I Ain't Freakin!




Capítulo XXI


I Ain't Freakin!



- Já te disseram que você não tem coração?


 


- Que horror, Tony! - Soltei horrorizada. - Era isso, ou algo de muito ruim poderia acontecer.


 


Como as notícias em Hogwarts correm mais do Veelas enfurecidas, eram dez e meia da manhã e todos já sabiam do término no nosso namoro. Tony parecia mais feliz e mais radiante que nunca. É, eu sei o que estão pensando, ele gosta de mim, mas fazer o que, não é? Quer dizer, desculpe a falta de modéstia, mas eu atraio homens.


 


Parece que tudo está voltando ao normal, ou melhor, tudo como estava um pouco antes dessa explosão de acontecimentos acontecer. Harry sempre um pé atrás comigo, Gina desejando minha queda, Deena, Parvati, Anne e Sarah grudadas em minha saia, Tony sempre para o que der e vier e Ron, que não falou comigo, uma só palavra, nas últimas três semanas, disse que eu fiz o melhor e estava a um ponto de socar até a morte Malfoy e eu evitei isso terminando com ele antes de sua fúria se concretizar.


 


É, ele nunca muda.


 


O assunto que rondava a minha cabeça, de Tony, Deena e Ron era o show. Aconteceria na semana que vem e a gente nem sabia como iria para Londres. Em um almoço, sentamos os quatro para debater mas estava bem mais difícil do que imaginamos.


 


- Pede ajuda pro Harry! - Sugeriu Tony vendo o moreno passar.


 


- Quanto menos pessoas souberem, melhor. - Disse Deena.


 


- É, mas ele já sabe, amor. - Ron assobiou alto chamando a atenção dele. - Senta aqui. - Sentou-se no meio do casal, ficando a nossa frente.


 


- Coloca essa mente brilhante pra funcionar! Precisamos ir para Londres sem ninguém nem suspeitar.


 


- Vocês não querem mais nada, não é? - Riu engraçado.


 


- Pra falar a verdade, eu queria uma loira bem gostosa num carro convencível, mas o show é prioridade. - Harry pensou um pouco, olhou dos lados e sacou um pedaço de pergaminho e um lápis de dentro de sua bolsa.


 


- Tem um caminho. - Fez um esboço de um mapa. - Se vocês forem em direção a torre oeste, encontrarão uma porta, é um armário de vassouras, mas no chão, há um alçapão. Creio eu que aquela sala lá em baixo é um depósito velho de carteiras, mesas, coisas inúteis. - Fez uma fecha. - No final dela, há uma lareira.


 


- 'Pera aí, você quer que nós vamos a Londres de Pó de Flu? - Perguntei incrédula.


 


- Foi assim que eu consegui sair da escola. - Entregou o mapa a Ron. - Se você conhece um modo melhor, a vontade, não me sentirei ofendido se não usarem a minha técnica.


 


- É, Mione, eu não sei outra alternativa.


 


- As lareiras são protegidas.


 


- Menos essa, eu acho que só a metade dos professores e funcionários dessas escola conhece a existência dela.


 


Eu acho que vocês devem estar pensando que nos falta alguns parafusos, que cheiramos muito pó de giz e piramos totalmente.


 


- Valeu, cara, sabia que podia contar com você. - Disse Ron se levantando com Deena. - Vocês ficam?


 


- Não, cara, tô indo com vocês! - Tony pulou a mesa e foi junto com Ron e Deena, deixando eu e Harry sozinhos naquela mesa.


 


- Hã, bom- - Dissemos juntos, nos levantando juntos. - Fala você primeiro. - E mais uma vez, falamos juntos.


 


- Fala você. - Foi mais rápido do que eu.


 


- Eu- - Gaguejei um pouco. - tenho que terminar o meu trabalho com o Neville.


 


- É, ele me contou que a Minerva deu uma chance para vocês.


 


- É, até que ela foi boazinha. - Peguei minha bolsa e meus livros. - Bom, nos vemos por aí. - Fiquei da cor de um pimentão.


 


O que estava dando em você, Hermione?! Querer enfiar a cabeça num buraco só porque um garoto lhe dirigiu a palavra é um absurdo! Virei-me e peguei meu caminho meneando várias vezes.


 


***


 


 


- Tudo bem, Mione, as sete e meia na frente da sala de troféus. – Confirmou mais uma vez Tony para que eu não me esquecesse.


 


Tinha mais duas horas para tomar um banho e me arrumar. Ajeitei a mochila em cima do meu ombro e furei a multidão com a cabeça baixa, não querendo ser vista por certas pessoas.


 


Estava realmente feliz; Me imaginava entrando naquele show, curtindo as músicas mais legais que já inventaram e tomando de tudo que a velha Londres pode me oferecer. Sabe, eu até fiquei um pouco preocupada pois vamos voltar umas cinco da manhã, as sete temos que estar de pé, acho bom nem dormirmos. A minha primeira aula do dia seguinte será Feitiços Avançados.


 


Eu e Neville já tínhamos terminado nosso trabalho. Demorou, cansou mas eu posso garantir que tiraremos a nota máxima. A apresentação era na sexta, hoje era quarta. Tinha um tempo antes para me preparar.


 


Dê-me forças, por favor.


 


Subi as escadas rapidamente e me tranquei no quarto. Tomei um banho de mais de meia hora, escolhi uma roupa a dedo. Certo, demorei mais de meia hora, experimentei mais de vinte roupas e combinações diferentes. Peguei uma baby-look branca com várias coisas escritas em preta, posso assegurar que nenhuma delas são comportadas. Peguei uma calça skinny preta, meu Nike SB que, particularmente, nunca uso e me analisei no espelho.


 


Perfeito.


 


Estava roendo as unhas; Peguei meu relógio, minhas pulseiras pretas e três anéis. Passei uma maquiagem forte, quase acabando com meu delineador, passei um leve gloss e me analisei novamente. A franja estava no lugar exato e meu cabelo estava um pouco desarrumado porém sexy. Coloquei brincos de argola e peguei minha jaqueta um pouco colorida, com estampas psicodélicas.


 


Queria estar por dentro daquela revolução de roqueiros que curte muita música indie.


 


Já passava das sete e meia, Tony me mataria. Mandei um beijo para Bichento e peguei meu convite em cima da minha cama; Olhei mais uma vez o quarto e daí de lá sorrindo largo.


 


Tentei passar pelos caminhos mais desertos já que não queria ser vista assim por ninguém. A última coisa que eu preciso, são pessoas especulando o que eu faço ou deixo de fazer.


 


Minha respiração estava totalmente acelerada, torcia os dedos e tentava me distrair cantando qualquer música que vinha na minha cabeça.


 


Ao chegar a Sala de Troféus, lá estava Tony numa calça Skinny jeans escura, uma camiseta escrita ‘Sex Pistoll’, um All Star preto e seu cabelo totalmente espetado para cima. Ron também estava lá numa jaqueta jeans verde, uma calça em um tom que eu desconhecia uma camiseta também de banda, seu cabelo estava estilo ‘Strokes’, deixando ele totalmente irreconhecível; Deena estava com uma saia jeans, uma jaqueta um pouco maior do que a minha e uma bota plataforma, provavelmente da Sarah. Roía as unhas pintadas e não conseguia conter o nervosismo.


 


- Desculpe o atraso.


 


- Eu tava quase indo te pega naquele quarto! – Disse Tony aborrecido. – Vamos logo.


 


Ron sacou o mapa de dentro do bolso da jaqueta e nos conduzíamos conforme os desenhos tortos de Harry. Ao acharmos a sala, estava trancada com um grande cadeado. Deena foi mais rápida em sacar sua varinha e abrí-lo sem nenhuma dificuldade. Tony entrou primeiro, tirou algumas vassouras e baldes do lugar e abriu o alçapão.


 


Descemos quase espirrando. Acendi minha varinha e procurei pela lareira. Realmente, aquele lugar me dava medo. Várias carteiras velhas jogadas pelos cantos, loucas arranhadas e quebradas, tubos de ensaio quebrados e empoeirados sobre prateleiras quase despencando.


 


Tony enfiou a mão dentro do seu bolso e pegou um saquinho vermelho; Ao abrir, um pozinho verde voou, revelando ser Pó de Flu.


 


- Tem certeza que é seguro? – Perguntou Deena.


 


- Relaxa, loira... – Disse Tony num sorriso malicioso.


 


- E para onde vamos?


 


- Para o Pub Magician’s Trick.


 


- Isso fica perto da Charing Cross, por que não vamos de uma vez só ao Caldeirão Furado? – Sugeriu Ron cruzando os braços.


 


- Por que lá pode ter gente conhecida, e irão logo deduzir de onde viemos. – Ergueu uma das sobrancelhas. – É naquele pub ou podemos ir de vassoura e só chegar amanhã a tarde. – Suspirei e peguei o pó de dentro do saquinho.


 


- Pub Magician’s Trick, né? – Fiquei dentro da lareira. – Ok, - - Senti um friozinho na barriga, fechei os olhos e gritei o nome do lugar.


 


Meus pés saíram do chão e minhas narinas ficaram totalmente entupidas de pó de flu. Eu sempre detestei viajar desse modo, mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas. Foi umas das viagens mais longas e desgastantes que fiz. De repente, caí e fui escorregando até ser parada por uma mesa de mármore branco. O chão também era de mármore, só que era mais escuro, aliás, o local inteiro era de mármore.


 


Tossi me levantando, apoiando naquelas mesas duras. Logo, Deena caiu atrás de mim, nem a olhei pois estava bestificada com a aparência daquele lugar. Estávamos atrás da mesa da recepcionista que acabara de chegar numa vozinha fina e irritante.


 


- Lugares para quantos?


 


- Ah, não, não, estamos de passagem. – Sorri amarelo.


 


- Oh, espere, tem uma sujeira no seu rosto. – Limpou com um pano de seda vermelha, fechei os olhos rapidamente e logo ela disse que estava limpo. Ron caiu e logo atrás, Tony.


 


Tinha cortinas vermelhas em todas as janelas, a iluminação era quente; No bar, tudo bem organizado, estava lotado, as mesinhas e os bancos ao lado do balcão.


 


- É, meus pais se conheceram aqui. – Disse Tony sorrindo batendo a sujeira do corpo.


 


Saímos e um sininho tocou. A entrada era ainda mais maravilhosa, porém ficava num dos becos mais assustadores daquela parte de Londres. Enfiei as mãos no bolso e sorri largamente ao sentir aquele ventinho típico londrino.


 


- Estamos em Londres... – Deena sorriu também maravilhada. Acho que a loira nunca pensou que estaria em plena capital inglesa no meio do mês de março. A noite estava um pouco abafada, então, dispensei meu casaco assim como Ron.


 


- Cara, ‘ces tão acreditando que a gente vai pro show de banda indie mais foda de toda a Londres?! – Disse Tony pegando o caminho para a grande avenida ali na frente. Pulei nas suas costas e ele pegou em minhas pernas.


 


Tony me levava, estava pendurava em suas costas. Ele começou a correr, fazendo zig e zag me arrancando risadas.


 


- E aqueles idiotas devem estar fazendo o que agora? Comendo purê de batata comentando o que é que vão estudar quando entrarem naqueles dormitórios! – Disse Ron, Deena agarrou seu braço rindo. Desci das costas de Tony e continuei andando ao seu lado.


 


- Somos espertos de mais! – Disse rindo.


 


- Completamente! Ninguém irá sentir nossa falta, o que você disse aos seus ‘amigos’, Ron? – Perguntou Tony ironizando.


 


- Ah, eu disse pro Neville que ia dar uma volta com a Deena, e você, amor?


 


- A mesma coisa, ia dar uma volta com você, e você, Hermione?


 


- Que eu ia dormir. – Ficaram olhando para mim em silêncio. – Ué, o que eu mais faço nessa escola além de dormir, dormir e dormir?! – Riram.


 


- Acho que somos os primeiro a fazer isso em Hogwarts. – Comentou Tony.


 


- Será que ninguém já não tentou fugir a noite para voltar de manhã? – Perguntou Deena ironizando.


 


- Sei lá, mas para ir ao show indie mais foda do ano, duvido muito. – Para todos nós, era como um sonho estar ali.


 


Chegamos até a Mitcham Road, estava repleta de pessoas. Tony apontou o local que ia ser, nunca vi tantas pessoas juntas para entrar num lugar como vi naquele momento. Acho que tinha mais de duzentas só ali na frente. Estavam até invadindo um pedaço da avenida. De um lado, tinha bares, pubs, restaurantes, baladas e tudo mais que fica aberto de noite numa capital. De outro lado, a mesma coisa, bares, pubs, restaurantes, baladas e tudo mais que fica aberto de noite numa capital. Era até engraçado.


 


Atravessamos a Avenida correndo quase sendo atropelados por um ônibus de dois andares; Ron estava um pouco perdido pois veio poucas vezes até essa parte de Londres e ainda mais, vinha de dia, completamente diferente do que a noite. Perto do local, Tony disse para esperamos um pouco.


 


- Ótimo, todos aqui têm dezenove anos- Entregou as identidades falsas. - e tamo louco pra entra nessa merda e arrebenta com esses maluco! – Disse parecendo um animal.


 


- Antonio, se acalme! – Disse aborrecida.


 


Fomos junto dele. Naquela fila tinha de tudo um pouco; Hardcore, Emocore, Metaleiros, Roqueiros, Indies e até uns caras que tavam querendo se achar. A música podia ser ouvida de lá de fora; não parava de mexer as pernas de tanta ansiedade que estava. Eu podia estar estudando, e estou aqui! Imaginem só, a certinha da Hermione Granger fugiu de Hogwarts, está parecendo uma roqueirinha reprimida e está numa fila para um show com identidades falsas.


 


Quem diria...


 


- O lance é o seguinte,- - Tony esticou a cabeça para o segurança: Um negro gordo com uma cara de mal intencionado que dava até medo; naquele momento, tinha mandado um cara cair fora por ter menos de dezoito anos, só que mandou ele cair fora o lançando no ar por dois metros até cair na sarjeta. Engolimos seco suspirando fundo e meneando com a cabeça. – entrega o convite, depois a identidade confiante e calmamente. Não fica com cara de tá devendo alguma coisa que pode ferra com tudo, beleza? – Confirmamos, mas com aquele cara lá, era difícil manter a calma. – Vai na frente, Mione.


 


- Por que eu?! – Quase gritei.


 


- Porque o cara pode ficar bobão com uma gata como você e deixar nós entrar rapidinho. – Rolei os olhos tomando a frente da fila. Meu coração começou a bater como se fosse a bateria da banda de lá dentro. Respirava constantes vezes e não conseguia pensar em outra coisa a não ser entrar lá dentro rapidamente.


 


Faltava uma pessoa para eu ir quando ela também foi jogada ao longe me deixando assustada.


 


- Próximo! – Gritou ele já aborrecido. Sorri amarelo e entreguei o convite. – Identidade. – Entreguei e ele ficou a olhando por um tempo, me olhou e voltou a olhá-la. Pronto, ele não irá deixar a gente passar! - Pode entrar. – Me entregou de volta e eu sorri largamente.


 


Se eu entrei, a que tem mais cara de criança, eles entrarão rapidinho. O lugar era escuro, havia uma escada e lá em baixo, tinha uma multidão.


 


O lugar era totalmente preto, tinha algumas luzes apenas no palco e no bar que estava lotado de gente. Cada milímetro era disputado. Em frente ao palco, tinha uns caras fazendo bate cabaça que só de olhar, já sentia as dores. A banda era uma das mais agitadas que tinha a noite. Logo Tony entrou, depois Ron e Deena por último. Ron não estava acostumado com esses lugares então ficou bestificado.


 


Falava uns trinta palavrões de tanta emoção. Deena colou em seu braço com o medo de se perder. A música forçava a gente a falar berrando. Tony disse pra eu ficar perto dele pois ali tinha de tudo e sempre conseguem identificar ‘carne-nova’ no espaço. Descemos primeiro nós dois e depois eles dois. Tony entrelaçou seus dedos nos meus e me arrastou para aquela multidão.


 


Começamos a dançar, cantando a música que era conhecida. Ron e Deena ficaram ao nosso lado, quase se engolindo como muitos ali. Do nosso outro lado, um casal que fazia a ‘dança dos piercing de língua’; Era nojento, eu sei.


 


Tá, rock era uma coisa que não se dava exatamente para dançar, mas nós dávamos um jeitinho. Tony disse que queria beber algo então fomos até o bar, deixando Ron e Deena ali. Estava cheio, lutamos para conseguir um lugar para nos debruçar e berrar o que queríamos ao barman. Tony pegou duas cervejas trouxas em mini garrafinhas. Eu não gostava muito de cerveja, mas nessas horas vai de tudo.


 


Voltamos a dançar, só que as pessoas em volta só sabiam nos empurrar. Isso era o que mais me estressada, eu e o Tony estávamos dividindo quase o mesmo centímetro cúbico. Eu estava em cima de seus pés, com as mãos sobre seus ombros e os braços largados em suas costas.


 


- AH, QUE É ISSO, MALUCO?! – Começou a gritar o apresentador das bandas num microfone arrancado das mãos do vocalista. – TÁ TODO MUNDO MUITO LOUCO HOJE, NÃO É GAMBAZADA?! – Todos gritaram, até o Tony. – ‘CES CURTIRAM AÍ A BANDA FISH PATIENTS! – Mais gritaria. – AGORA, FIQUEM COM UM COVER MUITO FODA DA BANDA, TAMBÉM INDEPENTENTE, STROKES QUE LOGO, LOGO VÃO TOCAR AQUI! – Meus olhos cresceram.


 


- Os Strokes vão tocar aqui?! – Berrei.


 


- É, não sabia? – Perguntou Tony rindo.


 


- Não!


 


- THE VERY MUCH! – Os caras tinham um som mais leve, tocavam apenas músicas dos Strokes, que eu sabia quase todas. Tony até seu espantou com meu repertório musical.


 


- A gente vai ali pro canto, qualquer coisa chama, beleza? – Disse Ron se aproximando com Deena em seus braços.


 


- Juízo... – Disse rindo. Ron mostrou o dedo do meio e levou Deena para lá, onde tinha umas cortinas e formava o ‘paredão da pegação’.


 


Passou quase uma hora, estávamos ali, firme e forte, suando e pedindo trégua. Minhas pernas já estavam doendo de ficar tanto tempo em pé. Deena e Ron reapareceram, a loira estava até um pouco deslumbrada e eu estava com nojo de saber o que aconteceu ali. Fomos até o fundo daquele lugar; tinha umas mesinhas e por sorte, uma desocupou e nos sentamos rapidamente. Sentei-me à frente de Deena.


 


- Tá muito bom isso aqui. – Disse a loira sorrindo.


 


- Tirando o calor e os sem graça que fica pulando em cima de você, tá ótimo! – Disse Tony apoiando-se totalmente no encosto da cadeira, tombando ela um pouco para trás.


 


- Estou com sede. – Disse olhando para o bar.


 


- Dizem que aqui tem o melhor Tequila Sour de Londres! – Comentou Tony levantando-se. – Vou pegar quatro. – Sorriu maliciosamente; Não demorou dois minutos pra ele traze quatro copinhos com uma rodela de laranja na borda.


 


- Isso é forte? – perguntou Deena.


 


- É Tequila, deve ser, no mínimo, forte.


 


- Beleza, os quatro juntos senão não tem graça. – Ficamos a postos. – Ahiba, Abajo, Adientro! – Os três começaram a beber o pouco liquido que tinha ali e colocando os copos em cima da mesa.


 


Aquilo não era forte, era simplesmente uma ‘maquina mortífera’, além de azedo que só vendo. Fiz uma careta e limpei os lábios as costas da mão.


 


- É forte pra caramba... – Soltou Ron depois de uma careta horrível. – Não bebe mais isso. – Disse apontando para Deena.


 


- Ah, me esquece, Ronald. – Disse estressada.


 


- Ihhh... – Soltou Tony olhando para o outro lado.


 


- Quando eu te esquecer-


 


- Vamos parar? – Perguntei cessando a briga. - Estamos aqui para se divertir, Ok? Agora, tô afim de dançar! Vamos! - Puxei Tony pela gola de sua jaqueta e o levei para o meio da multidão.


 


 


Shut up and let me go


Cale a boca e me deixe ir


 


This hurts, I tell you so


Isso dói, eu te digo então


 


For the last time you will kiss my lips


Pela última vez você beijará meus lábios


 


Now Shut up and let me go!


Agora cale a boca e me deixe ir


 


Your jeans were once so clean


Seu jeans já foi tão limpo


 


I bet you changed your wardrobe since we met


Eu aposto que você mudou seu roupeiro desde que nos conhecemos


 


 


A banda já era outra e eu nem tinha me tocado. Segurava a mão de Tony com os dedos entrelaçados, o puxava pelo meio da platéia. Ficamos estrategicamente a frente do palco. Ele ficou atrás de mim e, disfarçadamente, passou os braços em volta da minha cintura com a desculpa de 'Eu estou te protegendo de tarados!'.


 


Sabe quando você sente, aos poucos, a bebida fazer efeito em você? E você, ainda não estando totalmente doida pensa que está fazendo uma loucura? Lembra das suas promessas de não beber mais? Horrível, eu sei. Você só consegue pensar que quando ingere álcool fica louca e fala e faz o que não deve.


 


- Ainda é uma e meia da manhã! - Fiz uma careta.


 


- A noite é um bebê recém nascido!


 


 


Now oh so easily your over me


Agora, oh, tão facilmente você me esqueceu


 


Gone is love


Foi-se o amor


 


It's you that ought to be holding me


É você que deveria estar me explorando


 


I'm not containable


Eu não sou contável


 


This turns up


Isso muda


 


It's not sustainable


Não é sustentável


 


 


Prestando atenção na banda, fiquei encantada com a vocalista. Era bonita, cantava bem, era uma vocal feminina com mais três garotos também não de se jogar fora. Queria eu ter esse poder sobre uma banda, imagina só? Ser a líder de uma banda, a única menina e ser protegida por todos eles? Maravilhoso.


 


- NÃO! - Gritou colocando as duas mãos na boca.


 


- O que foi?! - Perguntei me virando para ele. Lentamente, ele ergueu um dos dedos em direção a vocal. - O que que tem?! Vá dizer que já pegou?! - Negou com a cabeça. - O que é que tem, Antônio?!


 


- É a Anne!


 


Virei-me no mesmo momento tentando focalizar ao máximo aquela garota loira que cantava e pulava pelo palco.


 


 


I ain't freakin'


Eu não estou anormalizando


 


I ain't Fakin' this


Eu não estou fingindo isto


 


I ain't freakin'


Eu não estou anormalizando


 


I ain't Fakin' this


Eu não estou fingindo isto


 


I ain't freakin'


Eu não estou anormalizando


 


I ain't Fakin' this


Eu não estou fingindo isto


 


Shut up and let me go.


Cale a boca e me deixe ir


 


Hey!


 


 


Oh, Meu Merlin! É ela mesma! Não acredito nisso!


 


- O que ela está fazendo aqui?! Como ela saiu de Hogwarts?! - Que pergunta tosca. - Eu falei com ela antes de vir para cá! Impossível ela estar aqui! NÃO PODE SER ELA!


 


- Cara, é ela sim!


 


- Bem que eu sabia que ela cantava bem, mas ser VOCALISTA DE UMA BANDA INDIE É DE MAIS! - Tentei me aproximar no palco, mas estava difícil. - Ela entrou para o Coral da escola! Ela não precisa disso!


 


 


 


Shut up and let me go


Cale a boca e me deixe ir


 


This hurts, but I can't show


Isso dói, mas eu não posso mostrar


 


For the last time you had me in bits


Pela última vez que você me teve


 


Not Shut up and let me go!


Não cale a boca e me deixe ir!


 


For fear of leaving in regret


Pelo medo de ser deixado em lamento


 


I changed this one when we first met


Eu mudei isto quando nos encontramos pela 1ª vez


 


 


- Eu acho que se ela nos ver aqui, ela pode ficar nervosa e errar tudo. - Disse Tony sabiamente.


 


- Você tem razão. - Olhei ela mais uma vez. - Incrível...


 


 


Now oh so easily your over me


Agora, oh, tão facilmente você me esqueceu


 


Gone is love


Foi-se o amor


 


It's me that ought to be moving on


Eu que deveria seguir em frente


 


You're not adorable


Você não é adorável


 


I was something unignorable.


Eu fui algo apreciável


 



Incrível. Parece que quanto mais você conhece as pessoas, mas as desconhece. Naquele exato momento, a suposta Anne agradecia o público 'foda' como ela mesma disse naquele microfone. Ao lado da escadas, tinha um segurança em fora de armário e já nos olhou feio.


 


- Nossa, ela é famosa.


 


- E gostosa. - Dei um tapa no ombro de Tony.


 


- Será que você não consegue pensar em outra coisa que não seja isso?!


 


- Estou mentindo?!


 


***


 


- 'Pera um minuto, a Anne? Nossa Anne? - Concordei.


 


- Ela mesma. - Estávamos encostadas numa parede, Ron e Tony foram pegar algo para beber no bar.


 


- E por que ela não nos contou que tinha uma banda?


 


- Eu já tinha pego ela ouvindo rock, ela canta super bem. Anne é meio fechada, você sabe.


 


- Eu não imaginaria ela em cima de um palco, cantando músicas desse tipo, vestindo quase nada.


 


- Pois é. - Rimos.


 


- Aqui. - Disse Tony me entregando uma dose de alguma bebida colorida.


 


- Vocês querem nos ver bêbadas, não é? - Perguntei rindo, tomando pelo canudo.


 


Senti a mão gelada de Tony na minha cintura, por debaixo da minha blusa.


 


- Vamos com calma, cowboy. - Disse me virando para ele e colocando uma das mãos em volta do seu pescoço.


 


- Ué, você está desimpedida, livre, leve e solta... - Aos poucos, me trazia para mais perto.


 


- Er, nós vamos dar uma volta, Ok? - Soltou Ron já pegando o caminho com Deena.


 


- Mas não quer dizer que eu estou disponível. - Me olhou confuso.


 


- Hermione, esse foi o pior pé na bunda que eu já tomei. - Soltou-se de mim e terminou de beber sua bebida. Eu ri, virei em um gole a bebida e joguei o copo no chão. Em movimentos rápidos, joguei o seu copo também no chão, peguei no seu rosto e juntei os seus lábios nos meus.


 


Eu não posso culpar a bebida.


 


***


 


- Será que vocês dois podem se soltar por um minuto?! - Pediu Ron engraçado.


 


Já estávamos do lado de fora. O show foi, no mínimo, inesquecível. Quando Strokes tocou, estávamos quase grudados no palco. O Nick tocou na minha mão e eu quase cai para trás, Ron teve a sorte de ficar com uma das baquetas do Fabrizio. Andávamos pela mesma rua que passamos antes. Ron e Deena mais a frente, e eu e Tony mais atrás.


 


- Vão me julgar até a morte.


 


- Por que? - Perguntou entrelaçando seus dedos nos meus.


 


- Acabei de terminar com o Draco... E já estou com você. - Rolou os olhos.


 


- Nenhuma novidade, não é? - Ri pulando em suas costas. Me levou até perto do Pub.


 


Eram quase cinco e meia da manhã, a noite já estava dando adeus e o sol já estava tocando alguns topos de prédios. Entramos, usamos o pó de flu e voltamos até aquela sala macabra dentro do castelo.


 


- É melhor nem dormimos, concordam? Daqui uma hora, teremos que estar de pé novamente.


 


Pegamos nossos caminhos. Lógico que Deena ia para o quarto com Ron e eu Tony ia para o quarto comigo. Vamos deixar claro que é só por uns minutos, queria um banho bem relaxante. Ao fechar a porta do quarto, me enlaçou pela cintura e me trouxe para um beijo.


 


Agora eu entendo o porquê da fama de Tony, ele tinha a pegada.


 


- Primeira vez que vou assistir aula alcoolizado. - Disse ainda grudado a minha boca. Eu pulei em seu colo, ficando suspensa no chão e as pernas entrelaçadas em sua cintura. Aos poucos, me levou até a cama e tombou por cima de mim. - Cara, sonhei com isso desde a primeira vez que grudei os olhos em você... - Tirou a sua jaqueta e logo depois a minha.


 


- É, eu também... - Sussurrei em seu ouvido arrancando sua camiseta suada e a jogando longe. Giramos na cama, eu fiquei por cima beijando seu pescoço ardentemente. - Tudo deu tão certo...


 


- Estranho, não é? Só falta alguém bater a-


 


Boca santa.


 


- Nossa, fala que eu vou ganhar na loteria. - Disse risonha levantando de cima dele e indo atender a porta. - Pois não? - Minhas pernas estavam inquietas, deve ser culpa da bebida.


 


- Desculpe interromper essa hora, mas mandaram te entregar. - Esticou a mão com um papel. - Tchau. - Desceu as escadas correndo.


 


- Menina estranha. - Soltei fechando a porta com o pé.


 


- O que é? - Sentei-me ao seu lado abrindo aquele envelope. Dei uma lida rápida e ergui uma das sobrancelhas.


 


- Uma carta da minha tia. Como ela conseguiu mandar uma carta para mim?! - Perguntei confusa.


 


- E o que diz?


 


- Estão interessados na minha casa, querem comprá-la. - Sacudi o envelope deixando duas chaves cair em minhas mãos.


 


- E você vai vendê-la? Afinal, você é a única herdeira. - Levantei-me.


 


- Não tô ligando pra isso agora! - Joguei as chaves e a carta em cima da cômoda e o levantei a força, o pegando pela gola de sua camiseta.


 


- Vai devagar que eu tô meio tonto! - Disse cambaleando.


 


- Como um bom menino... - Disse grudando seus lábios no meio e o virando em direção a porta. - Você vai me deixar- - O encostei na porta. - tomar um banho, Ok?


 


- Sim, senhora! - Deu mais uns beijos e procurou a maçaneta da porta. Ao abrí-la, se pôs para fora e quase foi atropelado por Deena que descia as escadas correndo, com as duas mãos ao rosto e chorando muito. - Aquela é Deena? - Forçou os olhos para poder enxergar melhor.


 


- É, droga... - Desci correndo atrás dela.


 


- Aonde você vai?! - Gritou.


 


- Vai falar com o Ron! - Gritei de volta correndo atrás da loira. - Deena! Espera!


 


- ME DEIXA EM PAZ, HERMIONE! - Saiu pelo jardim.


 


- Deena! Espera, por favor! - Ela tropeçou e caiu na grama fofa, chorando muito. O dia acabar de amanhecer, aquele friozinho chato nos pegou desprevenidas. As duas sem casacos e eu, ainda por cima, descalça. - Deena... - Abaixei-me ao seu lado.


 


- ELE É UM IDIOTA! - Soluçava com as duas mãos nos olhos, estavam borrados pela maquiagem que não teve tempo de tirar como eu.


 


- Calma, respira, me conta o que aconteceu!


 


- O QUE VOCÊ ACHA, HERMIONE?! ELE TERMINOU COMIGO! - Meu queixo caiu.


 


- Mas vocês estavam tão bem no show...


 


- Tinha uma carta em cima da cama dele, eu fui ao banheiro e quando eu voltei, ele tava sentado na cama, muito sério. - Vomitou as palavras soluçando. - Hermione, ele não tinha esse direito... - Me abraçou chorando ainda mais.


 


- E o que estava escrito na carta?


 


- Era da Luna, ela quer voltar com ele. - Suspirei cansada, abraçando a loira também olhando para o céu e fechando os olhos lentamente. - ELA NÃO VÊ QUE ELE TEM UMA NAMORADA?! ELA NÃO CONSEGUE VER QUE NÃO É ASSIM QUE AS COISAS ACONTECEM? ELA TERMINA QUANDO QUER E QUER VOLTAR QUANDO BEM ENTENDE!?


 


- Pode chorar Deena...


 


Por que as coisas sempre tendem a piorar?

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