Cobiça
La gente anda diciendo por alli
A gente anda dizendo por ai
No escritório vazio, ele ainda podia ouvir o som provocado pelo atrito do salto alto metálico com a cerâmica. Claro que ela ainda estava ali e, provavelmente, eles eram as únicas pessoas que ainda permaneciam no prédio; Ter consciência disso o fez um sorriso curto surgir em sua face... Percebera há alguns meses que ficar até mais tarde no trabalho talvez não fosse assim tão odioso.
Fazia dois anos desde que Hermione Granger passou a trabalhar como tradutora de Runas sob a sua supervisão. Nunca compreendeu o porquê disto, já que quando terminou a escola, tornou-se uma patinadora de sucesso, que viajava o mundo em turnês milionárias... Sim, ninguém sabia, mas ele sempre acompanhou a estrada de glórias dela. Era assim desde o colégio, quando em segredo, a observava patinar graciosa num afastado lago congelado.
Que tu quisieras acercarte a mi
Que você queria ficar perto de mim
Ela chegou tímida e calada, bem diferente da época da escola. Parecia não querer despertar a atenção e a curiosidade das pessoas, mas isso jamais seria possível. Por onde passava, atraia olhares famintos para o corpo perfeito e nas raras ocasiões em que deixava escapar um sorriso, o resultado era ainda mais avassalador. Ele próprio era uma, das várias, provas vivas do quanto àquela mulher poderia atiçar um homem.
Podia até ser uma obsessão, mas ele já decorara os lugares preferidos de sua subordinada, as horas que chegava e saia para o trabalho. Com que mais falava, ou o que gostava de comer ou vestir. Cometera até o ato insano de segui-la uma vez, e quase foi pego na deixa. Nunca fora do tipo modesto, nem queria ser, sabia que entre todas as mulheres de Londres, nenhuma, fosse ou não comprometida, ousaria recusar Draco Malfoy, nenhuma exceto aquela. E isso era intrigante, para não admitir a frustração, e raiva, que sentia cada vez que ouvia um "não" sair da boca rosada e farta da "mulher mistério".
Si tu supieras que te quiero amar
Se você soubesse que quero te amar
Talvez fosse por isso (ler-se: jamais aceitar um não, principalmente de uma mulher), que não se cansava de fazer uma simples pergunta, diariamente, a Hermione.
Os passos dela já estavam longe e difíceis de ouvir, mas havia o cheiro... aquele cheiro que não o deixava dormir á noite sem ter que tomar um banho frio a cada final de sonho. Aquele que era um verdadeiro sensor sobre sua localização exata, podia passar-se anos, e continuaria sendo fácil encontrá-la.
Á passos silenciosos seguiu em direção ao melhor aroma que já havia conhecido, encontrando sua dona parada diante uma estante, tentando alcançar um livro na prateleira mais alta e numa posição que destacava ainda mais suas curvas; teve que soltar o ar devagar para não ceder à tentação de soltar um assobio.
“Dessa vez ela não me escapa”, pensou enquanto se aproximava sorrateiro por trás, colocando uma mão em sua cintura, além de colar o próprio corpo ao dela, sob o pretexto de pegar o livro que ela desejava.
Que hasta el cielo te quiero llevar
Que até o céu te quero levar
Merlim era a maldita testemunha, mas ao invés dela reagir ao seu toque, ele foi a única vitima daquele contado.
- Obrigada, senhor – disse Hermione, sua voz soando tão ou mais suave aos ouvidos do loiro. Ela saiu de seu “abraço”, o rosto transbordando numa seriedade que nem de longe sentia; Lembraria de agradecer a quem quer que fosse por não ter permitido que se derretesse toda ao sentir a mão quente e forte de Draco Malfoy em sua cintura.
- Não há de quê – disse Draco, forçando sua respiração parecer estabilizada – Por que ainda está aqui? – indagou desnecessariamente, sabia muito bem o motivo.
- Faltava pouco para terminar a tradução que a Prof.ª Minerva encomendou, então decidi ficar até finalizá-la. Se o senhor quiser sair agora, eu posso fechar tudo – disse a morena, olhando para algum ponto da face do homem que não fosse seus olhos.
- Mesmo depois de anos continua se dirigindo a ela como professora, não é Hermione? – ele disse, fazendo-a cometer um grande erro: encará-lo nos olhos. Era impressão sua ou havia algo de cálido no tom de voz de Draco Malfoy?
Podia comparar o olhar cinzento de seu chefe a um céu preparando-se para uma forte tempestade, daquelas que te obrigam a ficar em casa por horas a fio, deitada numa cama larga e aconchegante, na companhia de alguém especial. Mas isso não aconteceria com ela, não mais. E por essa razão não devia olhar, mesmo que em alguns momentos, - como aquele -, fosse simplesmente impossível de resistir. Por que, havendo tantas mulheres em Londres, ele a perseguia daquela maneira? Por que justo ela? Não voltara para sua cidade natal para arrumar problemas, apesar de eles parecerem querê-la e agora estarem personificados na figura daquele loiro incrivelmente sedutor.
No me dejes solo con mi corazon
Não me deixe sozinho com o meu coração
O destino tentava lhe pregar uma nova peça, mas há muito tempo ela havia decidido que jamais se entregaria novamente, não importava o quão maravilhoso Draco lhe parecesse, já sabia como terminava esse tipo de história. Aprendera da maneira mais difícil a não se deixar enganar por um rostinho bonito e palavras que sempre passariam um falso afeto.
Que esta enloquecido con esta pasion
Que estou enlouquecido com esta paixão
A menina boba e sonhadora de outrora havia morrido ao enfrentar, com as mãos nuas, a dura realidade.
- Uma mania antiga – disse a morena de modo vago, desviando o olhar ao tempo que se afastava apresada.
Observou-a se distanciar; Aquela mulher estava fazendo-o perder o resto da pouca sanidade que ainda tinha, precisava fazer algo para se aproximar e ganhar sua confiança, mas era necessário planejar com cuidado, pois alguém como ela não se impressionaria com qualquer coisa. Voltou a chamá-la, vibrando internamente ao vê-la parar de chofre.
Si es que me deseas nena dimelo
Se é que me deseja então me diga
- Perdão? – disse Hermione, virando-se para encará-lo; seu cenho franzido em confusão.
- Perguntei se não quer uma carona – ele sorria, daquele jeito que só um legitimo Malfoy sabe fazer. Hermione sentiu vontade de azará-lo, talvez assim ele parasse com aquilo, e suas pernas poderiam deixar de ser gelatina. – Já está ficando tarde... – o loiro continuou - E eu pensei...pensei que talvez, talvez você quisesse...sei lá, chegar mais rápido em casa, digo, na sua casa.. – disse Draco, xingando-se mentalmente por está se comportando como um estúpido adolescente apaixonado.
Porque por tu amor estoy muriendo yo
Porque por ter seu amor estou morrendo
Abre parênteses
Sim, apaixonado. Era maduro o suficiente para admitir que era uma paixão desenfreada, louca, inconseqüente e assustadora o que sentia por Hermione Granger.
Algo que julgava ser passageiro, algo que precisava acreditar que era passageiro.
Fecha parênteses
Ay dimelo, ven dimelo
Ai me diga, vem me diga
- Agradeço a gentileza, senhor, mas não quero incomodar.
- Não seria nenhum incomodo de modo algum – ele se apressou em dizer.
- Ainda assim, é não – ela abriu um fino e rápido sorriso que fez o coração do antigo sonserino acelerar algumas várias batidas – Gosto de caminhar á noite – Ele sabia disso, mas era um Malfoy, e sendo assim, nunca daria o braço a torcer... – Boa noite, chefe – disse Hermione, dando meia volta e retomando seu caminho.
...Ou talvez desse, temporariamente, é claro.
- Você tem certeza? – disse o loiro um pouco mais alto, fazendo-a resmungar algo inaudível e responder sem se virar:
- Tenho, o senhor pode ir. – disse, conservando o tom de indiferença.
De costas, não pôde ver a expressão no rosto do homem se transformar e endurecer, enquanto ele se virava para sair do local de trabalho tentando conservar o resto de orgulho que tinha. Mas ainda lhe restava uma carta escondida na manga... E ainda que Hermione Granger não soubesse, ele já havia providencia uma maneira de ficar com ela naquela noite.
Porque por tu amor estoy muriendo yo
Porque por ter seu amor estou morrendo
Como havia planejado, passou a organizar suas coisas assim que terminou a tradução solicitada pela sua antiga professora, finalmente chegara a hora de ir embora, para o seu tão merecido descanso. Não pode refrear um suspiro de alivio ao perceber que a sala de seu chefe estava muito bem fechada e o silêncio reconfortante que preenchia o lugar. Com poucos movimentos da varinha, todas as outras janelas e portas tinham sido trancadas, para apenas na segunda-feira de manhã serem reabertas.
Ay dimelo, ven dimelo
Ai me diga, vem me diga
Ganhou a rua tranquilamente, sua casa ficava um pouco longe dali, mas não se importava, seu apreço por caminhadas, em destaque as noturnas, vinha de anos. Ainda mais ela negava-se terminantemente a perder a oportunidade única de apreciar a luz da lua e das estrelas, tão belamente pintadas no céu escuro aquela noite. Abriu um amplo sorriu ao observá-las, sem dúvidas aquele era um dos espetáculos naturais mais bonitos de se ver.
Desfez o elegante coque da cabeça, deixando os longos e cacheados cabelos castanhos dançarem sob a música da costumeira brisa fria, e abraçou o próprio corpo, continuando seu caminho a passos lentos e despreocupados, ouvindo o barulho de seus saltos se misturarem ao uivo do vento e aos fracos latidos dos cães dentro de suas respectivas casas.
Si yo pudiera acariciar tu piel
Se eu poderia acariciar sua pele
Seria uma noite comum se um homem alto e loiro não a seguisse de longe, nas sombras, tendo prudência suficiente para controlar a vontade de se aproximar mais, nem que fossem algumas passadas silenciosas.
Chegava a ser torturante admirar, como um devoto, a beleza daquela mulher e estar proibido pelas circunstancias, - que nem ele mesmo saiba quais eram -, de apreciá-la de perto, tocá-la, até mesmo como um amigo distante.
Tu cuerpo entero quiero conocer
Seu corpo inteiro quero conhecer
Tudo o enlouquecia... O modo como a luz banhava os cachos amarronzados, conferindo a eles um brilho ainda mais intenso, e tornando, de um jeito que beirava a indecente, fascinante a textura da pele levemente bronzeada; o movimento sutil dos quadris era tão sedutor, e o fato dele saber que a bruxa em questão não tinha idéia de quão maravilhosa era, só aumentava o seu grau de perfeição a seus olhos.
Seu caminhar era suave, despreocupado, e quando percebeu que ela abraçava o próprio corpo, teve que respirar fundo algumas vezes e fechar as mãos em punhos firmes, além de refrear o ritmo de seus passos; temia sucumbir a uma parte de si, - a maior, por sinal.-, a qual exigia aos berros que corresse até a morena e a tomasse nos braços, oferecendo seu próprio calor, o qual tinha certeza que serviria perfeitamente para ambos.
Esta pasion no me deja dormir
Esta paixão não me deixa dormir
Os minutos nunca pareceram tão vagarosos como agora, ainda faltavam dois quarteirões até a casa dela, mas já não agüentava mais a ansiedade que corroia-lhe o peito desde que saíra de seu local de trabalho. Odiava esperar, ainda mais quando era obrigado a isso, como agora.
Então, contradizendo todos os plantões meteorológicos, um trovão cortou o céu, sendo seguido de incontáveis e velozes gotículas de água gelada, que atingiram sem perdão todos os desavisados que se encontravam em baixo.
Este deseo no me deja vivir
Este desejo não me deixa viver
Já devia está acostumado com o fato daquela garota sempre conseguir o surpreender, mas, pelo visto, ela ainda tinha o poder de deixá-lo “abobado”, sendo minimamente sincero. Foi com um sorrisinho torto que constatou que estava errado ao pensar que ela se apavoraria com a chuva e aparataria de imediato. Rindo devido a sua estupidez, observou Hermione soltar um gritinho de pura felicidade enquanto abria os braços e jogava a cabeça para trás, rodando no seu próprio eixo; o sorriso mais lindo que já a vira dar tomando um lugar de destaque em seu belo rosto.
Nada como uma boa chuva para lavar o espírito, levar para longe todas as preocupações do dia-dia. Forçou-se a não seguir o impulso infantil de tirar os sapatos e pular nas poças que se acumulavam, além da vontade insana de dar algumas cambalhotas, e seguiu em frente, sorrindo e rindo feito uma criança que recebera a feliz noticia que o Papai Noel comera todos os biscoitos de chocolate que deixara perto da árvore de Natal e, como recompensa por ter sido uma garotinha boa durante todo o ano, recheara a mesma com presentes de todos os tamanhos e formas.
Absorta demais em sua própria alegria para perceber qualquer coisa além da chuva caindo ora suave, ora maldosa, em sua pele, voltou a girar com os braços estendidos, agora para cima; nem um pouco preocupada com o escarcéu que a síndica de seu prédio faria ao ver, pela manhã, todo o seu precioso piso ensopado de ponta a ponta.
Riu sapecamente só de imaginar a cena, riso esse que foi perdendo a força quando seus olhos distinguiram um pouco mais a frente o contorno de um carro preto e dois homens próximos ao automóvel, um escorado na porta da BMW e outro no murro de algo que acreditava ser uma loja. Um arrepio percorreu-lhe a espinha, e ela tinha certeza que a causa dele não tinha nada a haver com o clima.
Voltou a abraçar o próprio corpo e acelerou um pouco o passo- algo lhe alertava que não devia retroceder-, procurando sempre olhar para frente e transformar a sua fisionomia na mais neutra que uma situação como aquela pedia. Disfarçadamente, puxou a bolsa para junto do corpo e xingou-se por gostar tanto de saltos, eles a impediriam de correr com a eficiência que já não tinha, caso precisasse. Engoliu em seco.
- Veja só, Sam... – começou um dos homens, num tom de voz que se sobressaísse ao som da chuva, agora mais fraca. Ele usava um macacão surrado pelo uso continuo, negro, e um boné furado da mesma cor, cobrindo os cabelos crespos – Parece que hoje o Todo Poderoso revolveu liberar anjos em vez de apenas água – disse, seus olhos brilhando numa malícia que fez Hermione se sentir a mais suja das mulheres.
O outro homem riu alto, o som áspero enchendo o ar e quebrado a calmaria e pureza trazida pela chuva. Este estava visivelmente mais bem vestido que o outro, uma calça jeans, que mesmo molhada tinha a aparência nova e conservada, e uma blusa branca, regata, aparecendo pela brecha do casado negro, de bolsos. Ele mantinha as mãos ali dentro, dando a incomoda impressão que segurava algo próximo a cintura, algo grande.
Hermione voltou a engolir com dificuldade ao perceber esse detalhe pelo conto do olho e apressou mais o passo, deixando a cabeça e os ombros um pouco curvados, tanto pelo frio cortante quanto pelo medo.
- Concordo, Don... – disse o homem chamado Sam, desencostando-se do carro e subindo na calçada, andando relaxado na mesma direção que a morena, e logo sendo imitado pelo companheiro. – Hei, graçinha não quer uma carona até o paraíso? – indagou malicioso, fazendo o amigo explodir em risadas pavorosas aos ouvidos que qualquer individuo de bem – A vadia da minha mãe adoraria ter você como nora...
As gargalhadas dos dois homens fizeram o estômago da tradutora revirar numa cólera alucinante e ela se preparava para correr o mais que pudesse assim que chegasse a esquina, era desesperador saber que por mais alto que fosse o volume de seus gritos, ninguém apareceria para ajudá-la; ainda mais estando com a garganta tão estranhamente seca. Puxou o ar com mais força, só não podia deixar o pânico dominá-la.
- Hei doçura, ele está falando com você! – disse o de cabelos crespos, num grito que sobressaltou Hermione, andando mais rápido. Suas passadas largar ecoando no ar. – Quem foi o gato de sorte que comeu sua língua, hein amor? – perguntou Don, erguendo o braço musculoso na direção dos cabelos da mulher.
O repentino puxão fez Hermione gritar e se virar para encará-los, tento força o suficiente para se livrar do agarro do estranho. Pálida e com a respiração acelerada, recuou alguns míseros passos, fazendo-os rir.
- Fiquem longe! – ordenou Hermione, surpreendendo a si mesma ao ouvir sua voz soar firme e clara – Estou avisado, finquem longe! – repetiu, tocando instintivamente o colo, lugar onde repousava sereno um colar de prata. A única lembrança que tinha de sua bisavó.
Estava tão apavorada que seus ouvidos ignoraram o som semelhante a alguém aparatando um pouco atrás de si.
- Oras, não fique assim, minha graçinha – disse Sam, sorrindo numa diversão ferrenha – Nos só queremos trocar uma palavrinha contigo – zombou, se adiantando para segurar-lhe o braço.
A morena se esquivou e já estava pronta para correr em disparada na direção do tráfego pouco se importando se seria ou não atropelada, quando uma voz forte e rouca, deveras conhecida, chegou a seus ouvidos como um bálsamo.
- Granger?
Assim como a voz, os passos não tardaram a serem ouvidos, e logo a fisionomia atlética de Draco Malfoy se distinguiu no meio da fina caroa. Tão alto quanto os dois homens e parecendo ainda mais forte e imponente, ele trajava a mesma roupa que usava no trabalho, com a diferença dela está molhada, e um guarda-chuva negro cobria-lhe parcialmente a face. Fato que ele fez questão de modificar quando pouso uma das mãos no ombro trêmulo da mulher, apertando sutilmente a região antes de conduzi-la para seu lado e passar-lhe a guarda do objeto.
- Boa noite, senhores – disse cordial, apesar de sua voz soar gélida – Desejam algo?
- Nada que seja da sua conta, cara! – despejou Don, franzindo o cenho ao ter a impressão de ver algo brilhar no colo da mulher. Hermione percebeu, e puxou mais a blusa para cima. – Nosso assunto é com a moçinha ai!
- Não vejo nenhum assunto que a cara dama possa querer tratar com os cavalheiros, sinto muito...- disse Draco, a sombra de um sorriso sarcástico no canto se seus lábios deixando claro que não sentia absolutamente nada – E, vejam só, já passa das onze... – constatou o loiro em voz alta após uma breve olhada no relógio de pulso, com o manejo da cabeça, entrelaçou seus dedos com os da mão livre da bruxa -... se nos dão licença, vou levar minha amiga para casa...
- Pode ir parando ai, chefia! – disse Don, o brilho de cobiça cintilando em seus olhos, que não saíram do colo da morena – O que você tem ai, dona? – quis saber, avançando um passo.
O ato fez Draco reagir instintivamente, colocando-se em frente à mulher. Don riu pelo nariz, lançando um olhar significativo para o amigo, que assentiu.
Tudo aconteceu em uma fração de segundos, e antes que Draco pudesse pensar em sacar sua varinha, foi atingido pelo punho certeiro do homem e lançado ao chão, levando Hermione junto, com o impacto do golpe. O corpo dela amorteceu sua queda e a dor que já sentia, mas não pode dizer o mesmo da bruxa, a qual recebera dor ainda maior por suportar o próprio peso somado ao seu quando chocaram com o chão duro e molhado.
Apesar de baixo, seus ouvidos distinguiram um choramingo vindo do corpo sob o seu, e isso foi o bastante para um ódio sem tamanho irromper dentro de si, fazendo-o erguer-se feroz e partindo para cima dos dois agressores totalmente esquecido que portava consigo uma varinha mágica.
Mesmo sentindo a cabeça latejar insuportavelmente e algo viscoso escorrendo pela lateral de sua face, forçou-se a pôr-se de pé, ainda que cambaleante. Sua visão estava turva, mas não o suficiente para impedi-la de acompanhar, chocada, os acontecimentos que se sucediam bem na sua frente.
Seu chefe levara os dois ladrões para um pouco longe de si e os enfrentava sozinho. Os malfeitores pareciam terem se esquecido de sua existência, agora o intuito deles era machucar o loiro. Draco defendia-se bem, com socos fortes e chutes certeiros, mas pelo fato da luta não ser justa, ele mais apanhava do que batia. Ter consciência disso a fez gritar apavorada, fato que apenas pirou sua dor e chamou a atenção dos homens.
O mais baixo deles, o chamando Don, sorriu para ela, os dentes já pútridos, sujos de sangue. Seu estômago revirou ao ver o liquido vermelho e ela recuou, tropeçando nos próprios pés e desejando ter permanecido calada, assim que percebera a intenção do trouxa de se aproximar. Algo que nunca chegou a acontecer, já que Draco o agarrou pelo tecido do macacão, girando-o para sua frente e o usando como escudo contra a seqüência de golpes que o outro trouxa passou a desferir.
Sam não tardou a perceber seu erro e avançou contra Draco cerrando os dentes, mas o loiro estava prevenido e antes que o outro pudesse se esquivar, foi atingindo por um muro de esquerda no nariz. A força do golpe foi tanta que pode-se ouvir o som de algo se partindo, além dos gritos de dor do ladrão. Passou-se tempo suficiente para Don colocar-se de pé, mas o novo grito de Hermione, mas ensurdecedor que o anterior, teve poder de distraí-lo novamente.
Um sorriso presunçoso nasceu nos lábios machucados de Draco e, de muito bom grado, ele aproveitou a deixa, dando um soco na boca do homem menor, lançando-o ao chão, e girou o corpo para poder dar mais dois no maior, um no nariz, já quebrado, e outro em seu abdômen, fazendo-o curvar-se, unindo seus urros de dor aos do amigo.
Ainda com certa dianteira, Draco correu até Hermione, e por estar de costas, não viu o delinqüente tirar algo de dentro das roupas e apontar em direção à sua cabeça, mas a morena viu...
Porque por tu amor estoy muriendo yo
Porque por ter seu amor estou morrendo
Um grito de horror cortou o ar como uma faca afiada, junto com o som estridente de um disparo de arma de fogo, que culminou no tenebroso silêncio e pôs fim a tranqüilidade noturna de Londres.
N/Rhaissa: E cá estou eu em mais um projeto de fanfic, mas dessa fez com uma “pequena” diferença, já que embarco nessa ao lado da grande autora e amiga Imogen. Minha companheira já sabe, mas eu vou dizer outra vez: estou adorando escrever essa fanfic com a sua parceria! Deus, Merlim, Morgana e todos os anjos e arcanjos abençoem o dia em que eu tive a brilhante idéia de chamar a Imogen para escrever uma “short” comigo, pois realmente uma idéia estupenda, fenomenal, maravilinda e que está me rendendo boas risadas e muito aprendizado.
Virando a página da “pauta”, me dirijo aos nossos adorados (que por sinal são muito amados) leitores: MUITO OBRIGADA, GENTE!
Nossa, eu me surpreende com o número de comentários e votos, todos em tão pouco tempo. Muito obrigada mesmo gente, pelo apoio, pela confiança, por vocês gostarem de ler as minhas fanfic, as da Imogen, e agora a nossa fanfic em parceria, enfim, obrigada por tudo!
Muitíssimo obrigada também ao Arzobispo que está fazendo capas maravilhosas pra gente! Muito obrigada mesmo!
Espero que gostem do primeiro capítulo, e digam o que acharam dele.
Ah, digam também o que acham que vai acontecer com o Draco, a Hermione e com os dois trouxas! *sorrindo animadamente*
Beijocas estreladas a todos!
Até o próximo!
N/ Imogen: Um belo dia, Rhaissa me perguntou: " hei, você topa me ajudar a escrever uma short? eu tive uma idéia..." - e logo eu que sempre achei uma loucura levar dois ou mais trabalhos simultaneamente, disse: "claro!". Somente após trabalhar as primeiras linhas me dei conta de duas coisas: 1- escrever com alguém pode ser uma experiência muito interessante e enriquecedora. 2 - Algo escrito por mim e Rhaissa jamais poderia ser simples.
Tenho sérias dúvidas se a classificação "short" será realmente adequada. Mas aqui está o primeiro capítulo desta parceria e eu espero que vocês gostem e aprovem essa idéia de escrever à quatro mãos. Meus sinceros agradecimentos a minha amiga e mais nova parceira, Lady Rhaissa Black, ao Arzobispo por mais capas perfeitas e a todos os leitores, que mesmo antes de ler o texto já nos deixaram elogios e palavras de incentivo. Muito obrigada!
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