Capitulo 6



Capítulo 6


“Você pode fazer tudo & um Careca na UTI & Começando pelo desastre”


 


 


James saiu quase correndo pelo corredor. Lílian estava na porta da biblioteca, esperando-o. Com uma frase curta, procurou acalmá-la contando o que o diretor falara sobre as providências que os advogados tomariam. Passaram na frente da sala de contabilidade e puderam ouvir a voz de Tadeu, falando com alguém.


Saíram para a calçada. Lílian olhou o relógio de pulso:


— Seis e cinco. Logo o Tadeu aparece.


Os funcionários de Hogwarts foram saindo, um a um.


— Cadê o Tadeu?


— Ainda nada, Jay...


Seis e meia. Lílian viu todas as luzes de Hogwarts apagarem-se. Aquele colégio não tinha cursos noturnos.


— Você tem certeza de que o Tadeu não saiu ruivinha? Não é possível tanta demora...


— É claro que tenho certeza, James. Parece que não tem ninguém mais na escola. Olhe, o vigia está trancando a porta. Vamos falar com ele!


James aceitou a liderança da menina e acompanhou-a:


— Boa noite, senhor Joseph.


— Boa noite, menina. O que está fazendo aqui, a esta hora?


— É que... Sabe? Eu esqueci meu fichário na biblioteca e...


— Sinto muito, mas não posso deixar ninguém entrar. Vai ter de esperar até amanhã para pegar seu fichário.


— Mas não tem ninguém na escola fazendo serão?


— Ninguém, menina. Todo mundo foi embora.


— Nem na contabilidade?


— A contabilidade está às escuras. Acabei de passar por lá. "Ai, perdemos o Tadeu! Carla deve ter se distraído!", pensou James, sem coragem para criticar a desatenção da amiga.


A Sra. Evans estava sendo cuidada pela irmã. Lílian telefonou novamente para a mãe e mentiu de novo. Desta vez a mentira era que dormiria na casa da colega com quem estava estudando e que não tinha telefone.


— Não se preocupe, mamãe...


— Está bem, filha. Hoje eu estou me sentindo bem melhor. E sua tia vai dormir aqui. É até melhor mesmo você ficar com sua amiga para distrair-se desse problema tão grande...


— O doutor Jonathan disse que os advogados vão tirar o papai da cadeia logo, mãe...


Lílian desligou. Tinha aceitado o plano de James. Era uma loucura, mas ela estava disposta a cometer qualquer loucura com aquele rapaz.


Pegaram o ônibus e foram para a casa de Toni. Mais uma vez, Chip preferiu o colo da menina.


— Lílian, perdemos o Tadeu. Agora só mamãe pode nos ajudar.


Eram mais de sete e meia quando chegaram. Lílian já estava cansada de espantar-se com o amigo: ele sabia em qual ponto deveriam descer do ônibus e guiou-a pela rua sem erro, levando-a com facilidade para casa. Bom, é verdade que Almofadinhas ia à frente, e os latidos alegres do cachorrinho ajudavam muito, como se fossem uma lanterna sonora a guiá-los na escuridão.


O rapaz morava em uma casa modesta, geminada dos dois lados. Havia um pequeno jardim de margaridas e gerânios.


James esquentou o jantar e, com Almofadinhas cochilando a seus pés, tentou distrair a menina com o teclado:


— Esta aqui eu mesmo compus, ruiva. O que você acha?


Mas a menina estava cansada, tensa, e o anoitecer só fazia com que ela pensasse no pai, lá na cadeia, partilhando uma cela imunda com marginais.


— Por culpa de quem meu pai está preso, Jay?


— Não adianta pensarmos nisso agora. Vamos esperar minha mãe. Preciso dela para o próximo passo. Agora ouça esse acorde novo que eu bolei. O solo passa para a mão esquerda enquanto a direita faz isso aqui. Ouça.


Lílian fingiu que se distraía, até ouvir a chave na porta.


Eram nove e quinze.


Sarah não conhecia a menina e surpreendeu-se:


— Oh, James! Temos visitas?


— Mãe, precisamos de você. Desesperadamente!


Enquanto jantava, Sarah ouviu o plano do filho.


— Não tem risco nenhum, mãe. Você trabalha no Metropolitano de manhã. Às vezes tem de dar plantão noturno na enfermagem. Ninguém vai achar estranho você aparecer por lá esta noite. Acho que não vai ter dificuldade de me botar lá dentro. Afinal, tudo o que eu quero é entrar um instante no quarto do professor Dumbledore.


— Entrar lá? O que um homem doente pode fazer pelo Sr. Evans?


James fez uma pausa e soltou a afirmação que tinha escondido até de Lílian:


— Nós dois temos certeza que o Velho sabia quem estava desviando dinheiro da escola. Por isso, estou quase certo de que a queda das escadas não foi um acidente!


— Como?! — espantou-se a menina.


— Posso estar errado, Lily. Mas, se o Velho sofreu uma tentativa de assassinato, o nome da pessoa pode estar em seus lábios. Se ele viu quem tentou matá-lo, a primeira palavra que dirá, ao despertar, será o seu nome.


Sarah sorriu:


— Ah, James! Isso só acontece nos filmes!


— Não temos mais nenhuma pista a seguir, mãe suplicou o rapaz. — Se o Velho puder me ouvir, talvez eu descubra quem é o culpado pelo desfalque. Se ele disser somente um nome, apenas uma palavra, talvez esse mistério todo esteja esclarecido. Mas, se ele não puder falar nada, eu saio e nós voltamos para casa...


Sarah estava exausta. Tinha cumprido árduo expediente em dois hospitais e varado a noite de plantão no Hospital Central. Mal tinha conseguido cochilar. Só não sabia como negar alguma coisa a seu filho e àquela menina tão bonita que lutava pela liberdade do pai.


Ela mesma não vivia dizendo que seu filho poderia fazer qualquer coisa na vida, tudo aquilo que os outros podem fazer? Como poderia agora desestimular James, justo quando ele estava empenhado em fazer algo grande, algo até maluco demais?


"Bem, vou entrar de sola nessa loucura!", decidiu-se Sarah.


— Está bem, James. Vamos fazer o seguinte...


 


 


 


 


• • •


 


 


 


 


Da casa de James, eram necessários dois ônibus para chegar ao Hospital Metropolitano. O segundo estava quase vazio àquela hora da noite.


O cansaço tomava conta de todos, e Almofadinhas aproveitava todos os momentos para dormitar no colo de Lily. Sarah, Lílian e James quase não falaram durante a viagem.


A menina apertava a mão do amigo com força. "Tem de dar certo!", pensava James, o tempo todo.


Quando desceram do ônibus, era quase meia-noite. Sarah, ainda com seu uniforme de enfermeira, adoraria ter tomado um chuveiro e caído na cama, mas agora metia-se numa aventura como aquela. O que ela não faria por James? Respirou fundo o ar frio da noite e guiou os dois para os fundos do hospital.


De longe, avistaram uma porta isolada.


— Fiquem aqui, os dois. Vou entrar e volto logo quando o caminho estiver livre.


Tinha sido combinado que Lílian ficaria longe, escondida no escuro, controlando com afagos a excitação de Almofadinhas, enquanto James entraria no hospital, logo que a mãe o chamasse.


Menos de dez minutos depois, só James conseguiu ouvir o assobio baixinho.


— É mamãe. Vou lá, Lily. Espere-me. Vai dar tudo certo...


— Ai, Jay...


A mãozinha de Lílian pegou a nuca de James e puxou sua cabeça para baixo. Beijou-o demoradamente nos lábios. — Agora vá, querido. Salve o meu pai!


Com a bengala e seu senso de direção, James caminhou rápido para o local de onde viera o assobio. Estava quase cambaleando sob o impacto do beijo quando entrou pela porta onde sua mãe o esperava.


— Já subi até o andar da UTI, filho. Eles deixaram um enfermeiro particular de guarda, na porta do quarto do professor Dumbledore. Eu tenho um plano para afastá-lo de lá...


"Lílian diz que eu sou um detetive perfeito...” pensava o garoto. ”Acho que tenho a quem puxar..."


— Está frio pra ficar pelado, mãe!


Estavam em um quartinho cheio de materiais de limpeza, que ficava logo depois da porta por onde haviam entrado. De acordo com o combinado, James tirou toda a roupa e vestiu uma camisolinha verde de doente. Sarah tirou-lhe os óculos escuros e fez dois enormes curativos em seus olhos. Pronto! Ele estava um paciente perfeito da oftalmologia.


James sentou-se na cadeira de rodas que a mãe tinha conseguido e lá foram os dois pelo corredor.


Sarah empurrou a cadeira de rodas para o elevador. Não havia ninguém dentro dele.


Chegaram ao andar da UTI. Saíram do elevador e Sarah encostou a cadeira em um canto, escondendo-a do ângulo de visão de quem viesse pelo corredor. Seguiu para a próxima fase do plano: calcular para o filho a distância até a unidade onde estava o Velho. Voltou logo em seguida e abaixou-se junto ao ouvido do filho:


— São quatro passos para frente. Vire à direita e ande trinta e um passos pela parede da esquerda. Só vou conseguir três ou quatro minutos para você. Seja rápido, James!


"Dona Lola me mataria, se soubesse que está sendo usada... Mas é por uma boa causa", pensava ela na doente ranzinza que ficava na unidade do final do corredor. Dona Lola era sua responsabilidade durante as manhãs. Estava bem melhor e deveria ir para um quarto particular no dia seguinte. Mas, na medida em que melhorava de saúde, piorava de humor. "Afinal de contas, uma troca extra de curativo não chega a ser uma conduta antiética para uma enfermeira..."


Pegou no colo do filho a bandejinha que havia preparado e caminhou de volta pelo corredor. Parou ao lado do enorme enfermeiro, que lia um jornal sentado em uma cadeira na frente do quarto do professor Dumbledore.


— Ei, você! Preciso de sua ajuda.


O enfermeiro levantou os olhos do jornal, com desdém:


— Está falando comigo?


— Com você mesmo. Tenho de trocar o curativo da dona Lola, do 712. Ela é pesada demais e preciso de ajuda.


O homem sorriu, com desprezo:


— Ora, você que se dane!


— Escuta aqui: você não é enfermeiro?


— Eu? Eh... É claro que sou...


— Então não quer que eu vá chamar a chefe da enfermagem, não é?


O homem bufou e levantou-se, colocando o jornal sobre a cadeira.


— Tá bom... O que eu tenho de fazer?


— Venha comigo.


 James ouviu os dois se afastando e levantou-se da cadeira de rodas no mesmo instante. Sentia um frio danado dentro daquela camisolinha, mas não podia preocupar-se com isso. Apoiou-se na parede e contou rigorosamente os passos, andando o mais rápido que podia. Trinta e um passos depois, sua mão pousou na folha de uma porta.


Empurrou-a e entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.


A mãe havia explicado detalhadamente a disposição dos móveis nas unidades da terapia intensiva e logo ele estava ao lado da cama.


Ouvia o respiradouro ligado e os bips dos aparelhos de monitoramento do paciente.


Curvou-se e falou, bem baixinho:


— Professor Dumbledore, o senhor pode me ouvir?


Só o som cavernoso do respiradouro artificial respondeu à pergunta.


— Professor Dumbledore. Sou um aluno de Hogwarts. Preciso falar com o senhor...


Sua mão encontrou o braço do paciente. Estava engessado.


"O coitado deve estar todo coberto de gesso, depois daquela queda..."


— Professor... Pode me ouvir?


Sua mão percorreu o gesso do braço e o garoto abaixou-se, procurando falar no ouvido do homem, imóvel na cama.


Tateou pelo travesseiro e sua mão tocou a cabeça do paciente no momento em que procurava falar-lhe ao ouvido.


"Meu Deus, o que é isso?"


Seu coração disparou diante do que acabara de descobrir. Por um momento, perdeu a presença de espírito.


"O que é isso, meu Deus, o que é isso?"


Seu coração acelerou-se, na mesma medida em que os bips do monitor foram se tornando mais espaçados. De repente, dali só saía um bip contínuo.


Ele sabia o que aquilo significava. O homem acabara de morrer...


"O que é que eu vou fazer?"


Era a primeira vez que tomava contato direto com uma morte e James ficou estático, tremendo feito vara verde. Sua distração foi fatal. Os minutos transcorreram e a porta do quarto abriu-se atrás de si:


— Ei, o que está fazendo aqui?


Uma mão que tinha a mesma brutalidade da voz agarrou-o pelo braço.


— Um moleque? Que história é essa?


Outra voz entrou no quarto:


— Largue esse menino! É meu paciente da oftalmologia. — Era a voz de Sarah, que agora falava com o filho. — Você ficou preocupado, queridinho? Eu não disse que ia demorar só um minuto? Venha, querido!


O enfermeiro continuava furioso:


— Ninguém pode entrar neste quarto! Eu devia...


— Você devia é ficar quietinho. Esse pobre garoto acabou de sofrer duas operações de descolamento de retina. Deve ter tentado me encontrar, tadinho... Você devia ver que olhos lindos ele tem por trás dessas bandagens... Venha comigo, querido...


A voz do enfermeiro acalmou-se um pouco:


— Ele não pode enxergar, é?


— E como é que podia enxergar com essas bandagens sobre os olhos, seu burro?


James ouviu uma risadinha do brutamontes.


Voltaram apressadamente para o quartinho. James vestiu-se tremendo, mal se abotoando, chocado pela morte do paciente e excitado por sua incrível descoberta. Logo os dois estavam junto de Lílian, fora do hospital.


— Conseguiu falar com o Velho, Jay?


— Lily! Mãe! Precisamos correr! Emergência!


 


 


 


• • •


 


 


 


Weasley estava cansado. Aquele tinha sido um dia duro e ele não conseguira avançar nem um pouco nas investigações. Seu expediente já estava encerrado e ele poderia tomar uma cerveja, antes de ir para casa. Mas as dúvidas daqueles dois meninos tinham deixado o policial mais que intrigado.


Levou a mão ao pescoço, para afrouxar a gravata. Procurou no bolso.


"Droga! Onde eu fui botar esse diabo de gravata? Devo ter deixado na viatura..."


Os acontecimentos naquele colégio eram muito estranhos... Por onde ele deveria começar?


"O primeiro acontecimento fora da rotina foi o desastre em que morreu a filha do professor Dumbledore, no fim do ano passado. A que deveria assumir o lugar do Velho. É por lá que eu vou começar..."


Aquela tinha sido uma ocorrência de trânsito. Os arquivos do caso deviam estar lá, no Departamento de Trânsito. Pegou o telefone interno e pediu uma viatura.


— O Gol que o senhor gosta de usar saiu em diligência, Weasley — respondeu a voz do encarregado, do outro lado da linha. — Aqui nós só temos aquela velha C-14. Mas está sem combustível...


Weasley desceu praguejando. Mais uma vez tinha de usar do seu pouco dinheiro para abastecer uma viatura policial.


"Como é que a gente pode trabalhar direito desse jeito? Os bandidos e os traficantes têm melhores carros e melhores armas do que a gente!"


A velha C-14 estava ainda em piores condições do que o velho Gol. Barbosa saiu batendo lata, abasteceu o tanque com o mínimo possível de gasolina e tomou a avenida, na direção do Departamento de Trânsito.


 


 


 


• • •


 


 


 


— Mãe, você tem certeza de que aquele era o quarto certo? Eu não me enganei de quarto?


— Não, filho. Aquela era a unidade do professor. Eu verifiquei na papeleta pendurada na porta. Estava escrito: Alvo Dumbledore.


— Mas, afinal de contas, Jay, você conseguiu ou não falar com o professor Dumbledore?


O rapaz mal conseguia esconder a excitação


— Não, ruiva. Eu não falei com ele.


— Ele ainda está em coma?


— Não sei se o professor está em coma ou não, porque o paciente que está naquele quarto não é ele!


— Como?


— O paciente que está deitado lá, todo engessado, é careca!


Os lábios de Lílian abriram-se espantados, enquanto a menina lembrava-se da figura alta do diretor, sempre com sua vasta cabeleira grisalha despenteada, como um maestro italiano!


— Mas o pior não é isso, pessoal! — continuava James, quase atropelando as palavras. — Mãe, os aparelhos de cada unidade de terapia intensiva estão ligados a uma central qualquer, fora do quarto?


— Não, James. Esse hospital só tem fachada de hotel cinco estrelas para enganar os ricos. Para examinar os monitores é preciso entrar em cada quarto.


— E o enfermeiro grandão, mãe? Ele está treinado para acompanhar os monitores?


— Ah, ah! Se aquele é um enfermeiro, eu sou a rainha de Sabá! O sujeito não sabe nada! Você precisava ver que ridículo ele tentando me ajudar com o curativo da dona Lola...


James deu um soco no ar:


— Boa! Então talvez ainda haja tempo para salvar o professor Dumbledore.


— O que você está dizendo?


— Eu ouvi o bip do monitor dos batimentos cardíacos! Igualzinho no cinema! O careca que está naquele quarto acabou de morrer!


 


 


 


• • •


 


 


 


Convencer um plantonista do Departamento de Trânsito não é tarefa das mais fáceis. Weasley teve de usar muito mais do que sua voz de trovão para conseguir que o sonolento funcionário fosse buscar a pasta da ocorrência que ele queria.


— Vai ser difícil... O inquérito tem mais de oito meses... O secretário fica fazendo discurso na televisão dizendo que vai informatizar tudo, mas até agora é o burro aqui que tem de se virar com esse monte de pastas empoeiradas... E eu tenho alergia, sabe? Se eu ainda conseguisse transferência para a sessão de multas... Aquilo sim, é que é mamata!


 


 


• • •


 


 


— Explique melhor, James! Aquele homem morreu? E não era o professor Dumbledore? E o que tem a morte dele com...


— Agora não tenho tempo, mãe. Preciso entrar de novo no hospital. Será que há um jeito de verificar a ficha de entrada do professor Dumbledore?


Sarah balançou a cabeça:


— Talvez fosse até fácil, James. Tudo neste hospital está em computadores e há terminais em todos os andares.


— Ótimo, mãe! Ficou fácil!


— Fácil, nada! Eu não sei mexer naquilo!


 


 


 


• • •


 


 


 


Weasley folheou o processo do acidente da professora Emily Dumbledore Ausdin. Viu as fotos da polícia técnica. Estava tudo ali: o carro perdera a direção, rompera uma mureta de proteção e caíra em um barranco de trinta metros de altura.


Ficou por um longo tempo fitando a foto do cadáver ensangüentado em meio às ferragens retorcidas. Procurou pela perícia no automóvel. Não havia detalhes. O caso havia sido encerrado como de rotina.


"Preciso ver esse carro..."


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.