O prato que se come no armário




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Capítulo IX
O prato que se come no armário



"As importantes descobertas da magia moderna...", e por enquanto isso. "As importantes e fantásticas descobertas da magia moderna...", se a professora avaliar apenas esse titilo copiado do livro, posso tirar uma nota boa, quem sabe. Voltei a apagar já começando a ficar irritada. Não estava nem na sala de estudos, muito menos no Salão Comunal, nem no dormitório, nem Biblioteca, enfim, nenhuma dependência coberta daquele castelo.

Não consigo mais concentrar meu pensamento no que estou fazendo quando tem mais de duas pessoas no mesmo espaço do que eu. Era frustrante. O tempo tinha colaborado, aquela nevasca já tinha passado, aquela segunda feira era uma das melhores da estação. O gelo cobria tudo mais a sensação térmica era melhor do que antes. Sentada num dos bancos gelados daquele jardim morto e vazio, tentava me concentrar.

Uma voz ecoou na minha mente. Ergui minha cabeça num estalo e olhei em volta procurando o dono da voz. Ninguém a pelo menos dez metros dali. Meneei e voltei a tentar escrever. A voz pareceu ficar um pouco mais forte, como se estivesse lutando para soltar um misero sussurro. Não sei o que dizia e não queria saber tão cedo. Olhei dos lados constantes vezes. Minha respiração começou a acelerar, minhas luvas já não mantinha mais calor em minhas mãos. Juntei as coisas com uma pressa sem tamanho que posso até ter esquecido algo lá.

Levantei ainda apreensiva e observadora a todos os míseros detalhes. Quem escuta vozes sinistras nessa vida é o Harry, não eu, eu ainda não tenho esses tipos de problemas e nem quero. Enfiei os livros dentro da bolsa, bati a neve da minha roupa e corri para dentro arrumando meu gorro. Nos corredores ainda mais vazios, já pude tirar uma volta do meu cachecol e respirar um pouco melhor, mas isso não tirou minha preocupação.

A voz parecia, agora, estar naqueles zumbidos chatos que aparece normalmente quando você menos quer. Meneei de novo e apertei os passos olhando constantes vezes para os lados e, especialmente, para trás. A sensação de estar sendo perseguida, o zumbido no ouvido e esses calafrios idiotas estavam começando a me deixar amedrontada e olha que não fico com medo de qualquer coisa.

Olhando para trás em passos mais do que rápidos, acabo esbarrando em alguém e quase indo ao chão. Dei um berro que ecoou por todos os corredores gelados e meu coração simplesmente parou de bater por alguns segundos.

- Não olha por onde anda, Granger? – Snape. Não sei se estou feliz ou triste em vê-lo, só sei que me assustou, de verdade.

- Me-me desculpe, professor.

- Aconteceu alguma- - Eu olhava constantes vezes para trás e me demonstrava inquieta. – coisa?

- Não, professor, não aconteceu nada, com licença. – Apertei o passo passando por ele e subindo as escadas principais.

Pessoas, gente, calor humano finalmente.

Entrei na Sala Comunal da Grifinória, praticamente um recanto de jovens desocupados e com frio. Lá sim estava quentinho, acho que ninguém está muito preocupado em estudar, essa é a verdade. Deixei as minhas coisas em cima de uma mesa olhando toda aquela gente ainda com aquilo na cabeça. Queria saber o que a voz dizia... Tá, não queria, mas por que eu? Harry que é o perseguido e problemático nesses assuntos, não a pobre Hermione...

Tirei meu cachecol e um dos meus casacos quando sinto uma mão gelada por debaixo da minha blusa na altura da minha cintura. Dei um pulo já xingando o desgraçado. Eu, completamente quentinha, e aquela mão gelada e sem vida tocando na minha pele, um absurdo.

- Seu idiota...! – Lhe dei um tapa no ombro.

- Foi mau, pricess, não resisti vendo essa pele branquinha e quentinha, que a propósito, tomar um bronze não lhe faria mal, sabia? – Mostrei a língua e me sentei na mesa. – Terminou, né? – Concordei sorrindo. – E sempre com o sorriso no rosto... – Rolou os olhos.

- Lógico, Tony! – Sentou-se ao meu lado. – Olha, eu não vou dar o gostinho de me ver triste a ele.

- E faz certo. E o próximo? – Simplesmente lhe mostrei o dedo médio rolando os olhos.

- Um tempo para mim, Ok? – Fez uma cara de desanimado.

- E o Tonyzão? Quando terá a sua vez?

Não posso dizer que essa pergunta me deixou surpresa, mas também não posso dizer que já esperava.

- Você é meu amigo, Tony, e uma coisa que eu valorizo pra caramba, é a amizade.

- E o Potter? Você pensou nisso quando deu uns pegas nele? – Tampei sua boca com brutalidade.

- Seu animal...! – Soltei totalmente furiosa. – Você é doido?!

- Um pouquinho só. – Sorriu largamente.

- Tem certeza? – Cruzei os braços e olhei para o outro lado.

- Ah, pricess, não fica brava comigo... – Me deu um abraço comigo ainda emburrada e virada para o outro lado. Beijou o topo da minha cabeça e me apertou quase me asfixiando.

E mais uma vez, aquele zumbido invadiu o meu ouvido. Soltei-me rapidamente de Tony rindo, mas quanto mais intenso, menos eu prestava atenção nas coisas ao meu redor. Tentei me focalizar na boca de Tony que estava tagarelando sem parar mas não conseguia. Olhei ao redor, tentei ver as pessoas mas estavam ficando embaçada, não, não desmaie aqui. Não desmaie, não desmaie...

- Hermione? – Tony me sacudiu mais uma vez. – Tá tudo bem? É a quinta vez que eu te chamo e você não me escuta. – Sacudi a cabeça e voltei ao mundo respirando fundo. Só me falta ser os remédios que não estão mais conseguindo fazer efeito, só me falta ser isso.

- Tá, tá sim, só uma ausência momentânea. – Sorri falsamente.

- Ah... – Olhou para mim não acreditando muito mais mudou de assunto rapidamente.

***


- Sim, senhorita Granger, está dispensada. – Professora Keiko terminara de ler o comunicado expedido pela Madame Pomfrey e assinado por McGonagall. Olhou-me com desprezo e pediu que eu me retirasse rapidamente porque a aula já ia começar.

Fechei a porta, arrumei minha bolsa no ombro e peguei o rumo para a sala de estudos. Se Filth me pegar nos corredores nos horários das aulas, seria um belo motivo para ir logo a Snape ou a McGonagall, aquele que estivesse disponível para me punir. Filth é o tipo do cara que atira primeiro para depois perguntar.

Ao virar num dos corredores, parei um pouco antes. Encostei-me atrás de uma estátua e fiquei de olho naquela cena que estava presenciando.

- Olha, Harry, eu já coloquei meus pensamentos no lugar e- - Gina. Gina, provavelmente tentando reatar com Harry. – eu não consigo ficar longe de você. – Acho que vou vomitar.

- Mas você pensou bem?

- Pensei, Harry, ponderei tudo e mesmo você sendo tão misterioso comigo, eu tenho que entender que estou namorando nada mais, nada menos do que Harry Potter!
– Ironizou fazendo ele rir. Harry pegou em sua nuca e lhe deu um beijo.

Rolei os olhos apertando os punhos. Apoiei-me completamente na estátua e bufei. Ron estava certo, já estava mais do que na hora da gente agir contra essa cenoura inútil.

- Eu tenho aula com a Keiko agora, se eu não chegar em dois minutos, ela me mata. – Correu na minha direção se despedindo. Enfiei-me atrás da estátua mais do que podia para não ser vista por ele.

Bom, que seja. Sabia que um dia ou outro ele ia voltar para a cenoura como um cãozinho que volta para seu dono. Se eu passar o resto da minha vida preocupada com os 'vai e vem' desse casal, eu prefiro dar um tiro no meio das idéias.

***


- Assim mesmo, Deena! – Riu Parvati alto até de mais.

- Mas preto me deixa pálida de mais. – Reclamou se olhando na frente do espelho.

- Madre mia, Deena, você está ótima assim! Vê se pára de ficar colocando defeito! – Sarah já era a mais direta de todas nós. Passei uma das mãos na nuca em sinal de cansaço de tanto ficar ali só vendo elas 'conversarem'.

Deena queria uma roupa perfeita para poder usar amanhã já que ia a Hogsmeade com Ron. Sarah e Parvati a enchiam de palpites e a loira estava a ponto de mandar qualquer uma das duas para o inferno. Levantei-me da cama de Sarah e disse que ia atrás de Anne que falou que ia até a Sala Comunal da Grifinória e até agora não tinha voltado.

Fechei a porta e rapidamente, fui até a Sala Comunal. Estava cheia, digo de passagem. Lógico, era sexta feira, provavelmente nenhuma festa, nada de mais pelos corredores, então, vamos ficar batendo papo. Oh, não. Já tive uma visão não muito boa. McLaggen a três metros de mim, acho que ele ainda não tinha me visto, mas seus amigos sim. Rolei os olhos e peguei outro caminho colocando uma das mãos no rosto.

Esse é o último idiota que quero ver naquele exato momento. A sala não era muito grande, era verdade, mas tinha suas escapatórias. Olhei todos e nada de Anne. Saí da sala e então, vi a loira apoiada sentada num dos degraus das escadas sem medo que elas mudem do nada. Olhei dos lados, olhei para trás, encarei tudo a volta ainda sem ser vista por ela.

Aproximei-me mas ouvi uma melodia um pouco conhecida.

- I'm gonna trade this life for fortune and fame, I'd even cut my hair and change my name! – Era ela quem estava cantando?? - ‘Cause we all just wanna be big rockstars, And live in hilltop houses driving fifteen cars...

Não, eu não escutei isso, a certinha da Anne cantando rock? Num sorriso de não acreditar muito, desci um dos degraus, logo depois, fiquei ao seu lado me sentando rapidamente. Ela ouvia um iPod muito parecido com o meu, só que era maior daqueles que dá até para ver filmes. Estava com os olhos fechados e compenetrada na música.

- Hey, hey, I wanna be a rockstar! – Abriu os olhos sentindo a presença de alguém, quando me viu, deu um pulo tirando os fones e guardando o aparelho num dos bolsos do sobretudo. – Está aí desde quando? – Eu apenas ri me apoiando em uma das mãos.

- Você canta super bem! Por que parou? – Ela corou, levantou-se e me deixou ali falando sozinha. – Anne! Volta aqui! – A chamei mas fingiu que não me escutou. Começou a descer as escadas rapidamente um pouco irritada.

- Não canto nada bem, Hermione! – Soltou mais do que irritada.

- Me desculpe ficar te ouvindo é que eu não resisti. – Ri mais uma vez.

- Isso não é motivo para achar graça. – Fiquei séria no mesmo momento. Apenas a seguia pelos corredores até o Salão Comunal que estava também com uma porção de alunos já que o jantar ia ser servido daqui uns dez minutos.

- Anne, escuta o que eu estou dizendo, você canta super bem! – A parei segurando pelo braço.

Me encarou durante alguns segundos e suspirou. Soltou-se e pegou num dos meus braços me arrastando para onde não tenha muitas pessoas.

- Eu estou pensando- - Olhou para os próprios dedos e depois voltou a me olhar insegura. – em- - Rolei os olhos. – entrar para o coral da escola.

Eu fiquei um pouco surpresa. Limpei a garganta e voltei a andar, Anne me seguiu esperando a minha opinião. Eu apenas meneava com a cabeça, rolando os olhos constantes vezes pensando em Anne, aquela que eu ouvi, alto e em bom som, cantar Rock, cantar uma musiquinha clássica qualquer. Não combina! Para falar a verdade, nada do que está acontecendo nos últimos momentos têm motivos óbvios para combinar.

- O Coral é um suicídio social. – Comentei rapidamente sem olhá-la, pegando o caminho de volta para a Sala da Grifinória.

- Mas-

- E também, lá você vai aprender a cantar baladas chatas e irritantes! Pode ter certeza, já assisti a um ensaio.

- Eu sei, mas eu queria apenas-

- A não ser que você queira reinventar um coral e fazer uma banda de rock. – Ri e Anne parou. – Vamos? – Perguntei ainda rindo.

- Então, não é uma boa eu entrar para esse coral?

- Não mesmo! – Fiz alguns gestos. – Esqueça, coral é o fim.

Aquele zumbido tinha voltado, só que tinha voltado com muito mais força. Parei, tentei me segurar em algo procurando o ar mas além de quase ir para o chão, minha cabeça pesou e quase fui ao chão.

- Hermione! Fala comigo! – Chamou Anne várias vezes me encostando numa das paredes.

- Você ouviu? – Perguntei depois de lúcida.

- Não, o que? – Não, não podia estar ficando louca, não podia!

- Nada. – Ela nunca iria entender.

***


O final de semana foi um dos mais rápidos que já presenciei. Nem tive tempo de descansar tudo aquilo que eu queria, afinal, tive que resolver alguns problemas como a intervenção de Gina e Luna no namoro de Deena e Ron.

Bom, a loira foi a Hogsmeade com Ron no sábado, estava tudo tão perfeito que até desconfiei. Eu não tenho idéia como aconteceu e nem de onde aquelas duas tiraram essa idéia de prender Deena dentro do banheiro da Dedos de Mel e deixá-la lá por umas duas horas. Como eu soube que foram elas? Básico, estavam muito felizes e não desgrudavam de Harry e de Ron. Foi terrível ver o estado em que Deena se encontrava quando achamos ela.

Estava, além de aos prantos, suja e cheirando mal. Naquele dia, não fizemos nada. Deena estava muito abalada com tudo aquilo e nem na cara de Ron queria olhar; Acho que eles se entenderam e nem adiantou a loira falar que Gina e Luna foram as reais culpadas porque ele não ia das ouvidos. Ora, era sua irmã e sua ex-namorada, para Ron, são praticamente as ultimas pessoas a fazerem mal a ela, já que querem apenas o bem de Ron, entenderam?

Agora, era segunda feira à noite. Estava fazendo minhas rondas ouvindo música e longe de mais para prestar atenção em infratores de regras. Só queria que as horas passassem um pouco mais rápidas do que o habitual para que eu pudesse dormir. Sentei-me num dos bancos nos cantos dos corredores. Ficava balançado meus pés suspensos olhando dos lados e cantarolando a música bem baixinho.

Apenas mais quinze minutos. Não sei ao certo, mas parecia ter ouvido algum barulho. Retirei um dos fones e inclinei minha cabeça para o corredor. Nada, nem ninguém. Ameacei colocar o fone novamente quando escuto ainda mais alto. Levantei-me rolando os olhos. Rezava para não ser um gato perdido ou um rato, senão ia tacar para bem longe de mim.

Andei até o suposto barulho, ouvi vozes humanas então parei. Estavam no corredor ali do lado, só de inclinar a cabeça lentamente podia ver que era um casalzinho em seus momentos de paixão. Poderia autuá-los ali mesmo, ou chamar Filth que ia encaminhá-los para McGonagall, quem sabe Dumbledore. Mas eu estou com muito bom humor, então, vou tratar disso sozinha.




I hope the ring you gave to her turns her finger green.
Eu espero que o anel que você deu a ela deixe o dedo dela verde.

I hope when you're in bed with her, you think of me.
Eu espero que quando estiver na cama com ela, você pense em mim.

I would never wish bad things but I don't wish you
Eu jamais desejaria coisas ruins mas não te desejo o bem

Well,
Então,

Could you tell by the flames that burned your words
Você conseguiu perceber pelas chamas que queimaram o mundo



- Mc, acho melhor irmos, e se alguém pegar a gente aqui? – Sussurrou a voz feminina. Meus pés pararam ainda não podendo ser vista. Abri um sorriso malicioso nos lábios e uma idéia veio a minha cabeça.

- Ok, então amanhã, nesse mesmo horário, na frente do Salão Principal, tudo bem? – Olhei rapidamente no relógio do meu pulso e marquei que horas eram.

Podia fazer eles perderem alguns pontos agora, ou posso esperar e fazer uma coisa muito pior. A segunda opção me parece ser melhor.

Corri até o outro corredor, longe do caminho de qualquer um deles para não ser descoberta. Encostei-me a parede cruzando os braços num sorriso sarcástico estampado no canto dos meus lábios.

Não disse que ia me vingar? Prepare suas armas, Cormac McLaggen.


I never read your letter!
Eu nunca li sua carta!

Cause I knew what you'd say.
Porque eu sabia o que você diria.

Give me that Sunday school answer,
Dê-me aquela resposta de escola dominical,

Try and make it all ok!
Tente deixar tudo bem!



***


Levantando mais cedo do que costume, não esperei Tony vim me acordar. Tinha que resolver algumas coisas banais que não podia deixar para a última hora. Corri até a biblioteca, já que Sarah fazia parte daquele grupo que eu chamava de 'ratos de biblioteca sem absolutamente nada útil para fazer'. Mas se ela gosta, quem sou eu para dizer alguma coisa contra?! Afinal, eu já fiz parte disso um dia.

Percorri os corredores, passando pelas estantes e lá estava ela, bocejando como se não dormisse há dias; As olheiras profundas e um começo de gripe que podia ver de longe. Guardava os livros com má vontade e irritação. Quando me viu, pegou uns seis deles e jogou nos meus braços antes que eu soltasse um mínimo 'bom dia'.

- Guarde naquela estante. – Como eu disse: pra que questionar? – Acordou cedo. – Bocejou mais uma vez.

- Nem consegui dormir, para falar a verdade. – Guardei os livros e fui até ela deixando minha bolsa em cima da mesa. – Preciso da sua ajuda.

- Eu também preciso da sua, mas a minha é mais urgente. – Aponto e pegou mais livros para me dar. – Naquela ali. – Apontou. – O que quer? – Aquele mau humor não era uma coisa comum em sua vida.

- Eu tenho um plano em mente, mas eu não sei exatamente como executá-lo.

- Para quem? – Me deu mais livros, já estava cansada disso.

- Mc. – Soltei voltando depois de ter guardado.


Does it hurt
Dói

To know I'll never be there.
saber que eu nunca estarei lá.

Bet it sucks,
Aposto que é uma droga,

See my face everywhere!
Ver meu rosto em todo lugar!

It was you
Foi você

Who chose to end it like you did,
Que escolheu terminar do jeito que fez,

I was the last to know!
Eu fui a última a saber!

You knew Exactly what you would do,
Você sabia exatamente o que fazer,

Don't say
E não diga

You simply lost your way
Que você simplesmente perdeu o rumo

She may believe you but I never will
Ela pode acreditar em você mas eu nunca acreditarei.

Never again.
Nunca mais.



Parou o que estava fazendo, nutriu um sorriso largo e chamou por um aluno do quarto ano com óculos grandes e espinhas no rosto.

- Guarda isso para mim, Tobby? – Perguntou a menino que concordou sem questionar. Pegou no meu braço e me arrastou para fora dali gritando um agradecimento ao garoto. – Me conta tudo.

Contei na maior empolgação. Sarah concordou com tudo mas disse que é melhor ficar, por enquanto, só entre nós duas. Quanto mais gente souber, mas perigo corremos de sermos descobertas. O único problema que tínhamos, era que o plano tinha que ser executado hoje sem falta, já que era a nossa única chance concreta.

A caminho do Salão Principal, descobri uma coisa ainda melhor. Mc estava namorando, mas pelo que eu vi, não era aquela menina que estava aos beijos ontem nos corredores. A sua namorada era loira, do sexto ano, bem comum, a outra era uma morena com os cabelos cheios que fiz questão de procurá-la em todos os lugares.

Entrei no Salão me sentando para tomar café da manhã mas percebi que não tinha tempo para aquilo. Tinha que ir a sala de McGonagall, pegar a relação das rondas, ir atrás de alguém da Grifinória que irá fazer ronda hoje e trocar com essa pessoa por um dia que eu faria, porque se eu fosse pega nos corredores sem estar nas rondas, estaria tão errada quanto aqueles dois.

Entrei na sala da professora mas não tinha ninguém. Chamei pelo seu nome algumas vezes e nada. Precisava o quanto antes porque em cima da hora, ninguém troca, é sempre assim. Encostei a porta sem fazer barulho, fui até a sua mesa, abri as gavetas e comecei a procurar rapidamente. Pergaminhos, folhas, mais coisas inúteis até achar algo que me interessou.

Era uma prova que ela ia aplicar ao sétimo ano na semana que vem. Espera um minuto, você tem idéia do que você tem na mão, Hermione?! É a prova que você terá mas você não pode saber que vai fazer! Bati os olhos rapidamente nas questões que dava três folhas até a porta se abrir rapidamente. Joguei a prova no meio dos papéis como um salto e fechei a gaveta.

- Granger? Não era você que eu esperava aqui. – Era Gina. Caí nos ombros já pensando que poderia ser McGonagall.

- O que você quer aqui, Weasley? – Continuei a procurar até que achei uma folha com os nomes dos monitores e as rondas de hoje. Bom, já tenho três nomes que posso recorrer.

- O que você faz aqui, é a pergunta certa. – Cruzou os braços segurando um calhamaço de folhas. – Deixa só McGonagall saber disso.

- Estou pegando a relação de rondas, alguma coisa de errado em relação a isso? – Passei por ela quase esfregando a folha no seu rosto.

- Nada... – Sorriu maliciosamente fechando a porta na minha cara. Ergui uma das mãos olhando para aquela madeira para questionar e começar a gritar com ela, mas me contive. Bati os calcanhares e peguei meu caminho.

Bom, sétimo ano da Grifinória não dava pois Ron não estava selecionado. Aqui estava dizendo que Albert Torrance e Sissy Furry do quinto ano e Mark Marshall do sexto, estavam disponíveis para eu fazer minha chantagem emocional. A sineta acabara de tocar. Só um problema: quem são esses?!


If she really knows the truth,
Se ela realmente sabe a verdade,

She deserves you!
Ela te merece!

A trophy wife, oh how cute!
Uma esposa troféu, oh que fofo!

Ignorance is bliss.
A ignorância é felicidade.

But when your day comes and he's through with you,
Mas quando seu dia chegar e ele terminar com você,

And he'll be through with you
E ele vai terminar com você

You'll die together but alone.
Você morrerá junto, mas sozinha.




Sentei-me ao lado de Ron e de Parvati na aula de Adivinhação. Por um milagre ou coisa parecida, Harry não pegara o mesmo período do que nós. A professora Sibila falava e falava e eu me segurava para não dormir.

- Quem é Albert Torrance? – Perguntei a Ron num sussurro.

- Quem?!

- É um menino baixinho e meio gordinho, loiro com uma pinta grande no pescoço. – Explicou Parvati já que Ron era um poço de ignorância social.

- Ah! – Gritou a professora ao chegar a nossa mesa. Apontou para Ron e choramingou. – Hoje você está melhor, querido, uhum... – Parvati era uma grande admiradora dessa professorinha, não escondia isso.

- Melhor? Como assim? – Perguntou Ron. Inclinei-me lentamente para perto dele e rolei os olhos.

- Não pergunta, ou ela nunca sairá daqui. – Sussurrei.

- Você! – Apontou para mim. Voltei a ficar ereta e cruzei os braços. – Você está com uma aura vingativa, está sim, posso ver em volta de você. – Ron riu assim como eu.

- Eu não sou uma pessoa vingativa. – Soltei como se fosse óbvio, mas eu me assustei com ela, pela primeira vez.

Passada uma sessão de aulas, corri atrás do menino com a descrição de Parvati, era difícil, com certeza. O jeito, era apelar. Sai perguntando para todos que eu julgava ser do quinto ano sobre esse menino. Perguntei a umas dez pessoas, quando finalmente encontro uma que pode me dizer. Uma garota disse que ele estaria, agora, indo para sua aula de astronomia.

Ótimo, isso só fica do outro lado do castelo. Olhei no meu relógio e já vi que eram mais de onze horas. Se correr, posso alcançá-lo antes do sinal bater. Ajeitei a bolsa no ombro e comecei a quase atropelar as pessoas com que passava no meu lugar. Pedia licença, sai da frente, cai fora, quase xingava.

Já estava começando a ficar cansada quando finalmente o vejo sozinho, num dos corredores no bebedouro.

- Hey! Hey! – O chamei antes que fosse. – Albert Torrance? – Perguntei e concordou. – Você tem ronda hoje, não é? – Encostei-me a parede para ver se eu parava de ofegar.

- Tenho, por que?

- Troca comigo? – Olhou-me um pouco confuso.

- Quando será a sua?

- Acho que tenho uma segunda feira que vem, tenho que confirmar. – Deu uma risada e continuou a andar. – Ah, qual é, cara?! Troca, por favor.

- McGonagall vai me matar se eu trocar de novo.

- Por que? – O seguia par aonde ia.

- Quarta vez que eu troco desde que o ano começou. Sem chances. – Parei no mesmo momento caindo nos ombros. A sineta tocou, enfiei o papel dentro do bolso do meu sobretudo e fui para a minha próxima e ultima aula matinal.

Nela, sentei-me com Deena. Antes de dar um bom dia, ou coisa parecida, já fui perguntando quem era Sissy Furry. A loira disse que tinha uma mera idéia, mas era só procurá-la num dos banheiros que poderia encontrá-la.


You wrote me in a letter,
Você me escreveu em uma carta,

You couldn't say it right to my face!
Não teve coragem de dizer na minha cara!

Give me that Sunday school answer.
Dê-me aquela resposta de escola dominical.

Repent yourself away
Repita-se



A sineta bateu e comecei a percorrer os banheiro. Mas porque num banheiro?! Não questionei porque já estava me desesperando. No banheiro dos monitores, encontrei um grupinho de meninas frescas e chatinhas que adoravam rosa – não duvido nada que na escola de cada um de vocês, não tenha uma menina dessa. Aproximei-me em passos lentos só ouvindo a conversa daquelas meninas.

- Mas o Josh disse mesmo isso? Não acredito! – Soltou uma.

- Ele está com aquela idiotinha da Brenda, mas deixe ele comigo, meninas! – Disse a tal que eu pensava que era a Sissy.

Morena com seus cabelos tão bem arrumados que eu ainda me questionei se estávamos numa escola ou num salão de beleza. As unhas compridas e pintadas de um rosa horrivel, o uniforme totalmente diferente dos outros. Mas sem entrar em muitos detalhes sobre uma menina que, provavelmente, conversarei uma vez na vida e olhe lá, cheguei rapidamente naquele grupinho num sorriso largo no rosto.

- Quem é Sissy?- Aquela mesma levantou-se colocando uma das mãos na cintura. As outras lá começaram a fazer comentários.

- E eu conheço você? Quem é você? – Me olhou com desdém. Quem era aquela baixinha pra falar assim comigo?!

- Essa é a Hermi- - Começou a dizer uma, mas fez um sinal fazendo com que suas pulseiras fizessem barulho de mais.

- Ah, Hermione Granger. Sempre quis conhecê-la pessoalmente. – Andou pelo banheiro e revelou seu salto; Sim, salto alto em plena terça-feira e de manhã.

- Me conhecer? – Perguntei confusa.

- É lógico! – Fez um gesto que dispensou todas aquelas meninas. – Sou uma grande fã sua. – Sentou-se novamente. Sua saia conseguia ser menor do que a minha.

- 'Pera aí, fã?! – Sabe, última coisa que pensei que ia ouvir.

- Vamos lá, garota, você não é tão burrinha assim. – Deu uma risada totalmente sinistra. – Você é um ícone para meninas assim como eu, popular e bonita que consegue qualquer garoto.

- Olha, eu só queria perguntar se-

- E a propósito, por que você terminou com aquele hiper gato do McLaggen? – Fez-se de chocada e eu já estava me enjoando.

- Não é isso que eu-

- Mas ele é super tudo! – Rolei os olhos. – Sabe, ele já jogou seu charme pra cima de mim mas eu nem dei bola. Não me arrependo, não quero ser fácil! Homem gosta é disso, mu-

- Chega! – Pedi já começando a ficar irritada. – Eu só quero saber se você troca sua ronda de hoje pela minha de segunda feira, Ok? – Me olhou novamente com desdém.

- Segunda feira eu tenho que fazer limpeza de pele. – Limpeza de pele em Hogwarts?! – Nem pensar.

Não disse mais nada. Sai de lá ainda com ela falando. Só tinha mais um, esse tal de Mark Marshall. Se não conseguir, vai ser na marra mesmo.

Fui para o almoço, lá poderia encontrar quem eu queria. Sarah me encontrou no caminho e disse que já estava quase tudo pronto, só faltava eu agir. Ela também disse que não se envolverá muito porque o gostinho da vingança tem que ser só meu, mas eu sei que ela não quer se envolver porque ela sabe que a água vai começar a subir e pode muito bem afogar nós duas. Então, está tirando o corpo fora antes que o mal aconteça.

Certa ela, faria o mesmo. Tendo uma conversa animada com Sarah, Deena e Anne, encontramos com Parvati e Dylan conversando perto do Salão Principal.

- Dylan, essas são Deena, Sarah, Anne e-

- Hermione Granger. – Completou mascando aquele chiclete. – Prazer. – Sorriu amigavelmente.

- Então, são elas que eu tanto falo. – Parvati estava visivelmente feliz, qualquer um podia notar.

Algo no Dylan me chamou atenção, deve ser o fato de eu nunca ter tido nenhum 'contato' com pessoas como ele. Pelo que Parvati já me disse, ele é da Califórnia e está quase 'perdido' aqui na Europa, não vê a hora de voltar para seu país nas férias. Seu sorriso era bonito, seus olhos também... Pare, Hermione, é o namorado da sua amiga! Por favor, não pense nada em relação a ele.


Does it hurt
Dói

To know I'll never be there.
saber que eu nunca estarei lá.

Bet it sucks,
Aposto que é uma droga,

See my face everywhere!
Ver meu rosto em todo lugar!

It was you
Foi você

Who chose to end it like you did,
Que escolheu terminar do jeito que fez,

I was the last to know!
Eu fui a última a saber!

You knew Exactly what you would do,
Você sabia exatamente o que fazer,



Nos despedimos antes que eu comece a fantasiar coisas e fomos juntas, sem Parvati, para almoçar.

***


Terminei de colocar mais uma blusa de lã e me olhei novamente no espelho. Tinha conseguido achar aquele Mark; Era um dos meninos mais esquisitos que já tive a oportunidade de conversar. Ganha daqueles dois de longe. Trocou comigo e já foi se insinuando, sabem? Jogando charme, mas fui curta e grossa falando que só do sétimo ano para cima. Sarah estava para chegar.

Batidas na porta e um alívio grande.

- Que bom que não atrasou. – Disse abrindo a porta e ela já foi entrando deixando a sua bolsa em cima da cama.

- Parece que estou mais animada do que você. – Tirou a câmera de dentro da sua bolsa e me entregou.

- Será que vai funcionar? – Liguei a câmera programando algumas coisas.

- Lógico que vai! Eu vou te esperar aqui, beleza? Aí você vem com as fotos, a gente dá um jeito.

- Tem certeza que você sabe o que está fazendo?

- Minha mãe que inventou esse feitiço, Hermione, eu sei, pode ter certeza. – Sorriu. Olhou no seu relógio e mandou que eu fosse.


Don't say
E não diga

You simply lost your way
Que você simplesmente perdeu o rumo

She may believe you but I never will
Ela pode acreditar em você mas eu nunca acreditarei.

Never again.
Nunca mais.



Levei uma pequena bolsa transversal que cabia a câmera digital de Sarah perfeitamente. Não podia negar que estava nervosa. Usei as mangas da minha blusa como luva com o frio que estava fazendo. Agora, era uma questão de tempo. Tinha ainda uma meia hora para me preparar psicologicamente para o que ia fazer.

Andava pelos corredores com o cuidado de não entrar no caminho deles e estragar tudo por um passo dado a mais. Acabei encontrando com aquela Sissy que passou por mim como se não conhecesse. Dentre muitas coisas, essa é uma que me tira do sério, mas não ia perder meu tempo com ela. Sentei no mesmo banco que estava na noite passada.

Arrependida de fazer aquilo, não estava. Primeiro, porque ainda nem fiz, e segundo, o que ele fez comigo é muito pior do que eu irei fazer com ele. Estou sendo até boazinha. Olhei no meu relógio e estava no horário combinado por eles. Comecei a me dirigir até o Salão Principal. Vi aquela menina esperando por ele, aflita e ansiosa. Encolhi-me atrás de uma estátua e fiquei apenas observando.


Never again will I hear you!
Nunca mais vou te ouvir!

Never again will I miss you!
Nunca mais vou sentir sua falta!

Never again will I fall to you,
Nunca mais vou me apaixonar por você,

Never!
Nunca!

Never again will I kiss you!
Nunca mais vou te beijar!

Never again will I want to!
Nunca mais vou te querer!

Never again will I love you!
Nunca mais vou te amar!

Never...
Nunca...



Nem dois minutos ali, Mc apareceu. Pegou em sua mão e começou a arrastá-la para um dos corredores. É agora. Peguei a câmera e a liguei. Saltei de onde estava sem fazer nenhum barulho e comecei a segui-los. Andaram até que bastante. Mc a pegou e a jogou contra a parede lhe dando um profundo beijo. Procurou a maçaneta e entraram naquele armário rindo e se beijando.

Meneei com a cabeça e em passos lentos vendo as fotos de Sarah na câmera, fui até a porta. Esperei alguns minutos para que fiquem descabelados, sem algumas peças de roupa e tudo. Respirei fundo, cheia daquilo, abri a porta de supetão e comecei a bater fotos rapidamente com um flash de cegar qualquer um. Mc já estava sem camisa e a menina com os botões da camisa abertos.

Eles pediam para parar mas eu não queria. Tirei umas dez fotos, desliguei a máquina e a guardei, olhando aqueles dois se recompondo.

- Hermione, o que você vai fazer? – Avançou para perto de mim mas eu me esquivei com um sorriso no rosto.

- O que eu vou fazer?! – Ri. – Espere e verá, amor. – Ironizei pegando meu caminho rindo. – A propósito,- - Virei-me. – Menos cinqüenta pontos da Grifinória e da- Desculpe, qual casa é a sua? – Perguntei a menina.

- Cor-corvinal.

- Menos trinta pontos para a Corvinal e vou chamar o Filth. – Pisquei e virei num dos corredores. Lógico que não ia chamar Filth, não era louca nem nada.

Mc me seguiu, pediu que eu parasse mas não o ouvi. Pegou fortemente no meu braço me fazendo parar.

- Me larga. – Pedi calmamente olhando para seu braço e depois para seu rosto.

- Você não vai fazer nada.

- Não vou? – Ri me soltando. – Você que pensa... – Voltei a andar.

- O que você vai fazer com essas fotos? – Estava parado, quase gritando.

- Quer que Filth te ache? – Comecei a subir as escadas.

- Hermione! – Seguiu-me.

- Esquece, McLaggen. Vá para sua cama antes que eu chame mesmo o Filth. – Ameacei de verdade. Subi os degraus rapidamente deixando-o para trás.


Does it hurt
Dói

To know I'll never be there.
saber que eu nunca estarei lá.

Bet it sucks,
Aposto que é uma droga,

See my face everywhere!
Ver meu rosto em todo lugar!

It was you
Foi você

Who chose to end it like you did,
Que escolheu terminar do jeito que fez,

I was the last to know!
Eu fui a última a saber!

You knew Exactly what you would do,
Você sabia exatamente o que fazer,




Entrei no meu quarto. Sarah levantou-se da cama tirando os fones e pediu a câmera.

- Conseguiu?

- Lógico. – Estava nervosa e ofegante. Ao ver as fotos, ela riu. Tinha uma que saiu perfeita. Aqueles dois olhando para a câmera com caras de assustados, aquele flash deixou tudo ainda mais claro.

- Vai ser essa.

Sarah fez feitiço de sua mãe, projetando a foto para um pedaço grande de pergaminho. Tinha o dobro de uma folha normal, bem grande para que todos vissem. Peguei a minha caneta, a mais grossa e escura que tinha, e escrevi algo em baixo.

- Perfeito. – Fechei a caneta e entreguei o cartaz a ela.

- Eu vou lá pregar e já vou dormir. – Sorriu largamente guardando sua câmera e indo até a porta. – O mais difícil, já foi, agora, curta. – Saiu sorrindo.

***


Ajeitei minha bolsa em cima de um dos ombros e só tinha um lugar em mente. Desci as escadas cantarolando uma música qualquer, contava os passos, as pessoas. Procurava o que fazer. Estava perto do meu destino, no caminho, encontrei com Parvati afobada e indo para o mesmo lugar do que eu.

- O que está havendo ali? – Perguntou ficando nas pontas dos pés um pouco longe do 'lugar'.

- Ah, deve ser algo bem interessante. – Sorri maliciosamente.

- Meu Merlin! – Surgiu Sarah boquiaberta. – Vocês viram aquilo? – Apontou para trás.

- Não, o que é? – Perguntei me fazendo de cínica.

- Uma foto do McLaggen no maior amasso com aquela menina do sexto ano! – Riu colocando as duas mãos na boca. – E sabem o que está estava escrito? – Outra que se fazia de cínica muito bem.

- O que? – Perguntou Parvati muito interessada.


Don't say
E não diga

You simply lost your way
Que você simplesmente perdeu o rumo

She may believe you but I never will
Ela pode acreditar em você mas eu nunca acreditarei.

Never again.
Nunca mais.



- 'O prato que se come no armário, não tem o mesmo gosto daquele que se come na cama.'

Eu apenas ri meneando com a cabeça.

- E quem fez isso? – Perguntou a morena pasma.

- Não sei, minha filha, só sei que ele vai ficar muito- - Encarou-me. – muito nervoso. – Sorriu maliciosamente.

No mesmo momento – não se da onde – McLaggen surgiu passando por cima de todos, arrancou o 'pôster' do mural e saiu de lá o rasgando. Estava visivelmente nervoso, encostei-me a parede para ver o que ele ia fazer e para que ele também não me veja. Pegou um caminho com todos rindo e comentando sobre aquilo. Fez o cartaz em mais de mil pedaços, o jogando na primeira lixeira que viu.

- Eu vejo vocês depois. – Sorri para elas e peguei o mesmo caminho dele.

Era difícil alcançá-lo pois andava em passos largos e rápidos. Mas nada do que uma corridinha resolvesse. O alcancei num mero sorriso nos lábios, segurando com força meus livros contra o peito.

- Sai da minha frente, Hermione, eu não quero saber de você! – Esbravejou subindo as escadas.

- Eu vou sumir da sua vida, mas só quero te dar um aviso. – Parou no mesmo momento sem nenhuma paciência, virou-se e cruzou os braços.

- Qual?

- Não tente contar isso a ninguém, ninguém mesmo, nem a seus amiguinhos nem para suas 'namoradinhas'. Se eu souber que mais alguém além de nós dois sabe disso, eu tenho fotos ainda comigo, tenho mais coisas que posso usar contra você e posso, não só te tirar do seu lindo time de quadribol, como te expulsar de Hogwarts. – Apontei para seu peito. – Aviso dado.

Virei as costas e peguei meu caminho.

- Vão descobrir...! – Soltou com eu já longe.

- Não, pode ter certeza que não. – Lhe dei uma piscada e um beijinho cínico.

Ao pegar o caminho para o Salão Comunal, nutria um sorriso largo e satisfeito comigo. Há males que vem para o bem, mas esse aí, com certeza, veio para melhor.

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