O Livro Élfico



capítulo 6

A trajetória rumo ao Largo Grimmauld n° 12 foi levemente agradável, a não ser pela preocupação de Hermione “O que Malfoy fará quando souber quem mora lá?”, ela estava apreensiva, mas conseguiu disfarçar o motivo real, de modo geral Draco a ajudou nisso, pois teve alguns “ataques de Malfoy”. Ela sabia que Harry a estaria esperando, pois mandara um memorando notificando a visita, o que ele não sabia é que o assistente iria junto.
- Sabe o que eu não entendo? – Draco pôs-se prontamente a perguntar quando chegaram ao local.
- O quê? – Hermione foi educada e paciente, apesar de no fundo estar esperando que Draco voltasse a ser um Malfoy normal, desprezando-a, e tentando humilha-la.
- O por que do elfo estar morando aí, sendo que a casa está abandonada, não resta um único Black vivo, e a Ordem da Fênix não precisa mais de sede – Hermione lançou-lhe um olhar fumegante e pensativo de como contaria quem os espera na Antiga Casa dos Black – Sim, eu sei sobre a Ordem da Fênix, aliás, sei mais do que você possa imaginar.
- Então me conta o que é mais do que posso imaginar... – respondeu-lhe tentando mostrar indiferença e interesse único pela resposta, para que o Malfoy não levasse em consideração o modo como estava apreensiva, na verdade, estava ganhando tempo, até que a idéia surgiu “é claro Hermione, instrua-o a descobrir a resposta, sem que você precise dizer, como uma idéia que precise de confirmação...”, a essa altura, não seria tão difícil instiga-lo a saber, por si só, quem habitava a casa no momento. Os pensamentos não paravam de rodear-lhe.
- O que acha Granger? – Ele parecia vitorioso como sempre, mas ela não entendeu a pergunta, de modo que esta foi que a fez voltar à realidade, pois estava tão compenetrada em seus pensamentos que não percebeu que estivera suficientemente distante em suas idéias para não escutar uma só palavra da resposta de Draco.
- Como?
- Reconheça Granger, você está surpresa com o tanto que sei sobre a Ordem da Fênix e todos os seus passos “secretos”.
- Malfoy... Até agora os elfos vêem sendo passados pelas famílias bruxas de geração pra geração, não é mesmo? E eles acompanham seu senhor, certo?
- Onde você está querendo chegar? Eu já pensei nisso, em um descendente dos Black que esteja vivo e que pudesse herdar o monstro, mas não existe...
- Você tem certeza?
- Claro que tenho, eu conheço toda a árvore genealógica dos Black, não se esqueça que minha mãe e minha tia nasceram Black’s. O único que poderia ser o senhor do monstro seria um herdeiro de Sirius Black... Mas você sabe que ele morreu sem herdeiros, sem filhos...
- Pensa bem Malfoy, quem tinha mais proximidade com ele, e por quê?
- O Potter era afilhado dele... O Potter é o... É o Potter – Hermione acompanhou todo o processo de entendimento do garoto, e agora esperava apenas o momento em que ele começasse seu ataque costumeiro para começar a discutir os motivos que eles tinham para esquecer o que passou, nem que fosse por alguns instantes, e o inesperado aconteceu, Draco começou a rir... – O que estamos esperando? Você sabe como entrar, não?
- Você não se importa que seja a casa do Harry? – Como poderia isto estar acontecendo? Malfoy estava se mostrando mais imprevisível do que a garota pensava. Draco apenas balançou a cabeça negativamente, mas aquele meio riso nos lábios fazia com que qualquer um desconfiasse de suas intenções – Tudo bem Malfoy, o que está havendo? Já vou avisando que não vou tolerar nenhuma gracinha da sua parte...
- Ei... Granger... Relaxa está bem? Eu só quero fazer meu trabalho... Mas você tem que reconhecer que é muito irônico tudo isso que está acontecendo comigo, eu nunca pensei em visitar o Potter. Será que ele também vai me chamar para acompanha-lo no chá das cinco?
- Você, me prometa que vai se comportar, você está sob minha orientação e responsabilidade.
- Eu me comporto Granger... Se ele se comportar. – Numa coisa ele estava certo, a harmonia do dia dependia dos dois e não apenas de Draco, “Foi loucura minha querer juntar os dois... Já é loucura demais eu estar trabalhando com Drac... Malfoy... Ele é só o Malfoy... Não pense mais nele e mentalize a casa... Vamos Hermione, só precisa concentrar na casa”, no mesmo instante os números 11 e 13 do Largo Grimaund começaram a se afastar, e como de costume o número 12 surgiu tão costumeiramente entre eles, fazendo-a lembrar em um flash dos momentos vividos no ano anterior, momentos em que o futuro era imaginado de forma muito diferente do que estava vivendo agora. Novamente ela estava com o pensamento distante, mesclando passado e presente em sua mente e alheia a tudo que se encontrava a sua volta, inclusive Draco Malfoy, que já parecia estar acostumado com esses momentos, dado ao fato de que a freqüência deles havia aumentado. O garoto, depois de várias tentativas frustradas de falar com Hermione, sacou a varinha e soltou faíscas para o céu imitando fogos nos ruídos.
- Enlouqueceu Malfoy? Os trouxas podem nos ver. – Hermione ao ser despertada de seus pensamentos, percebeu o perigo para o sigilo bruxo que aquelas faíscas representavam e embraveceu com Draco, como fazia em Hogwarts com os amigos ao perceber que eles estavam burlando uma regra.
- Agora você se importa com o que está acontecendo a sua volta? – A ironia tão habitual do bruxo, mostrava que estava prestes a dar mais um de seus “ataques de Malfoy”.
- Eu tenho muitas coisas pra pensar, você poderia parar de complicar mais? Vamos, é melhor não adiar mais.
Os dois atravessaram a rua em direção ao número 12, foi Hermione, por estar na frente, quem bateu na porta, e o intervalo de dois minutos e 27 segundos que se instalaram desde então até a abertura da porta, foram os mais tensos de todo o dia, até que finalmente ela se abriu, e a garota prendeu a respiração e fechou os olhos por pelo menos dois segundos, esperando despejar explicações ao amigo sem que ele tivesse tempo de brigar ou retrucar. Respirou fundo e abriu os olhos a tempo de ver a porta aberta e no vão, Monstro curvado esperando que ela passasse.
- Monstro? Onde está o Harry?
O elfo continuou curvado, e equilibrando-se para manter aquela posição, até que Hermione entrasse, e sem levantar deu sua resposta.
- Harry Potter, meu senhor, recebeu uma coruja urgente do ministério e desaparatou, mas antes de sair, meu senhor, ordenou ao Monstro que tratasse muito bem a sua visita. – O fato de ele continuar curvado já começara a incomodar a garota, que sempre foi contra ao estado de submissão imposta aos Elfos “Eles são criaturas adoráveis”...
- Monstro levante-se por favor... – Porém as palavras não surtiram efeito – Você não precisa ficar tanto tempo curvado, você não é inferior, vamos, levante-se.
- Ta na cara que você não sabe lidar com isso. Senta ali Granger.
- Eu não vou me sentar! – A impaciência e indignação tomaram conta da garota, não entendia a submissão de Monstro e nem porque Malfoy estaria lhe dando ordens.
- Você quer que ele levante ou não? – A expressão indecifrável de quem tem a situação sob controle irritou ainda mais a garota, que não respondeu, apenas torceu o nariz, adentrou um pouco mais e sentou na poltrona mais próxima. – Monstro, eu sou o visitante e como tal ordeno que se levante. – No mesmo instante o Elfo saiu de seu estado curvado, as pernas tremiam pelo tempo em que ficou na mesma posição, mas ainda assim, Hermione notou que ele não parecia tão velho quanto quando o conheceu. Assim que se recuperou, Monstro sumiu num estampido, sem ao menos dar tempo de notificarem que a visita era pra ele.
- E agora, onde ele foi? – A chefe da sessão de fundo de apoio aos Elfos domésticos entendia a situação cada vez menos. – Ah, que negócio é esse de dar ordens a ele? Lembra que lutamos contra a submissão dos Elfos?
- Eles não vão mudar da noite para o dia, o senhor dele ordenou que nos tratasse bem, por isso ele vai nos obedecer, era o único jeito de ele levantar. – Tudo parecia muito obvio, mas ainda assim a garota se recusava a aceitar toda a situação Élfica, ou o que ele realmente não queria aceitar era o fato de que Draco - “Malfoy”- estivesse tão empenhado e que talvez soubesse como tratar os pequenos servos? Foi a pergunta que ela começou a se fazer constantemente – “Não, o que me deixa indignada é a submissão dos Elfos... Só isso...” – Antes que ela pudesse pensar em mais coisas, ou começar uma discussão com Draco, ouviu-se um novo estampido e Monstro surgiu com uma bandeja de doces.
- Obrigada Monstro, mas... – A menina ficou encabulada pela gentileza do elfo que nem deixou que ele terminasse de falar.
- Ah, já deveria saber – falou resmungando para si mesmo, como se estivesse se repreendendo – A srta. Granger não gosta de doces... Monstro traz chá.
Novamente Hermione tentou dizer que viera falar com Monstro e não com Harry, mas ele não esperava que ela concluísse o que tinha pra falar, e sempre aparecia com algo novo para tentar agrada-la. Os estampidos de seus sumiços e reaparecimentos ficaram cada vez mais freqüentes, de modo que a garota já estava impaciente. No décimo quarto estampido de sumiço já não agüentava mais, não pensara que seria tão difícil entrevistar um elfo-doméstico, por educação já tinha tomado o chá com dois ajustes de açúcar, suco de abóbora e cerveja amanteigada, comido sapos de chocolate, barrinhas de orvalho, guloseimas diversas, sopa especial da vitória e o resto não quis nem olhar, pois o estômago já estava embrulhando. E Malfoy estava lá, em pé e largado no outro canto da sala de estar, tentando controlar o riso e se manter impassível diante de quem lhe seria superior.
Desta vez, Monstro demorou um pouco mais, de modo que a garota pode reparar que a sala estava mais clara do que da ultima vez em que estivera ali, tudo estava realmente diferente, a casa tinha ganhado vida, não se pode dizer que estava mais arrumada, mas com certeza estava mais agradável, a decoração lembrava um pouco, nos tons, o salão comunal da Grifinória, e na parede havia algumas fotos emolduradas, ela teve que se levantar para olhar de perto, atravessou a sala até onde estava Draco, a cabeça dele estava tampando uma fotografia, ficou encabulada de pedir para que ele saísse e olhou as outras. A primeira da série é uma foto bem conhecida do amigo, em que os pais estão com ele ainda bebê na neve, Lílian e Thiago Potter brincam felizes com o pequeno Harry; a segunda é toda turma da Grifinólia comemorando o ganho da taça das casas ainda no ano em que entraram em Hogwarts; na terceira os três inseparáveis estão na mesa do café da manhã, no segundo ano, provavelmente a foto foi tirada pelo garoto Collin, Hermione olhava pra Rony, fazia uma cara de reprovação e explicava algo pra Harry, tinha que concordar que a imagem era engraçada e trazia boas recordações; na quarta Gina estava treinando quadribol; Nem precisou ver a quinta que estava ocultada pela cabeça de Draco, e já estava com os olhos cheios de lágrimas, de saudades de tudo aquilo que não voltaria, soluçou uma vez o que despertou a atenção de Malfoy que se virou pra ela, neste momento pôde ver Harry de braços cruzados rindo e Rony a olhando com a costumeira expressão de apaixonado e ela tentava disfarçar pra foto, nem lembrava quando aquilo tinha acontecido, e nem precisava, as emoções transbordaram e antes que entrasse em crise, foi ao banheiro pra poder chorar sem ser incomodada por aqueles olhos acinzentados.
O silêncio era a companhia perfeita para o momento, apenas ouvia a sua respiração e o eco de sua respiração, o desânimo a estava abatendo, “O Monstro... Já deve ter voltado, deve estar pensando que fui embora... A vida agora é outra, as coisas mudaram e eu tenho que me acostumar com isso. Preciso fazer meu trabalho”, sem mais nenhum espaço para indagação ou pensamento, Hermione levantou do cantinho em que estava abaixada, passou água no rosto, arrumou o cabelo e rumou decidida para a sala de estar. Ao chegar deparou-se com uma cena que jamais esperaria.
Monstro estava sentado no sofá, e Draco estava atencioso ouvindo e anotando com uma pena de repetição rápida. Começara a entrevistar o Elfo-doméstico, por mais que isso parecesse o certo, algo estranho estava acontecendo “o que ele pretende? Por que tanto fingimento pela causa, só por causa do ministro? Esse garoto não pode ter mudado da noite para o dia”...
- O que foi Granger? Por que está me olhando assim? Ah, já sei, é a pena não é mesmo? Sei que você tem trauma com as penas, mas não consegui usar esse tal de gravador que você me deu, não sei lidar com esses artefatos trouxas avançados, e até agora a pena está fazendo um ótimo trabalho. – Por pelo menos dois segundos Hermione ainda ficou tentando assimilar o que estava acontecendo.
- A pena... Sim... Vamos pode estar fazendo um ótimo trabalho, mas depois não poderemos escutar o que ele falou. Me dá o gravador. E deixa me ver o que já está anotado.

"Elfo doméstico Monstro diz:
“Eu sou um elfo, eu sou um elfo, só um elfo-doméstico burro que não sabe das coisas.
Nunca interessou ao menino Malfoy onde Monstro nasceu, por que quer saber agora? Ta certo... Monstro responde. Monstro nasceu na Inglaterra mesmo. Pai e mãe de Monstro também.Avô e avó também... Numa região que não te interessa. Pronto, Monstro não responde mais nada pra menino Malfoy.”
Murmúrios e resmungos."

Enquanto lia, a garota lançava à Draco um olhar de indagação e obtinha como resposta os olhos baixos e os ombros levantados, como quem diz que foi inevitável.
- Eu disse que não era o Malfoy preferido dele, mas eu tentei. – Por ora ele parecia envergonhado, no segundo posterior mais confiante na sua postura de antes – Pelo menos já sabemos que toda a família dele é da Inglaterra.
- Obrigada Malfoy, agora ligue o gravador. Só precisa apertar este botão aqui. – Mostrou o botão ao garoto e virou-se para Monstro. A primeiro momento ele não queria falar muito de si, e respondia às perguntas feitas por Hermione a respeito de sua origem com “sim”, “não” ou algum murmúrio com impossibilidade de ser entendido. Apesar de agora obedecer e servir seu senhor com prazer, mesmo sendo o filho de uma nascida trouxa, Monstro continuava sendo um elfo-doméstico conservador, foi quando eles perceberam o quanto seria difícil traçar uma história cronológica da magia e existência élfica.
- Monstro, me traga um pouco de água, estou com sede, mas não precisa ter pressa. – Falou o garoto Malfoy com tom de quem tinha uma idéia. Desta vez, Monstro não desaparatou, simplesmente levantou devagar do sofá e se dirigiu para fora da sala sendo lentamente engolido pela escuridão que estava o corredor que levava à cozinha.
- Você pode me explicar? Sei que não está realmente com sede.
- Não sei se você está percebendo Granger, mas esta entrevista com o Elfo está fracassando. Achei que seria melhor programar alguma coisa, algum plano entende? Pra fazer ele dar respostas mais detalhadas.
- Não consigo pensar em mais nada, acho que por mais que o Harry tenha pedido pra ele nos tratar bem, a raiva que ele sente por bruxos nascidos trouxas é maior, e não vai deixa-lo falar. Eu queria saber porque os elfos também têm essas atitudes contra nós...
- É evidente que é por causa dos senhores, os Elfos não têm opinião própria, acham tudo que seus senhores acham.
- Bruxos... – Monstro resmungou ao dizer esta palavra ao chegar lentamente, assim como saiu, mas agora seu olhar era de indignação – Sempre tão arrogantes, prepotentes e egocêntricos. Vocês acham que são as causas de tudo, mas Monstro sabe que não é assim, nunca foi, não seria agora, nem sempre os elfos serviram. Monstro e todos os outros elfos sempre deixaram que tudo fosse visto assim, é até mais conveniente, Monstro não precisa de glória, coração de bruxos é que a quer. Menina Granger, tão inteligente, bruxa tão esperta, nunca pensou que Elfos são passados pelas linhagens bruxas? De modo que se linhagem bruxa acaba e só resta os sangues ruins, com perdão da palavra, então não temos mais senhor nem pra onde ir. Como vive um elfo livre? Em mundo bruxo não tem lugar pra elfo livre, nem em mundo trouxa. – O pequenino entregou ao Malfoy o copo com água e sentou-se. Por vários minutos os três apenas se encararam e Hermione tentava pensar no que fazer, no que dizer, as coisas ditas por Monstro precisavam ser assimiladas.
“Nem sempre os elfos serviram”, Analisado as palavras do elfo, Hermione se deu conta que ele sabia como a servidão élfica havia começado e por quê. Se ele falasse muito trabalho seria economizado, de modo que não precisariam entrevistar todos os elfos. Difícil seria arrumar um modo pra que ele falasse, talvez recorrer a Harry, ele como senhor poderia ordenar ao Monstro que contasse tudo, apesar de ser para o bem geral dos Elfos não seria muito justo com Monstro faze-lo falar algo sem ser por livre e espontânea vontade, o trabalho já começaria errado. Decidiu abrir o jogo e deixar por consciência do pequenino.
- Escuta Monstro, eu sei que você sabe por quê os elfos servem aos bruxos e como isso começou, mas sei também que você não está muito a fim de falar, portanto vamos deixa-lo em paz. – As palavras causaram espanto em Draco, que pareceu muito irritado, a garota quase pôde ler os pensamentos dele, como se todo aquele dia tivesse sido perca de tempo. – Mas quero que saiba também que estamos aqui investigando o passado dos elfos pra poder criar leis justas no mundo bruxo, pra quê vocês possam ter condições de viver sem servir os bruxos ou qualquer outro ser, não queremos apenas liberta-los.
Monstro a encarou e ela apenas fez uma curta reverencia de cabeça, a com os olhos fez sinal pra quê Draco se levantasse, estava na hora de ir. O momento dispensava despedidas, já que aparentemente tinham fracassado neste primeiro passo do trabalho, o que fez Hermione pensar que quando uma coisa desmorona na vida, todo o resto do mundo decide desmoronar, tudo decide dar errado, como um prédio sem alicerces. Draco, ainda contrariado já recolhera todo o material que colocara na mesinha, folhas, pena, gravador, e levantara-se para enfim acompanhar a chefe à saída. Segundos antes de levar a mão à porta a voz resmundaga fora ouvida novamente.
- Esperem... Monstro quer ajudar. Monstro não pode falar, pode fazer melhor. Esperem aqui. – Click, e ele desapareceu como fizera durante o começo da visita. “Ele ajudará...” A felicidade transbordava da garota, tanto, tanto, tanto que quando percebeu já estava abraçando Malfoy, como se fossem amigos de longa data, ele também estava feliz, e os dois riam juntos e abraçados de incredibilidade. O que tivera feito Monstro mudar de idéia e o que ele traria não importava agora, a única coisa que realmente valia no momento é que finalmente o rumo das coisas estavam mudando, conceitos haviam sido mudados, atitudes, sentimentos e pessoas, a pequenina frase do Elfo mudara o rumo de todo o trabalho retomando o sentido que fora roubado deste.
Click.Monstro tornou a aparecer, agora mais misterioso, trazia um livro nas mãos. Mas não era um livro comum que se vê em qualquer estante, este estava guardado há anos, o pó revelava, a espessura parecia a de um tijolo, a capa parecia ser feita da pele de algum animal muito bem dotado de pelos, e as folhas eram delicadas, como folhas de uma árvore seca, a todo momento pareciam se quebrar, esta era uma ilusão muito bem criada, pois na realidade aquilo que parecia um papel tão fino e quebradiço tinha consistência para ser usada como corda em um cabo de guerra entre trasgos e hipogrifos.
- Este é o Livro Élfico de Monstro. Ao nascer, todo elfo recebe um já encantado, todos são iguais e a cada 50 anos se atualizam por si só. São dados aos Elfos pra que eles não esqueçam seu povo e real motivo pelo qual servem, e devem servir. O feitiço para fazer o livro, e fazer surgir um cada vez que surge um elfo foi criado junto com a servidão Élfica. Aqui contêm os segredos de nossa magia e nossa história, coisas que bruxos não sabem porque nunca souberam da existência do livro. Nem nunca deveriam saber, pelo menos até que tivéssemos pagado nossa dívida e mesmo assim, só alguém que realmente quisesse ajudar elfos deveria saber do livro. Monstro sentiu que garota Granger é este alguém. Pegue – Hermione estendeu as mãos para receber o pesado livro com os olhos brilhando de emoção, nunca imaginaria que ele pudesse existir, só sabia de sua existência há menos de dois minutos e já estava com ele nas mãos, antes de entregar o livro por completo, Monstro advertiu – Porém, srta Granger precisa decifrar os códigos e única dica que Monstro pode dar é que Elfos são criaturas muito fiéis.
Houve mais um estalido e Monstro desapareceu, algo, talvez o clima em que saíra, dizia que, por hoje, não voltaria mais.

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