Outra vez na minha mente
Pouco depois, nos jardins
Gina caminha, solitária. Ela não tem muito o que fazer, quer dizer na verdade ela tem, mas no momento ela não tem vontade de fazer nada a não ser esperar Harry retornar de seu treinamento. A ruiva sabe que deveria estar praticando, treinando sua magia. Ela se lembra das palavras de Minerva, nascer como sétima filha é apenas o primeiro passo, talvez um acaso do destino que pode ou não ser uma sorte dependendo da forma que for encarado, mas apenas isso não adianta, é preciso muito treino para desenvolver tanto a parte física quanto a mente
A ruiva tem consciência que acima de tudo deve conhecer a si mesma e ter confiança no seu potencial. O resto fluirá, é o que Minerva sempre diz. Ela olha para o céu estrelado. É como se ele dissesse com todas as letras que de uma forma ou de outra tudo terminará e a cada noite que finda esse dia chega mais perto
Um arrepio em sua espinha seguido de uma tontura que ela já aprendeu a distinguir a trás de volta a sua realidade, e a realidade é que neste exato momento um ser maligno tenta tomar a sua mente
A ruiva luta contra a náusea que lhe atinge neste exato momento. Gina se espanta, é a primeira vez que ela tem esse tipo de reação. Ela se concentra tentando bloquear a sua mente e por alguns segundos consegue, mas a Gina parece que mesmo com todo o seu treinamento Voldemort ainda tem o poder suficiente para enfraquecê-la
Ela olha ao redor buscando desesperadamente alguém a quem pedir ajuda, em vão...
Saudades Gina? – a voz finalmente toma conta de seus pensamentos
A ruiva respira fundo. Concentração,Gina... Ela fala para si mesma, ela sabe que graças a suas aulas, Voldemort não pode fazer mais um estrago tão grande, não sem que ela lute pelo menos. E é isso que ela vai fazer, ela vai lutar com todas as suas forças
Muito bom, menina... (A voz em sua cabeça fala) você está ficando mais forte... (a menina se arrepia ao ouvir uma gargalhada rouca) muito bom, eu gosto disso. Mas passa pela sua cabeça que você vai um dia ser páreo pra mim?
Gina continua tentando em vão bloquear a voz, ela sente a sua força se esvaindo a cada momento
Ela tenta manter a racionalidade. Gina sabe que se está ficando fraca é porque está conseguindo lutar contra o mal, ela já havia sido avisada que isso lhe drenaria as forças. Ela torce para que alguém venha a seu socorro, mas sabe que será difícil isso acontecer. Com Harry treinando e Rony e Hermione namorando, vai ser muito difícil alguém ir atrás dela no jardim
A voz em sua cabeça cessou, mas ela sabe que ele ainda está lá. Talvez esteja também tomando forças, ela se concentra e fica esperando algo que ela não sabe direito o que é, mas que certamente virá
Mas ela não ouve mais nada, o que acontece é pior. Gina tem uma vontade incontrolável de se dirigir à floresta proibida. Ela não sabe por que, é como se algo maior a estivesse impulsionando, a ruiva luta contra esse desejo, ela sabe que de alguma forma isso é coisa de Voldemort. Mas sua vontade e maior e ela começa a se dirigir lentamente em direção ao local
Isso, Gina, isso – a voz volta novamente e neste momento Gina sabe que a vontade de Voldemort está prevalecendo
Ela tenta permanecer imóvel, mas lhe parece que suas pernas têm vontade própria e Gina se vê caminhando lentamente em direção à floresta proibida...
XXXXX
Um pouco antes
Harry olha para o loiro em uma das salas preparadas para seu treinamento. Ele encara o loiro e a sua vontade é de tirar o sorriso irônico daquela face com um belo murro. Mas ele respira fundo e não o faz, o menino que sobreviveu sabe que, por mais insuportável que o loiro seja, Draco tem mais experiências com os comensais do que qualquer um dos presentes e mesmo que não tivesse digamos que a oportunidade de azarar Draco Malfoy lhe dá um incentivo a mais. É apenas por isso que ele engoliu o orgulho e aceitou a ajuda da doninha albina
Draco, por sua vez, mal contém o sorriso. Primeiro, porque ele tem algo pra matar o tédio; segundo, pela oportunidade de dar uma lição no todo perfeitinho Potter. Draco sabe que está ali para ajudar e ele realmente quer ajudar, mas ele não seria um sonserino se não aproveitasse a oportunidade de azarar o Potter uma vez ou duas
Bem, vamos logo com isso (Lupin tira os dois rapazes do devaneio) hoje não vamos nos demorar muito (ele fala parecendo desconcertado) eu tenho que sair em missão
Algo importante? – Harry não contém a curiosidade. Curiosidade essa que aumenta ao ver que o seu professor fica ainda mais sem jeito
Não posso dizer ainda (o lobisomem responde sem encará-lo) assim que tivermos uma resposta você vai saber (ele respira fundo) bem, vamos começar
Mal ele fala isso, o loiro saca a sua varinha e lança em Harry um feitiço que o joga longe
O menino que sobreviveu levanta-se atordoado e olha para o loiro com uma expressão atônita e furiosa
Primeira lição, Potter (Draco fala sem conter o júbilo) os comensais não fazem uma reverência e dizem em guarda. Eles atacam quando menos se espera, eles atacam pelas costas, eles atacam quando você acha que estão desarmados, eles atacam quando você está ferido (neste momento Harry percebe que a voz do loiro falha) apenas um minuto de descuido basta...
Neste momento o loiro é interrompido, Harry lança um feitiço que faz com que Draco se jogue contra a mesa
Lição aprendida, Malfoy. Vamos pra próxima – Harry sorri de maneira sarcástica
Assim o treinamento segue de forma cada vez mais intensa. Remo observa os combatentes. Não é preciso ser muito esperto pra notar que o treinamento está sendo uma espécie de catarse, como se eles além de duelarem um com o outro estivessem também duelando contra os seus fantasmas internos. A princípio ele ficou com medo da idéia do loiro, mas o que ele vê só o faz pensar. Pode ser que dê certo...
XXXXX
Meia hora depois
Tanto Harry quanto Draco estão exaustos e as suas condições físicas seriam capazes de fazer madame Pomfrey ter um ataque. Quem os encontrasse nesse meio tempo pensaria que tanto o loiro quanto o menino que sobreviveu foram atropelados por um bando de trasgos ou talvez por um bando de hipogrifos desembestados ou quem sabe pelos dois juntos ao mesmo tempo
Você não é tão ruim, Potter (Draco dá a mão à palmatória) pode ser que tenha uma chance de durar um minuto ou dois (ele sorri de maneira cínica enquanto provoca)
Eu sou o menino que sobreviveu, lembra? – Harry responde no mesmo tom. Ele olha para Lupin que entende o seu pedido mudo. Não que Harry esteja cansado ou fugindo, mas como já foi dito as suas noites tem dona, uma dona que já deve estar ansiosa com a sua demora
Por hoje chega (o lobisomem fala) eu quero que vocês dois passem direto na enfermaria (ele sorri diante da careta dos seus alunos) estou mandando um bilhete para madame Pomfrey, ela vai deixá-los novos em folha. Agora eu preciso ir
Os dois rapazes assentem com a cabeça e se dirigem a enfermaria. Draco não contém um sorriso irônico
O que foi, doninha? – Harry não resiste e acaba perguntando
Imagino que o lobisomem tenha colocado no bilhete que foi um treinamento (ele esclarece) se a gente chegasse nesse estado na enfermaria, com certeza iriam pensar que a gente se pegou em algum corredor e sofreríamos uma detenção daquelas
Harry olha para o loiro e não pode evitar que seus lábios se curvem num meio sorriso – É verdade, mas foi um bom treino
Sim, Potter. Foi um bom treino – o loiro fala e ambos se dirigem a enfermaria onde terão os cuidados necessários para amenizar seus corpos cansados. Não como inimigos nem como amigos tampouco, mas como duas pessoas que conseguiram descobrir um ideal comum
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Enquanto isso, nos jardins
Gina vai em direção à floresta proibida. Alguma coisa lhe diz que ela não deveria estar fazendo isso, mas ao mesmo tempo a sensação de ir naquela direção lhe é agradável, lhe trás um prazer indescritível. O que eu vou fazer lá? Seu lado racional ainda lhe pergunta. Será que o Harry preparou alguma coisa...
Neste momento sua cabeça dói. É como se por um momento toda a sensação de prazer fosse substituída por uma dor intensa. Mas uma dor que lhe dá alguma lucidez, o suficiente para que ela continue lutando
Gina sabe que não vai conseguir resistir por muito tempo. Se não fosse seu treinamento ela já teria sucumbido. Ela se conhece e sabe que ainda não está forte o suficiente, que em poucos momentos o maldito terá dominado a sua mente. A lembrança de Harry lhe trouxe alguma lucidez, mas ela sabe que não será por muito tempo
A não ser que... Ela pensa rapidamente enquanto toma uma decisão. Talvez seja a sua única chance...
XXXXX
Quase ao mesmo tempo, isso no ministério
Remo e Tonks se entreolham. A metamorfogama ainda não acredita no que Lupin lhe contou. Ela acha que isso é impossível, mas assim como seu amado Tonks se permitiu que um feixe tênue de esperança nascesse em seu coração
Como ninguém pensou nisso antes? Ela se recrimina. Como aceitamos o inevitável desta forma? Por que ninguém tentou investigar, verificar se existia uma possibilidade?
Remo olha para a mulher a sua frente. Ele sabe perfeitamente o que ela está pensando. Todas as angústias e culpas passaram por sua cabeça da mesma forma que está acontecendo com ela
Mas agora não é hora pra isso, agora é hora pra tirar a prova e depois, quem sabe, pensar no que fazer
A metamorfogama respira fundo, segura a mão do lobisomem e eles entram no ministério...
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Na escola
Draco e Harry saíram da enfermaria depois de serem devidamente medicados e receberem um sermão de proporções astronômicas de madame Pomfrey, que por pouco não disse que iria azarar o professor Lupin por permitir que o treinamento chegasse a esse ponto
Sim, o treinamento foi puxado, Harry é obrigado a admitir, mas ele também tem que admitir que foi um dos melhores treinamentos desde que começou a tomar aulas com o professor Lupin. E foi também assustador, não pelos feitiços em si, mas por perceber o que os comensais da morte podem fazer com uma pessoa e por perceber que provavelmente Draco Malfoy sentiu boa parte disso tudo na própria pele. Harry tem consciência que não gosta do loiro e nunca vai gostar, mas ele não seria humano se não se sentisse revoltado com isso. Atacar alguém indefeso... Pare com isso, Harry! Dumbledore também estava indefeso! Ele se recrimina
Isso foi algo que Harry nunca conseguiu entender, a ele sempre pareceu que Dumbledore mesmo estando debilitado nos últimos tempos possuiria poder suficiente pra duelar até mesmo com Voldemort mesmo estando sem a sua varinha. Ele nunca entendeu como ele pode ser subjugado por Draco e atingido pelo feitiço de Snape daquela forma.
O menino que sobreviveu sacode a cabeça pra afastar tais pensamentos, a sua ruiva o espera
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Enquanto isso
Draco Malfoy passeia pelo jardim. Ele está cansado, mas não sente vontade de se recolher. O loiro sabe que o sono não virá, ele sabe disso porque é o que acontece praticamente todas as noites. É raro quando ele não vê o dia clarear pensando em que rumo dará a sua vida, isso sendo extremamente otimista e imaginando que sairá vivo de toda essa celeuma
É desnecessário dizer que a sua mãe povoa quase todos seus pensamentos. Mesmo sabendo que o professor Snape fará tudo a seu alcance para protegê-la, ele não pode deixar de se preocupar. Draco sabe que Snape nunca irá contra o lorde e se a sua mãe cair em desgraça nas mãos do maldito, seu ex professor de poções pouco ou nada poderá fazer
Um corpo caído no chão interrompe seu devaneio. Draco não precisaria ter estudado vários anos em Hogwarts para reconhecer a cabeleira flamejante e sem hesitar ele irrompe em sua direção...
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NOTA DA AUTORA
Capítulo saindo do forno pra vocês! E a autora explodindo de orgulho por não ter enrolado muito dessa vez... Espero que tenham gostado
Na semana que vem volto a trabalhar, e isso com certeza vai diminuir muito o meu tempo pra escrever. Mas eu prometo me empenhar ao máximo. É claro que uma palavrinha de incentivo ajuda bastante. Não estou fazendo chantagem, por favor não pensem nisso, eu vou postar independente de qualquer coisa, mas não posso negar que é sempre bom abrir a página da fic e ver os comentários de vocês
Bjos e até o próximo!
Comentários (2)
adorei! quero só ver o que o draco vai fazer agora com a Gina!
2012-02-04Amei o capitulo, posta logo o proximosua fanfink é um maximosou fã
2012-02-02