Cara a cara

Harry olha ao redor, embora esteja exatamente no mesmo local de antes não há sinal de seus amigos, ele olha para a taça em suas mãos e uma intuição lhe bate dizendo para não largar a taça. Então ele a aperta firmemente contra si

Neste momento ele vê um homem que ele não conhece, mas Harry tem certeza que não é Voldemort. É um homem com características físicas semelhantes ao amigo de Gui, um egípcio com certeza

Antes que Harry possa perguntar qualquer coisa ele percebe que vários outros homens se aproximam. Ele segura com força a varinha esperando um ataque ou coisa parecida. Entretanto os homens não parecem agressivos, tristes talvez

Mais um – o mais velho deles se pronuncia

Mais um, o que? – Harry vê as palavras escapando da sua boca

Mais um que tocou na taça (outro deles fala) mais um que terá a sua alma aprisionada aqui para sempre

Harry engole em seco começando a achar que fez besteira – Vocês estãs mortos? Nós estamos mortos? (ele pergunta, atemorizado)

Nossos corpos, sim (um deles fala) mas nossas almas estão condenadas permanacer neste local maldito por toda eternidade.

Eu... Eu estou morto? – ele consegue balbuciar lutando contra o pânico

Não é nenhum deles quem responde, mas sim uma figura que, embora esteja diferente, lhe é muito conhecida – não, ainda não. Mas estará em breve...

XXXXX

Enquanto isso

Os presentes olham, estarrecidos. Foi apenas um milésimo de segundo, mas bastou isso para que o menino que sobreviveu se atirasse em cima da taça, e agora o que eles vêem é a figura de Harry Potter agarrado a ela com os olhos fixos no nada, como se apenas seu corpo estivesse lá

Não, Gina (Hermione a segura antes que ela se lance sobre ele) não o toque!

Como não posso tocá-lo, Hermione? – a ruiva luta para se desvencilhar

Você não pode, Gina (a morena continua segurando a amiga agora com a ajuda do namorado) você não sabe o que aconteceu, não sabemos que tipo de feitiço é esse...

A ruiva olha para a amiga como se esta estivesse louca. Embora seu lado racional lhe diga que Hermione tem razão, tudo que Gina quer neste momento é abraçar seu amado e implorar para que ele volte. Ela mal se dá conta que está nos braços do seu irmão mais velho que a segura para impedir que ela tome alguma atitude extrema – calma, Gina. Se você se precipitar pode por tudo a perder, mesmo que a gente não tenha idéia do que o Harry está fazendo

Ela segura as lágrimas com dificuldade. Não é hora pra chorar, agora é hora de confiar em Harry e é isso que ela vai fazer

XXXXX

Quase ao mesmo tempo

Harry olha para o homem a sua frente, um homem que ainda não possui as feições viperinas, mas um homem a quem ele reconheceria em qualquer lugar. Voldemort

Mais um guardião (ele fala parecendo satisfeito) mais um para se juntar ao meu séquito

Nunca! (as palavras escapam da boca de Harry sem que ele tenha controle) Eu nunca me submeterei as suas vontades, Tom Riddle

Então você sabe quem eu sou (ele sorri sarcasticamente) sinto lhe informar que não há escolha, você estará preso aqui para todo o sempre. Como todos os outros, como vêm acontecendo com todos que tocaram esta taça nos últimos cinquenta anos

Não é verdade (Harry fala o encarando) eu conheço alguém que a tocou e não está aqui

Voldemort sorri – talvez um garoto, uma criança. Não me interessa ter uma criança entre meus guardiões

Harry olha para o espectro a sua frente, ele sabe que de modo algum Voldemort se importaria com a vida de crianças. A final ele próprio o tentou matar quando era apenas um bebê. O menino que sobreviveu só pode supor que o feitiço era bem especifico para adultos ou que de alguma forma Voldemort não tivesse previsto que uma criança poderia chegar ate a taça

Ele não sabe direito o que pensou quando decidiu pegar a taça. Harry não tem uma explicação lógica, talvez tenha sido uma intuição, uma intuição que ele ainda não sabe direito o que significa, a mesma intuição que lhe diz pra não largar a taça, a mesma intuição que lhe diz que deve fazer Voldemort falar

Então você também está preso aqui – ele fala consciente que o ser a sua frente não vai gostar, mas Harry não se importa, afinal Voldemort não pode fazer mal a seu espírito... Ou pode?

Não seja estúpido! (Voldemort fala) eu sou apenas uma parte do feitiço. Meu eu verdadeiro está lá fora e com certeza dominou o mundo bruxo

Harry segura um sorriso enquanto a sua mente trabalha, ele percebeu que o espectro de Voldemort preso na pirâmide não sabe o que aconteceu com o seu eu verdadeiro. Uma coisa Harry Potter aprendeu a respeito de Tom Riddle, que talvez seu maior ponto fraco seja a sua vaidade, então ele respira fundo e fala com a intenção deliberada de provocá-lo – e se eu te disser que ele não dominou? E se eu disser que existem pessoas que lutam contra você e que estão dispostas a dar a vida para evitar que isso aconteça?

Voldemort sorri, um sorriso peculiar, o sorriso daqueles que tem um grande trunfo na manga. Mas ele não sabe que este trunfo é conhecido por mais pessoas que ele gostaria – pena que você não vai estar lá pra ver o desfecho desta história (Voldemort fala sarcasticamente ao mesmo tempo em que seu olhar dança entre a taça e Harry Potter) você está preso aqui como todos os outros, a sua alma pertence a este lugar. A sua e a de todos que se atreverem a tocar a taça durante toda a eternidade, mais cedo ou mais tarde você vai se cansar e soltá-la, aí não tem mais volta...

Isso é impossível (Harry decide fazer o jogo de Voldemort) que raio de feitiço é esse? Como o fato de eu simplesmente largar essa taça vai aprisionar a minha alma?

Ah... (Voldemort sorri presunçoso) Um feitiço antigo, talvez mais antigo que estas pirâmides... Apenas eu posso tocar nessa taça, ela reconhece apenas o meu sangue...

Neste momento é Harry quem sorri. Um sorriso triunfante de quem sabe que está salvo, mas ao mesmo tempo um sorriso triste, pois ele sabe que não há esperanças para os demais. Talvez se Voldemort for derrotado aquelas pobres almas possam descansar em paz. Mas não é hora de pensar nisso agora, ou se sentir culpado. Então ele olha para o bruxo maligno e diz – você é apenas um espectro, uma lembrança da época em que Tom Riddle matou e roubou essa taça, você não sabe o que aconteceu depois... (e antes que Voldemort possa retrucar ele fala) pena que não posso ficar para contar as novidades, eu estou indo pra casa...

Então ele solta a taça e para espanto de Voldemort e dos demais espectros a imagem de Harry Potter desaparece diante dos seus olhos

XXXXX

Gina olha para seu amado. Ela sabe que é Harry quem está lá, mas ao mesmo tempo não parece ele. Os olhos vazios que fitam o nada não parecem ser de Harry Potter. É como se o seu corpo estivesse lá, mas a sua alma não. O que faz a ruiva se perguntar se seria capaz de resgatá-lo usando a sua ligação

Não, Gina (Minerva se antecipa ao pensamento que viria a seguir) você não sabe onde ele está. Seria muito arriscado

A ruiva olha para a diretora e suspira inconformada. Do que adianta ter um poder imenso e não poder utilizá-lo para resgatar quem se ama?

Antes que a ruiva possa argumentar um clarão toma conta do local e eles vêem a taça ser lançada longe e o corpo de Harry estremecer. Gina fecha os olhos já imaginando o fim, mas, ao contrário disso, todos ouvem a voz do menino que sobreviveu – Não toquem na taça! Se fizerem isso irão acabar como o amigo do Gui

Harry! (o grito de Hermione ecoa enquanto a morena o abraça) você está bem? Nós pensamos que você... (ela fala segurando uma lágrima)

Eu sei (o moreno sorri meio sem jeito) foi uma idéia maluca que eu tive. Felizmente deu certo (ele fala e olha pra Gina e o olhar que a ruiva lhe dá é extremamente perigoso) eu confiei que a ligação que eu tenho com o maldito me protegeria

Foi um risco muito grande, Potter (quem fala é Minerva e Harry por um momento vê a feição da amiga no rosto da diretora) se não desse certo você estaria perdido pra sempre

Eu tinha que arriscar (Harry argumenta) se não conseguíssemos esta horcruxe tudo estaria perdido, se não desse certo eu só adiantaria o inevitável

Neste momento o menino que sobreviveu é interrompido por uma ruiva furiosa que se atira nele, estapeando-o – seu idiota! (ela fala aos berros) você tem idéia do que nós passamos? Do que eu passei?

Harry tenta segurar as mãos da namorada – calma, ruiva... Deu tudo certo (ele fala enquanto a abraça, Harry vê que Gina está tremendo) eu estou aqui

Eu tive tanto medo (ela fala em meio às lágrimas) tive que você estivesse perdido pra sempre...

Eu estou aqui (ele fala após beijar os lábios dela) e não pretendo deixar você, não enquanto eu puder evitar

Bem (Minerva fala tirando o casal apaixonado do devaneio) pelo que pude entender apenas você vai poder pegar nessa taça

Sim (Harry concorda) eu tive uma intuição que o fato de Voldemort ter me marcado como igual poderia ser usado como vantagem (ele suspira) pelo menos pra isso essa ligação me serviu. A taça contém um feitiço pelo que eu pude perceber que permite apenas que Voldemort a segure sem ter sua alma capturada, ou alguém que possua seu sangue... Durante todo esse tempo todos que chegaram a tocá-la tiveram suas almas aprisionadas e formam uma espécie de guarda de proteção

Mas porque isso não aconteceu comigo? – Rony pergunta tentando ignorar o bolo que se forma em seu estômago ao imaginar qual poderia ter sido o seu destino

Você ainda era apenas um menino na época (Harry esclarece) acho que o feitiço tinha uma falha nesse ponto

Sorte minha (Rony fala) e agora, vamos pra casa?

De jeito nenhum! (Abdul toma a palavra) Vocês vão pra minha casa comer alguma coisa e descansar. Minha esposa deve estar acordada esperando com uma refeição

Gui sorri – aconselho vocês a aceitarem a oferta. A Fatma, esposa do Abdul, é uma das melhores cozinheiras que conheço. Estou com saudades do kebab que ela faz

Os presentes se entreolham e decidem aceitar o convite, pois além de ninguém querer fazer uma desfeita ao egípcio que os ajudou, eles realmente estão precisando de alguns momentos de descontração depois de tudo que passaram

XXXXX

Em Hogwarts

Draco olha pela janela. Em alguns momentos ele pensa que vai ficar louco. O problema não é a solidão, mas a falta de notícias. Não saber direito o que se passa lá fora tira um pouco o seu chão, principalmente por saber que a sua mãe está lá em algum lugar talvez se sujeitando aos desmandos e loucuras do seu pai. A única coisa que o alivia é saber que o professor Snape estará ao lado dela e assim como o protegeu, Draco tem certeza que ele fará tudo para manter sua mãe a salvo. Foi uma promessa e pelo que ele conhece do seu ex-mestre de poções, ele sempre cumpre as suas promessas por mais difíceis que sejam

XXXXX

Alguns dias antes

Draco termina de comer sua refeição em seu catre imundo. Na verdade ele não sente a mínima fome, mas ele sabe que seu corpo enfraquecido precisa de alimento, ele sabe que precisa se recuperar para o que pode vir a seguir. O loiro ainda não entendeu direito como está vivo, suas poucas lembranças dos dias de tortura o dizem que a intenção do Lorde e de seus capachos era torturá-lo até a morte. Draco não sabe ao certo como, mas ele tem certeza que Severo Snape tem algo a ver com o fato dele ainda poder ver a luz do sol

Neste momento o professor de poções entra. Draco gostaria de saber quais eram os pensamentos de Severo Snape e como ele sempre consegue manter esta máscara fria. No entanto, Draco não é tão bom legitimente e mesmo que o fosse ele tem certeza que não seria páreo para a oclumência de Snape

Vejo que está se recuperando – Severo fala sem demonstrar qualquer tipo de sentimento, mas Draco não se importa, ele sabe que Snape fez por ele mais do que qualquer um

Vou sobreviver – o loiro fala como se fosse normal receber inúmeros crucios. Bem... Na verdade não é algo anormal em se tratando de alguém envolvido com Voldemort e sua gangue

Ótimo (Snape fala) você precisa partir o mais rápido possível. Eu consegui salvá-lo, mas isso não é permanente. A qualquer momento...

O ex-professor de poções não conclui a frase, não é preciso. Draco sabe muito bem que a qualquer momento pode voltar a sentir a fúria insana de seu pai, Bellatrix ou qualquer outro do séquito maléfico do Lorde das Trevas

Tudo bem (Draco suspira resignado) eu e minha mãe...

Não, Draco (Snape o interrompe) você vai sozinho. Sua mãe não pode...

A minha mãe não vai ficar! (Draco praticamente grita) O senhor enlouqueceu! Se eu parto sozinho e eles a pegam...

A sua mãe ficar em segurança (Snape tenta acalmar Draco) tanto quanto for possível (ele vê que Draco não acredita) se ela também partir, pode por tudo a perder. Eu prometo que vou tomar conta dela (o professo lhe dá um olhar penetrante, o mesmo olhar que dava aos poucos alunos que ousavam contestá-lo) e eu sempre cumpro o que eu prometo...

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De volta aos dias atuais

Draco reflete sobre as palavras de Snape. Ele sabe que, por mais impossível que possa parecer, sua mãe estará em segurança. Foi uma promessa do seu professor e ele sempre cumpre as suas promessas...

XXXXX

No Egito

Harry e os demais se encontram na casa de Abdul onde sua esposa, Fatma, lhes preparou uma refeição que não deixaria nada a dever às refeições da senhora Weasley

De início, alguns tiverem receio de provar tanta comida exótica, mas o receio em ofender o casal levou-os a experimentar e em momento algum se arrependeram

Lá fora a lua continua a iluminar a noite, Harry vê Gina na varanda como se estivesse alheia a tudo, ele sabe que sua namorada ainda está chateada. Mas droga! Harry pensa. Eu fiz o que tinha que fazer. Ele suspira e caminha até ela

Harry a enlaça pela cintura e enterra o rosto nos cabelos ruivos aspirando o perfume – vejo que você gostou daqui...

É, gostei mesmo (Gina concorda) é uma terra muito bonita, pena que a gente não teve muito tempo pra conhecer

O menino que sobreviveu a vira obrigando a ruiva a encará-lo, ele respira fundo – eu sei que você ficou chateada comigo, Gina. Acredite, foi difícil fazer o que eu fiz, principalmente sabendo que a possibilidade de tudo dar errado era grande, mas não havia outro modo

Ela bufa – É claro, não havia outro modo... Tentar arranjar uma outra forma de chegar até a taça não passou pela sua cabeça, não é mesmo?

Passou... (Harry admite) mas fiquei com medo de não termos tempo. Estes ataques de Voldemort estão muito estranhos. É meio óbvio que vem coisa brava por aí, não podemos nos arriscar

Eu sei, Harry (ela fala e o menino que sobreviveu vê toda coragem e sinceridade no olhar da ruiva) mas isso não impede que eu tenha medo de que algo lhe aconteça (ela abaixa os olhos por um momento) desculpe meu ataque de bobeira lá na pirâmide. Foi mais forte que eu

Harry sorri – isso só mostra que você se importa comigo, ruiva. Você pode ter quantos ataques quiser, desde que eu possa acalmá-la com meus beijos

Gina sorri de modo maroto – quando a gente voltar pra Hogwarts, eu vou querer que você me acalme com algo mais que beijos se e que me entende

Antes que Harry responda, ele ouvem Minerva pigarrear. O casal olha para a diretora que diz – a chave de portal está pronta, temos que voltar.

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NOTA DA AUTORA

Entra espanando a poeira e perguntando. Tem alguém por aqui? Espero que sim. por favor não me abandonem! Como eu já falei várias vezes, eu demoro mas não abandono as fics

Eu sei que está virando lugar comum pedir desculpas pela demora em minhas notas da autoras. Em minha defesa posso dizer que além do tempo escasso, estou postando quatro fics ao mesmo tempo e preciso dar atenção a todas elas de maneira igual, não posso deixar uma crise de ciúmes acontecer entre elas.

Espero que tenham gostado do capítulo. Mais uma horcruxe encontrada e posso adiantar que muitas surpresas vêm por aí. Aguardem!

Bjos e quem puder deixar uma palavrinha, eu agradeço (pode até ser um puxão de orelha pela demora)

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