A Noite do Valete




A Noite do Valete.

Sirius Edward Zabine encontrava-se deitado em sua cama no dormitório do sexto ano da Grifinória. Todos os anos ele pegava o leito próximo a janela, de modo que pudesse entreabrir o cortinado e fitar as estrelas lá fora.

Seus pensamentos iam e vinham sem parar. Porque Danielle O’Brian tinha de ser tão complicada? E porque ele estava pensando nela, outra vez? Malditos pensamentos, maldita garota! Só lhe confundia a cabeça e atormentava os sonhos. Isso pra não falar de quando o espancava ou ignorava.

- Garota maluca... – murmurou pra si.

E se não bastasse as invertidas e os hematomas, agora ele falava besteiras diante dos amigos! Estágios do amor? Aonde é que ele estava com a cabeça? Maneou a cabeça, irritado consigo. Nela. Aonde mais seria?

E para melhorar, passara por desesperado na frente de Caios. Não que o loiro fosse fazer algo com isso, na verdade até lhe dera uma pista de onde poderia encontrá-la... E bem, ele só a estava procurando por que não a via desde do dia no hospital, não significava nada demais certo? Queria conversar... Só...

Mas como filho de Blake Zabine ele não podia fazer tudo certo. Fora só deparar-se com uma Roxenne Delong extremamente “receptiva” que já perdia o rumo dos pensamentos e deixava os hormônios falarem mais alto. Mas é claro que beijar uma garota e deparar com o olhar de outra, daquela que você deveria estar procurando, não lhe dá exatamente um atestado de inteligência. E sem pensar (mais uma vez em menos de dez minutos), Sirius simplesmente largara a ruiva e fora atrás de Dandan, aquela sua loira irritada que caminhava feito bala pelos corredores. Não sua, realmente. Mas ora! Era só um meio de expressão!

Franzindo o cenho, o moreno revivia no escuro da noite os acontecimentos daquele dia, de sua volta para Hogwarts...

“- Novidade Sirius eu não quero falar com você!
- E por que não?
- Não estou a fim!
- Deve haver algum motivo...
- Você é um idiota, quer motivo melhor que esse?
- Bem... Quero!
- Pois vai ficar querendo!”.


Porque mulher tinha que complicar tanto as coisas? Melhor, porque diabos ELA tinha que complicar tanto as coisas?! E para melhorar aparecia aquele Adhara metido-dos-infernos para dar em cima dela!

- Você é desastrada O’Brian. – imitou Sirius, lembrando-se do fato com desgosto.

E para completar, ela não fazia a MÍNIMA questão de ser discreta ao olhar para aquele sonserino sem noção! Argh! Garota complicada! E ela não podia negar o sorriso que ele vira quando eles estavam cantando. Ah mas não podia mesmo! Mesmo tendo ignorado quando ele lhe sorrira, mesmo que ele tivesse tido pensamentos completamente malucos ao seu respeito enquanto cantava...

O garoto de dezesseis anos vestia somente uma boxer azul marinho naquela noite quente, apoiava a cabeça em seus braços cruzados e ouvia a respiração cada vez mais distante de seus colegas. Seus olhos azuis pesavam, as lembranças se confundiam ligeiramente e o brilho das estrelas foi perdendo o foco...

Estava em um Salão de Jogos vazio As paredes cor de mogno lhe traziam uma sensação acolhedora, havia mesas dos mais diversos jogos, roletas, dados, cartas... O Paraíso das Apostas! Ele só precisava de otários para trapacear, um sorriso cafajeste já se formava em seus lábios quando uma voz as suas costas fez seu espinha gelar.

- Eu sei que você adora esse lugar, Zabine. Mas dá pra pensar num jeito de sairmos daqui?

Tão loira e irritada quanto nunca. Olhou ao redor, algumas cadeiras estavam viradas e uma desordem, que ele não havia reparado antes, tomava conta do lugar, seu blazer estava jogado de qualquer jeito sobre uma mesa e algumas lâmpadas estavam quebradas, dando ao local uma iluminação fraca e diferente. Voltou a fita-la, achando-a mais interessante que o resto.

- Acho melhor esperarmos um pouco. – a voz saíra de sua boca sem que percebesse.
- Você está certo. – concordou ela, fitando as coisas a sua volta.

Danielle não parecia nem um pouco a vontade. Não se lembrava ao certo porque estavam ali, mas de algum modo, Sirius teve a certeza de que o que mais a incomodava eram estar sozinha com ele, sorriu divertido, aproximando-se lentamente.

- Que tal um jogo de cartas? – indagou ele, levantando e abaixando as sobrancelhas de forma marota.
- O que tem em mente? – replicou ela, olhando-o de soslaio e observando um sorriso formar-se na face do garoto.
- Strip-poquer.
- Ahm, pra te deixar trapacear? – ironizou. – Não, obrigada.
- Ah, assim você magoa, Dandan.

Sirius imaginou que veria o olhar castanho impaciente que conhecia e cultivava nela há tantos anos, mas engasgou surpreso e com os olhos arregalados quando ela se levantou fitou-o nos olhos e concordou:

- Tudo bem, vamos jogar.
- Quê?
- É, vamos jogar. – repetiu ela oferecendo um olhar debochado, ao que logo recebia um sorriso malicioso.
- Prepare-se para perder as roupas, Dandan. – garantiu o moreno, embaralhando as cartas com destreza.
- Mas nós não vamos jogar cartas...
- Não? E o que vamos jogar?

Ela sorriu largamente antes de responder:

- Strip-sinuca.

Ele pareceu considerar a idéia, fazia tempo que não jogava, mas não deixaria aquela loira rir dele e o chamar de covarde, além do que, vê-la perder seria realmente prazeroso.

- Okay. Eu topo.
- Ótimo. – ela sorriu, e parecia estar realmente se divertindo. – Cinco tacadas cada, cada bola na caçapa equivale a uma peça de roupa a menos do outro.
- Porque cinco?
- Porque normalmente esse é o número de peças que uma pessoa usa. – deu de ombros, pegando um taco em uma parede e jogando outro pra ele.
- Você andou jogando isso com outras pessoas? – perguntou ele, unindo as sobrancelhas, desgostoso.
- Não. – respondeu, simplesmente, fazendo sorrir um pouco.
- Cara ou coroa? – indagou Sirius, galante, tirando um galeão do bolso.
- Coroa.

O galeão girou várias e várias vezes no ar antes de cair na palma da mão de Sirius, que levantou os olhos sorrindo matreiro.

- Cara. – anunciou, guardando o galeão no bolso e se aproximando da mesa de sinuca.
- Ok Zabine, vamos ver se você é bom nisso. – comentou a loira, embora seu sorriso tivesse diminuído um pouco e houvesse um resquício de temor em sua voz.

Em resposta, ele se debruçou sobre a mesa e com uma belíssima tacada conseguiu encaçapar uma bola.

- Pode tirar, Dandan. – declarou ele, cruzando os braços em frente ao peito, muito satisfeito.

Ela limitou-se a girar os olhos e tirar o casaco, jogando-o na mesa ao lado.

- Ei! Casaco não vale!
- Cale a boca e jogue, Zabine.

Ligeiramente contrariado, ele voltou sua atenção para a mesa, pensando em qual seria sua melhor jogada. Gastou algum tempo analisando suas opções, deixando-a entediada. A garota analisava os quadros pendurado na parede e outros tanto que agora jaziam no chão.

- Vai jogar ou não? – perguntou de maneira cansada, sentando-se na outra mesa de sinuca e cruzando as pernas.

Sirius voltou sua atenção para as a nova visão que tinha da loira, já que sua saia subira ligeiramente, ela nem notara, continuava a olhar os quadros.

- Anda logo, Zabine!
- Ahn... É...

Desconcentrado, ele bateu com força demais, perdendo sua vez de jogar. Sorrindo, Danielle pulou da mesa e preparou-se para jogar, analisou a mesa e voltou-se para Sirius.

- Trinta galeões como eu coloco duas em uma só tacada.
- Rá! Quero ver, vamos lá O’Brian.

Ajeitando-se ela soltou um risinho antes de se debruçar sobre a mesa e bater perfeitamente na bola branca, que rolou e derrubou outra para então bater na quina da mesa e acertar mais uma. Ela voltou a olhar para ele, levantando e abaixando as sobrancelhas, no mesmo gesto divertido feito por ele anteriormente.

- Pode tirar, Sirius. – provocou.
- Hmpf... – resmungou ele, tirando a gravata e a camiseta, ficando apenas com a calça e com uma regata branca. – Agora você me chama pelo nome.
- Você é um péssimo perdedor. – retrucou ela, divertida.
- Você ‘tá trapaceando! – alegou Sirius, mau-humorado
- Claro que não, como eu faria isso?
- Oras, deixar que eu me distraia com suas pernas é trapaça!
- Que? Zabine! – ralhou, ficando vermelha, o que agradou bastante o garoto.
- O dobro ou nada que você não acerta a próxima.
- Vai ficar de bolsos vazios hoje... – decretou a loira, afastando o cabelo dos olhos e mandando outra bala para a caçapa do fundo.
- Ok... Isso é assustador! – admitiu ele, tirando a regata, sorrindo de lado ao vê-la prender o fôlego. – Algum problema, Dandan?
- Na-não. Nada! – desconversou, baixando os olhos. Quando voltou a fita-lo tinha um brilho sapeca no rosto. – Você vai perder as calças e o ouro hoje, Sirius.
- Ei, espertinha! Eu não vou perder minhas calças!
- Foi você quem quis jogar Sirius! – riu-se a loira.
- ‘Tá bom, mas você tem que me explicar como está fazendo isso!
- Cinco verões seguidos jogando com o meu irmão e os amigos dele. A gente acaba aprendendo uns truques. – deu de ombros, sorrindo com a lembrança.
- E então... Quais são as chances de que eu termine isso aqui vestido?
- Mínimas. – admitiu, rindo, ao que ele sorriu insinuante.
- E as chances de que você também não termine vestida?
- Engraçado. – replicou ela, fechando a cara e acabando por errar sua jogada.

O moreno alongou de leve os braços antes de se debruçar na mesa. Danielle inclinou-se um pouco para o lado para apreciar a visão das costas do mesmo, nesse momento, ele voltou-se para ela, fazendo com que desviasse os olhos na maior cara de pau. Sirius riu e voltou a olhar a mesa, com uma jogada lenta e precisa, fez a bola branca deslizar sobre o pano verde até acertar sua bola e coloca-la na caçapa. Voltou-se para a garota que acompanhava a jogada impressionada, arqueou as sobrancelhas, sugestivo, ao que ela, encabulada, pareceu lembrar-se do que vinha a seguir. Abriu e fechou a boca jamais pensando que despiria a própria blusa na frente dele, aquele jogo começava a lhe parecer uma péssima idéia. Respirou fundo, tomando coragem e tentando não pensar na vergonha, já ia se livrar da dita cuja quando ouviu-o largar o taco.

Sirius cobriu a distancia até ela e mirou seus olhos castanhos com intensidade, ao que ela apenas retribuiu, mordendo levemente o lábio inferior. Deslizou as mãos para a cintura dela erguendo a barra de sua camiseta com os polegares.

- Eu ajudo você... – declarou ele, com a voz baixa e olhos azuis cheios de confiança.

A garota encarou-o, sentindo o batimento diminuir, cerrou os olhos e ergueu os braços ao que ele despiu-lhe a camiseta, roçando os dedos de leve em sua pele e deixando-a apenas com o sutiã bege. Quando a peça branca já estava longe se seu corpo, Dani tornou a abrir os olhos, tentou cobrir-se com os braços quando notou o olhar de Sirius sobre seu colo, mas ele pegou-lhe as mãos com carinho, então ergueu sua cabeça, de modo que o olhar dela voltasse a encontrar o seu.

- Você é linda. – murmurou rouco.

No segundo seguinte, seus corpos já estavam colados e as bocas unidas com sofreguidão. O tórax quente dele contrastava com o volume dos seios dela, comprimidos contra ele. A pele de ambos se arrepiara, enquanto suas línguas dançavam em um ritmo que seus corpos pareciam conhecer, e suas mentes não tinham conhecimento. Sirius ergueu-a levemente pela cochas, colocando-a sobre a mesa de sinuca em que jaziam algumas de suas peças de roupa, colocando-se entre as pernas dela e puxando-a ainda mais para perto. Danielle não conseguia pensar em nada, as mãos dele marcavam sua pele, enquanto as bocas pareciam entretida em uma batalha de gostos e texturas...


- Dandan!

Sirius abriu os olhos de pronto, deparando-se com o cortinado de sua cama. E fechando os olhos frustrado enquanto sua respiração voltava ao normal. Seu corpo suava e demorou alguns minutos até que seu coração se acalmasse e o medo de que ele rompesse de seu peito fosse esquecido. Levantou-se tremendo um pouco e serviu-se de um copo de água, bebeu-o como se fosse um nômade do deserto que não via água há tempos, sua mente era um borrão confuso. Não se lembrava o que sonhara, mas seu corpo lhe dizia que havia sido bastante significativo... Viu a Lua por detrás de algumas nuvens e deixou seu organismo acalmar-se, o ano em Hogwarts estava apenas começando.



Nota da Dani:: Sabe aqueles surtos que acontecem de repente? Um parágrafo que não vai pra frente, um textinho velho feito para uma amiga rir e uma musica de fundo, e de repente, o surto toma forma e proporções e você não pára até que esteja completo? Então... xD ‘tá explicado (y). hauHAUuahuHUAHUhauhuHAU Queremos comentários!!! =]

Nota da Kitai:: Duas palavras: DANDAN GENIO :D

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