Um novo dia para recomeçar
Um novo dia para recomeçar
O céu estava coberto por um manto azul-vivo. O vilarejo estava silencioso, exceto pelo canto das aves e os esquilos sorrateiros, que derrubavam nozes e emitiam sons engraçados. Tudo parecia normal em Godric’s Hollow. A sebe crescia vistosa, embrenhando-se na cerca de madeira. Comparado ás outras residências, a casa cor de creme era diferente. Emanava uma aura peculiar. Os trouxas que por ali passavam não podia imaginar o que repercutia naquela casa de atração fora do comum.
Por trás das paredes cor de creme, um jovem segurava um instrumento comprido e fino na ponta de seus dedos e, com o artefato, fazia almofadas forradas de seda púrpura deslizarem no ar, pousando levemente no sofá. Vista de um ângulo diferente, a mobília da casa tinha uma aparência diferente das casas de trouxas. Harry fechou as cortinas da sala com um simples aceno de varinha e, distanciando-se um pouco, contemplou o lugar.
- É... vai servir, por enquanto. – murmurou ele, certificando-se de que a miniatura de firebolt sobre a mesa de centro voava baixo o suficiente para se manter longe dos olhos curiosos.
Harry acabara de ajustar uma fotografia emoldurada na parede, quando uma coruja de plumagem âmbar sobrevoou o teto, fazendo com que a moldura escorregasse, sendo resgatada por Harry a tempo.
- Edwiges! – ralho Harry, mas em tom de voz carinhoso – já vou pendurar sua gaiola, deixe-me apenas terminar com isso.
O jovem bruxo ajustou a fotografia novamente e ela permaneceu ali, imóvel, exceto os personagens que a compunha, um homem com mais de dois metros de altura, barba espessa, e um Harry sorridente, ao lado de um jovem e uma garota, ambos de cabelos muito vermelhos e uma segunda garota de ares superiores.
A casa parecia em ordem, afinal. Harry suspirou, aliviado. Passara todo final de semana inteiro tentando mobiliar a casa como era a quase 20 anos atrás. Claro com algumas mudanças pessoais. Edwiges pousou no braço do sofá, fitando com seus olhos amarelos a firebolt em miniatura flutuar sobre a mesa de centro.
Harry estava contemplando, uma última vez, o belo serviço, quando uma garota surgiu do nada, ao seu lado, olhando-o com uma cara de desaprovação. Era a garota da foto:
- Harry, você vai nos atrasar. Vamos logo, não quero perder a refeição da Sra. Weasley.
- Tudo bem, Hermione. – Harry olhou uma última vez. Aquela era sua casa, afinal.
Hermione percebera que o garoto parecia um pouco desanimado, e suspeitou do que poderia ser:
- Harry... não acha que ficar aqui pode trazer lembranças dos seus p...
- Não, Mione. – falou Harry, virando-se contra a sala – Essa é minha casa. Não se preocupe, vou ficar bem aqui.
A garota fitou-o com olhos de compaixão, mas esforçou-se para que o amigo não a visse. Sabia que ele odiava quando sentiam pena dele. E não o culpava. Vivera aventuras a mil desde o primeiro dia em que ingressara em Hogwarts, a escola de magia. Tudo o que Harry queria, agora, era uma vida normal à medida do possível, o que seria um tanto complicado, já que ele era nada mais, nada menos que Harry Potter, o menino que sobreviveu, ou o Bruxo do século, como as pessoas do Ministério gostavam de chamá-lo.
- Vamos então, Harry. Ou a mãe do Rony vai ralhar com a gente.
Quase que momentaneamente, um jovem de cabelos muito vermelhos, igual ao da foto, surgira do nada, como se tivesse simplesmente aparecido no meio da sala.
- Podem ficar sossegados... Ela já está brava. O pessoal está faminto. Se demorarmos mais um minuto, Jorge come a outra orelha.
Os três amigos riram. Hermione era a que ria com mais insegurança, afinal, não gostava desse tipo de brincadeira. Rony por outro lado, aprendera a conviver com seu senso de humor distorcido depois de tudo o que passou, anos atrás.
- Ok. Vamos então. – decidiu Harry e, virou-se para a ave âmbar pousada no sofá – Venha, Edwiges. Você vem com a gente.
A coruja pousou no ombro do garoto e, como mágica, eles simplesmente sumiram no ar. Haviam aparatado para A Toca.
Segundos depois, o grupo estava caminhando a passos largos pelos caminhos de terra do vilarejo de Ottery St. Catchpole. A coruja alçou vôo e avançou na frente deles. Os três continuaram a caminhar.
- Por que seu pai colocou feitiços antiaparatação n’A Toca? – perguntou Harry – Ele acredita que ainda haja algum perigo?
- Bem, você sabe que ele é meio cauteloso. – falou Rony – ele acredita que talvez haja um comensal ou outro aí tentando pegá-lo.
- Bem, acho isso improvável. – comentou Hermione – Se nem mesmo Voldemort conseguiu controlar o Ministério, como meia dúzias de comensais o faria? Quer dizer, seu pai é ministro agora, Rony. Ele sabe se cuidar como ninguém, e isso já ficou provado. Nenhum comensal tentaria pegá-lo. Duvido muito.
- É o melhor ministro que já tivemos, diga-se de passagem. – comentou Harry.
As orelhas de Rony ficaram vermelhas, mas ele soube esconder o constrangimento. Era verdade, pensou o ruivo. Nenhum outro ministro fizera tanto quanto seu pai. E ele estava no posto há apenas algumas semanas.
Assim que avistaram a casa dos Weasley ao longe, o trio apressou o passo, pensando o que Molly Weasley teria preparado de tão bom para a refeição daquela tarde. Minutos depois, estavam de frente à casa. O lugar estava bem diferente, ou melhor, completamente. O jardim estava oculto por uma cerca-viva e, ao adentrarem o portão, viram como o lugar estava impecável. A casa tinha dois andares. Era vistosa, as janelas vermelhas de madeira e o tom fosco na parede davam uma aparência de casa no campo. Era, sem dúvida, maior do que A Antiga Toca. Os arbustos cresciam sorrateiros, fadas mordentes e duendes disputavam uma caixa de madeira velha, colocada perto de um coreto, bem no meio do jardim.
- Queridos, venham logo. – uma voz de uma mulher aflita os chamara – Céus, vocês atrasados!
Eles adentraram a casa e, Harry recebeu um longo e demorado abraço de Molly assim que entrou. Sentiu o cheiro de batatas assadas com carneiro e, decididamente, desejou ter chegado antes. O cheiro de pudim de abóbora também estava tentador. Assim que Harry estava dentro d’A Nova Toca, Gina Weasley recebeu o garoto com um abraço forte e caloroso.
- Harry! – exclamou ela – que bom vê-lo. Pensei que não viria.
- Ele estava decorando sua casinha de bonecas, Gina. Depois todos vamos tomar xá com biscoitos na casa dele. – Jorge surgiu na cozinha. Tinha saído do que parecia ser uma cortina preta no canto do cômodo. Riu para Harry e apertou sua mão – E aí, Harry. Como andam as coisas na nova casa.
- Estou bem melhor agora, que posso descansar sem me preocupar com o próximo ataque – todos deram risadinhas nervosas, menos Molly – ah, e sobre o convite do xá com biscoitos, está em aberto. Podem ir à minha casa de bonecas quando quiser.
Todos se sentaram a mesa. O Sra. Weasley chegou minutos mais tarde, tivera muito trabalho no ministério aquela tarde. Harry se levantou e cumprimentou o homem com um abraço. Harry o via como um pai postiço, e Arthur via o jovem como um filho.
- Que prazer em vê-lo, Sr. Ministro. – falou Harry em tom bem humorado.
- O prazer é todo meu, Sr. Potter... ou devo dizer, Sr. Chefe dos aurores.
Gina acabara de bebericar um pouco de hidromel quando ouviu o que o pai disse, cuspindo toda a bebida em Rony. Todos olharam para Arthur, paralisados. Harry fitou-o, inexpressivo. Ouvira mesmo aquelas palavras, Ele, Harry Potter, chefe dos aurores?
- Perdão...? – gaguejou Harry.
- Isso mesmo, Harry. O Conselho do Ministério levou em conta a sua excepcional habilidade com feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas e seu talento natural de liderança. Isso, é claro, somado ás suas aulas preparatórias de aurores que tem excedido às nossas expectativas. É claro, não é uma convocação, é apenas um convi....
- É claro que eu quero. – exclamou Harry na hora, radiante – Eu, chefe da sessão de aurores! Isso é ótimo!
- Certamente que é! – falou Gina, sorrindo para o jovem – Harry acho que você nasceu virado pra lua. Apanhador no primeiro ano em Hogwarts, o aluno mais jovem a conjurar um Patrono, claro, tirando os Marotos, e o primeiro a se tornar chefe dos aurores antes mesmo de ser auror.
Harry, de repente, sentira o peso das palavras de Gina. Realmente, faltava muito tempo para ser reconhecido como auror.
- Ela tem razão, Sr. Weasley. Eu ainda não...
- O Conselho concordou que, com mais alguns meses de aula, Harry, você poderá tomar o posto de chefe dos aurores. Você é um talento, entenda. Sua habilidade para executar feitiços é quase tão boa quanto à de Hermione, embora ela tenha decido tomar outros caminhos.
Hermione corou ligeiramente. Olhou para os nós dos dedos, mas, segundos depois, ergueu a cabeça, sentindo inatingível.
- Bem, vamos comer, então. – falou a Sra. Weasley – o tempo ruge, e nós ainda temos que fazer os preparativos para o décimo oitavo aniversário de Harry.
Todos se sentaram à mesa, e, minutos depois, estavam se servindo de uma deliciosa refeição preparada pela Sra. Weasley.
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PESSOAL, a história está só no começo. Preparem-se para essa incrível aventura de Harry e seu grupo de amigos. Como ainda está so no começo, obviamente não tem nenhuma aventura AINDA. Mas aguardem. Dias tempestuosos virão!xD
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