Debaixo dos Narizes
Narrador
Dia seguinte – Noite
_ Meninos, desçam! – dizia uma Gina Potter impaciente na magnífica sala de estar de sua casa.
_ Eu não entendo essa demora toda. – Harry enlaçou sua mão com a da mulher.
Gina trajava um longo vestido cor de pêssego e sandálias prateadas, seu cabelo ruivo caindo pelas costas em pequenas ondas. Harry vestia um terno risca de giz acinzentado, camisa social branca e uma gravata vermelha. Os quatro Potter iriam a uma conferência de marcas que trabalham com o ramo esportivo e como a Weasley & Potter fabricavam trajes para Quadribol ele e seu sócio Ronald Weasley não podiam deixar de ir nesse evento.
_ Querem fazer o favor de descerem logo? – Um Harry impaciente berrava próximo as escadas.
_ O Tony perdeu a gravata azul dele. – Informava um Ryan Potter tão elegante que até sua mãe poderia se apaixonar por ele. Se não fosse sua mãe, é lógico.
Vestia um terno preto, uma camisa social branca com os botões abertos pela metade e uma gravata de um roxo berrante. Os cabelos bagunçados quase lhe cobriam os olhos.
_ Que foi? – perguntou o menino olhando para a face abobada dos pais.
_ Sabe filho, - Harry passou um dos braços por cima dos ombros do seu caçula – Se eu fosse mulher me casaria com você!
_ Sai fora! – O menino corou um pouco. Seus pais nunca deveriam saber o real motivo daquilo...
_ E o seu irmão?
_ Eu já não falei que ele perdeu a gravata azul dele.
_ E por que não coloca outra? – perguntou um já bem desligado Harry Potter.
_ Anne.
_ Exato, mãe.
_ Como assim?
_ Querido, ele está se arrumando porque a Anne vai estar lá.
_ Ah, tá.
_ Ele disse que quer usar a gravata azul porque combina com os olhos dela, o que em minha opinião é uma completa babaquice. – o caçula revirou os olhos.
_ Ora, Ryan! O dia que você se apaixonar você vai ficar do mesmo jeito! – Gina o repreendia com um maroto sorriso nos lábios...
_ Aham...
_ Tô pronto! – Anthony desceu os degraus rapidamente. Usava um terno igual ao do irmão, o mesmo tom da camisa social, mas está estava fechada até o último botão. Cabelos cuidadosamente penteados e em seu pescoço jazia uma linda gravata azul-celeste.
_ Aleluia, noiva. – debochou o mais novo.
Conferência Esportiva Bruxa
_ Será que ele não vem mais, mãe?
_ Acalme-se Anne! – Hermione tentava acalmar a filha, que não parava de olhar para a entrada do luxuoso salão daquele hotel, na esperança de encontrar Tony.
_ Ali o Harry. – Rony apontou para a porta de onde a família Potter entrava.
Um sorriso gigantesco brotou da face da menina Weasley ao ver o namorado chegando. O rosto do rapaz ruborizou-se ao perceber o quão parecida com uma princesa sua menina se assemelhava: vestido rosa simples, sandálias baixas prateadas e os cabelos extremamente laranjas presos em um simples, porém lindo, rabo-de-cavalo.
_ Desculpe o atraso, Rony. – Harry desculpou-se com o amigo e sócio assim que as duas famílias já estavam bem próximas.
_ Sem problemas Harry. – o outro sorriu, mas sua atenção estava mais voltada para a filha e o sobrinho.
_ Er... a gente vai dar uma volta, tá pai? – a ruivinha já foi segurando no braço do namorado.
_ Mas já...?
_ A gente já volta. Vem Ryan. – também puxou o primo que não entendeu nada.
_ Eu...
_ Tchau! – apressou-se em dizer e saíram os três em direção ao jardim.
_ Anne parece muito com você Gina. – comentou uma Hermione sorridente.
_ Sorte a dela. – a ruiva também exibia um sorriso no rosto.
_ Não gosto que ela e o Anthony fiquem pra cima e pra baixo juntos.
_ Confie no meu garoto, Rony.
_ É bom que eu confie, Harry. Pela saúde dele.
Os três riram vendo a careta que Rony fazia.
Jardins
_ Já vou avisando que eu não quero ser vela, ok? – o garoto mais novo foi logo soltando assim que os três sentaram-se em uma das diversas mesas que adornavam aquele jardim.
_ Deixa de ser idiota, Ryan! Tony, você falou com ele?
_ Falei e ele tá dentro.
_ Beleza, eu falei com o Kevin no centro Londres e ele também topou.
_ A história do festival?
_ É Ryan. Eu vou escrever para a minha amiga Kate pra ela mandar mais detalhes.
_ E você acha que a gente vai conseguir chegar até o outro lado do oceano e tocar sem que os nossos pais descubram?
_ Ryan, você quer virar um jogador de Quadribol como mamãe e papai planejam?
_ É claro que não! Mas próximo ano você vai completar dezessete anos e se livrar deles e eu e a Anne não!
_ Mas pelo menos a gente tem que tentar Ryan! Eu não quero ser médibruxa no St. Mungus! E se for pra gente fazer um show inesquecível nos Estados Unidos eu topo ficar de castigo até os trinta anos! Tony? – chamou após perceber o olhar do namorado se estreitando em certa direção.
_ Aquele ali não é o Kevin? – o mais velho apontou para um grupo de pessoas parado próximo a uma das portas de acesso ao jardim.
Os três ficaram encarando um grupo de pessoas de cabelos pretos ou louro brancos trajando vestes muito elegantes conversando animadamente. No meio deles havia um adolescente louro com a franja quase cobrindo os olhos e vestido todo de preto, exceto pela gravata verde-esmeralda. Ele parecia meio deslocado naquele grupo.
_ Deixa eu salvar ele. – Anne tirou da bolsa o seu celular e discou alguns números.
Kevin
Vassouras aerodinâmica, partida assim, cabo daquele jeito, cerdas macias... Alguém tem um assunto mais chata para falar?
_ E então filho, qual modelo você gostou mais.
_ ãhn? – “paspalho!” – O marfim pai, o marfim.
_ Vou comprar uma Firebolt dessas para você. Será um excelente jogador de Quadribol da liga inglesa.
_ Com certeza, pai. – “Mas o que diabos...”
_ Que barulho é esse?
_ Celular pai.
_ Você e essas invenções trouxas!
_ Um minuto!
Merlim abençoe o cidadão que acaba de me salvar! Hum... Anne.
_ Kevin?
_ Valeu por me salvar, ruiva!
_ Parece que os seus pais estavam te alugando, né?
_ É verdade... como você sabe?!
_ Tá vendo um chafariz a sua esquerda?
_ Tô, mas... o que vocês estão fazendo aí, digo, aqui?!
_ Meu pai tem uma empresa de vestes de Quadribol, estrupício! Será que dá pra você dar uma escapa e vir pra cá?
_ Acho que sim. Vou tentar.
_ Ok. Tchau loiro.
_ Tchau.
E vamos tentar enrolar o Dragão!
_ Quem era? – “Curiosidade mata, pai”
_ Martha Flint.
_ Martha, e por que ela te ligou?
_ Pra encher o saco, mas eu não tô interessado nela.
_ Um Malfoy não se relaciona com qualquer garota.
_ Concordo. Posso dar uma volta?
_ Pode, mas volte logo. Aproveite que seu avô foi lá dentro.
_ Certo.
É tão fácil que chega perder a graça. Ok, Kevin. Concentração. E lembre-se: não fique encarando o caçula dos Potter por muito tempo. Isso quebra a pouca moral que você já tem.
Narrador
_ Valeu por me salvar. – o loiro sentou-se ao lado da amiga com um sorriso tímido nos lábios.
_ De nada. A gente tá falando do festival. Você mantem a sua resposta, né?
_ Sim, mas esse festival é trouxa, então a gente não pode usar magia e mesmo que pudesse somos novos demais para aparatar e chaves de portal precisam de autorização de um adulto, mas mesmo que conseguíssemos uma para fora do país seriamos rastreados e...
_ Tá, bom! Chega de pessimismo. – O mais novo dos Potter exibia um sorriso mínimo enquanto roubava a palavra de Kevin, que já estava vermelho.
_ Eu já pensei em tudo isso que você disse Kevin. E eu tenho a solução.
_ E qual é? – Tony perguntou ansioso e os outros dois encararam a menina ruiva que parecia confiante.
_ Avião. – disse simplesmente.
_ QUE? – os outros três pareciam assombrados.
_ Eu já viajei em um com a minha mãe. É um jeito de nós deixarmos a Inglaterra sem disparar o alarme mágico contra menores. E se não for desse jeito a gente vai ter que atravessar o oceano nadando!
_ Ok, mas e o dinheiro da passagem? Para trocar dinheiro bruxo por dinheiro trouxa a gente precisa que um de nossos pais vá junto.
_ É esse o problema Tony. Quanto a isso eu não tenho nenhuma idéia. – a ruiva parecia frustrada.
_ Mas eu talvez tenha uma idéia. – o loiro Malfoy se manifestou e, após perceber que os outros três tinham suas atenções voltadas para ele, prosseguiu – E se nós juntássemos esse dinheiro trabalhando como trouxas?
_ Não seria uma má idéia... – Tony coçou o queixo, pensativo.
_ Mas eu e Anne temos N.O.M.’s esse ano. Como vamos fugir da aula extra?
_ Fica tranqüilo Ry, eu e o Kevin ensinamos a vocês. – Tony parecia confiante no que dizia, mas Kevin sentia suas pernas tremerem.
_ Então a gente tem que arrumar um emprego das quatro da tarde até mais ou menos dez da noite pra chegar a tempo do jantar? – indagou Anne e os três garotos concordaram.
_ ALEXANDER?
_ Que foi isso? – Tony arqueou uma sobrancelha.
_ Meu avô! – O rosto de Kevin empalidecera repentinamente.
_ Se esconde debaixo da mesa!
_ O que? – o loiro perguntou confuso.
_ Faz o que eu tô dizendo! – Anne empurrou o amigo para baixo da mesa.
Os dois Potter e Anne observaram quietos a um Lucius Malfoy andando silenciosamente há uns cinco metros distante deles. Seus olhos cinza corriam astutos pelo jardim a procura do neto. Ao perceber que o mesmo não estava ali dirigiu-se para dentro do salão.
_ Barra limpa? – a voz de Kevin sussurrou por debaixo da mesa.
_ Sim, pode sair. – constatou a ruiva após alguns segundos.
_ ótimo. – Kevin saiu do seu esconderijo e permaneceu em pé – É melhor eu ir.
_ Ok. Então fica combinado que amanhã cada um vai atrás de um emprego? – perguntou Anne aos amigos.
_ Certo. Então tchau. – Kevin virou-se para sair dali, mas foi chamado de volta por Tony.
_ Você vai ter mesmo coragem de enfrentar sua família e o ‘orgulho sonserino’? – Tony parecia apreensivo com o que poderia acontecer com o amigo.
_ Totalmente. – o loiro deu um sorriso e saiu.
Os outros três ficaram olhando o sonserino se afastar. Os primos tinham um misto de admiração e preocupação com ele. Decidiram voltar e encontrar os pais.
E assim, as quatro cabeças desses adolescentes passaram a noite maquinando planos para esse Festival. Bem debaixo dos narizes da família.
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n/a:
A falta de comentários decepciona os autores, por mais idiota que uma fic possa ser. Então eu dou os meus sinceros agradecimentos à Lika Potter e Nathália Krein que deixaram os ÚNICOS dois comentários da fic. Ah, só tem 10 capítulos.
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