PARTE 1 - Diferenças, mudanças
Jasmine corria com seu carrinho cheio de malas em direção à barreira, faltava um minuto para as 11h! Se chegasse um minuto atrasada, o que era considerado o normal na França, perderia o trem. Não levou a serio o que aquela carta disse: Encontre-se lá antes das 11h, porque as 11h em ponto, o portal fechará.
Ela corria mais e mais, os pais a perdido de vista há tempos, mas quem se importava? Ia perder o trem! Quando chegou na área entre as plataformas 9 e 10, viu um garoto alto entrar na parede entre as plataformas, e quase que perdeu o juízo. Por sorte, seu raciocínio era rápido, e seguiu os passos do rapaz. Ao se dar conta, havia transpassado uma parede e ouvia o apito do trem, já de partida. Correu para a porta mais próxima e entrou no trem, o ajudante (n/a: não sei o nome daquele cara que ajuda com as malas) pegou sua mala e guardou-a.
Um corredor estreito coberto por um tapete vermelho todo sujo se estendia por todo o chão das cabines. Sabia que não encontraria nenhuma vazia, era seu primeiro dia, não conhecia ninguém e nem teria chance.
Enquanto passava pelas cabines, via os alunos, jovens e mais velhos, conversando e se divertindo uns com os outros, e subitamente se sentiu extremamente sozinha. Passou então a olhar para o chão, até que esbarrou em uma figura alta...
- Oh, me desculpe – falou a menina, dano uma olhada em quem havia esbarrado. Era um rapaz – o mesmo que vira atravessando a passagem – bonito e alto, tinha um cabelo castanho e os olhos eram escuros, tinha um corpo bom – Jasmine não conseguia ver através das horríveis vestes negras – e aparentava ter a mesma idade dela.
- Não a culpa foi minha! – falou o garoto, animado. “ Que garota bonitinha!” pensava ele “Morena, os olhos são...azuis, e ela não é baixa... deve ser uma das patricinhas, mas...nunca a vi na vida”. Ele estendeu a mão para ela – Meu nome é Otto.
- Eu sou Jasmine – falou ela, apertando a mão estendida – olhe, eu sou nova aqui, e...você está sentado em alguma cabine?
- Na última – falou ele, apontando para a cabine, quase invisível – eu ia falar com a mulher dos doces, mas depois ela vai na cabine. Quer se sentar lá comigo?
- claro – falou ela. Os dois andaram, perguntando um ao outro sobre coisas básicas: De onde vinham, bandas de música, programas de TV, etc.
Quando já escurecia, um apito estridente tocou, e Otto se levantou rapidamente
- Escute, eu tenho que guiar uma aluna nova aqui pelo castelo, então vá indo, e...ah, você não tem casa ainda não é? – ela balançou a cabeça negativamente – hum, então depois nos falamos. Tchau.
- Tchau – e Otto saiu da cabine. A menina pegou suas vestes, vestiu-as rapidamente e saiu da cabine. A porta atrás de si fechou automaticamente, e ela segui o amontoado de gente que ia em direção á saída.
Todos se acotovelavam, batiam e xingavam, Jasmine observava, até que percebeu uma figura alta se aproximando.
- Olá de novo – falou Otto, abrindo um sorriso: o sorriso mais carismático que Jasmine viu na vida – parece que você é a aluna nova que vou guiar. Vamos? – perguntou ele estendendo o braço para que ela o segurasse.
- Claro – e abriram passagem pelo monte de gente. Quando viu, Jasmine percebeu estar numa carruagem puxada por..nada. Era mágica. E ela avistou um gigante castelo negro, que presumiu se Hogwarts.
- Você também vê eles? – perguntou Otto, observando a garota
- Vejo quem? – perguntou ela, com interesse
- Nada... – falou ele, em seguida se dirigindo ao castelo – lindo, não?
- Sim. Beauxbatons é bem diferente. As torres são brancas, não tem nenhum lago ou um terreno tão grande. Hogwarts é simplesmente...magnífica.
Os dois se olharam e sorriram um para o outro longamente, depois desviaram o olhar, envergonhados. Quando chegaram, foram levados a um gigante salão, com quatro mesas muito grandes, quase cheias de alunos e alunas.
- Olhe, está vendo aquelas crianças? – perguntou ele, apontando para os novatos que seriam selecionados – vá lá e pergunte pela McGonnagal. Ela lhe dirá o que fazer – e em seguida, seguiu para uma das mesas. Jasmine, antes de ir ao local indicado, observou Otto e percebeu que se sentava sozinho a mesa, ninguém conversava com ele, ou ao menos o olhava.
Ela foi até as crianças, e uma mulher alta falou para ela se sentar no banquinho quando chamada.
A professora foi até o pequeno palco, onde se encontravam um banquinho com um velho chapéu em cima, e apresentou Jasmine a todos. Ela ficou vermelha, e quando foi chamada, sentou-se no banco e o velho chapéu foi colocado em sua cabeça.
- Hum – resmungava o chapéu – vejo em você um tanto de coragem e lealdade aos amigos, além de esperteza e dedicação. Então será Grifinória!
Os alunos da mesa onde Otto se sentara se levantaram rapidamente e aplaudiram ela, que instintivamente, foi até ela e se sentou no meio. Várias pessoas conversavam com ela, mas Otto se recusava a se aproximar.
- Olá, sou Adam Wends, muito prazer – falava um menino loiro, olhos verdes, que olhava a garota com interesse.
- Eu sou Johnny Thompson – falou um moreno de olhos azuis, meio parecido com Otto, segurando a mão da garota e beijando-a
- E eu sou Ian Farafella, como vai? – um garoto de cabelos pretos, a pele mais clara que Jasmine já havia visto na vida, tinha olhos negros e óculos, a cumprimentou formalmente. Jasmine percebeu os olhares invejosos das outras meninas para cima dela, e logo sacou: aqueles eram Os Pop. Os três eram extremamente bonitos, tinham um carisma incrível e sabiam como dar um “Olhar mortífero” para qualquer garota, que ela viria se arrastando para eles. Mas Jasmine estava preparada, em sua antiga escola, garotos como aqueles era o que não faltava.
- Muito prazer, garotos – falou ela, dano um de seus “Sorrisos Miss Simpatia” – Sou Jasmine Houannes, mas me chamem de Jas ou Min, ou qualquer apelido que queiram inventar.
- Muito bem, Jazzie – falou Ian, sentado a frente da garota – você realmente veio de Beauxbatons?
Passaram o resto do jantar conversando, e quando notaram, várias pessoas se levantavam, inclusive Otto, que parecia sozinho e isolado. Jasmine se despediu dos três antes que pudessem impedir, e correu até Otto.
- Oi – falou ela, com uma voz jovial – porque não se sentou ao meu lado?
- Você estava com novos amigos – falou ele, indiferente – não queria atrapalhar.
- Atrapalhar no que? – ela perguntou - A propósito, onde vou dormir?
- Vem, eu te levo – disse ele, se esquivando da pergunta.
Eles subiram muitos lances de escada até que chegaram numa velha pintura de uma Mulher muito gorda.
- Senha?
- Griffins – falou Otto, confiante
- Bem vindos à sala comunal da Grifinória – falou ela, abrindo passagem para uma outra sala.
Esta era decorada com várias molduras de jogadores de quadribol, duas poltronas vermelhas e um sofá vermelho, o chão era de madeira, e haviam duas escadas que levavam a dois quartos.
- O da direita é o das meninas e o da esquerda é o dos meninos. Vem, vamos sentar.
Os dois se sentaram no sofá de dois lugares e permaneceram em silêncio, até que Jasmine, que estava morta de cansaço, adormeceu no ombro de Otto.
- Hey, flor, acorde – falou Otto, passando a mão levemente no rosto da menina. Ela tinha uma cara de anjo enquanto dormia...
- Han? – ela se levantou e percebeu que dormira no ombro de Otto – ah, desculpe!
- Não tem problema – e ele sorriu novamente. Eles ficaram se olhando ali, até que a moldura se abriu novamente, e três garotos e cinco garotas entraram, conversando animadamente, até que perceberam Jasmine e Otto. Bom, somente Jasmine, parecia que Otto era invisível a eles.
- Miin! – falou Johnny, sorrindo para ela e ignorando completamente Otto – o que faz aqui sozinha?
- Han...na verdade, estava conversando com Otto – falou ela, apontando para Otto – Pessoal, esse é o Otto.Otto, esse...
- Já conheço eles – falou Otto, cortando bruscamente a garota
- Eai primuxo? – debochou Johnny, dando um soco 'amigável' em Otto – como vão as poesias?
- Vai se ferrar – falou Otto, rabugento
- Bem, não temos tempo de ficar discutindo com um zé-ninguem. Quer ir ao dormitório dos garotos, Jaz? – perguntou Adam, sorrindo safado
- Na verdade, garotos, estou com sono e amanha temos um dia cheio. Fica para outra hora – falou a menina, olhando discretamente para Otto, que estava apoiado na parede e olhando carrancudo para o primo e os amigos.
- Muito bem, boa noite, linda – falou Johnny, dando um beijo melado no rosto da garota, que por educação não gemeu de nojo.
- Bons sonhos, angel – falou Ian, dando outro beijo, não tão melado, na bochecha dela
- Sonhe conosco – disse Adam, dando um beijo nela e acrescentando – principalmente comigo.
As garotas, que ficaram de cara feias o tempo todo, e os três meninos subiram a escadaria e entraram na porta da esquerda.
- Você vem? – perguntou a garota a Otto, que continuava distraído.
- Não, ainda não... – falou ele, olhando para o chão – boa noite, Jasmine.
- Boa noite, Otto – a garota deu um beijo rápido na bochecha do garoto e subiu as escadas.
Otto sentia um formigamento no lugar onde ela beijara: era delicioso, ele nunca sentira isso na vida, só uma vez, há 3 anos...
Jasmine subia as escadas, e quando entrou no quarto, uma multidão de meninas se virou para dar uma olhada na garota que atraía atenções d’Os Pop. A menina andou até achar sua cama, sem se importar com os olhares invejosos. Ela foi até o banheiro, botou um pijama de mangas compridas, muito bonitinho, se deitou na última cama, que dividia com uma garota que, aparentemente, estava no 13º sono. Dormiu rapidamente por causa do cansaço e acordou 3 vezes durante a noite, por conta da ansiedade que sentia. 1º dia de aula: Uma jaula de leões famintos.
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