Capitulo 9
Capitulo 9
“Quieto, canalha! & Um herói de óculos escuros!”
O valente Almofadinhas já tinha sido dominado por Tadeu. O empregado traidor pegou a gravata de Weasley e carregou o cachorrinho, para amarrá-lo numa viga do corrimão da escada secreta. Voltou logo em seguida.
— Va bene, giovinetto dei ócchi neri... — começou o imenso vilão, dirigindo-se a James, já mais calmo depois do susto que sofrera com a fúria do cachorrinho. — Por que você e essa bela bambina tinham de se meter onde não são chamados?
O coração de James batia acelerado. Ele, Lílian, sua mãe e Joseph estavam agora incluídos, junto com o professor Dumbledore, na lista dos próximos assassinatos daquela quadrilha. Precisava ganhar tempo, mas, para quê? Ninguém sabia que eles estavam ali, presos num subterrâneo secreto. Criou coragem e resolveu enfrentar os bandidos como se fosse um herói de filme americano:
— Já descobrimos tudo, Don Peperone. Vocês querem acabar com Hogwarts. Este colégio ocupa o último grande terreno do centro desta cidade, e vocês querem construir um shopping center aqui!
— Beníssimo! Sagace ragazzino! Como descobriu isso?
— Descobri muito mais! É claro que o professor Dumbledore nunca concordaria em fechar o colégio. Ele precisava ser afastado, não é? Mas havia alguém, aqui, dentro de Hogwarts, que estava do lado podre de vocês! O trabalho sujo ficou para ele! E o demônio jogou o professor pelas escadas!
Don Peperone arregalava os olhos, surpreso com tudo aquilo que o menino sabia. Mas sorria, pois estava mais do que seguro. Aquele garoto não viveria para contar suas descobertas a ninguém.
— Quase, ragazzino! Não foi difícil trazer o homem profumatto para o nosso lado. Ele gostava de jogo e foi só financiar suas extravagâncias com as cartas. Sua dívida ficou grande, como eu tinha planejado. O coitado ainda tentou tirar dinheiro do colégio para cobrir o que devia, mas nós tínhamos providenciado para que essa dívida fosse impossível de ser paga.
— Bandidos! — gritou Lílian — E como é que vocês obrigaram meu pai a confessar que foi ele quem tirou esse dinheiro?
— Foi brilhante a minha idéia, não foi, bambina? O ragazzo pro fumatto não sabia o que fazer, quando o contador descobriu os desfalques. Mas eu expliquei direitinho para ele como se faz uma boa chantagem. Afinal, a mulher do tal Evans precisava viver, não é? E a filha precisava continuar estudando sem pagar, non é vero?
— Malditos!
— Mas ele não jogou ninguém das escadas — continuou Don Peperone, sem ligar para a raiva da menina.
— O professor Dumbledore foi tirar satisfações com ele e ameaçou transformar a escola numa fundação administrada pelos professores, impedindo que o terreno jamais pudesse ser vendido. Na discussão, ele perdeu a cabeça e acabou usando um cortador de papéis no peito do velho professor... Pecatto! Se o professor Dumbledore aparecesse esfaqueado, todo nosso plano iria por água abaixo, não é?
James cortou:
— E aí vocês encontraram um velho todo fraturado e o internaram num hospital de luxo, que faz poucas perguntas para quem paga alto! Era só esperar o velho morrer que teriam um atestado de óbito normal, em nome do professor. Depois, bastava trocar os cadáveres e a população dessa cidade enterraria nosso diretor sem desconfiar de nada!
— Bravo, ragazzino! Quase certo, de novo! Depois da infeliz facada, tínhamos de arrumar as coisas. Só que o velho mendigo que nós achamos não tinha nenhuma fratura. Foi as mãos do nosso colaborador, o Giovanni aqui, que providenciaram uns ossos quebrados.
Lílian olhou as mãos enormes do capanga e imaginou-o quebrando metodicamente os ossos de um pobre e velho mendigo, de modo que ele só fosse morrer mais tarde, no hospital.
No escuro da escada secreta, Almofadinhas tentava roer aquela coleira de pano.
— E tudo vai acontecer do jeitinho que você falou, ragazzino — continuou o imenso bandido. — Só estamos esperando que o Zeppe, aquele que você conheceu no hospital, venha para cá trazendo uma perua grande, pois agora temos cinco peixes para jogar na água. Depois, como o velho mendigo já está morto e o atestado de óbito já está nas mãos do Zeppe, usaremos a mesma perua para levar o cadáver do professor para um ponto combinado. Acho que dá para fazer tudo isso antes do amanhecer, você não concorda? O carro fúnebre vai estar sendo dirigido por uma papa-defunto que nos deve qualquer piccoli favori e vai ser fácil trocar os dois velhos. Mais um para tomar banho no rio...
— Bandido! — xingou Lílian de novo. — Mas vocês não vão escapar dessa!
— Não vamos? E quem vai nos impedir? Até a polícia aqui está do nosso lado. — apontou para Mendes e para Xavier e voltou-se de novo para James - Ah, ragazzino, o Zeppe me ligou, do hospital, depois que você saiu de lá. O idiota estava tranqüilo, dizendo que você não poderia ter descoberto nada por causa dei suoi ócchi neri. Mas eu quase morri de susto quando o Zeppe disse que você tinha accarezzato a careca do mendigo. Scuzi, ragazzino, mas o Giovanni não conseguiu encontrar nenhum velho mendigo com uma cabeleira como a do velho.
— E o plano é antigo, não é, Don Peperone? — completou James, sorrindo desanimado. — Começou a ser executado quando vocês assassinaram a professora Emily, não é?
Desta vez, o gordo espantou-se de verdade:
— Ragazzo vilano! Você descobriu isso também?
O gordo bandido tentou levantar-se. Foi aí que o caixote não agüentou mais e... crac! Partiu-se o corpo imenso desabou no chão sujo do subterrâneo.
— Don Peperone! Stai offeso?
Giovanni, Xavier e Tadeu correram para socorrer o chefe.
Lílian aproveitou a ocasião. Enfiou a mão no bolso da jaqueta de James, pegou a bengala, pôs-se de pé e, com um movimento, armou a bengala e bateu na lâmpada que pendia por um fio do teto!
— Agora é com você, Jay!
O rapaz tinha ouvido a lâmpada espatifar-se. Ah, finalmente ele estava em posição de superioridade! A escuridão era seu ambiente de nascença e, sem fazer qualquer ruído, correu para a saída do salão.
— Attenzzione! Il ragazzo!
Um clarão iluminou tudo por uma fração de segundo e ouviu-se o estampido de um tiro.
— Non sparare! va a uccidere il capo!
— Não atirem! Vão atingir Don Peperone!
— Peguei!
— Cosa ha preso, imbecile? Sono io!
Sarah e Lílian estendiam as pernas e procuravam fazer tropeçar os bandidos, que já estavam atrapalhados o suficiente.
— Presto! II ragazzino, incompetenfii! Lui va a scapare!
James corria pelo labirinto subterrâneo sem sequer esbarrar nas paredes. Em segundos, estava no pé da escada secreta. Sua mente estava um vulcão:
"Ragazzo profumaito, foi o que disse o gordão! Ai, eu estava errado o tempo todo!"
Quando chegou à passagem que dava na sala da diretoria, sua primeira impressão foi o perfume forte da colônia caríssima do...
— Doutor Jonathan!
Ouviu a voz simpática do jovem diretor:
— James! O que você está fazendo aqui, a essa hora da madrugada?
O garoto parou na abertura da estante, sorrindo e ofegando. Lá embaixo, no porão, continuava a ouvir imprecações em italiano e ruídos de luta.
— Tudo bem, doutor Jonathan?
— Como, "tudo bem"? O que está acontecendo é que houve com essa estante? Caiu?
James não se abalava e repetia:
— Tudo bem, doutor Jonathan? Eu perguntei "tudo bem"...
— Tudo bem?! Você está ficando maluco, James? — perguntou o diretor, surpreso.
— Comigo está "tudo bem".
— Como assim, James?
— É uma longa história, doutor Jonathan... Uma história que começou com "erros grosseiros". Cheguei apensar que esses erros tinham sido cometidos pelo seu cunhado, o Augusto. Que bobagem, não? Augusto é pós-graduado em administração de empresas e jamais cometeria erros grosseiros em contabilidade, não é? Já o senhor... os números não são o seu forte... Mas, afinal de contas, tudo vai ficar bem, não vai?
— O que é que você está dizendo?
— Estou dizendo "tudo bem". O mesmo que o senhor falou ao telefone, ontem... Eu sabia que havia alguma coisa errada desde aquele momento, doutor Jonathan. O Sr. Evans acabava de ser levado pela polícia, com algemas nos pulsos. O senhor disse que precisava fazer uns telefonemas urgentes. Eu ouvi do outro lado da porta e não pude compreender por que deveria estar tudo bem? Depois da prisão de Allan, com a qual o senhor parecia preocupar-se tanto? Estava falando com Don Peperone, não estava?
Não teve tempo para mais nada. Percebeu o homem aproximando-se furioso e abaixou-se, no momento em que um punho fechado zunia por cima dele. Jogou-se para frente, atracando-se com o bandido e conseguindo cair embolado no tapete com ele.
— Maldito moleque! Você vai morrer!
Lutando pela vida, James teve vontade de abrir numa gostosa gargalhada: ouvia o latido familiar de Almofadinhas e uma voz grossa, autoritária, que ordenava:
— Quieto, canalha!
● ● ●
Weasley usava uma gravata novinha em folha.
Sentado na primeira fileira, acariciando o heróico Almofadinhas no colo, o investigador mal ouvia o burburinho da multidão que lotava o auditório de Hogwarts. Todas as pessoas importantes da cidade tinham comparecido à cerimônia de encerramento das festividades do centenário do colégio.
Em seu discurso, o prefeito elogiara a excelência daquela escola, que agora prometia perpetuar-se, sob a direção de um conselho de pais e professores.
Na mesa de cerimônias, toda enfeitada de flores, no centro do palco, o prefeito estava sentado à direita do professor Alvo Dumbledore, já perfeitamente recuperado do sério ferimento que tinha recebido no peito, há quatro meses.
Em seguida ao prefeito, sentava-se Augusto que, nos últimos meses, estava aprendendo a relacionar-se melhor com os alunos. Queria aprender com o professor Dumbledore e demonstrava grande disposição em modificar-se e compreender a juventude. Estava aprendendo o que era Educação. E parecia estar compreendendo que, para aprender, era preciso usar o coração.
Sem parar de sorrir, Augusto lançava olhares interessados para a bela mulher sentada a seu lado. E que mulher! Que heroína tinha sido aquela enfermeira, que o investigador encontrara no subterrâneo da escola, algemada, com o branco uniforme já todo imundo, engalfinhando-se no escuro com um bandido que parecera aliviado ao ser preso e poder livrar-se da fúria da leoa Sarah!
Sarah e Augusto! Poderia ser uma boa idéia. Augusto estava se esforçando para aprender a ser um bom educador. E parecia esforçar-se ainda mais para agradar a bela Sarah. Assim, era possível que os dois não continuassem viúvos por muito tempo, pois Sarah parecia corresponder àqueles olhares.
À memória de Weasley, voltava a madrugada em que levara para casa aquela enfermeira fantástica e o casalzinho de jovens heróis, sujos, exaustos, um dormindo no ombro do outro no banco de trás da velha C-14.
Por um momento, recordou-se de alguém que nunca mais estaria numa mesa como aquela. O jovem doutor Jonathan Dumbledore, na cadeia na certa por muito tempo, junto com Don Peperone, Zeppe, Giovanni, Tadeu, o delegado Mendes e Xavier, os policiais corruptos. Todos agora aguardavam julgamento pelas mortes de Emily Ausdin e de um velho mendigo, pela tentativa de assassinato do professor Dumbledore, por desfalque nas contas do colégio, conspiração para formação de quadrilha, cárcere privado, falsidade ideológica e mais uma meia dúzia de crimes. Pobre da filha do professor Dumbledore! Haviam contado ao policial que aquela educadora era ainda mais dura que o pai e só mesmo passando por cima do seu cadáver Don Peperone conseguira seguir com sua trama.
Lembrou-se da dificuldade que os policiais haviam tido ao tentar enfiar no camburão o corpanzil de Don Peperone. E da surpresa do tal Zeppe, ao ser preso no momento em que chegava ao Cidinha dirigindo uma grande perua que acabara de roubar.
Acariciava ternamente os pêlos limpinhos e escovados de Almofadinhas. Aquele bravo cãozinho tinha surgido correndo, justamente no momento em que Weasley chegava ao colégio com Augusto, que se dispusera a abrir a porta do colégio àquela hora para que os dois tentassem descobrir alguma pista nos papéis do professor Dumbledore. Almofadinhas latia como se pedisse socorro, correndo em direção à escola, voltando, tornando a latir, até guiá-los para a diretoria a tempo de surpreender Jonathan em sua luta com James. Do pescoço de Almofadinhas, pendia a gravata esfarrapada de Weasley.
Ah, valente Almofadinhas! O cãozinho saíra correndo na frente e tinha ferrado os dentes com vontade na canela de Jonathan. Em seguida, guiou os policiais para dentro do subterrâneo, e foi Don Peperone que sentiu os dentinhos do cão em sua canela gorda.
Estúpido Jonathan! Nem fazia idéia de que sua irmã fora assassinada a mando de Don Peperone, iniciando o plano para construir um shopping center no terreno de Hogwarts. Ao ser preso, gritava que não sabia daquele assassinato, mas o bandido não havia hesitado em esfaquear o próprio pai, na noite em que o Velho o acusara do desfalque e comunicara que ele nunca herdaria Hogwarts, porque o colégio seria transformado em uma fundação. Idiota! Se tivesse pagado os remédios do próprio bolso, em vez de insistir com o convênio médico, e se não tivesse dito "tudo bem" ao telefone, talvez James nem tivesse se metido naquela história.
No outro extremo da mesa de cerimônias, Allan Evans parecia ter nova vida. A seu lado, sua esposa, na certa estava de mãos dadas com ele por baixo da mesa. Ela agora parecia praticamente curada, depois de quatro meses de tratamento com os tais remédios importados.
Outro casal estava também de mãos dadas sob a mesa. A linda Lílian. Como estava bonita naquela noite! Quem poderia acreditar que aquela beleza de garota, de aspecto tão delicado, tão frágil, que acabara de dar um concerto de piano tão aplaudido por todos, poderia ter arranjado coragem para lutar tanto pela liberdade do pai? E lutado até fisicamente, bloqueando a porta do subterrâneo a pontapés, no escuro, para impedir que os bandidos seguissem James? Quantos policiais de verdade teriam a coragem daquela menina? De que material era feito um ser humano como Lílian?
Entre o velho diretor e a jovem heroína, quase colado a ela, estava um rapaz que saíra nas manchetes de todos os jornais e já fora entrevistado por todas as emissoras de rádio e televisão.
Alguém que o país inteiro chamava de herói! Como um garoto como aquele conseguira fazer tudo aquilo? Como conseguira desvendar uma trama tão perfeita como a que a quadrilha de Don Peperone tinha armado? Como poderia ter percebido os detalhes daquela conspiração sinistra onde nem Weasley, com toda sua experiência, tinha visto nada?
"Talvez, se eu fosse cego, eu tivesse visto.", pensava o investigador, sentindo a emoção a apertar-lhe a garganta. O auditório inteiro fez silêncio. Aquele era o momento do discurso do professor Alvo Dumbledore.
O Velho fez menção de levantar-se e estendeu a mão esquerda para James. O rapaz amparou-o e o velho professor iniciou sua fala, com o braço envolvendo os ombros do jovem aluno. Já com as primeiras frases, a emoção da platéia começou a crescer ainda mais.
Somente a confiança que toda a cidade devotava à seriedade do professor Dumbledore poderia anular o escândalo que a imprensa tinha feito com a prisão de Jonathan. E era com essa seriedade, acrescida de uma sinceridade invejável, que agora discursava o velho professor.
Começou pelo relato do idealismo das gerações de educadores que haviam colocado de pé aquele colégio. Todos vibraram com o compromisso de fé no futuro que aqueles ideais significavam e emocionaram-se com a dor de um pai, que chegava ao fim da vida com um filho na cadeia.
— Eu, minhas queridas senhoras e meus prezados senhores. — continuava a discursar com a voz embargada — Criei um criminoso. Podem os senhores imaginar o que significa, para mim, não ter conseguido, com as técnicas da educação, fazer do meu próprio filho algo mais do que um criminoso? Meu coração, que por um triz não foi cortado pela faca empunhada por meu próprio filho, chora de vergonha... A todos vocês eu peço perdão pela grande falha em minha missão como educador, em minha missão como pai. Mas, em minha vergonha, quero encontrar compensações. E, como símbolo das compensações que me fazem pensar que valeu a pena ter vivido tão longa vida, tenho aqui, sob o meu abraço, este jovem estudante.
Centenas de pares de olhos fitavam o rosto bonito, meio ruborizado pela homenagem, do garoto de óculos escuros, enquanto o diretor continuava:
— Este é James Potter, o rapaz que me salvou a vida para que eu pudesse encarar a minha vergonha, mas cujo desprendimento me dá coragem para enfrentar com otimismo o pouco de vida que me resta. Hogwarts não pôde fazer de meu filho um homem decente, mas, em cem anos, ajudou a tornar cidadãos milhares de pessoas como este fantástico garoto. Quero que James se torne o símbolo da nova fase de Hogwarts. Uma fase em que a educação de excelência não mais seja encarada como o privilégio apenas de uma elite, mas que seja acessível a todos os jovens. De agora em diante, Hogwarts será de todas as crianças desta cidade, não mais somente das crianças que podem pagar mensalidades. Sempre concedemos algumas bolsas de estudo, mas isso não basta. Agora lutaremos para conseguir recursos que mantenham nossas portas abertas para todos. Como um hospital decente não pode recusar-se a atender quem o procura, independentemente das posses do paciente, um colégio que mereça respeito é obrigado a atender a quem precisa de educação. Já imaginaram meus caros amigos, quantos jovens como James este país já perdeu, por negar-lhes uma boa educação porque eles eram pobres, porque eles não pertenciam à elite? Quantos gênios que poderiam ter sido novos Einstein, quantos artistas que poderiam ter sido novos Shakespeare estão se perdendo por falta de acesso à saúde, à alimentação adequada, à educação?
O discurso do professor foi interrompido por emocionada salva de palmas.
Weasley não se envergonhava de deixar as lágrimas correrem-lhe pelo rosto. O ginásio do colégio estava uma beleza, decorado para o baile de formatura dos terceiros anos. Com o rosto colado ao de James, Lílian fechou os olhos, deixando-se guiar nos passos da valsa dos namorados. Rodopiava, embriagando-se ao som de violinos, nos braços daquele fantástico namorado, que a havia conduzido com segurança em tantas ocasiões, e que haveria de continuar a mostrar-lhe caminhos pela vida afora.
Sorria de leve, como se estivesse para adormecer gostosamente, às portas de sonhos suaves, onde o sol e a lua brilhariam juntos e onde a terra estivesse sempre coberta de flores.
Em muitos momentos, também ela havia guiado aquele rapaz e certamente haveria outros em que ele precisaria dela. Mas não é isso o amor? Uma eterna troca?
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!