Capítulo Dezesseis



Capítulo 16
ou The One With Christmas and New Year


- Vamos, Lene! – Lily berrou, parada à minha frente. – Você já foi mais forte, sabia?


- Porque você resolveu vir só agora comprar presentes de Natal? – eu perguntei, tentando passar pela multidão que enchia a rua.


- Pare de reclamar! – Lily disse, quando cheguei ao seu lado e ela começou a andar novamente. – Onde está seu espírito natalino?


- Ele sumiu no momento em que você me puxou para fazer compras com esse frio que está.


- Vamos entrar na Hamley’s¹! – ela berrou, puxando-me.


O interior da loja estava pior que a Regent Street. Todos aqueles adultos quase brigando entre si para conseguir brinquedos de alguma maneira.


- Porque estamos aqui, Lily? – perguntei com uma voz cansada. – Não é como se fossemos comprar brinquedos.


- Eu gosto de ver a loja de brinquedos na época de Natal. Tudo fica tão lindo! – Lily disse, sorrindo como uma criança.


Eu olhei a loja a minha volta. Claro, a decoração estava linda, mas as filas gigantes e os pais desesperados para conseguir presentes era algo insano.


- Você tem um jeito estranho de enxergar beleza, sabia? – eu disse, achando-a louca.


- A gente se encontra aqui na porta daqui uma hora, ok? – ela disse rindo, sumindo em meio à multidão.


Não tive outra escolha a não ser adentrar na loja. Eu que não ia ficar lá fora naquele frio. Nem sabia para onde estava indo, os corredores abarrotados de gente não me permitiam ver as plaquinhas que indicavam o que havia em cada corredor.


Sem querer, entrei no corredor das Barbies. Fiquei lá, olhando as bonecas loiras com aquela minha indignação de sempre: porque a maioria era loira de olhos azuis? Um enorme preconceito com morenas como eu. Nas prateleiras mais altas, quase intactas, estavam as bonecas raras, como as de personagens famosos.


Entre as bonecas loiras da Marylin Monroe com seu vestido dourado e a da Jeannie, estava uma morena, usando um vestido preto que reconheci logo de cara. Peguei a caixa, e uma cena de meses atrás veio à minha cabeça.


- Você conhece essa música de cor. – eu comecei, e ele assentiu. – Porquê? Não me parece o tipo de música que caras aprendem porque querem. Você é gay?


Ele riu.


- Não, eu não sou. Minha mãe ama esse filme. E é fã da Audrey Hepburn. Aprendi a tocar de presente para ela.


Sem pensar muito, fui para o caixa da loja, que tinha uma fila imensa. É, agora era enfrentar.


xxx


- Você sabe que você é bem-vindo para passar o Natal aqui, não sabe?  - ouvi meu avô dizer. – E teremos uma festa na véspera, e você e sua família estão convidados.


Ele estava em seu escritório, com a porta entreaberta. Quando eu voltava da sala de televisão, ouvi ele conversando com alguém, e minha curiosidade – sempre mais forte do que eu – me fez parar para escutar.


- Obrigado, senhor. – ouvi a voz de Sirius responder. – Mas a minha mãe ainda não está completamente bem para sair do hospital. Minha irmã e eu passaremos lá pela manhã.


- Eu entendo.  – meu avô continuou com aquela voz calma que ele sempre tinha ao conversar com todos. – Mande lembranças a sua mãe, e um feliz natal também.


Sirius saiu da sala, mas consegui me esconder no corredor ao lado. Por sorte, ele seguiu o caminho oposto de onde eu estava.


- Você não vai entrar, Marlene? – meu avô chamou quando eu me preparava para voltar ao meu quarto. Revirei os olhos, rindo levemente. Ele sempre fazia isso. Parecia que tinha um radar para saber quando eu estava ou não, por perto.


Vovô estava lá, sentado atrás da mesa de mogno, olhando alguns papéis. O escritório sempre fora o mesmo, desde que eu era pequena. No canto havia uma lareira com duas poltronas de couro à frente, e a estante com vários livros no lado esquerdo da sala. Sorri ao ver que uma foto dele comigo e com James estava num porta-retrato encima da mesa.


- Eu acredito que todos nós já lhe ensinamos que não se deve escutar a conversa dos outros. – ele disse, olhando-me por cima de seus óculos. Seu tom não era como o da minha avó, repreensivo. Era mais calmo, e divertido inclusive.


- Desculpe. – eu disse, sentando-me na cadeira que estava à frente da mesa. – Mas o senhor sabe o quão curiosa eu sou.


- Eu sei. Creio que, pela falta de surpresa em seu rosto, você já sabia sobre a mãe dele. – eu assenti sem dizer nada. – Como descobriu?


- Eu o segui, um dia depois da aula. – eu respondi, sentindo meu rosto queimar. Não conseguia mentir para meu avô. Uma coisa era a minha avó, que não tinha medo de nos castigar, outra era meu avô, que sempre fora tão compreensivo comigo e com James. Ele me perguntou por que o segui. – Eu não sei. Queria saber por que estava largando a aula de Arte Moderna. Fiquei preocupada, eu acho.


Num primeiro momento, ele não disse nada. Apenas analisava o que eu acabara de dizer. Por fim, ele sorriu levemente.


- Você tem a mesma determinação de seu pai. Ele também era curioso demais. - dei um pequeno sorriso, lembrando-me a quanto tempo não o via.


- O que a mãe dele tem? – perguntei, tirando o sorriso do rosto. Havia percebido que eu nunca soube disso.


- Câncer. – meu avô respondeu prontamente. – É por isso que ele trabalha em outros lugares além daqui. O tratamento não é barato.


Eu me surpreendera. Na verdade, eu nunca havia pensado sobre o porquê que ele tinha tantos empregos. Eu deveria ter percebido que ele não era aquele tipo de cara que está trabalhando para conseguir fazer um mochilão pelo mundo, ou sei lá.


– Sabe, - meu avô recomeçou, me tirando do devaneio. - eu recebi uma ligação da empresa do cartão, perguntando sobre algumas compras suspeitas feitas nos últimos dias.


Mordi meu lábio, nervosa. Não achava que as compras que eu havia feito seriam consideradas estranhas. Era Natal! Aliás, não eram nada suspeitas. Não era como se eu estivesse pagando crack com cartão de crédito ou algo do tipo. Todas as compras foram feitas na Oxford Street. Talvez tenha sido suspeito tantas compras no mesmo dia.


- Acho bonito de sua parte. Mas não vamos contar a sua avó, certo? – ele disse a última parte piscando para mim.


Eu ri e meu avô me acompanhou.


- Você pode ir agora. – ele disse, e eu levantei-me.


 - Vovô. – ele me olhou. – O senhor se importaria se eu passasse lá depois para deixar os presentes?


- É claro que não, querida. – ele respondeu sorrindo. Eu retribuí o sorriso e saí do escritório.


xxx 


Quando entrei no quarto 306, encontrei Sra. Black dormindo. Ela tinha olheiras profundas embaixo dos olhos, e dormia calmamente. Apesar disso, consegui ver como alguns de seus traços eram semelhantes aos de Audrey. Com a ajuda da enfermeira, pude colocar os presentes no quarto sob a supervisão dela.


No entanto, quando estava indo embora, Sra. Black acordou.


- Quem é você? – ela perguntou numa voz calma e sonolenta.


- Ninguém. Eu só estou entregando seus presentes. – eu disse, apontando para os presentes que coloquei na cadeira no canto do quarto. – Ouvi dizer que seus filhos a vem visitar.


- Sim. – ela respondeu, agora me olhando melhor.


- Feliz Natal, Sra. Black. – eu disse, sorrindo, para depois sair do quarto. Não demorou mais do que alguns minutos para Sirius chegar para visitá-la junto com Audrey. A pequena logo pulou na cama da mãe, e a segunda apontou para os presentes, falando com Sirius.


Ele pegou os três presentes da cadeira e os trouxe para a cama. Entregou primeiro o de Audrey. Ela leu o cartão cuidadosamente, que dizia: Para a menina mais doce que já conheci. O nome dela também é Audrey. Cuide bem dela! Ela rasgou rapidamente o embrulho, e abriu um sorriso mostrando a boneca para eles.


O presente de Sra. Black a fez sorrir. Na caixa havia uma coleção de dvd’s com quase todos os filmes que Audrey Hepburn estrelou. Para a grande fã de Audrey Hepburn. A caixa de Sirius era quadrada e de dentro, ele tirou uma jaqueta de couro preta. Para um futuro rockstar. Parabéns pelo contrato., o cartão dizia. Eu não fazia idéia do que escrever a ele, então escrevi isso.  


Saí rapidamente do hospital quando percebi que estava atrasada para a festa.


xxx


- Onde você estava? – minha avó perguntou assim que coloquei os pés dentro de casa. Ela já estava arrumada para a festa. – Os convidados logo vão chegar!


- Desculpe, vovó. – eu disse, tirando o casaco. – Não se preocupe, estarei pronta em uma hora.


E subi correndo para o meu quarto. Não estava afim de brigar, afinal é véspera de Natal. O banho quente que eu tomei teria sido mais relaxante, se eu não estivesse atrasada para a festa. Mas acho que eu deveria ganhar um prêmio por me arrumar tão rápido.


Eu desci rapidamente as escadas, tomando cuidado para não tropeçar nos sapatos de salto Jimmy Choo que eu usava. Encontrei James, encostado na parede, obviamente entediado com a festa que acontecia.


- Até que enfim! Porque demorou tanto?


- Está tão ruim assim? – eu perguntei, roubando a taça de champagne da mão dele, e tomando um gole.


- Você sabe que o único motivo o qual eles fazem isso é a empresa. E não há nada interessante em ver um monte de gente puxando o saco dos nossos avós. - O que ele disse era verdade. Era realmente entediante. E o pior é que sofríamos com isso quase todos os anos. – Por favor, vamos na cozinha pegar uns biscoitos da Stella. – ele quase implorou.


- Ok, mas vamos voltar logo. Se ela ver que sumimos por muito tempo, vai mandar a Scotland Yard atrás da gente.


Segui James até a cozinha, e quando chegamos lá, vimos que o local estava um caos. Vovó contratara um buffet especializado para a festa, e eles tinham que usar a cozinha. Havia muitas pessoas, e Stella não tinha uma cara nada boa.


- Estão vendo o que fazem com a minha cozinha? Está tudo um desastre! – Stella reclamou, com uma voz desesperada.


- Você não estava de folga? – James perguntou rindo.


- Se eu não ficar de olho, eles vão destruir essa cozinha! – ela respondeu, e então parou para nos olhar direito. – Vocês estão lindos, sabiam? Mas eu sei o que vocês vieram fazer aqui!


Ela sumiu naquele mar de pessoas que havia na cozinha, e voltou, trazendo uma bandeja com vários biscoitos.


- Não seria véspera de Natal, sem os seus biscoitos, Stella. – eu falei, enquanto James pegava a bandeja.


- E sem vocês aqui para comê-los! – Stela riu. – James, vamos levar os biscoitos e leite para a sala de televisão. E Marlene, - ela virou-se para mim. – Você tem uma visita. – e olhou para algo atrás de mim.


Sirius estava lá fora, de costas para a porta. Ele não usava a jaqueta que eu lhe dera, eu percebi. Quando abri a porta da cozinha, senti o frio incrível que vinha lá de fora. Ele virou-se para me olhar.


- Belo vestido. – ele disse, analisando-me de cima a baixo. O olhar dele me incomodava tanto, que me sentia nua toda vez que ele fazia isso. Olhei rapidamente para o meu vestido rosa bebê para certificar-me que todo o meu corpo estava coberto, e portanto não haveria motivo para encarar-me daquele jeito.


- Obrigada. – eu respondi, abraçando-me para tentar aquecer-me. Eu pressenti um silêncio constrangedor chegando, mas logo falei: - Fiquei sabendo sobre o contrato com a gravadora. Parabéns.


Ele pareceu surpreso com a minha sinceridade. E continuava encarando-me, com a sobrancelha arqueada.


- Valeu. – ele respondeu, e tirou a jaqueta que usava, estendendo-a para mim. Eu o olhei confusa. Não tínhamos tanta intimidade para isso. – Você está com frio. – ele disse pausadamente, quando viu a minha expressão. Provavelmente achou que eu era uma retardada nessa temperatura.


Vesti a jaqueta, logo agradecendo-o mentalmente. O calor da jaqueta era muito melhor que o frio da noite.


- Eu vim aqui agradecer pelos presentes. – ele disse, com um pouco dificuldade, pude perceber. Acho que agradecer-me por algo não estava na lista de coisas que ele mais gostaria de fazer. – Elas ficaram muito felizes. – Hm, já deu pra perceber que ele não gostou. Ele não estava usando a jaqueta, e disse que elas ficaram felizes.


- Que presentes? – perguntei, sem entender nada. Sirius logo compreendeu que eu não daria o braço a torcer que fora eu quem os deu. Ele apenas assentiu sorrindo de lado.


- De qualquer maneira, obrigado. – e logo em seguida, senti algo gelado cair no meu nariz. Passei a mão e percebi que começara a nevar. Sorri, olhando para o céu. A quanto tempo eu não tinha um Natal em que estivesse nevando.


Quando voltei minha atenção à ele, Sirius estendia a mim desta vez um embrulho. Tirei o casaco, e o entreguei. Já havia abusado demais quanto a isso. Enquanto eu pegava o embrulho de suas mãos, ele vestia o casaco.


- Feliz Natal, Marlene McKinnon. – ele disse antes de se virar para ir embora.


Eu o observei ir embora, enquanto tirava inutilmente os flocos de neve que estavam em seus cabelos.


- Feliz Natal. – eu respondi mais para mim mesma, pois ele já havia ido embora. Abri o embrulho, sem entrar na cozinha. Era uma pequena caixa de madeira escura. Quando a abri, o som de uma música tão conhecida por mim invadiu meus ouvidos. Como ele sabia...? Então me veio na cabeça, uma memória que no momento em que aconteceu não me fora muito agradável.


Ela passou por cada dupla, entregando o roteiro da cena que deveriam interpretar. Dei um sorriso animado quando ela entregou o nosso. Era de “O Vento Levou”.


- Vejo que gostou, senhorita McKinnon.


- É um dos meus filmes favoritos. - respondi, abrindo o roteiro para ler qual era a cena. Parei de respirar assim que li a palavra beijo. Eu sabia. Meu sexto sentido sempre está certo quando digo que algo não vai ser bom.


Eu dera uma leve risada, sentindo que eu sorria por dentro também. Olhei novamente para a caixinha e percebi que havia um papel dobrado dentro dela. Nele havia escrito numa letra não tão bonita:


Ouvi dizer que é um dos seus filmes favoritos.


Desta vez, sorri de verdade, sem me dar conta. Quando ouvi a voz de alguém me chamando, me dei conta que ainda estava fora da casa, no frio. Fechei a caixinha rapidamente, ficando com o tema do filme na cabeça e entrei na cozinha.


xxx


-Mas pai, você me prometeu que viria!


- Eu sei, Lene. – meu pai respondeu do outro lado da linha com uma voz cansada. E eu sabia que por trás deste cansaço havia um copo de brandy junto. – Mas com esse tempo instável, eu provavelmente nem chegarei aí a tempo. Você quer que eu passe a noite de ano novo no aeroporto?


- Se for necessário para você estar em casa, sim!


- Desculpe querida. – eu estava prestes a chorar.


- Os pais de James vão vir. – eu falei, usando como meu último recurso. Os pais de James eram tão ocupados quanto os meus, mas ainda assim, arranjavam tempo para vê-lo em ocasiões especiais. Eu o invejava por isso. E eu sempre falei isso para meus pais. – E mamãe só virá para o baile de debutantes. Eu quero você aqui, pai!


- Eu também! Mas tente entender...


- Eu entendo perfeitamente bem, pai. – e desliguei o telefone.


Desta vez, não consegui controlar o choro. Sentei-me ao lado da mesinha do telefone, apoiando as costas na parede, chorando por tudo que eu não havia chorado nos últimos meses. Até que James encontrou-me, e não disse nada. Apenas sentou-se ao meu lado, e abraçou-me, me deixando molhar a camisa dele com as minhas lágrimas.


- E-ele não vem! - James apertou seu abraço em mim e isso me acalmou um pouco. – Dias como esses são para a família comemorar junto!


- Eu sei. – ele respondeu suspirando. Não havia muito o que falar nessas horas; ele sabia como eu estava me sentindo. Veio a minha cabeça a imagem de Sirius sorrindo ao conversar com sua mãe e Audrey no Natal. Eu tinha de admitir que também o invejava por ter sua família sempre por perto.


- Vamos falar de outra coisa! – ele disse animado, enquanto eu limpava minhas lágrimas. – Quando vamos a Paris?


- Dia 15, eu acho.


- Você acha? – ele perguntou surpreso. – O que houve? Você sonha com esse baile desde pequena.


- Eu sei lá. Ele me parece tão... estúpido agora. – eu respondi dando ombros.


Na verdade eu sabia porque achava isso agora. Desde que soube sobre a mãe de Sirius, os vários empregos que ele tinha, estive pensando muito sobre a minha vida, coisa que eu não fazia com freqüência. E ela me parecia tão... vazia. Quero dizer, que diferença eu estava fazendo no mundo? Ele trabalhava para ajudar em casa e cuidava da irmã mais nova. Eu mal consigo cuidar de um peixinho dourado sem matar ele.


xxx 


- Que bom que está aqui, Lily! – falei, enquanto pegava meu vestido no closet. – Não sei como eu e James agüentaríamos esse ano novo sozinhos.


Era dia 31 de dezembro e Lily estava sentada na minha cama, com seu vestido preto curto de paetês ao seu lado. Eu joguei meu vestido branco ao lado do dela. Lily não acreditava nessa história de vestir branco no ano novo, e a melhor maneira de mostrar isso a todos era vestindo a cor oposta. Quero só ver a cara da minha avó quando ela ver isso.


- Meus pais estavam mesmo querendo ir viajar sozinhos, e minha irmã vai estar com o namorado e a família dele. – ela respondeu, dando ombros. – Prefiro ficar aqui em Londres mesmo.


Sorri, enquanto separava o resto dos meus acessórios. Lily, levantou-se da cama olhando-me como se eu fosse louca.


- Meu Deus, Marlene? – ela perguntou. – Que música é essa?


Ela foi até o som, e o desligou.


- Hey! – fui até ela rapidamente, e religuei o som. A voz de John Waite começou a invadir meus ouvidos novamente. – Eu gosto dessa música. Me faz me sentir dentro de um  filme dos anos 80.


- Um filme bem ruim! – ela disse, voltando a se sentar na cama. – Meus pais provavelmente dançaram essa música quando namoravam.


- É, meus pais também. – eu continuei, procurando meus brincos no meio da caixa de jóias.


- O que é isso? – ela perguntou, pegando uma pequena caixa de madeira de cima da penteadeira e antes que eu pudesse falar algo, Lily abriu-a. Ela me encarou, sorrindo. Ela também reconhecia a música. – Nigel te deu isso? Achei que tinha te dado só o colar.


Toquei o pequeno coração brilhante que estava como pingente no colar prata. Fora o presente de Natal que Nigel me dera. Era muito bonito.


- Não foi Nigel. – eu respondi, voltando ao closet. Não havia nada para eu pegar lá, mas eu não estava nem um pouco afim de encarar Lily naquele momento. Mas, para minha infelicidade, essa resposta não foi o suficiente para ela. Ela estava atrás de mim, depois que peguei uma pequena bolsa dourada, esperando uma resposta decente. – O quê? – perguntei. Se fazer de desentendida era a melhor coisa em momentos assim. Ou pelo menos eu achava que era.


- Como assim “o quê”? Quero saber quem te deu de presente! – ela perguntou. De repente, algo pareceu “clicar” dentro dela. Ela tinha uma idéia de quem fora. – Não. – ela falou lentamente. – Damon Salvatore? – ela continuou, não acreditando.


Eu nada respondi, apenas voltei ao quarto, colocando a bolsa na cama, e analisando qual combinação ficava melhor. Lily pegou-me pelos ombros e virou-me para encará-la.


- Sabe o que isso significa, né?


- Não significa nada, Lily. – eu respondi, começando a ficar irritada. Abri a porta e Lily segui-me.


- Significa sim! – ela continuou, toda feliz. – Você que está com medo de saber o quê.


Eu a ignorei, continuando meu caminho até a escada. Porque eu teria medo? Não significa nada.


 


 


¹. Loja de brinquedos famosa no Reino Unido.

². A música da caixinha da Marlene: “Tara’s Theme” de “E o Vento Levou”.
http://www.youtube.com/watch?v=AIt_cGjmWkI

³. A música do John Waite que Marlene está ouvindo é “Missing You”.
 


 


N/A: Nesse momento são duas da manhã, e acabei de voltar de viagem e tenho aula amanhã. Mas eu não podia deixar de postar o capítulo pra vocês, porque, tenho que admitir, estava ansiosa demais para isso. :]

Espero que gostem dele tanto quanto eu! Obrigada pelo comentário: Fê Black Potter, Nina H., Marlene Black., MMcK, M. Smith e F. Dawson, dominique.,  July McKinnon Black, Liih Black, Mila Pink, Zix Black e sango7higurashi.
Por favor, continuem comentando! Preciso saber o que estão achando da história.
Beijos!

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Comentários (1)

  • Lana Silva

    Awww que fic mais diva, cada capitulo mais perfeiito que o outro meu Deus você escreve bem demais flr *-*

    2011-12-12
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