TRÊS
Assim que meu pai chegou em casa, peguei o carro dele e fui para o shopping. Eu e Gina sempre nos encontrávamos no Tanzini's. A loja vende malhas, meias-calças e sapatilhas para bailarinas. No último inverno, Gina me convenceu a experimentar um minúsculo collant.
- Querida, como você é forte! - comentou a vendedora naquele dia. De fato, ao lado de Gina, parece que eu sou o bailarino que tem a função de levantar a parceira. .
Quando cheguei, avistei Gina em pé no meio da loja, parecendo bastante indecisa. Ela nem percebeu a minha chegada, estava muito preocupada para notar que eu a estava seguindo em direção ao balcão.
- Eu gostaria de trocá-las, por favor - ela disse com uma voz rouca.
- Trocá-las?!- disparei. - Por quê?
Ela e a vendedora viraram-se rapidamente. Os olhos castanhos de Gina se arregalaram de surpresa e suas bochechas chegaram a ficar vermelhas.
- Quer dizer... Gina, nós gastamos duas horas aqui semana passada escolhendo essas malhas.
Ela confirmou com a cabeça e desviou o olhar.
- Eu sei - disse baixinho. - Mas quando vou poder usá-Ias?
- Quando você dançar.
- Eu não consegui - ela disse, ainda sem me olhar.
- Não conseguiu... a companhia Krapov? - senti um aperto no coração. Eu sabia quanto ela queria entrar para aquela companhia de dança.
Ela baixou os olhos e se virou para o balcão.
- Queria trocá-las - disse para a vendedora.
- Desculpe, mas ela não vai trocar nada - interrompi, retirando as malhas da mão da mulher. - Escute, Gina, você ainda vai precisar delas. Você não vai parar de dançar.
Seus dedos se enroscaram em uma mecha dos longos cabelos loiros.
- Eu não sou boa suficiente. Tenho de aceitar isso - disse e pegou a sacola de novo. - Eu gostaria de trocar...
- Obrigada - impedi, puxando a sacola. - Mas acho que ela não vai trocar.
- Bem, quando vocês duas se decidirem, me avisem - a vendedora resmungou e se afastou. .
Agarrei o ombro de Gina e a empurrei para fora da loja em direção à praça de alimentação. Andamos em silêncio. Toda vez que eu olhava para o lado, ela estava piscando os olhos que não paravam de se encher de lágrimas. Entrar para a Krapov era o sonho de sua vida e ela, desde o verão passado, vinha se preparando para isso. Eu só esperava conseguir dizer as coisas certas naquele momento.
- Gina, eu vejo você dançar há dez anos - disse depois que já estávamos sentadas, atacando um calzone. - Você é uma bailarina incrivelmente talentosa. Você é boa o suficiente. Acredite em mim.
- Mas você sempre me disse que não entendia nada de balé -lembrou ela.
- Realmente,não entendo - admiti -, mas eu sei tudo sobre você. E sei que você não é do tipo que desiste facilmente. Você só é muito teimosa. Quer dizer, persistente.
Seu lábio inferior começou a tremer e ela cobriu a boca com o punho.
- Ser persistente não é a mesma coisa que ser talentosa - afirmou.
- Não. É muito mais difícil.
Gina abriu um pequeno sorriso.
- Tudo o que você precisa agora é um pouco mais de confiança - continuei. - E da professora certa. Precisa achar a professora certa que vai aumentar a sua confiança neste verão.
- Talvez - eu vi uma ponta de esperança em seus olhos.
- Está tudo aqui - falei, batendo de leve com a mão na cabeça. - Você pode conseguir. Se acreditar que pode, os outros também acreditarão.
Os seus olhos me disseram que ela queria que isso se tornasse verdade.
- Como você sabe essas coisas, Hermione?
Soltei uma gargalhada.
- Não se lembra do grande sermão que você me deu no ano passado, quando eu perdi aquele lance livre nos segundos finais do jogo de basquete do torneio? Não se lembra de quando eu decidi tentar ser lançadora? E dos bilhetes que me escreveu depois de todos aqueles miseráveis jogos de hóquei em que você e mais quatro parentes foram assistir? Eu guardei aquelas cartas, sabe?
Ela esticou o braço por cima da mesa, colocando seus dedos macios sobre a minha mão sardenta.
- Se você não continuar tentando - argumentei - Como eu vou ter força para continuar na próxima vez em que me sentir uma fracassada?
Ela balançou a cabeça, concordando.
- Acho que eu vou ter de continuar, então. Falando em fracasso... - disse docemente - sobre o Tim...
Eu fiz que não me importava, enquanto comia um fio de queijo derretido que saía do meu calzone.
- Não, escuta - ela insistiu. - Eu liguei pra ele esta manhã e desfiz o meu convite. Noite passada, quando eu o convidei para ir até a minha casa, achei que poderia ser divertido para nós três passar o sábado na piscina. Mas falei com ele hoje e disse que seria um programa só para garotas.
- Mas ele vai ficar tão desapontado! - protestei.
Ela olhou surpresa para mim. Não, eu não havia enlouquecido, mas passou pela minha cabeça que se Gina corresse atrás de Tim, eu ficaria livre para investir em Draco.
- Bem,ele realmente parecia desapontado - admitiu, encolhendo um pouco os ombros.
Como se existisse algum garoto na face da terra que não ficaria! A piscina de Gina não chega a ser grande, mas é linda. É lá onde o seu padrasto diverte os clientes dele, e as amigas da sua mãe se reúnem para fofocar. No deck existe um grande aparelho de som e um frigobar cheio de bebidas. E Gina sempre usa um biquíni minúsculo.
- Então, convide ele novamente - insisti. - Joelle tem outra consulta médica no sábado e eu preciso levá-la. Pelo menos você vai ter alguém com quem passar o dia.
Gina me fitava com curiosidade.
- Você ainda gosta do Tim?
Uma pergunta traiçoeira. Se eu dissesse que não, ela perderia o interesse. Ao mesmo tempo em que precisava deixá-la livre para agir, eu tinha de convencê-la de que ainda o queria. Nada assustava mais Heather do que um rapaz realmente livre.
- Claro que sim. Inclusive, acho que vamos ao cinema no sábado à noite.
De repente, ela pareceu estar realmente satisfeita.
- Bem, se você insiste...
Quando cheguei em casa naquela noite, estava tão bem humorada que até a minha irmã percebeu.
- Com licença, mas você não pára de sorrir e está com várias peninhas vermelhas saindo de sua boca.
- Como o gato que engoliu o pica pau? - perguntei, tirando os meus sapatos.
- Na verdade, talvez seja cabelo ruivo - Joelle observou - Como está Gina?
Eu me esparramei na cama.
- Bem. Super bem! Fazendo o que ela sabe fazer melhor!
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- Todos os dezesseis precisam mesmo voltar? – perguntei ao Jim na manhã seguinte, enquanto as crianças da terceira série, que naquele dia tinham trazido roupa de banho e toalha, entravam de volta no ônibus que havia acabado de deixá-los em Kirbysmith havia apenas quinze minutos.
A piscina da faculdade era muito funda para as crianças e Jim tinha conseguido uma piscina no Willowbrook Country Clube. Imaginei que o clube devia ter oferecido um enorme desconto ou o Jim conseguia milagres. Principalmente porque os membros do clube Willowbrook não eram famosos por sua preocupação social.
- Hau ficará fora com o grupo dele durante o segundo turno.
Se o ônibus atrasar, deixe as crianças jogando golfe por um tempo - ele disse, sorrindo para mim. - Tem tudo o que precisa? O que é isso? - apontou para a garrafa de café que eu carregava.
- É um coletor de chicletes. Nós não queremos ver um monte de coisas grudentas flutuando entre as pessoas do clube, não é?
Jim concordou com a cabeça.
- Uma monitora que está preparada para tudo.
Bem, não para tudo. Eu não estava preparada para o silêncio provocado pelo espanto das crianças assim que entramos no estacionamento do clube.
- Eu só quero rolar e rolar e rolar e rolar naqueles montes de grama verde - disse April, uma gordinha de pele morena que usava uma dúzia de presilhas brilhantes no cabelo. No pouco tempo que já havia passado no acampamento, April tinha estabelecido que era a "mãe" da terceira série. Eu gostaria muito que ela pudesse ficar uma hora lá fora, rolando na grama verde.
E estava ainda menos preparada para a posição estratégica de duas grandes bolas de chiclete grudadas na estátua de uma sereia peituda que ficava ao lado da piscina. Dei a garrafa de café e um pedaço de papel para Janet, a minha dedo-duro favorita, pedindo que ela tivesse certeza de que não havia mais nenhum chiclete por lá.
Eu também não estava preparada para Kevin, um garoto pálido e magrinho que me fitou desafiadoramente quando eu pedi a todos que tirassem a roupa.
- Kevin,você ouviu o que eu disse?- perguntei baixinho.
- Por favor, tire.
Ele não se moveu. Nem piscou.
"Será que ele esqueceu de vestir a sunga?", imaginei. "Será que é muito pobre para comprar uma? Talvez só esteja com medo da água."
Eu me agachei perto dele.
- Kevin, você está usando uma sunga por baixo?
Ele encolheu os ombros.
Será que teria algum problema se desse uma espiada?
Alguns metros adiante, um rapaz que havia sido indicado como nosso salva-vidas estava tomando uns goles de café de uma garrafa térmica. Fui em sua direção.
- Com licença, acho que eu tenho um probleminha aqui - disse e sussurrei o meu pedido.
- Isso não é problema meu - respondeu calmamente. E saiu andando, ainda bebendo.
- Eu pensei que talvez você estivesse aqui para ajudar - gritei atrás dele.
Ele continuou andando.
- O que você precisa? - perguntou uma voz mais atenciosa.
Um cara alto e moreno estava ao meu lado. Ele era um tipo bem interessante, forte e elegante em suas roupas de jogador de tênis. Fiquei surpresa com sua preocupação.
Depois que expliquei o problema, ele foi com Kevin para o outro lado da piscina. Enquanto isso, eu levei as outras crianças para a água. Jim havia me contado que a maioria delas estava mais acostumada com extintores de incêndio do que com piscinas. Obviamente que o setenta, que nessa manhã queria ser chamado de Eugene, e insistiu em me chamar de "tia", imediatamente tentou nadar para o lado mais fundo. Não foi difícil pegá-lo; ele mal conseguia nadar cachorrinho. O resto do grupo permaneceu obediente perto da borda, com os olhos brilhando e os dentes batendo de frio. Dez minutos depois, Kevin juntou-se a nós.
O bonitão do clube se agachou ao meu lado perto da piscina. Seu cabelo queimado de sol caiu sobre a testa. Seu olhar percorreu o meu rosto e parou abaixo dos meus ombros.
- Consegui uma sunga para ele no Achados e Perdidos, mas ficou um pouco grande.
De fato, se enchêssemos aquela sunga de ar pareceria que o Kevin estava enfiado em uma bóia salva-vidas, mas fiquei muito agradecida pela ajuda.
- Imagine! Obrigada. Muito obrigada.
- Meu nome é Steve - disse ele. – E o seu... eu sei que você também é sócia daqui... você parece tão familiar...
- Não. Eu só estou aqui por causa do acampamento - disse, olhando para as crianças.
- Então, qual é o seu nome?
- Hermione - sorri por cima do ombro. - Muito prazer... eu tenho de fazer uma atividade com eles agora.
Passamos o tempo fazendo diversos jogos, que era exatamente o que eu tinha planejado: uma atividade depois da outra. Diversão suficiente para que mesmo a mais tímida das crianças não percebesse que a água tocava os seus lábios e espirrava sobre o nariz.
Agora, as crianças já estavam fora da piscina, enroladas em toalhas e sentadas em fileiras sobre dois bancos. Eu havia me esquecido completamente de Steve. Até que vi Kevin acenando timidamente e senti uma mão sobre o meu braço.
- Agora eu me lembro de você - disse Steve. - Hermione Granger. Você era uma garotinha de rabo-de-cavalo. A líder do grupo durante o recreio na terceira série.
Não consegui esconder o meu espanto. E as crianças do acampamento ficaram olhando com interesse.
Ele tirou os óculos escuros.
- Meu sobrenome é Dulaney. Na quarta série eu mudei de colégio, então talvez você não se lembre...
- Steve Dulaney? Eu me lembro. É só que... é só que você está tão... tão diferente - eu gaguejei. "Tão melhor", pensei. Um milhão de vezes melhor! Seu cabelo de rato tinha se transformado em longos cabelos dourados pelo sol. Miraculosamente, seu antigo rostinho tímido havia tomado forma. Os ombros ossudos agora estavam mais largos; as pernas e os braços magros, mais musculosos, provavelmente graças ao tênis. E, acima de tudo, ele não parecia que ia começar a chorar a qualquer momento. "As pessoas realmente crescem", pensei.
- Você está ótimo! - falei entusiasmada.
Ele retribuiu o meu sorriso.
- Você continua a mesma.
- Ah, obrigada.
- Ela não está mais alta? - perguntou Eugene.
- Eu estava tentando me lembrar - disse Steve, brincando com seus modernos óculos escuros. Era possível ver o meu reflexo neles: meu cabelo seco, apesar de preso, estava eriçado como se estivesse em chamas. - Você não era muito amiga de uma garota chamada Gina?
- Sou. Nós ainda somos muito amigas.
- São? Será que eu a reconheceria hoje em dia?
- Ela continua bonita - disse.
Então meu cérebro começou a trabalhar. Gina ficaria ocupada com o Tim durante toda a semana, e talvez na semana seguinte, caso ele demorasse a tomar uma iniciativa. Mas, e depois? Tim, que pensava que música clássica era o tipo de coisa que a Celine Dion cantava, certamente não era o homem dos sonhos de Gina. Ela gostava dele apenas porque eu gostava. E se eu achasse o par perfeito para ela? Steve reunia todas as qualidades para isso: bonito, elegante e cheio de dinheiro. Realmente valia investigar melhor esse cara.
- A gente podia se encontrar num dia desses - sugeri. - Você, eu e a Gina - mas, antes que eu pudesse anotar o número do meu telefone, avistei Jim vindo em nossa direção. - Opa, aí vem o acampamento Sunburst. Tenho de pegar o meu próximo grupo. Estou sempre aqui pela manhã - disse rapidamente – E em Kirbysmith à tarde.
- A gente se fala - ele respondeu, enquanto colocava os óculos escuros.
E, na verdade, ele não perdeu tempo.
- Tem um recado para você – disse Harry, assim que o encontrei com Anna no refeitório. Nós três éramos uma equipe que alternava com Jim, Hau e Pamela na monitoração do almoço.
- Um recado? - não consegui esconder a curiosidade.
- Sim, deixei no quadro de avisos do escritório.
Nessa hora, tive de sair andando. Meus olhos não desgrudavam dos alunos da terceira série: alguns deles estavam sentados com as cabeças juntas, como se fossem pequenos conspiradores.
- De onde você conhece Steve Dulaney?- perguntou Harry, de longe.
- O quê?
- Steve Dulaney. Ele disse que espera que você e Gina estejam livres na quinta à noite.
- Você leu o recado!? - exclamei.
Pelo canto dos olhos pude ver duas inocentes crianças da primeira série passando tubos de catchup para o pessoal da terceira. série, que já tinha mais do que o suficiente em sua mesa. Anna e eu pegamos um tubo cada uma e os colocamos de volta onde estavam.
- Eu atendi o telefone - explicou Harry - Steve vai dar uma festa. Quinta à noite. Ele disse para vocês irem depois das oito e meia. Vai ter um monte de gente lá.
- Estou surpresa que você não tenha se convidado.
- Não preciso - ele replicou calmamente. - Ele já me convidou na semana passada.
-Ah!
- Somos vizinhos.
-Ah!
Depois disso, Harry pôs a mão no ombro de um aluno da segunda série que estava ameaçando os coleguinhas da mesa com uma faca de plástico.
- Franklin, se machucar os seus olhos com essa faca – avisou Harry - Como você vai continuar fazendo aqueles desenhos incríveis?
- E então virou-se para mim: - Quem é Gina?
- Gina?
"Bem, bem", pensei. Mais um para a lista: Tim, Steve e Harry, e Harry era um músico, um verdadeiro artista. Ele poderia ser o par perfeito. O único problema é que eu não queria ver Gina em lugar algum perto do ginásio onde Draco treinava. Mas, pensando bem, ela provavelmente ficaria o dia inteiro em um estúdio de dança do outro lado da cidade. Talvez ela e Harry só se encontrassem à noite.
- Eu vou apresentar você a ela na festa - respondi.- Tenho certeza de que vocês vão se dar bem. Ela é linda.
Ele soltou uma gargalhada e repentinamente ficou estático.
- Eugene!
O número setenta estava armado com um elástico, atirando palitos de cenoura mergulhados em catchup. Ele já havia acertado diversas cabeças, quando a mesa da segunda série resolveu organizar um contra-ataque. Eles não tinham muita coisa nas bandejas, apenas uns potinhos com molho de salada que começaram a voar na direção de um menino com boné. Eu corri ao redor da mesa da terceira série recolhendo os palitos de cenoura de Eugene, certa de que os outros não teriam coragem de arremessar nada.
Errada. Totalmente errada. Splat! Splat! Molho de salada começou a escorrer pela minha testa e pelo meu braço.
- Você! Moleque! - gritou Eugene, que nunca perdia uma oportunidade. - Você acertou a tia! - Ele segurava um catchup, ávido para se vingar em meu nome, mas Harry estava logo atrás dele, pronto para arrancar o tubo de sua mão.
- Ooopa! - disse Harry. - Desculpe.
- Ah!- eu desviei meu corpo um segundo atrasada. – Ahhh!
Uma gosma gelada grudou em minhas bochechas. Cinqüenta e oito crianças se calaram. O silêncio foi se espalhando como uma onda por todos os cantos do refeitório. Fiquei paralisada, sentindo o catchup escorrer por um lado do meu rosto e o molho de salada caindo pelo outro. Harry afundou o queixo no peito e deu uma olhada em mim, se controlando para não rir. Mas pude notar os seus ombros se sacudindo.
As crianças piscavam os olhos, sem acreditar na cena que viam. Mal conseguiam se segurar. Bastou que um menino da primeira série soltasse uma gargalhada para que todos começassem a se contorcer de tanto rir.
Jim, que presenciara tudo da entrada, rapidamente acompanhou Eugene e Terry, o menino que tinha lançado o molho de salada, para fora do prédio.
- Por que você não leva o Harry também? - resmunguei, o que fez com que Jim desmanchasse a cara séria que estava tentando manter.
- Desculpe, Hermione. Escapou - falou Harry.
Apenas Anna não riu, mas seus olhos não paravam de se mover.
- Aqui – ofereceu Harry, com a voz trêmula, tentando prender uma gargalhada.- Deixe que eu limpo isso.
- Posso resolver isso sozinha.
- Não fique irritada comigo, Hermione - sua voz era tranqüila e suave, como se estivesse acalmando uma criança. - Tenho outra camiseta na mochila. Quer emprestada?
- Obrigada. Prefiro passar a tarde inteira atraindo abelhas.
- Tá bom. Faça do 'seu jeito - ele balançou os ombros e esticou a mão com um maço de guardanapos.
Agarrei-os e saí andando a passos largos com toda a dignidade que consegui reunir. Mas não fui muito longe.
- Hermione, oi! - Draco me cumprimentou.
Ah, não!!!
- Como está? - perguntou, com seus olhos verdes brilhando.
Os seus colegas da ginástica olímpica - eles só podiam ser uma equipe de atletas, senão por que setes corpos perfeitos com toalhinhas sexies ao redor dos pescoços suados estariam juntos em uma fila do refeitório? - me olhavam de cima a baixo e soltavam risadinhas.
- Ótima - disse. – E você?
- Bem. O treinador está me ajudando a ser o melhor que eu posso - disse ele, sorrindo.
- Que bom ouvir isso.
Do outro lado da mesa, Harry observava a minha conversa com curiosidade. Enquanto isso, o molho de salada e o catchup começavam a endurecer e a repuxar a minha pele. Queria fugir dali o mais rápido possível.
Então, Draco me surpreendeu. Ele deu um passo em minha direção, hesitou um pouco e chegou mais perto. Devagar, tirou a toalha do pescoço.Não pude deixar de admirar quando o seu peito e seus ombros apareceram por baixo da camiseta. E gentilmente, muito gentilmente, esfregou o meu rosto, meu pescoço e meus braços. Por um momento, desejei que as crianças tivessem jogado mais.
- Pronto. Está melhor?
- Ahã- disse sem ar.- Obrigada.
Ele dobrou a toalha cuidadosamente e colocou-a em minhas mãos. Fiquei me perguntando se eu precisaria devolvê-la.
- A gente se vê por aí - falou Draco, sorrindo docemente para mim.
Fiquei olhando enquanto ele voltava para a fila do refeitório.
Alguns minutos depois, Harry passou por mim com um sorriso malicioso.
- Atraindo abelhas...- comentou.
Olá pessoinhas!
Fic mega-ultra-power atrasada! Poderia citar todos os problemas que tive durantes esses meses, mas isso não iria mudar o fato que eu não postei nenhum capítulo novo, não é mesmo?
Enfim, fim de ano chegando! Mais uma semana e eu começo minhas provas finais! Depois, férias! Se eu passar direto, né? rs Mas acho que eu passo direto sim! Sempre passei, porque esse ano seria diferente, justamente o último ano?!? rsrs
Ahhh, eu como eu adoro esse livro! Eu nunca me canso de lê-lo! Ele é simplesmente maravilhoso! Espero que estejam gostando, assim como eu gosto!
Bem, até a próxima então,
Baccio.
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