Noite em claro



Um silêncio perturbador pairou entre eles, então decidiram ir para casa mais cedo. Já eram 16h, então iriam se arrumar para assistirem a algum filme e irem dormir. Todos botaram pijama ([b]sei que era muito cedo, mas assim fica divertido :P[/b]) e foram ao Home Theater para assistirem a Iron Man. Quando o filme terminou, Jasmine dormia no colo de Otto, Melody cochilava com a cabeça encostada no ombro de Phillip e Mirelle era a única menina acordada.

- Vocês terão que leva-las para a cama – falou Mirelle, se levantando do sofá e se espreguiçando – vou tomar uma xícara de leite.

- Eu vou levar Jasmine e vou capotar – Otto se levantou, pegou a garota nos braços e subiu as escadas.

- Eu vou ler alguma coisa, assim que levar essa anja para cama – quando ele ia encostar em Melody, ela acordou imediatamente.

- O que pensa que está fazendo? – pergunta ela, olhando para a mão do garoto perto de suas pernas.

- Ia te levar para cama – ele responde

- Não preciso disso – ela respondeu, empinando o nariz e se levantando – tenho pernas, posso ir sozinha.

- Sei que você queria que eu te levasse no colo – ele falou, sorrindo – só será uma questão de horas para você admitir que gosta de mim.

- Questão de horas? Ta mais pra questão de séculos – ela deu um sorriso sarcástico e subiu as escadas.

- Ela me quer – Phillip falava enquanto subia as escadas – volte aqui Melody!

Mirelle e Pietro então ficam sozinhos na sala, e Mirelle começa a caminhar em direção a cozinha.

- Esses dois ainda vão se estapear. – Fala Pietro indo em direção de Mirelle na cozinha – Posso tomar junto com você? – Pergunta ele apontando para xícara de chá.

- Claro! Tome. – Entrega a xícara para Pietro e se vira para a geladeira, tentando esconder o rosto bastante vermelho.

- Uhm, está ótimo, você que fez? – Ele elogia o chá, tentando cortar o silencio entre os dois.

- Não, já estava aqui, só esquentei. – Mirelle fala bruscamente. Ela estava bastante nervosa por estar com o garoto sozinha ali, sua voz já ficava fraca e as mãos tremendo.

Pietro fica sem palavras e como Mirelle, vermelha de vergonha, não se insinua nenhum momento. Os dois ficam calados por algum tempo, mas logo Pietro começa a falar sobre algum assunto e Mirelle vai se entretendo cada vez mais: a tensão havia desaparecido, dando lugar a diversão e felicidade. Chegado um momento em que os dois estão rindo sentados na bancada da cozinha, um ao lado do outro no meio da madrugada. Mirelle sente a mão de Pietro se aproximando de sua mão. O que faço agora?, ela se pergunta, nervosa, será que se houver algumas coisa, serei eu a perder tudo? Ela então decide deixar que Pietro pegasse sua mão, saboreando o leve toque daquelas mãos fortes e quentes...

Pietro percebe o avanço e se lembra daquelas velhas dicas que recebeu de Phillip, há um ano.

Flashback

- Ande, conte logo! – Phillip insistia, enquanto subiam as escadas em direção ao quarto de hóspedes no 3º andar ([b]eles tavam na casa das gêmeas[/b]) – Você me prometeu que este ano me contaria quem é a dama sortuda!

- Nem sempre precisamos cumprir promessas – falou Pietro, abrindo a porta do quarto azul – principalmente aquelas que fazemos enquanto somos ameaçados de morte!

- Aquela não foi uma ameaça de morte, foi um pedido amigável de minha parte! – falou Phillip, se sentando na cama perfeitamente arrumada de Pietro.

- Não vou contar! – Pietro falou

- Se você contar, eu te dou dicas – Phillip tentou chantagear o amigo

- Como se elas fossem úteis para alguém como eu – Pietro falou, cabisbaixo

- Pare de se desvalorizar, elas servem para todos – Phillip falou – além disso, você não confia em mim?

- Confio – Pietro falou

- Então conta logo!

- Ta... – Pietro respirou fundo – acho que eu to gostando da Mirelle.

- Eu sabia! – Phillip falou, se levantando – agora a Mel me deve 4 sicles!

- Você apostou? – perguntou Pietro, indignado – não acredito! Isso que é amigo...

- Ta, ta, foi mal – Phillip se sentou – ainda quer minhas dicas?

- Sim.

- Muito bem – Phillip se levantou e olhou para Pietro, como se fosse um aluno – Seja gentil e educado com elas, nunca fale de roupas, a não ser “roupa legal”, porque se você tentar entrar em detalhes, pode acaber se dando mal. O que mais... – Phillip andava de um lado para o outro – ah sim, elogie elas bastante, não fale de carros ou futebol, mantenha contato visual, dê sorrisos bons, não fale demais...é, isso é o básico.

- Mas metade do que você disse eu já sabia! – falou Pietro

- E a outra metade então completa o que você já sabe! – Phillip falou, rindo – além disso, só mesmo seu charme normal. Ainda bem que te dei essas dicas, porque se dependesse desse charme, espantaria até sua mãe...

- Filho da puta! – Pietro pegou uma almofada e tacou no amigo, começando uma guerra de almofadas.

Fim do Flashback

Então o garoto se endireito, certificou-se de que seus dentes não estavam sujos no reflexo dos armários de vidro e olhou para Mirelle.

- Você esta linda. – ele sorri para a garota.

- Brigada – Agradece Mirelle, sua cor de pele já mudava novamente para o vermelho fogo.

Ela olha para a janela, e vê o sol nascendo, o vermelho, amarelo e laranja se misturando com o leve lilás dos céus antes negros. Uma mínima parte do solaparece, iluminando vagamente os rostos dos dois. Mirelle então se vira, e percebe que Pietro a observa. Ele foi chegando mais perto, e então, ao invés de continuar se aproximando devagar, a beija rapidamente. Ele continuam a se beijar e beijar, os olhos fechados, as mãos passeavam pelos cabelos um do outro, a felicidade exalando deles. Passaram um bom tempo assim, até que ouviram alguns passos. Pietro então parou de beijar Mirelle e levantou os olhos, mas não viu ninguém.

- Podem sair daí – Diz Pietro, se levantando juntamente com Mirelle.

- Não tem ninguém aqui – falou Phillip, entregando ele e os outros – podem continuar com o show.

Mirelle ficou bastante vermelha quando os outros amigos apareceram e gargalharam. Ela olha para Pietro e sobe as escadas correndo, sem dizer uma palavra. Pietro continua ali junto aos amigos que, espantados pela reação de Mirelle, não tocam mais no assunto. Depois de algum tempo, a garota desce as escadas, ainda de pijama e se junta os amigos, mas não fala nada sobre o acontecido, nem mesmo se dirige a Pietro, mas seu olhar dizia tudo: ela estava apaixonada pelo garoto.

Após todos tomarem café, cada um foi para seu quarto se arrumar para que pudessem sair para um piquenique no parque. Todos já haviam subido e Phillip estava para subir quando ele houve a campainha. Ele então abre a porta, e vê um homem alto e de barba branca parado na porta, com uma expressão triste nos olhos.

- Esta é a residência da senhorita... – verifica numa carta – Houannes?

- Sim senhor, é aqui mesmo. Porque? - Phillip fala desleixado, pois não sabia com quem estava falando.

- Posso falar com o senhor Thompson? – ele olha para o adolescente a sua frente, se perguntando se não seria o próprio garoto.

- Segura as pontas aí que eu vou chamar ele. –Sobe as escadas sem nem convidar o homem a entrar e se sentar.

Após alguns minutos, Otto desce as escadas e localiza o homem a porta, e corre para atende-lo.

- Professor Dumbledore, entre, por favor. – Mostrando todo o respeito que Phillip devia ter tido.

- Ah sim, muito obrigado meu jovem – Dumbledore entra no cômodo, olhando com curiosidade para o interior da sala.

- O que o traz aqui, professor? – pergunta Otto, percebendo a expressão do homem

- É melhor o senhor se sentar – ele avisou-o – o que tenho a lhe dizer não pode ser muito agradável.

Otto então se senta no sofá, convidando o professor a se sentar também. Ele se senta e suspira fundo, então olha para Otto, os olhos azuis demonstrando infelicidade.

- Na noite passada, foi travada uma luta inesperada, entre dois excelentes bruxos, cada um de seu lado, e um deles foi vencido pelo o outro... – começou ele

- Desculpe perguntar, mas o que isso tem a ver comigo? – perguntou Otto

- Um desses exelentes bruxos é o seu pai...

Otto pareceu perder o chão, sabia que o que vinha não podia ser coisa boa. Se Dumbledore estava ali para lhe trazer essa notícia, deve ter sido um duelo contra algum bruxo excepcional – o próprio garoto reconhecia, seu pai era ótimo em duelos – mas quem poderia ser?

- ...que infelizmente foi o que perdeu a batalha.

O garoto sentiu seu estomago embrulhar, um nó na garganta recusava-se a sair, e pensou que iria desmaiar de tanto desgosto. Seu pai, sua única família, seu único parente vivo estava morto. Nunca mais poderia se sentar a mesa e comer pizza junto a ele, não poderia conversar com ele, brincar com ele e cantar com ele. Nunca mais sentiria o abraço do pai, não poderia mais ajuda-lo a lavar a louça, a limpar a cozinha e outras tarefas que faziam juntos. Nunca mais veria o velho pai.

- Seu pai nos serviu muito bem enquanto vivo e temos muita gratidão por seu trabalho. Eu particularmente gostava muito dele, nós estudamos juntos por muito tempo. – Dumbledore olhava com tristeza para o garoto, e percebeu que seus olhos estavam marejados - Otto seu pai foi um grande homem. Me pediram para lhe entregar esta carta que resumi tudo que eu acabei de falar. Eu sinto muito.

Quando Dumbledore parou de falar, uma lágrima desceu dos olhos de Otto. Então o homem entregou-lhe uma carta branca, com um símbolo do Ministério da Magia na frente.

- Professor? – Otto conseguiu falar, libertando-se do choque

- Sim, meu caro? – perguntou o velho, os olhos se enchendo de lágrimas

- Quem foi que matou...meu pai? – o garoto conseguiu, com dificuldade, perguntar.

- Um bruxo das trevas, muitíssimo poderoso chamado Lord Voldemort – Dumbledore respondeu, saindo pela porta da frente – até o ano que vem, Otto – e saiu.

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