelada, pode ser confundido com um rinoceronte..."
Isso eu já sabia (Rony fala) todo mundo sabe disso, e o que tem de mais?
Veja isso (Hermione continua) seu chifre pode perfurar qualquer coisa, desde pele até metal e contém uma secreção fluida que faz a coisa ou pessoa explodir...
Gina a interrompe – quando você diz a coisa, quer dizer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo?
Vale a pena tentar – Hermione sorri
Até porque até agora não temos nada melhor em vista – Harry fala
Mas tem um problema (Hermione, sensata como sempre, pondera) aqui diz que o seu comércio é controlado. Não é como se a gente pudesse ir a uma loja e pedir um chifre de erumpente...
Os presentes se calam como se de repente alguém jogasse um balde de água fria em suas esperanças, mas Gina parece pensativa e ostenta um sorriso – isso é verdade, mas pra quem conhece as pessoas certas não deve ser tão difícil assim
E você conhece? – Harry pergunta
Eu não (Gina olha pra ele) mas Fred e George com certeza sim
Ótimo! (Hermione fala) vamos pedir para a diretora autorização para sair e...
Não (Harry a interrompe) não quero esperar, vamos agora mesmo
Agora? (a morena o olha. Hermione nunca gostou muito de desrespeitar as regrar e se é certeza que a diretora autorizaria a saída, ela não vê por que não avisá-la, mas o semblante do amigo está tão ansioso que ela suspira e diz) que seja então, vamos agora
Eu vou pegar a chave de portal que Dumbledore me deixou (o menino que sobreviveu avisa) ela nos deixará no beco diagonal
Os demais assentem com a cabeça e se preparam para sair, com mais esperança do que tinham no dia anterior...
NOTA DA AUTORA
Bem, o que posso dizer? Continuo me atrasando, continuo enrolada. Mas continuo escrevendo sempre que posso e continuo dizendo que não pretendo e não vou abandonar minhas fics e (pra variar) continuo pedindo paciência pra vocês
Muitíssimo obrigada a todo mundo que está acompanhando a fic e principalmente aqueles que deixam uma palavrinha de incentivo. Espero que tenham gostado da forma que eu arrumei pra destruir a horcruxe. Eu não queria copiar do sétimo livro e confesso que precisei de muita pesquisa pra encontrar um modo que parecesse plausível. A propósito, a parte que fala sobre o chifre do erumpente foi copiada na íntegra de "Animais fantásticos e onde eles habitam"
Bjos e até o próximo!
Comentários (2)
Saudades dos gêmeos. É bom encontrá-los nas fics. Será que as confusões dos dois não dariam uma boa história ? Fica a sugestão.Gostando desta também.
2012-08-19ficou ótimo! com certeza o Fred e o Jorge conhecem como conseguir o chifre de erumpente, só porque não o basilisco que o harry matou?
2012-08-14