Erros trazem conseqüências.



As semanas se passaram, e a notícia do porre federal de Jasmine não se espalhou como esperado, ninguém ligava se ela havia feito isso ou não, apenas se ela continuava linda e magra como sempre. Jasmine e Otto se aproximavam cada vez mais, e Johnny passou a cortejar bastante a garota, enquanto ela o tirava do sério com estilo.

Jasmine se sentia estranha quando ficava sozinha com Otto: Ela se sentia levemente embaraçada e muito feliz quando via os olhos escuros do garoto, os cabelos castanhos e o sorriso, além da voz forte e segura dele.

Além desse fato, ela notava a diferença em Otto. Parecia mais confiante, mas carismático, até começara a conversar com alguns garotos do 6º ano. Ele olhava ela, e sempre que ela percebia isso, ele se abaixava e escrevia alguma coisa em um caderninho preto, que sempre segurava consigo. Um dia, ela estava caminhando ao seu lado, quando percebeu novamente o caderninho preto.

- O que tem nesse caderno? - perguntou ela

- Eu gosto de escrever nele várias coisas: pensamentos, poesias – falou ele, encabulado – sei que parece um tanto gay, mas...

- Eu acho que é demais você se expressar – falou ela, olhando para ele – só cuidado para ninguém ler! Falando nisso, posso dar uma olhada?

- Não! – respondeu ele muito rápido, segurando o caderno com a outra mão e o protegendo de Jasmine.

- Por que? – perguntou ela, sem entender – tem algo a esconder de mim?

- Não, mas... – ele tentava encontrar as palavras, sem que mentisse para ela. Ela sempre percebia quando ele mentia. Como ele diria que escrevera poesias sobre ela? – é que eu escrevo algumas coisas sobre uma garota..

- Ah – ela respondeu simplesmente. O ciúme a levou a perguntar – Quem?

- Ah, er... – ele se atrapalhou todo. Percebera a leve tristeza em sua voz, e não sabia o que dizer. Estava apaixonado por ela, ela era linda, inteligente e a única pessoa que gostava dele. Ele podia se declarar, falando simplesmente “você” ou fingir que quebrou a perna.

Escolheu a segunda opção.

- Ai! – ele fingiu uma torção no tornozelo, caindo e alegando estar com muita dor

- Acho melhor irmos à enfermaria – ela se esqueceu completamente do assunto, preocupada com seu...seria ele o príncipe que ela sempre esperou? Ela sabia que sentia algo forte por ele. Seria amor?

Seguiram para a Ala Hospitalar, Jasmine o ajudando a se locomover. Quando chegou lá, Madame Farwell falou que não havia nada, apenas a pancada. Então lhe deu gelo e mandou que não forçasse muito o pé naquela tarde.

Quando Jasmine foi dormir, lembrou-se do que o garoto falou. Seria ela a garota? Ou ele estava apaixonado por outra? Não agüentando de curiosidade, levantou-se, conferiu se as mexeriqueiras estavam dormindo e saiu do dormitório em silencio. Quando chegou a Sala comunal, viu que um menino ainda estava lá: Johnny.

- Oi Johnny.

- Jazzie! – ele foi até ela e deu dois beijos no rosto – o que faz acordada tão tarde?

- Estava pensando em muitas coisas... – ela olhava para ele, mas não era o mesmo que acontecia com Otto. Era mais distante, mais frio.

- Que tal esquece-las? – ele chegou perto dela, olhando-a com interesse.

- Johnny, não sei se devo... – ela começou, mas ele colocou o dedo em seus lábios, impedindo-a de continuar

- Só feche os olhos, e aproveite – e ele a beijou.

Jasmine havia beijado poucos garotos, mas já tinha alguma prática, e aquele beijo foi o pior de todos. Parecia que ele se aproveitava dela, aprofundando o beijo antes que ela lhe desse permissão. Ela torcia para que acabasse, pareciam séculos e nada. E, durante o beijo, lembrou-se de Otto, e se sentiu culpada, parecia que estava o traindo. Ela retribuía o beijo como podia, até que notou onde sua mão estava: muito próximo de sua bunda. Então, como qualquer adolescente sensata faria, parou o beijo.

- Gostou? – ele perguntou, deslizando ainda mais a mão.

- Muito – mentiu ela, segurando sua mão e trazendo-a para a frente do corpo.

- Quer namorar comigo? – ele perguntou, rápido.

Ela demorou um pouco para responder, porque não sabia ao certo o que sentia por Johnny. Ela sentia algo por ele, era muito bonito, parecidíssimo com Otto, simpático, tudo o que queria num garoto. Mas será que daria certo? Bom, como suas amigas de Beauxbatons diriam, quem não arrisca, não petisca!

- Quero – ela falou, dando um sorriso, apesar de falso, bastante convincente. Ele a beijou de novo, quando ouviram um barulho de porta. Quando Jasmine se virou para ver quem era, viu Otto paralisado no alto da escada, olhando horrorizado para Jasmine e Johnny.

- Desculpe, não quis atrapalhar os dois – entrou novamente no dormitório, fechando forte a porta.

Jasmine se sentiu pior que antes, Otto havia visto os dois. Johnny percebeu sua preocupação, e tranqüilizou-a, beijando ela mais uma vez. Então falou algo sobre quadribol no dia seguinte, e subiu para seu dormitório. Jasmine estava em estado de choque, subiu as escadas, se jogou na cama e chorou. Chorava por ter perdido a chance com Otto, por ele ter descoberto de maneira tão brusca, por estar namorando Johnny, por causa da falta de amigas com quem conversar: simplesmente tudo.

As garotas perguntavam falsas, o que houve com ela.

- Jasmine, querida, o que houve? – voz irritante da loira chegava aos ouvidos de Jasmine como um mosquito bem chato

- Não é da sua conta, sua loira intrometida – falou Jasmine, com raiva – além de me xingar pelas costas, como uma víbora, agora vem me enxer o saco?

A garota calou a boca e voltou para a sua cama, fumegando de raiva. As outras garotas pararam de perguntar a Jasmine e foram dormir. Quando Jasmine conseguiu dormir, teve outro pesadelo, mas desta vez, Otto a segurava fortemente, mas Johnny a puxava cada vez mais, e mais...

Otto estava sentado perto da janela olhando a neve caindo na janela. A floresta negra estava coberta por um espesso manto branco que ele via, mesmo sem a luz do sol. A lua estava cheia, quando ele viu uma criatura negra voar pelos céus. Era um dos testrálios, ele rodopiava nos céus, fazia acrobacias, parecendo querer agradar a Otto. Ele se lembrou então de quando viu a morte pela primeira vez.

Flashback

- Mamãe, onde nós vamos agora? – perguntava um garotinho moreno, de olhos escuros para a mãe.

- Vamos buscar seu primo, Johnny – respondeu a mulher alta, cabelos negros e espessos, pele branca e olhos escuros como os de Otto.

- Mas ele é muito chato – reclamou o menino, enquanto entrava no carro e colocava o cinto no banco traseiro.

- Ele é seu primo filho, não fale assim dele.

Os dois entraram no carro, e Otto ficou observando a rua, até que viu um homem alto, de capa preta parado ao lado da estrada, com a mão estendida em direção a rua.

- Mãe, olha esse esquisito na rua...

A mãe não respondia, continuava com os olhos fixos na rua e as mãos segurando firmemente o volante.

- Mãe? – Otto chamava, mas ela ficava calada.

- Mãããe...– chamava o garoto, mas a mãe parecia ser surda – mamãe?

De repente ela vira o carro em direção à uma falha que existia na pista, ela estava sem cinto e, com os buracos da falha, acaba batendo a cabeça no volante e ficando inconsciente. Otto vê o descontrole do carro e grita por socorro, mas nada adianta. Então o carro capota e pára a 4 m da pista. Otto tenta sair do carro, mas não consegue se mover. Alguns carros que passavam chamam os bombeiros e a ambulância, que chega a tempo de salvar Otto, mas sua mãe morre antes do socorro conseguir tira-la do carro.

O garoto sofreu apenas alguns arranhões, mas perdera a amada mãe. Teria que viver com o pai, um homem que era advogado e morava em Londres, apesar da seriedade da profissão, vivia bêbado.

Fim do Flashback

Então Otto olhou para o primo Johnny, que dormia na cama ao lado. Ele tinha olhos azuis, era popular e super legal: tudo o que Otto não era. Como ele poderia esperar que Jasmine gostasse dele? Seriam apenas amigos, e nada mais que isso. Estava decidido.

Então o garoto voltou para a cama e adormeceu, sonhando com Jasmine a noite inteira.

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