Lembranças&Desastres



N/A: Mil perdões pela demora! Mas como expliquei da última vez, houveram diversos problemas, e eu não pude cumprir com a promessa de postar dois capítulos juntos. Foi mal mesmo!

Uma coisa sobre esse capítulo: ele se passa em um único dia. Quando não eu não colocar o horário em cima da narração das cenas, significa que elas acontecem simultaneamente, em locais diferentes, ok?! Espero que dê pra entender.

Agora vou indo nessa! Boa leitura.

XoXo.






Cap. 9

Lembranças&Desastres.












Alvo Potter... Dois nomes incrivelmente comuns para qualquer pessoa que viveu na época guerra/pós-guerra e compartilhou – com todo mundo bruxo – o nascimento do segundo filho do famoso Harry Potter. Seus olhos verdes, incrivelmente parecidos com o do pai e que irremediavelmente lembravam os olhos de sua avó, chamavam atenção desde que era apenas um bebê. A comparação de que se tornaria um grande bruxo como seu pai, era tão inevitável, quanto dizer que ele, sem dúvida, era o filho mais parecido com o herói da guerra mais famosa do mundo bruxo.

Todos os holofotes sempre virados para o moreno Potter nunca o fizeram desviar do comportamento correto e gentil com que foi ensinado. Afinal, ele não era o único a receber todas as atenções, os filhos de Rony e seus irmãos também eram vítimas de todo assédio e comparações, mas com ele a coisa parecia ser ainda mais forte, já que com seu crescimento, as características de um verdadeiro Potter eram notáveis.

Sua aparência sempre lembrou ao pai, e parte do seu comportamento sensível e compreensivo também. Porém, sua opção por ter todas as garotas, sem dúvida, era algo herdado do avô. Tiago Potter era, assim como o neto, um grande conquistador, e novamente, assim como o neto, desistiu desse caminho, quando conquistou seu maior troféu: Lílian Evans... Alvo, é claro, seguiu por um caminho de diversão maior do que seu avô, mas algo durante essa jornada fugiu de seus planos, e então, o moreno descobriu um sentimento que julgou ser inexistente para ele: o amor.

Alvo Potter agora amava, e para sua completa felicidade, era amado também. Amava Alice como jamais pensava que um dia conseguiria, e como havia prometido para si, desistiu de uma vida de diversão somente para entregar a ela o sentimento mais puro e sincero que havia nele. Sentia-se feliz e completo agora. Nunca, em momento nenhum, deixaria algo machucar àquela menina tão pequena, doce e frágil. Ele não se perdoaria se qualquer coisa acontecesse e ela saísse da história magoada! Agora, ele se dedicava por completo àquela que agora era sua vida, seu único motivo pra sorrir... Seu único e verdadeiro amor.

- Alvo, melhor correr se não quer se atrasar pra aula! – Rose despertou o primo que, aparentemente, estava mergulhado em seus pensamentos.

- Ah claro! – ele exclamou surpreso por vê-la de pé ao seu lado – Tomara que Slughorn não esteja na sala, detesto entrar na aula depois dele! Sempre vem com uma história da época que nossos pais formavam o “trio maravilha”, e...

- Slughorn? – Rose perguntou divertida – Alvo volte pra terra! Agora é Defesa Contra as Artes das Trevas!

- Ah... – o moreno suspirou, como se estivesse constatando algo muito importante – Certo, então vamos!

- Vamos! – ela riu, puxando o primo pela mão.

Os dois saíram pela porta do salão principal sorrindo da distração momentânea do rapaz.

Na mesa da Sonserina, Samantha observava todo salão, atentamente. Sua expressão era de alguém excitado com a expectativa de que algum plano maquiavélico funcionasse, e tal excitação, contrastava perfeitamente com seus olhos nebulosos, estranhamente furiosos e maus. Um sorriso passou pelo rosto da jovem quando ela se virou para a amiga Jude, que assim como ela, mantinha os olhos fixados em toda extensão do salão.

- A que horas é o treino de quadribol da Grifinória? – Sam perguntou, tomando o último gole de seu suco.

- Aaron me garantiu que era as 17h00min! – Jude sorriu para amiga.

- Hummm, se ele garantiu, nem quero imaginar o que você fez para obter uma informação tão... segura! – ela riu maldosamente – Esteja lá antes de começar o treino! – ordenou.

- É claro que estarei! – os olhos de Jude exibiram um brilho estranho, de alguém que estava se divertindo imensamente com a situação.

- Conhece o plano?

- É claro! Acha que eu sou o que? Uma grifitonta? – as duas riram.

- Conto com seu melhor desempenho, amiguinha! – Sam debochou, enquanto pegava seu material e se colocava de pé.

- Com ele, meu desempenho é sempre o melhor! – a menina garantiu e se levantou também.

- Bom saber! Te vejo depois! – Sam se despediu da menina e saiu, graciosamente, pelo salão.

Jude ainda recolhia seu material, quando Chad se aproximou dela, com um sorriso enviesado nos lábios.

- Posso saber o que estão aprontando? – ele sussurrou bem atrás da menina, e riu ao vê-la saltar com o susto – Não sabia que ainda causava essas sensações em você! – ele debochou.

- Cala a boca, Chad! – ela rosnou – E para sua informação, não estamos aprontando nada! – garantiu.

- Você é ótima mentirosa, mas não me convenceu! Eu conheço vocês, sabe?!

- Se nos conhece tão bem, sabe que não deve se meter em nada, se não quiser pagar caro! – Jude ameaçou e seus olhos se estreitaram na tentativa de intimidar o rapaz. Chad riu.

- Eu não ia me meter, até porque não me interessa! Mas como eu disse – ele se aproximou da menina perigosamente, com um sorriso maldoso ainda brincando em seus lábios – Alvo talvez goste realmente daquela menina e nada do que façam poderá separá-los!

- Você acha? – ela perguntou num tom desafiador.

- Tenho certeza! – ele respondeu, ainda muito próximo a ela.

- Então você realmente não nos conhece!

- Conheço o suficiente pra saber que estão armando uma sujeirada daquelas! – Chad sussurrou próximo ao ouvido da jovem – O cheiro podre da armação paira no ar, e eu estou curioso pra saber o que vão fazer!

- Espere e verá, queridinho! – Jude sussurrou.

- Está bem... – ele sorriu e se afastou para encará-la – Tome cuidado!

- Eu sei me cuidar, não se preocupe! – ela respondeu.

- Se soubesse se cuidar mesmo, não teria saído comigo!

- Não venha bancar o “lobo mau” comigo, Chad! – ela respondeu – Não tenho medo da sua fama de “menino cruel e insensível”, até porque, pelo que consigo me lembrar, você não foi nem um pouco rude comigo!

Ele respirou fundo.

- Não fui... Não com você...

- Por que isso agora? – Jude perguntou com a voz firme. Toda aquela conversa com Chad estava tomando rumos que ela não gostava – Sinceramente não entendi o rumo que essa conversa tomou!

Novamente ele respirou fundo e desviou o olhar da moça.

- Quer saber? Vá aprontar com o Alvo! – Chad disse entre os dentes – Divirta-se enquanto puder, afinal de contas, você o prefere não é?! – riu – Só tome cuidado! – ele aconselhou e se virou para sair, quando sentiu a mão de Jude agarrar suas vestes.

- O que quis dizer com: você o prefere? – a menina perguntou confusa.

- Estou atrasado pra aula, se cuida e ignore tudo que eu disse! – o rapaz sorriu – Estava apenas brincando... Como sempre!

Chad saiu, deixando a menina ainda mais confusa.

- Assim como estava brincando quando disse que gostava de mim e beijou Sam, a força, na mesma noite... – ela sussurrou para si, pegou o material e saiu também para sua aula, perdida em algum pensamento do passado.



Flashback

Eram as férias de verão, e o pessoal de Hogwarts, que coincidentemente faziam parte da Elite, haviam combinado uma viagem para a praia. Dentre as pessoas que foram, estavam Alvo, Rose, Scorpius, Sophie, Vincent, Chad, Samantha, Jude e Michael.

Um Luau havia sido programado, dois dias após a chegada deles, e todos estavam ansiosos. Adoravam festas, ainda mais se elas eram entre amigos.

Jude caminhava pela praia com Chad. As fracas ondas batiam em seus pés descalços. Enquanto andava, aquela sensação de prazer e diversão lhe invadia. Olhou para o lado, e viu que Chad a observava atentamente. Talvez estivesse se divertindo com a expressão contente da garota, ou estivesse apenas analisando se ela ainda merecia fazer parte do grupo, rotulado pela Garota Misteriosa, como “Elite”.

- O que foi? – ela perguntou curiosa, quando percebeu, que mesmo depois de um longo tempo caminhando, Chad não tirava os olhos dela.

- Você está linda! – ele disse sincero, embora tivesse a ligeira impressão que essa não era bem a resposta que ela esperava.

- Obrigada! – Jude sorriu timidamente. Algo no olhar do Chad havia lhe intimidado, e ela não soube exatamente o que – Então, o que pretende fazer para hoje à noite?

- Não sei! Fogueiras são sempre bem vindas nesse tipo de festas, música, talvez alguns fogos pra encerrar... Não, fogos me parece um pouco exagerado... Melhor me reter apenas a fogueira, e as brincadeiras! – ele riu.

- Que tipo de brincadeiras?

- A que surgir na hora, não sei... Michael sugeriu que a brincadeira principal tivesse o tema: “Ninguém é de ninguém”, mas lembrei que Scorpius veio com a Rose, e Vincent com a Sophie, então ele achou por bem, desistir dessa idéia, e sinceramente, eu também...

Jude riu.

- Achei que você gostasse desses tipos de brincadeira! – ela zombou.

- Eu também, mas essa idéia não me parece bem vinda... Não quando você pode fazer parte da brincadeira! – a expressão de Chad ficou séria e ele encarou o horizonte, tentando evitar o contato visual com a menina ao seu lado.

- O que quer dizer com isso? – Jude perguntou curiosa e confusa.

Chad parou no local que estava, e continuou encarando o horizonte. Aparentemente, buscava as palavras certas para explicar a Jude o motivo que não gostaria de vê-la fazer parte dessas brincadeiras.

- Quero dizer que não gostaria de ver você sendo disputada pelos outros caras! – ele respondeu finalmente.

- E por que não?

- Você não é tola! Sabe perfeitamente a resposta pra essa pergunta!

- Eu sei?

- Sabe! – Chad finalmente se virou para encará-la – Sabe que eu não gosto de ver você com outro cara, sabe que eu não quero te dividir, e sabe perfeitamente que eu sou completamente apaixonado por você há muito tempo! – ele respondeu severo – Mas ignora tudo isso!

- Eu... Eu não ignoro! – ela defendeu-se.

- Então por que não acreditava em mim?

- Porque você fala de um jeito que parece mais uma brincadeira, e eu não ia agüentar entregar meu coração a você, para que depois me deixasse! – Jude respondeu. Agora quem não queria um contato visual era ela.

- O que quer dizer com “entregar meu coração a você”?

- Você não é tolo! Sabe perfeitamente a resposta pra essa pergunta!

Chad riu e puxou a menina pelo braço, para que o encarasse.

- Só diga o que sente... – ele segurou delicadamente o rosto da menina com uma das mãos, enquanto com a outra, brincava com uma mecha de seu cabelo.

- Você sabe o que eu sinto... – ela respondeu num sussurro.

- É o mesmo que eu sinto? – ele perguntou. Seus lábios estavam praticamente colados aos de Jude.

- Talvez mais! – ela respondeu, e não percebeu o momento exato em que começou a trocar um beijo apaixonado com Chad.

De longe, uma menina acompanhava tudo, e seus olhos brilharam com uma raiva contida. Jude tinha conseguido o que ela jamais conseguira: um amor verdadeiro. Samantha não iria deixar isso barato.

...

Jude estava se arrumando em seu quarto, quando ouviu batidas em sua porta.

- Entre! – ela exclamou e sorriu ao ver a amiga entrar no local, já arrumada para festa – Que bom que é você! Tenho algo pra lhe contar!

- Sério? – ela fingiu animação – O que?

- O Chad... Lembra que eu te contei que ele havia me dito algumas vezes que gostava de mim e tudo mais?

- Claro! E aí? – ela sorriu incentivando a amiga para que continuasse a contar.

- Pois bem, nós estávamos caminhando na praia, e tipo... Foi tão rápido que nem sei por onde começar! – Jude suspirou – Resumindo tudo, acho que estou namorando o Chad!

- Oh meu Merlin! – Samantha sorriu radiante e correu para abraçar a amiga – Você queria tanto! Fico realmente feliz por ter conseguido um namorado!

- Você não se importa, né? – Jude perguntou receosa – Quero dizer, você e ele no passado...

- Nosso namoro não durou nem três meses, não estávamos apaixonados! Na verdade, acho que ele sempre gostou de você! – ela sorriu numa falsa sinceridade – E eu fico muito, mais muito feliz por estarem juntos!

- Mesmo?

- É claro! Agora termine de se arrumar e vá se encontrar com ele! – Sam caminhou em direção a porta – Tenho certeza que vocês formarão um lindo casal! Tão lindo quanto Sophie e Vincent, e, Rose e Scorpius!

- Obrigada! – Jude sorriu sincera.

...

Chad estava em seu quarto, completamente distraído, quando ouviu a porta se abrir e se virou para ver Samantha, entrar.

- Ah, olá! – ela cumprimentou gentil.

- Sabia que bater na porta antes de entrar, faz parte da educação? – Chad debochou – O que quer?

- Nada! Não posso nem visitar um amigo?

- Pode, mas é estranho que esse amigo seja justamente eu, num quarto sem ninguém, e bem depois de você ter descoberto meu lance com a Jude! – ele ergueu uma das sobrancelhas, quando parou para observar a reação da menina com as suas palavras. Não se espantou a ver que ela sorriu e caminhou em sua direção.

- Na verdade eu vim aqui fazer duas coisas!

- E quais seriam? – Chad cruzou os braços em frente ao corpo, esperando resposta.

- A primeira é te dar os parabéns pela nova namorada! Jude é realmente bonita...

- Eu sei! Obrigado!

- E a segunda é te dar os pêsames, pois ela não gosta de você!

Chad gargalhou nesse momento. Definitivamente Samantha havia perdido o juízo.

- Sempre soube que você detestava perder, mas inventar algo assim é completamente idiota!

- Por que acha que estou inventando? Jude não gosta de você!

- Ah não? E de quem ela gosta então? Do Filch, o zelador? – ele perguntou em deboche.

- Alvo Potter! – Sam respondeu e ficou satisfeita ao ver a expressão do rapaz se tornar séria. – Gosta... – ela se aproximou lentamente do rapaz, enquanto falava em voz baixa, praticamente num sussurro – E não duvido que ela fique com ele... Esta noite!

- Você bebeu alguma coisa ou esses seus surtos mentais são normais?

- Não é um surto, é a verdade! – agora a menina estava praticamente com o corpo colado ao de Chad – Alvo é sedutor, é lindo, desejado e qualquer menina faria qualquer coisa pra ficar com ele!

- A Jude não faria isso!

- Você tem certeza? – ela perguntou próximo aos lábios dele. Ao ver que ele não respondeu, sorriu – Eu sabia que não tinha! – num gesto sedutor, ela mordeu o lábio inferior de Chad, (que não ofereceu resistência), passou a mão pela nunca dele e o beijou de forma provocante.

...

Jude caminhava pelo corredor do hotel com um sorriso no rosto. O quarto de Chad não ficava tão longe do seu, e queria descer com ele para a festa.

O sorriso dela logo desapareceu, e sua expressão ficou chocada quando viu Chad beijando sua melhor amiga, e também ex-namorada, Samantha. Queria gritar, mas não conseguiu. Aparentemente sua voz tinha ido passear no Alaska, justamente quando ela mais precisava. Seus olhos queimaram, e a jovem sentiu as lágrimas caírem em sua face, de forma involuntária. A única coisa que conseguiu fazer foi correr para bem longe. Onde ela nunca mais precisasse olhar para Chad. Estava certa, ele só a queria para despedaçar seus sentimentos. Durante a corrida, ainda pôde ouvir a voz da melhor amiga, dizendo claramente as seguintes palavras: - “Você não vale nada! Pobre da Jude por ter acreditado em você!”. Com isso, ela concluiu, que não havia sido culpa da amiga, e respirou mais aliviada. Uma traição a menos diminuiria a dor que sentia.

...

- Jude? – Sam entrou no quarto com uma expressão preocupada – Você não vai descer?

- Não! – ela respondeu, e antes que a amiga pudesse perguntar algo mais, completou – Vi você e o Chad!

- Oh não, Jude! – Sam se aproximou tristemente – O que você viu?

- Ele beijando você! No início eu achei que você estivesse gostando, mas ouvi seu grito e bom... Sei que não foi sua culpa! – novamente as lágrimas romperam os olhos de Jude, e ela caiu no choro.

- Ele não vale nada Jude! Você não deve ficar assim! – Sam abraçou a amiga, e um sorriso vitorioso passou pelos seus lábios, enquanto ela acariciava os cabelos dela – Eu fui até lá dizer a ele o quanto estava feliz por vocês estarem juntos! Mas ele disse um monte de absurdos, e do nada me agarrou... Não queria que você sofresse assim! – falsas lágrimas brotaram nos olhos de Samantha e ela aproveitou o teatro que fazia, e permitiu que escorressem por sua face – Me perdoa?

- A culpa não é sua! – Jude disse rapidamente – É inteiramente minha por ter confiado nele!

- Você devia se vingar! – Samantha disse rapidamente.

- Como?

- Fique com Alvo essa noite, e faça Chad te ver!

- Mas por que com Alvo?

- Alvo é o mais tentador entre todos os homens solteiros desse hotel! É sexy, forte, alto, lindo, e com certeza, você ficando com ele vai dar o troco perfeito em Chad!

- Você acha?

- Eu tenho certeza!

...

Não demorou muito para que na festa, Jude procurasse por Alvo. Rapidamente encontrou o moreno em pé, próximo a fogueira, bebendo, o que ela concluiu, ser alguma bebida trouxa, a julgar pelo rótulo da lata. Aproximou-se do moreno, de forma sedutora. E começou a conversar. Não daria o bote, até que Chad chegasse ao local e pudesse ver a cena.

Depois de uma curta conversa, os olhos da jovem encontraram com os de Chad, e sem se importar com o que Alvo pensaria de sua atitude, o puxou pela camisa e deu um beijo de tirar o fôlego.

Chad parou no lugar que estava com os olhos arregalados. Sam estava certa então. Jude realmente gostava de Alvo...

- Eu disse a você... – Sam sussurrou logo atrás dele – Ela gosta do Alvo!

- É, estou vendo! – Chad respondeu seco.

- Não fique assim, ela não vale à pena!

Ele respirou fundo.

- Não, não vale! Assim como você não valeu e nenhuma outra mulher dessa escola valerá!


Fim do Flashback



***




Enquanto o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas não aparecia na sala, os alunos aproveitavam pra conversar.

Rose, Scorpius, Vincent, Sophie e Alvo estavam reunidos, em um canto da sala, conversando sobre o que seria o primeiro passeio do ano a Hogsmeade. A ruiva Weasley estava sentada entre o primo e o namorado, enquanto o outro casal de amigos sentava em uma mesa em frente.

- Então Rosecreide, você e seus primos cabeça vermelha/loira/castanha, não fizeram nenhum pacto para invadir um local proibido esse ano? – Vincent perguntou divertido, se lembrando da invasão que fizeram há cerca de três anos, a Casa dos Gritos.

- Na verdade fizemos! – Rose respondeu, e todos os olhos se viraram pra ela incrédulos – Estamos pensando seriamente em invadir o Gringotes, ir até o Beco Diagonal, fazer a limpa na Travessa do Tranco e dominar o mundo bruxo! – se antes os jovens a encaravam incrédulos, agora seus olhos praticamente saltavam as órbitas com tal afirmação.

Rose riu e balançou a cabeça.

- Ok, eu sei que minhas palavras soam com uma sinceridade incrível em 98% dos casos, mas dessa vez eu tava brincando!

- Ufa... Por um minuto eu pensei que Rosecreide estivesse possuída! – Vincent exclamou e os demais riram – Mas até que invadir Gringotes seria legal... Adoraria dar um chute na bunda daqueles duendes mal criados!

- Vincent! Não diga isso, nem de brincadeira! – Sophie disse.

- Mas eu não disse de brincadeira amor, eu estava falando sério! – novamente todos riram.

- A única coisa que eu sei, é que terei que ficar de olho em Lily e Hugo amanhã! – Alvo suspirou.

- Bom, até onde eu saiba, eles não pretendem passar na loja do tio Jorge ou aprontar algo sério...

- Não! Você não entendeu Rose! O que me preocupa não é o fato deles aprontarem algo!

- E então é o que cara? – Scorpius perguntou curioso.

- Me preocupa é o fato da minha irmã caçula e do seu irmão – ele olhou pra Rose – devorador de meninas ruivas e indefesas, andando, sozinhos, por uma cidade que estará bem movimentada... Sabe, existem vários locais desertos, se procurarmos bem!

Rose revirou os olhos e riu.

- Ah claro, meu irmão agora virou o vilão da história e vai atacar a doce Lily!... Alvo, por favor, contenha esse ciúme!

- Eu contenho... Mas só de imaginar, meu estômago revira!

- Então não imagine, oras! Pense em você e a Alice amanhã, em Hogsmeade!

- Na verdade, estava pensando em você e eu, em um dos locais desertos que eu mencionei! – Alvo sorriu sedutor, e levou um tapa na cabeça, dado por Scorpius.

- Alvo, eu sei que desilusão magoa, mas você precisa saber de uma vez!

- Saber o que?

- Rose descobriu que a única paixão dela sou eu, e você tá fora!

- Isso é verdade? – Alvo fez uma cara incrédula e Rose precisou se segurar pra não cair na risada.

- Eu... Ah Alvo, você é bom e tudo mais... Mas...

- O que ele tem que eu não tenho?

- Eu sou loiro! – Scorpius afirmou isso, como se ninguém no local tivesse notado seus cabelos claros e brilhantes.

- Exatamente! – Rose suspirou.

- Isso é preconceito! – Alvo exclamou.

- Eu sempre digo isso, mas ninguém acredita em mim! – Vincent concordou com o amigo – Amor, você não tem nenhum primo loiro na família, tem?

- Na verdade o mais loiro é meu irmão, e fique tranqüilo, ele não me atrai!

- Que bom! E os outros primos, moram perto?

- Você os conhece, Vincent!

- Sim, mas não medi a quilometragem pra saber se eles estão perto suficiente de você, para que se sinta atraída!

Sophie riu.

- Não se preocupe, ao contrário da Rose, eu não me sinto atraída por loiros! Gosto mais dos morenos!

- Opa! – Alvo se virou pra amiga, rindo.

- Tire esses olhos verde-esmeralda de cima da minha loira, se não quiser ter sua sentença de morte decretada! – Vincent falou numa seriedade tão grande, que até Sophie, o encarou surpresa – Que foi? Eu posso ser sério às vezes!

Enquanto os cinco amigos continuavam conversando divertidos, Adam entrava na sala, com sua típica expressão de alguém que tá pouco se lixando para as pessoas a sua volta. O moreno caminhava em direção a sua mesa, quando seus olhos avistaram o grupo de amigos conversando. Por algum motivo, seu estômago saltou quando viu Rose sendo beijada pelo namorado. “Ignore Adam Krum, eles são namorados, e obviamente você não sente nada por ela!”, ele pensou, mas logo sentiu seus pés o guiarem em direção ao casal, e ele se amaldiçoou por isso.

- Rose! – a voz de Adam saiu mais firme e grossa do que esperava, e ele torceu para que ninguém tivesse reparado isso.

- Ah... Oi Adam! – Rose sorriu timidamente e sentiu o braço de Scorpius a puxar para mais perto dele – O que deseja?

- Temos um tempo vago depois da aula, estive pensando se gostaria de adiantar o trabalho comigo, na biblioteca? – Adam a encarava tentando não demonstrar nenhuma emoção que o comprometesse.

- Não, ela não gostaria! – Scorpius respondeu seco. – Rose estará ocupada durante o tempo vago!

- Então, Rose, você gostaria? – Adam elevou um pouco a voz, sem deixar de encarar a menina.

- Desculpe Adam, mas como o loiro falou, eu vou estar ocupada! – Rose respondeu gentilmente.

- Ocupada? No tempo vago? Estamos falando do nosso trabalho! Posso saber o que é mais importante do que isso?

- Eu! É claro! – Scorpius lançou ao moreno seu mais profundo olhar de desprezo – Agora, se nos der licença, aqui é uma roda de amigos, e como sabe, não faz parte dela! – o loiro se virou pra namorada e a encarou com um sorriso – Onde estávamos mesmo antes de sermos interrompidos? – ele fez uma cara pensativa – Ah claro, me lembrei! – Scorpius segurou o rosto da ruiva e a beijou com vontade, na frente de Adam, para que ele entendesse, definitivamente, que Rose pertencia a ele e não seria um novato que iria se meter nessa relação.

O moreno, ao contrário do que todos imaginaram, riu, balançou a cabeça e saiu tranquilamente do local.

- Ok, já chega, deixem essa agarração pra mais tarde! – Alvo disse divertido.

Rose encarou o namorado, ofegante. Não esperava um beijo tão profundo e provocante naquele momento.

- Er... Posso saber o que eu tenho de tão importante pra fazer no tempo vago? – a ruiva perguntou com uma das sobrancelhas erguidas.

- Me ver jogar quadribol! – Scorpius respondeu.

- Mas eu não gosto de quadribol! – ela protestou – Pra ser sincera, eu sempre entro em pânico quando você monta naquela vassoura e fica pelo menos a 15 metros do chão!

Scorpius beijou a testa da namorada e sorriu.

- Não precisa ter medo, modéstia a parte, eu sei voar muito bem!

- Eu sei!

- Então, você me assiste no treino e depois eu serei inteiramente seu, para o que quiser fazer...

- Vocês viraram um casal pervertido! – Vincent exclamou chocado – Sophie tape os ouvidos, você é muito pura pra escutar essas barbaridades!

- Aham, sou tão pura quanto a Rose!

- Meu Merlin, então você está perdida!

Rose preparou-se para responder algo bastante mal-educado, mas ao ver o professor Eugene entrar na sala, desistiu. Definitivamente ele não poderia ouvir o que ela ia dizer, se não era detenção na certa.

Além de aprenderem coisas novas, eles agora revisavam o que havia sido dado nos anos anteriores. Feitiços simples, azarações, defesas significativas, tudo era passado em aula, numa tentativa de revisão para os NIEM’s, que eles agradeciam a Merlin, por ainda faltar bastante tempo.

O tempo daquela aula pareceu voar, e logo o professor os dispensou. Como sempre a Grifinória arrecadou diversos pontos, graças à rapidez com que Rose erguia a mão no ar e respondia as questões. Por vezes, o professor esperava alguns segundos para ver se mais alguém desafiaria a inteligência da menina e ousaria a responder, mas como ninguém se candidatava, ele permita que a ruiva desse a resposta.

Mal cruzaram a porta da sala, e Scorpius praticamente corria com Vincent em seu encalço, para o campo de quadribol. Provavelmente os jogadores estariam esperando pelo treino, e ele, como capitão, não poderia dar ao luxo de chegar atrasado. Rose que havia sido convidada (pra não dizer, praticamente “obrigada”), a assistir o treino, caminhou lentamente na direção que os rapazes seguiam, ao lado da amiga Sophie. As duas não se surpreenderam quando chegaram ao campo e viram seus respectivos noivos, vestidos com o uniforme e montados na vassoura, perfeitamente prontos para o treino.

- Eu não entendo o motivo que você não gosta de vê-los jogar! – Sophie disse, sem tirar os olhos do treino que acontecia sobre suas cabeças – Eles fazem isso tão bem!

- Eles estão a 15 metros do chão, e o fato de saberem voar excepcionalmente bem, não me deixa tranqüila em relação a toda essa altura! – Rose gemeu ao erguer os olhos e ver Scorpius fazer um giro rápido na vassoura – Eu fico enjoada só de olhar!

Sophie riu e balançou a cabeça.

- Você tem noção de que seu futuro marido já recebeu milhares de propostas para fazer parte de times profissionais quando terminar a escola?

- Aham! – a ruiva suspirou.

- E como pretende lidar com essa situação?

- Pra falar a verdade eu espero que até lá, Merlin opere algum tipo de milagre e eu pare de ter crises de nervos quando o vejo fazendo essas loucuras! – a ruiva mal terminou de falar e deu um gritinho histérico ao ver o noivo desviar de um balaço, passar rapidamente por cima dos aros, girar três vezes com a vassoura e voltar à posição normal – Meu coração não agüenta isso! E muito menos meu estômago!

- É, sinto que Merlin vai precisar fazer um grande milagre!

As duas riram.

Enquanto Sophie se mantinha atenta ao treino, Rose não tirava os olhos do livro que trouxe consigo. Vez ou outra ela arriscava lançar um olhar para cima, mas isso acontecia somente quando ouvia algum grito de Scorpius e queria ter certeza de que estava tudo bem com ele.

Após o que Rose julgou ser várias horas, o treino da Sonserina terminou e os jogadores se encaminharam até o vestiário, para tomar um banho e trocarem de roupa. Agora que não havia mais balaços e goles no ar, Rose e Sophie achavam seguro irem até o campo, esperarem seus noivos.

Não demorou, para os outros integrantes do time saírem, e Vincent vir logo atrás, com uma expressão satisfeita, de quem havia feito um ótimo trabalho.

- Onde está Scorpius? – Rose quis saber, ao ver o amigo sair sozinho.

- Lá dentro, terminando de guardar o equipamento. – Vincent respondeu.

- Você quer dizer armas né?!

- Rosecreide, goles e balaços não são armas! – o moreno revirou os olhos.

- Na imaginação da Rose, qualquer coisa que tenha que se fazer a metros de altura, decididamente, é uma arma! – Sophie riu.

- Ele está sozinho? – Rose logo mudou de assunto, antes que Vincent começasse a tirar uma com sua cara.

- Tá sim!

- Eu posso entrar?

- Pode... – o moreno respondeu, mas logo seus olhos se estreitaram e se transformaram num olhar malicioso – Sabe Rosecreide, qualquer um pode entrar no vestiário...

- E daí? – ela perguntou confusa.

- E daí que se vocês dois pensarem em fazer qualquer coisa não prevista nas regras de um bom aluno e não incluída como atividade acadêmica, podem ser pegos...

No mesmo instante Rose corou e arregalou os olhos. Vincent apenas riu, e Sophie, em apoio à amiga, tentou manter-se séria e repreender o namorado.

- Eu... Eu... – a ruiva não encontrava palavras pra explicar que só ia entrar no vestiário para chamar o namorado, e não para outras coisas.

- Nós entendemos Rose, é normal na sua idade! – Vincent fez uma expressão compreensiva e Sophie não se agüentou e começou a rir descontroladamente.

- Ok, chega de torturar a coitada Vin! Vamos voltar pro castelo e deixar os dois pombinhos a sós no vestiário! – rindo, Sophie afastou o namorado do local.

Resmungando, Rose entrou no vestiário, com uma expressão nem um pouco contente. Às vezes, Vincent conseguia ser muito inconveniente e isso a deixava muito constrangida.

- Scorpius? – ela o chamou.

- Oi ruiva! – Scorpius respondeu, caminhando em sua direção – O que faz aqui?

- Vim te apressar para o almoço, embora o Vincent tenha imaginado mil e uma coisas pra se fazer aqui dentro! – ela respondeu mal-humorada e Scorpius riu.

- Você o conhece, não deveria ligar pra essas loucuras que diz!

- Eu sei! Mas que pessoa em sã consciência pensaria em fazer algo desse tipo num vestiário?

- Bom... – Scorpius se aproximou lentamente da namorada, passou um braço pela sua cintura e a puxou para perto de si – Eu pensaria, sabe? – ele disse sedutor e sorriu ao ver as bochechas da namorada corar.

- Homens! Definitivamente são todos iguais! – ela revirou os olhos e deu um breve beijo nos lábios do loiro – Agora vamos pro Salão Principal, antes que Vincent comece a pensar que eu realmente vim aqui pra isso! E eu sou Monitora-Chefe, tenho que dar o exemplo!

- Ah claro, eu esqueci que nas horas vagas você também é monitora! – Scorpius debochou e saiu do vestiário de mãos dadas com Rose.

O Salão Principal já estava cheio quando chegaram, e os dois caminharam em direção a mesa da Sonserina.

- Uau, vocês são realmente rápidos hein! – Vincent brincou, assim que os dois se sentaram de frente para ele.

- Demais, principalmente quando sabemos que se demorarmos, ficaremos sem almoço! – Scorpius entrou na brincadeira.

- Ok, já chega vocês dois! – Rose interrompeu – Daqui a pouco eu vou ter que cavar um buraco no chão pra me enfiar!

Os quatro riram e começaram a se servir do delicioso almoço preparado pelos elfos. Por um pequeno tempo, permaneceram em silêncio, apenas comendo e prestando atenção nos próprios pratos.

- Rose, Rose! – Louis quebrou o silêncio dos quatro amigos e veio correndo em direção a ruiva, seguido de perto por Luiza.

- Oi Louis! Oi Lu! – Rose sorriu gentilmente – Algum problema?

- Na verdade, nós queremos saber se você pode olhar nosso trabalho! – Luiza respondeu sorrindo – É de Herbologia! Pedimos pra Lily e pro Hugo, mas eles disseram que definitivamente você é a melhor nisso, então viemos aqui pedir!

- E eles estão certos! Rosecreide é uma biblioteca ruiva com pernas, se querem saber! – Vincent zombou e se serviu de mais empadão.

Rose apenas revirou os olhos e esticou a mão para pegar o pergaminho.

- Me emprestem uma pena, por favor! – ela disse, sem tirar os olhos do pergaminho. Assim que Louis lhe passou a pena, ela começou a acrescentar algumas pequenas coisas, e retirar outras que não achava tão importante assim.

Passados alguns instantes, ela devolveu o pergaminho aos primos e sorriu.

- No geral o conteúdo está muito bom! Só acrescentei umas coisinhas, que agora é só passarem a limpo com a letra de vocês e tudo certo!

- Uau! – Louis arregalou os olhos.

- Que foi?

- Você é muito CDF! – ele respondeu, e antes que Rose pudesse pensar em algo para dizer, puxou Luiza pela mão e saiu correndo para fora do salão.

- Tá vendo amor? Até as crianças enxergam a verdade! – Scorpius exclamou sorrindo, e Rose apenas revirou os olhos.



***




Depois do almoço, as aulas que se seguiram foram tranqüilas. O sétimo ano, como sempre, teve um tempo vago, e a última aula terminara antes das 17h00min, coisa que Alvo agradeceu, já que havia marcado um treino exatamente para aquele horário. Assim que saiu da sala, rumou para o campo de quadribol. O local ainda estava vazio, conforme ele imaginava, já que exceto ele, os outros jogadores pertenciam ao 4º, 5º e 6º ano.

Alvo estava distraído dentro do vestiário. Já havia colocado o uniforme do time, e agora brincava com o pomo de ouro que usaria no treino. O deixava voar alguns metros e em seguida agarrava... Cansado de esperar, ele pegou sua vassoura e quando se virou para sair do vestiário, percebeu que não era o único a estar no local.

- O que faz aqui?



***




Mal os alunos do 5º ano foram dispensados, e Lily e Hugo correram para o salão comunal da Grifinória, em busca das suas vassouras. Alice só teve tempo de dizer “vejo vocês lá”, antes que os dois desaparecessem pelos corredores. Rindo, a castanha caminhava tranquilamente em direção ao pátio do colégio, até que cruzou com Samantha, que parecia estar a sua espera.

- Olá Alice! – Samantha cumprimentou a menina com um sorriso simpático.

A castanha ergueu uma das sobrancelhas em sinal de desconfiança. Nunca foi íntima de Sam, e agora a menina a chamava pelo primeiro nome... Definitivamente isso pareceu muito estranho.

- Olá! – ela respondeu o cumprimento, com um sorriso que lhe pareceu incrivelmente forçado.

- Como está?

- Bem e você?

- Ótima! – Sam sorriu mais uma vez – Está indo assistir ao treino da Grifinória, acertei?

- Sim...

- Ah, então não vou mais atrapalhar! – Sam disse e ao ver Alice se afastar novamente, completou – Alvo costuma ficar no vestiário antes de começar o jogo, talvez você o encontre lá!

- Certo! – Alice respondeu e andou o mais rápido que conseguiu para se afastar de Sam. Achava muito estranha essa aproximação da Sonserina, desde que começou a namorar Alvo. E as palavras da menina da festa de boas-vindas ainda ecoavam em sua mente... A castanha balançou rapidamente sua cabeça, a fim de afastar esses pensamentos, e quando deu por si, já estava no campo de quadribol.

“Merlin, andei tão rápido e nem percebi!”, ela pensou e ao ver o campo vazio, decidiu ir até o vestiário, a procura do namorado.



***




Alvo encarava a pessoa a sua frente, esperando uma resposta para sua pergunta.

- O que faço aqui? – Jude perguntou tranqüila – Vim ver você!

- Ótimo, agora que já viu, pode se retirar! – Alvo respondeu seco.

Jude apenas riu e caminhou lentamente na direção do moreno, que a observava com um olhar severo.

- Sabe... Eu tenho me perguntando quando você vai voltar... Digamos assim... Voltar à ativa...

- Nunca! Agora se me der licença... – Alvo tentou passar pela menina, mas ela parou bem na sua frente – Jude, não me obrigue a te tirar a força daqui ok?! Saia logo da minha frente! – ele disse entre os dentes.

- Não antes de fazer uma coisa!

- Fazer o que? – mal o moreno perguntou e Jude se lançou em seus braços e o beijou de forma indecente, sem dar chances para ele reagir.



***



Alice estava na porta do vestiário, e com a ansiedade de ver o namorado e lhe fazer uma surpresa, correu para dentro do local... De repente as coisas que se seguiram foram muito rápidas... A ansiedade de Alice se transformou em dor, e tudo que ela conseguia ver a sua frente não passavam de borrões sem foco. Seu coração parecia ter se partido em mil e o ar simplesmente fugiu de seus pulmões... A única coisa que conseguiu fazer foi...

- NÃO! – Alice gritou e sua voz saiu completamente embargada pelo choro.

Nesse momento Alvo finalmente conseguiu empurrar Jude para longe e o que viu, simplesmente partiu seu coração.

- Alice! – ele se aproximou da menina e levantou a mão para tocá-la.

- Não me toque! – ela ordenou e deu um passo pra trás – Como você pôde?

- Bom, acho que o clima tá meio pesado! – Jude disse tranquilamente – Vejo vocês mais tarde! E Alvo... Foi realmente bom estar com você! – a menina piscou para Alvo e caminhou em direção a saída, deixando o casal para trás.

- Alice, o que você viu aqui...

- FOI SUA TRAIÇÃO! – a castanha gritou mais uma vez – EU SABIA! SABIA QUE NÃO PODIA CONFIAR EM VOCÊ! MAS ESSE AMOR ESTÚPIDO ME CEGOU E AGORA VEJA SÓ... NO FINAL DAS CONTAS EU ESTAVA CERTA E VOCÊ NÃO VALE NADA!

Alvo tentou se aproximar novamente da castanha, mas como da primeira vez, ela recuou, e ele achou melhor não tentar novamente.

- Alice, não aconteceu nada do que você está pensando! – Alvo dizia pausadamente – Eu estava aqui no vestiário e de repente a Jude entrou, e...

- Te agarrou a força? – Alice completou e deu uma risada seca – Deve ser realmente difícil pra você, sendo desse tamanho, impedir um ataque como esse! – ela ironizou.

Alvo encarou os próprios pés, não por estar envergonhado, mas sim porque olhar pra Alice chorando daquela forma, com uma expressão completamente decepcionada, o massacrava.

- Eu amo você e não faria nada que pudesse te machucar! Você sabe disso!

- Errado! – ela o corrigiu – Você já fez algo que me machucou! – a castanha respirou fundo – Eu te amava Alvo, e você não tinha o direito de brincar comigo dessa forma!

- ALICE VOCÊ PRECISA ME ESCUTAR! – Alvo gritou desesperado.

- EU NÃO PRECISO TE ESCUTAR! EU NÃO QUERO OUVIR MAIS MENTIRAS! EU ACREDITEI EM VOCÊ, TE DEI UMA CHANCE DE PROVAR QUE HAVIA MUDADO E NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE, VOCÊ ME TRAI! – Alice chorava descontroladamente enquanto falava – EU TE ODEIO ALVO SEVERO POTTER! TE ODEIO COMO NUNCA PENSEI QUE FOSSE CAPAZ DE ODIAR ALGUÉM! E NÃO ADIANTA TENTAR DIZER MAIS MENTIRAS, POIS EU NÃO ACREDITO EM VOCÊ! ACABOU TUDO ENTRE NÓS!

Alice terminou de dizer essas palavras e correu para fora do vestiário o mais rápido que conseguiu. No caminho, cruzou com Lily, Hugo e grande parte do time, mas ignorou e continuou correndo de volta ao castelo.

- ALICE! – Lily gritou pela amiga, mas ela não deu ouvidos – Céus, o que aconteceu?

- Vamos descobrir agora, o Alvo tá vindo aí! – Hugo respondeu e apontou para o primo que caminhava em direção ao time.

- O treino foi cancelado, voltem para o castelo!

- Mas Alvo, nós... – Aaron tentou protestar, mas foi interrompido pelo moreno.

- EU DISSE QUE FOI CANCELADO! AGORA SUMAM DA MINHA FRENTE! – Alvo gritou e sua voz ecoou por todo campo, fazendo parecer muito mais alta do que estava.

Sem contestar a ordem, os jogadores fizeram o caminho de volta, cochichando a atitude do capitão. Lily e Hugo foram os únicos a ficar, e se aproximaram de Alvo com uma expressão preocupada.

- O que houve? – Lily abraçou o irmão carinhosamente.

- Me faz um favor, Lily? – Alvo perguntou e deixou transparecer toda a tristeza em sua voz.

- Qual? – a ruiva encarou o irmão.

- Vá até Alice! Ela precisa de você agora!

- Mas...

- Por favor!

Sem questionar mais nada, Lily se virou e voltou ao castelo, deixando o namorado e o irmão para trás.

- E então cara, o que aconteceu aqui? – Hugo perguntou – E não adianta dizer que não foi nada, pois eu te conheço perfeitamente pra saber quando tem algo errado! Não me obrigue a te azarar e desembucha de uma vez!

Alvo revirou os olhos e contou detalhadamente o que havia ocorrido desde a entrada de Jude no vestiário, até a briga com Alice. Enquanto contava, sentia que cada palavra saía com muita dificuldade e precisava lutar muito pra não chorar de ódio e decepção.

- Você precisa explicar isso a ela!

- Acha que ela vai me ouvir, Hugo? Acha mesmo que Alice vai acreditar que tudo não passou de um terrível engano e que eu não a traí? – Alvo perguntou exasperado – Não! Ela não vai acreditar, pois agora ela acha que eu não valho à pena e que nunca deixei de ser o “pegador” da escola!

- Cara, talvez se a Lily e eu conversarmos com ela...

- Não há nada que vocês possam fazer, Hugo! – Alvo suspirou – Sou eu que preciso encontrar um jeito de provar pra ela que não estou mentindo... Só não sei como fazer isso!

- Você vai encontrar um jeito!

- Assim espero...



***




Lily caminhou de volta ao castelo, a procura de sua amiga. Seus olhos vagavam pelos corredores, cheios de preocupação, embora ela soubesse perfeitamente que só haveria um local que a castanha poderia estar. A ruiva respirou fundo e correu em direção ao retrato da mulher gorda, que guardava a passagem para o Salão comunal da Grifinória. Assim que parou em frente a ele, murmurou rapidamente a senha, e mal o quadro abriu passagem e ela correu para dentro. Não havia ninguém no salão, o que significava que Alice estava no dormitório. Rapidamente a ruiva subiu as escadas e correu para o quarto.

- Ali, o que houve? – Lily perguntou aflita ao ver a amiga sentada em um canto, com a cabeça encostada nos joelhos, como uma criança assustada.

- Seu irmão...

- O que tem ele?

- Ele... Ele me traiu! – Alice disse essas palavras e sentiu uma faca terminar de rasgar seu coração.

- Alvo traiu você? Como? Ele te ama, isso não é possível, e...

- Isso é mais que possível! – a castanha ergueu a cabeça para encarar a amiga, que estava sentada ao seu lado – Eu o encontrei beijando a Jude no vestiário, pouco antes de vocês chegarem! Naturalmente deve ter pensado que aquele era um local seguro... Eu nunca devia ter acreditado nas palavras do seu irmão! Nunca! Ele é um mentiroso, e eu sabia disso desde aquele maldito dia que ele se declarou...

Lily abraçou a amiga carinhosamente, na tentativa de confortá-la, embora soubesse que nada do que fizesse poderia diminuir a dor que a castanha sentia.

- Talvez você tenha entendido errado Ali! Você conhece essas meninas, talvez ela tenha armado alguma coisa...

- Mesmo que ela tivesse se atirado nos braços dele, isso não justifica! Olhe o tamanho do Alvo, ele podia simplesmente impedir isso, mas não... – grossas lágrimas escorreram pela face da menina e sua voz foi abafada por um enorme soluço – Se alguém tivesse me contado Lily, eu não acreditaria, mas eu vi!

- Eu ainda acho que vocês devem conversar! Tem que haver alguma explicação pra isso...

- Não há explicação pra isso! – Alice cortou o assunto de forma grossa – Eu sempre soube que isso ia acabar errado, desde aquele dia...

- Quando você diz “aquele dia”, se refere à véspera do almoço com os Dursley?

- Exatamente!

- Afinal, o que aconteceu entre vocês naquele dia?

- Eu vou contar...



Flashback

Alvo estava sentado na sala, tão mergulhado em seus pensamentos que nem prestava atenção na TV ligada a sua frente. Sua mente procurava um jeito de contar a Alice tudo que sentia, sem assustá-la, é claro. Por vezes ele pensou em uma maneira de levá-la pra passear e explicar tudo que havia acontecido, mas nenhuma delas pareceu encorajá-lo...

O moreno só despertou de seus pensamentos, quando sua irmã caçula o chamou, pelo que acreditava ser, a terceira vez.

- O que quer Lily?

- Ah, finalmente voltou pra Terra! No que você estava pensando?

- Em como calar a boca de uma baixinha curiosa, mas nenhum dos métodos que passaram pela minha mente foram saudáveis, então precisei desistir! – ele deu de ombros.

Lily riu e fez sua melhor cara de inocente, na tentativa de convencer o irmão para o que ia pedir.

- Al? – ela o chamou numa voz doce.

- O que você quer?

- Nossa, só por que eu te chamei, eu quero alguma coisa?

- Não! Só porque você me chamou com essa voz falsamente gentil, significa que quer alguma coisa! – Alvo a corrigiu – Manda logo!

- Qual é a chance de você, como irmão mais velho, levar sua irmã caçula e a melhor amiga dela, a um shopping trouxa pra lanchar e assistir um filme? – Lily sorriu.

- Deixe-me pensar um minuto! – o moreno fez uma cara de pensativo, fingindo analisar a proposta da irmã – Bom, considerando que vocês são duas meninas...

- Bem observado!

- Quieta, deixe-me concluir! Como eu ia dizendo, vocês são duas meninas, adoram compras e lojas que parecem não ter fim, a chance deu levá-las até um Shopping se resume a NENHUMA! – Alvo concluiu o breve discurso e sorriu para irmã.

- Ok, eu já esperava por essa resposta! – Lily suspirou – E qual a chance do Teddy nos levar?

- Considerando que ele faz todas as suas vontades, a chance é muito grande!

- Onde ele está?

- No quarto!

- Valeu maninho!

Rindo, Lily saiu da sala e disparou para o segundo andar. Alvo apenas balançou a cabeça e se levantou do sofá, para ir até o quintal dos fundos, brincar com Zeus.

Foi com certa surpresa que quando chegou ao lado de fora, se deparou com Alice, fazendo o mesmo que ele pretendia fazer. Sorriu e caminhou em direção a ela, que brincava distraída com o cachorro.

- Vejo que não fui o único a ter a idéia de brincar com o cão! – Alvo parou ao lado da castanha – Não vai ajudar a Lily a convencer o Teddy a levá-las ao Shopping?

- Não! Ela é mais persuasiva que eu! Acho que no primeiro “não” eu desistiria! – os dois riram – Ela disse que ia pedir a você também!

- E pediu, mas obviamente eu neguei!

- Eu disse a ela que você negaria!

- E como sabia que eu faria isso?

- Simples, você não tem muita paciência pra aturar esses tipos de passeios... E também você havia prometido isso, da última vez que nos levou!

- Ah... – ele suspirou.

O silêncio pairou por alguns instantes, enquanto Alice brincava com o cachorro e Alvo apenas a observava, calado. De repente a coragem o invadiu e ele decidiu que aquele seria o momento de falar logo o que sentia.

Sem expressar nenhuma emoção, embora por dentro estivesse completamente ansioso, Alvo se sentou ao lado da menina.

- Então, o que pretendem assistir? – ele perguntou, fingindo interesse.

- Qualquer coisa que estiver passando! Na verdade eu só concordei pra não contrariar a Lily!

- Não contrariar ela por quê?

- Sei lá, eu não entendi bem! Ela veio com um discurso de que precisava se distrair pra tentar esquecer algumas coisas, e que eu não deveria negar a proposta dela de ir ao cinema! – Alice disse – Então, conhecendo a ruiva como eu conheço, achei melhor aceitar!

Os dois riram e se encararam. Era a primeira vez que Alvo se via perdido em meio a um olhar tão puro e doce quanto aquele. As íris azuis de Alice, refletindo seu próprio olhar era algo tão diferente, tão único, que ele sentiu que poderia ficar ali para sempre.

Movido por um impulso, Alvo, ainda sustentando aquele olhar tão perfeito, se aproximou da menina e delicadamente passou uma mecha do cabelo castanho para trás de sua orelha, observando atentamente qual seria a reação de Alice.

Ela não oferecia nenhuma resistência aquela aproximação, então o moreno arriscou e se aproximou um pouco mais. Os rostos agora estavam tão pertos, que um podia sentir a respiração do outro... Então Alvo arriscou um pouco mais, e num movimento suave, levou sua mão até a nuca da menina e acariciou devagar, fazendo uma leve pressão para frente.

Alice sentia que era incapaz de se mover. Há um segundo atrás conversava com Alvo e de repente estava quase sendo beijada por ele. E o pior de tudo isso, era que ela queria. Apesar de ter prometido esquecê-lo, de não querer mais sentir seu coração disparar a cada vez que Alvo sorria ou falava com ela, Alice estava gostando daquela situação. Ser beijada por ele era tudo que sempre havia sonhado nos últimos anos, e ele estava se aproximando mais e mais... Estava tão próximo que ela não conseguia mais colocar seus pensamentos em ordem e sentia sua respiração falhar...

Alvo hesitou por alguns instantes, antes de terminar com a mínima distância que os separavam... Roçou lentamente seus lábios nos da menina e então a beijou lentamente, como havia feito na primeira vez, e sentiu-se exatamente como aquele dia no parque. Uma sensação de alegria e cuidado passou pelo seu peito, e a única coisa que importava naquele momento era Alice e o beijo que trocavam.

Alice estava nas nuvens. Seu coração estava com vontade de saltar de seu peito, e ela tinha a ligeira impressão que a qualquer momento, Alvo seria capaz de ouvir as batidas descompassadas que seu coração dava... Aquele beijo doce e suave entorpecia sua mente... Tudo estava tão perfeito, mas algo a despertou daquele transe. Sua consciência gritou por um nome, que ela havia esquecido por completo: Jayden Moss. Céus, ela estava traindo o Jayden e isso fez o resto de racionalidade que ainda havia dentro dela se afastar de Alvo e levantar rapidamente.

- Aonde você vai? – Alvo a encarou confuso.

- Eu não posso! – ela respondeu automaticamente.

- Por que não?

- O Jay... Não posso trair ele! – Alice andava de um lado pro outro, visivelmente nervosa.

- Você já o traiu, caso não tenha reparado!

- Eu... Eu sei, mas não é certo! Ele é meu namorado, e...

- Ah claro! Ele é seu namorado, havia me esquecido desse detalhe insignificante! – a raiva tomava conta de Alvo tão facilmente, que ele mesmo se espantava.

- Não é insignificante! – ela protestou – Se você tivesse uma namorada, também se preocuparia!

- Você não parecia muito preocupada com ele há alguns segundos!

Alvo se levantou e encarou a menina com uma expressão descontente.

- Eu não sabia o que estava fazendo!

- Ah não? Pra mim pareceu que você sabia perfeitamente! Aliás, você é boa nisso, tem bastante experiência, não?

- Do que está falando? Você é o terceiro cara que eu beijo na vida, como pode falar uma coisa dessas?

- Eu sou o terceiro? Como eu posso saber disso? Namorando desse jeito, você parece uma das meninas que eu saio!

- Como ousa me comparar com àquelas meninas? Eu não saio por aí ficando com todos os garotos que vejo! E quer saber? Eu não te devo satisfações da minha vida!

Alvo deu uma risada seca e se aproximou da garota de maneira perigosa.

- Que bonitinho, a pequena Alice quer fugir do assunto!

Alice o encarou com um misto de confusão e espanto. Por que ele estava agindo daquela forma?

- Eu não estou fugindo de assunto nenhum! Aliás, não há um assunto concreto aqui, há? Estamos discutindo por uma coisa que diz respeito a mim, e a burrice que acabei de fazer!

- Errado! Estamos discutindo algo que também tem a ver comigo!

- Por quê?

- PORQUE EU TE AMO! – Alvo jogou a verdade na cara da menina, sem nenhum cuidado. Não se surpreendeu ao vê-la com os olhos arregalados, em espanto.

- O... O que?

- Isso mesmo que ouviu!

- Pára com isso tá?! Você não pode brincar com as pessoas desse jeito!

Agora foi a vez de Alvo ficar confuso.

- E por que eu estaria brincando?

- Por quê? Vejamos, você é Alvo Potter, o maior “pegador” do colégio, tem todas as meninas aos seus pés, é óbvio que isso é uma brincadeira! – ela respirou fundo – E você não devia dizer uma coisa dessas!

- Uau, é assim que me vê? Como o cara “galinha”, que não vale o pão que come?

- Na verdade todos te vêem assim, se quer saber!

- Eu sei exatamente como as pessoas me enxergam, só não imaginava que você também compartilhasse dessa visão deturpada!

- Deturpada? Por favor, você fica com todas as garotas sem se importar com o sentimento de nenhuma, e agora vem aqui falar de amor comigo?

- Ah claro! Um “monstro” como eu não pode amar. Tinha me esquecido dessa regra! – Alvo disse sarcástico.

- Será que você pode ser menos debochado?

- Será que você pode deixar de ser infantil e enxergar os fatos?

- E quais são os fatos?

- Quais são? Vejamos... Você não ama o Jayden!

- Disso você não pode ter certeza!

- Errado novamente! Eu sei que você não o ama!

- E como sabe disso?

- Porque você ME ama!

- Que presunçoso!

- Você quis dizer realista!

- Não! Eu quis dizer presunçoso mesmo! – Alice falou mais alto e sua voz saiu esganiçada – Só porque todas as meninas caem aos seus pés, não significa que isso aconteça comigo!

- Eu não acho que você me ama, porque todas as meninas fazem isso! Eu digo que você me ama, porque eu pude sentir isso quando te beijei!

- Não seja ridículo!

- Ridículo? Cara, você é a menina mais estranha que eu conheço, sabe? Eu digo que te amo e você reage assim!

- REAJO ASSIM PORQUE É MENTIRA!

- NÃO! REAGE ASSIM POR MEDO! – Alvo gritou de volta – Medo de ser amada de verdade, medo de ter alguém por perto pra cuidar de você...

- O Jayden cuida de mim, caso não saiba!

- Ah claro! Agora ele é o salvador da pátria!

Novamente os dois se encararam. A raiva e a mágoa passando pelos olhos dos dois eram notáveis.

- Eu vou entrar! – ela anunciou em voz baixa.

- Ou seja, você vai fugir!

- Não tô fugindo, só não quero mais olhar pra você! – Alice se virou pra ir embora, mas não conseguiu caminhar mais que uns metros, e logo sentiu a mão de Alvo agarrá-la e puxá-la de volta.

O puxão foi tão forte, que a menina foi de encontro ao corpo de Alvo, e ele aproveitou essa situação, para prendê-la pela cintura e encará-la de perto.

- Me larga! – ela pediu, sem encarar o menino.

- Te incomoda tanto ficar perto de mim? – Alvo disse num tom sedutor e sentiu a menina amolecer em seus braços – Aceite logo que eu te amo... E que você também me ama!

Alice respirou fundo, mas isso não ajudou muito. Pelo contrário, por estar tão próxima ao corpo de Alvo, respirar daquele jeito a fez sentir seu perfume e isso pareceu embaralhar ainda mais sua mente.

- Eu não te amo! – ela disse num fio de voz.

- Ama sim! – Alvo sussurrou no ouvido da castanha. – E você não consegue se afastar de mim por isso!

- Eu não consigo me afastar, porque você tá me segurando! – ela se defendeu.

- Eu não estou mais te segurando! – ele sussurrou mais uma vez – Você pode ir se quiser!

Alice até queria se mexer, mas sentia que se fizesse isso cairia no chão.

- Você não quer se afastar de mim! – ele afirmou.

- Eu quero... Mas não consigo!

- Porque você me ama!

Alice respirou fundo e pela primeira vez, desde aquela aproximação, o encarou.

- O que você faria, se amasse a menina mais vadia da escola? – ela perguntou.

Alvo a encarou confuso.

- Eu tentaria esquecê-la, claro!

- Então você entende o que eu tô fazendo!

Alice finalizou e finalmente conseguiu se afastar do menino e voltar para dentro da casa, deixando um Alvo pra trás, completamente desolado.


Fim do Flashback


Lily encarou a amiga com um misto de tristeza e preocupação. As coisas pra Alice não poderiam ser fáceis como eram pra ela e pra Hugo? Alice não precisava sofrer dessa forma, ela não merecia isso!

A castanha pareceu ter escutado os pensamentos da amiga e tentou parecer firme, quando a encarou.

- Olha, pode não parecer, mas tá tudo bem, ok?! – Alice disse com um meio sorriso – Tudo isso vai passar e eu vou esquecer tudo que aconteceu entre seu irmão e eu...

- Ali, ele te ama!

- Se me amasse não teria beijado outra! – Alice a cortou – Quero ficar sozinha agora!

- Não vai descer para esperar o jantar?

- Não sinto fome! Lily é sério, eu vou ficar bem! Só preciso de um tempo!

- Certo! – Lily se levantou – Se precisar de qualquer coisa, sabe que pode me falar né?!

- Sei sim! Obrigada Lily!

- De nada! – Lily sorriu e saiu do quarto, deixando a castanha perdida em pensamentos.

“Se você pensa que eu vou ficar aqui, sofrendo por você Alvo, está muito enganado!”, Alice pensou, e novamente sentiu as lágrimas inundarem seus olhos.



***




Faltava pouco mais de meia hora para ser servido o jantar e, Vincent e Sophie passeavam sozinhos pelos terrenos da escola. O pôr-do-sol refletido no lago negro era algo muito belo, e eles aproveitavam essa paisagem antes que o inverno chegasse e impedisse que eles mal colocassem o nariz pra fora do castelo.

- É tão lindo! – Sophie se sentou em frente ao lago negro e observou o horizonte.

- Sim! – Vincent concordou e se sentou ao lado dela – Mas não mais que eu, é claro!

- Convencido! – a loira rolou os olhos e o encarou – Sabe, eu estive pensando...

- Meu Merlin, lá vem bomba! – ele riu e ao ver o olhar severo da menina, completou – É brincadeira amor! Diga-me sobre o que pensava?

- Nosso casamento!

- Ah sim, nosso casamento!... E o que tem ele?

- Eu estive conversando com a Rose,...

- Você e a Rose conversam sobre os casamentos?

- É claro!

- Nossa...

- O que?

- Fico imaginando Scorpius e eu, dentro do vestiário, enquanto a equipe toda se prepara, conversando sobre convites e decoração... Isso ia destruir nossa reputação!

Sophie riu e deu um leve tapa no braço do rapaz.

- Bobo! Eu estava pensando sobre o local do casamento! Acho que seria mais interessante fazer uma festa reservada, sem muitas badalações!

- Scorpius disse que a ruiva pensa a mesma coisa, e vai sugerir a ela que o casamento seja na fazenda!

- Ia ser uma ótima idéia! – os olhos da loira brilharam com a expectativa da festa – Os convidados iriam ficar bem à vontade, a decoração seria bem delicada e sem exageros, e... Vincent? Você tá prestando atenção?

Vincent olhava pro lago, completamente distraído, e aparentemente não ouvira uma palavra do discurso da noiva.

- Oi? Ah amor, claro!

- Então repita! – ela ordenou.

- Repetir exatamente o que? Sabe loira, você disse tantas coisas que eu fiquei meio confuso!

- Você não está confuso! Você simplesmente não quer saber de nada que envolva o casamento!

- Ok, se você quer que eu me envolva mais com os preparativos pra algo que só vai acontecer depois que nos formarmos, tudo bem! Eu posso pegar cola e pergaminho e fazer convites com pompom, mas vou precisar que você escreva, já que minha letra é horrível!

- Tá vendo? Você não leva nada a sério! – Sophie disse irritada.

- É claro que eu levo a sério! – o moreno se defendeu – Mas eu não tenho jeito pra essas coisas!

- Devia pelo menos compartilhar com a minha alegria!

- Mas eu compartilho! – Vincent bateu palmas e sorriu – Tá vendo, eu compartilhei!

- Pare de fazer piadas com tudo, Vincent! – Sophie ordenou – Se você encara tudo dessa forma, como quer que eu acredite que você leva alguma coisa a sério?

- Meu jeito nunca incomodou você antes, que eu saiba!

- Antes não! Mas agora esse seu jeito brincalhão está passando dos limites! Eu tô falando do nosso casamento, e você não tá nem aí! Parece até que não liga!

A última frase dita por Sophie irritou Vincent, coisa que muitas pessoas achavam ser impossível. O moreno estava incrivelmente sério quando a encarou.

- Você acha mesmo que eu não ligo pro casamento?

- Se liga, você não demonstra muito, sabia?!

- E você quer que eu faça o que?

- Participe mais! Agindo assim você parece que considera tudo uma brincadeira!

- É isso que você acha?

- É!

- Então ótimo! – Vincent se levantou.

- Aonde você vai?

- Para o castelo! Já que, aparentemente, eu não ligo pra nada, você não precisa de mim!

Sophie se levantou também e encarou o noivo, transtornada.

- Suas atitudes não me fazem enxergar de outra forma! Se é pra ser assim, pra que me pediu em casamento então?

Se antes Vincent estava sério, agora sustentava uma expressão completamente furiosa. Ele caminhou, até ficar cara a cara com a noiva e a olhou profundamente nos olhos.

- É a “milésima” vez, só nessa conversa, que você diz que não me importo com o casamento! – Vincent disse seco – Eu deveria me virar e te deixar sozinha, mas antes vou responder a sua amável pergunta – ironizou – Eu te pedi em casamento porque te amo, agora se acha que isso também é brincadeira, não cabe a mim lhe convencer de tal fato!

- Vincent...

- Eu vou voltar para o castelo agora, e, por favor, não venha atrás de mim! Não quero ser grosso com você!

Vincent se virou e sem dizer mais nada, voltou para o castelo em passos firmes e largos. Sophie apenas observou o rapaz se afastar, e seus olhos queimaram quando ele desapareceu de vista, mas não permitiu que as lágrimas caíssem. Estava mais preocupada agora em como se desculpar, e isso exigia firmeza de sua parte. Chorar não ia adiantar.



***




Salão Principal – Hora do Jantar

O clima no salão principal durante o jantar era uma mistura de trapaça, vitória e decepção. Vincent, Alvo e Alice não apareceram pra jantar, e a conseqüência disso, foram alguns comentários a respeito do sumiço repentino dos três. Mas, como sempre, todos os comentários foram ignorados, o jantar seguiu sem maiores problemas.

Conforme iam terminando a refeição, os alunos saíam do salão, conversando com outros colegas. Assim que Lily terminou de comer, deu um breve beijo no namorado e disse que o esperaria lá fora. Estava ansiosa pra sair daquele ambiente de fofoca, e as pessoas lhe perguntando onde estavam seu irmão e sua melhor amiga, a irritava bastante.

A ruiva Potter estava encostada em uma parede, a espera do namorado, quando Landon Wood, se aproximou dela com um sorriso.

- E aí Lily! O que faz por aqui?

- Ahn... Vejamos, acho que estou encostada em uma parede e aparentemente sem fazer nada! – Lily respondeu e o rapaz riu.

- Meu pai comentou em uma carta que esteve com seu tio Jorge esses dias, e que ficaram um bom tempo conversando sobre a época que jogavam juntos na escola!

- Devia ser uma comédia! Tio Jorge sempre conta que o Sr. Wood adorava dar uns discursos gigantes nos treinos e nos jogos! Ele sempre diz “O Olívio devia passar a noite ensaiando aqueles discursos que não seguravam nem a atenção dele mesmo!” – os dois riram, e nessa hora, Hugo apareceu e sua expressão não era de alguém muito feliz.

- Boa noite! – Hugo cumprimentou e caminhou até a namorada.

- E aí Hugo! Tudo bem?

- Tudo ótimo, e você Wood?

- Tudo beleza comigo também! – Landon sorriu – Bom, agora que a baixinha aqui tem companhia, vou indo nessa! – o garoto disse e antes de sair, passou a mão pelos cabelos de Lily, os bagunçando um pouco – Vejo vocês depois!

Hugo esperou que o rapaz estivesse longe, para poder encarar a namorada, completamente sério.

- O que ele queria? – ele perguntou asperamente.

- Só conversar! – Lily respondeu como se fosse o óbvio.

- Quer que eu acredite que seu ex-namorado veio aqui só pra “conversar”?

- E para o que mais seria? Me pedir em casamento e propor que fugíssemos juntos?

- Talvez, eu não sei o que se passa pela cabeça dele!

- Mas sabe o que se passa pela minha! – a ruiva disse zangada – E não acho justo você ficar me fazendo cobranças, como se eu tivesse feito algo errado!

- Eu não estou te cobrando nada! – Hugo defendeu-se.

- Então por que está me olhando com essa cara de quem comeu alguma coisa amarga?

- Porque estou com ciúmes, achei que você soubesse! – Hugo respondeu enraivecido.

- Hugo! Você não precisa ficar assim!

- Ah não? E quer que eu fique como? Que eu bata palmas e cante alegremente uma canção? – Hugo debochou.

- Faça o que quiser! Pule, cante, dê cambalhotas, mas não precisa me tratar assim! – Lily disse magoada e Hugo finalmente baixou a guarda.

- Hei, desculpa! – o ruivo de aproximou da namorada e acariciou seu rosto.

- Você não precisa agir assim quando outra pessoa falar comigo! – Lily o encarou triste.

Hugo sentiu um aperto no coração ao ver o olhar magoado da jovem, e beijou suavemente seu rosto.

- Eu não fico assim quando as pessoas falam com você! – ele explicou – Eu fico assim só quando seu ex fala com você! – o ruivo passou a mão na cabeça da namorada e colocou uma mecha do cabelo dela pra trás da orelha – Mas eu vou tentar controlar isso, ok?!

- Certo! – ela suspirou.

Hugo a abraçou e beijou sua testa carinhosamente.

- Sabe, eu não acredito até hoje que servi de cupido pra você e pro Wood! – Hugo disse em meio ao abraço.

Lily riu e o encarou. Bem na hora, outra menina da Corvinal, chamada Wendy, passou e sorriu para Hugo.

- Oi Hugo! – ela o cumprimentou e saiu andando.

- Oi Wendy! – respondeu, sem encará-la.

- Sabe, eu também não acredito que servi de cupido pra você e pra Wendy! – a ruiva revirou os olhos.

- Nosso passado nos condena!

- Sim! – ela respondeu – E a propósito, não gostei do jeito que ela sorriu pra você!

- Está com ciúmes Srta. Potter? – Hugo ergueu uma das sobrancelhas e encarou a namorada esperando uma resposta.

- E se estiver, algum problema?

- Problema nenhum! Você fica linda, quando tá com ciúmes! – Hugo respondeu, e antes que a namorada pudesse retrucar, ele a encostou na parede novamente e a beijou.



***



Salão comunal da Sonserina – 20h00min


Vincent estava sentado em uma poltrona, afastado dos demais, aparentemente, concentrado em um livro. Embora sua expressão estivesse séria, de alguém realmente interessado pela leitura, sua mente vagava por outros lados, e ele não lia uma linha se quer.

- Estou presenciando um milagre de Merlin! É a primeira vez, esse ano, que vejo você sério! – Chad brincou, enquanto se aproximava do amigo.

- Caso não tenha notado Chad, estou lendo! Queria que estivesse como? Saltitando e gargalhando, enquanto leio um parágrafo?

- Eita, tô vendo que não tá pra brincadeira!

- É, não estou!

- Certo, então vou deixá-lo aí!

- Obrigado! – Vincent respondeu e voltou a encarar o livro a sua frente. Depois de alguns instantes, tentando se manter concentrado, o moreno desistiu da leitura, se levantou da poltrona e rumou para seu quarto.

Embora dois alunos do 5º ano agora fossem monitores, Vincent e Sophie, que estavam em seu último ano e eram os antigos monitores, tinham o direito de usar o quarto reservado a eles, até que se formassem e os novatos pudessem assumir o local.

Vincent colocou seu livro de lado e se jogou na cama, quando ouviu alguém bater na porta e em seguida abri-la, sem esperar sua permissão.

- Eu acho que preciso dizer “entre” antes de alguém invadir meu aposento! – ele exclamou furioso, sem olhar pra pessoa que entrou.

- Eu também preciso de permissão pra entrar aqui? – Sophie perguntou, parada ao lado da porta.

- Não, você não precisa! – Vincent se sentou na cama e encarou a loira.

- Que bom! Isso significa que posso ficar?

Vincent respirou fundo.

- Olha Sophie, eu não quero brigar ok?! Tô com dor de cabeça, e meu humor não tá às mil maravilhas.

- Eu não vim brigar! – ela disse automaticamente – Vim conversar com você!

- Sabe, eu também não tô muito a fim de conversa! Quero só deitar e dormir! Amanhã a gente se fala ok?!

- Eu não vou conseguir esperar até amanhã pra falar com você! – Sophie protestou.

Vincent respirou fundo mais uma vez.

- Está certo! Fale o que você quer e não pode esperar até amanhã!

- Obrigada! – Sophie respondeu e se sentou na beira da cama – Quando eu disse aquelas coisas à tarde... Bom, eu falei sem pensar!

- E...?

- E que eu vim me desculpar! – ela respondeu como se fosse o óbvio.

- Sophie, eu aceito suas desculpas! Até porque você sabe bem que eu não consigo ficar irritado com você! – Vincent falou – O que me magoou mesmo foi você ter me perguntado o motivo deu ter te pedido em casamento! – a expressão do menino ficou séria – Eu posso ser brincalhão, debochado, escroto... Mas eu nunca firmaria um compromisso como esse, se não fosse sério!

- Eu sei... – a loira abaixou a cabeça e sentiu algumas lágrimas escorrerem pela sua bochecha – Me perdoa...

Vincent se aproximou da namorada e a abraçou forte contra seu peito.

- Nunca mais pense que eu não te levo a sério! Por favor! Eu te amo demais pra encarar você como uma brincadeira! – Vincent disse em meio ao abraço.

- Eu sei! Eu também te amo muito! – a loira se afastou um pouco para encará-lo – Mas me promete uma coisa?

- Tudo!

- Quando estivermos falando do casamento, você promete tentar participar mais?

- Prometo! Mas só se você me deixar usar pompons nos convites! – ele brincou.

- Certo, mas eles vão ter que ser rosa!

- Rosa não! Fica gay demais! Vamos colocar verde e prata, e desenhar uma serpente nos convites!

- Vincent você não consegue nem desenhar um coração, quem dirá uma serpente!

- Poxa, me desiludiu agora! – os dois riram, e Vincent aproveitou para puxar a noiva pra um beijo apaixonado. – Fica aqui comigo? – ele perguntou, com a testa encostada na de Sophie.

- Achei que estivesse com dor de cabeça e quisesse ficar sozinho!

- Dor de cabeça? Eu? Merlin operou um milagre, estou curado! – Vincent anunciou divertido – Vamos erguer as mãos em agradecimento e cantar uma música natalina!

- Menos Vincent, menos! – Sophie disse entre risos – Vamos fazer outra coisa ao invés de cantar!

- O que? – o moreno fingiu-se de desentendido, e sorriu, quando a namorada empurrou ele deitado sobre a cama.

- Acho que você sabe o que! – ela disse, se aproximando lentamente de seu rosto.

- Digamos que eu tenha uma vaga idéia do que seja... – Vincent riu e a beijou novamente, com mais paixão e desejo que da primeira vez.

A noite pros dois estava apenas começando...



***




Dominique voltava do jantar, distraída, a procura da prima Lucy. Caminhava tranquilamente pelo corredor, quando trombou com alguém, mais alto e muito, muito mais forte que ela. Michael a observava com um sorriso no rosto e seus olhos eram enigmáticos, mas ao mesmo tempo, com segundas intenções.

- Pequena Weasley! Precisa de óculos pra enxergar o caminho até sua sala comunal? – ele debochou. – Ou talvez você só tenha trombado em mim para ter o prazer de ouvir minha voz!

- Ah claro! Sem dúvidas foi a última opção que me fez jogar em seus braços! É por isso que amanhã mesmo serei levada ao St. Mungus! Sabe como é, a loucura tem cura se for tratada do início! – Dominique sorriu vitoriosa, ao ver a expressão contrariada do sonserino – Agora se me der licença, eu preciso passar!

O sonserino, ao contrário do pedido da menina, bloqueou ainda mais a passagem, impedindo que a loira desse um passo em frente.

- Por que a pressa, pequena Weasley? Tem medo de ficar sozinha comigo, em um corredor escuro?

Dominique riu na cara do rapaz ao ouvir suas palavras. O considerava tão patético, que não teve como segurar a gargalhada ao ouvir a pergunta.

- Por favor, Carter! Você é menos assustador que uma barata, francamente!

Michael não se ofendeu com a comparação e deu um passo a frente, se aproximando mais da menina, que foi obrigada a dar um passo para trás, na tentativa de recuar. Ele riu.

- Se eu sou menos intimidador que uma barata, por que está fugindo?

- Porque você é...

- Algum problema por aqui? – Fred apareceu no corredor e sua expressão era séria e ameaçadora. – Dominique?

- O Carter não quer me deixar passar! – ela respondeu rapidamente.

- Venha até aqui! – ele ordenou e a prima correu para seus braços. Dominique era bem alta para uma menina de 14 anos, mas ao lado de Fred ela parecia uma criancinha. – Isso não é um aviso Carter, é uma ordem! Fique longe da minha prima!

Michael gargalhou sarcasticamente e encarou o Grifinório com a mesma expressão ameaçadora.

- Acha que eu me intimido com ordens de um garoto de 16 anos?

- Deveria se intimidar, pois se eu pegar você perturbando minha prima novamente, vai sentir na pele a fúria de um garoto de 16 anos, com o sangue Weasley! – Fred respondeu e encarou a prima, dessa vez seu olhar estava mais doce e calmo – Tudo bem com você?

- Aham! Ele só tava me enchendo! – Dominique revirou os olhos. – Eu estava procurando a Lucy! Ela não me disse pra onde ia quando terminou o jantar, então fiquei na dúvida se ia pro salão comunal ou pra biblioteca! Temos que terminar um trabalho.

- Certo, vamos pro salão comunal! Ela provavelmente está lá! – Fred disse, ainda com o tom de voz calmo – E você, Carter, está avisado! – sem dizer mais nada, o moreno Weasley arrastou a prima pela mão e seguiu com ela pelo corredor.

Michael apenas observou a menina de costas e seu típico sorriso malicioso brotou em seus lábios. Aquele seria um bom desafio e ele se sentia mais entusiasmado a continuar com o plano. A pequena Weasley seria dele, nem que pra isso ele tivesse que passar o ano lutando.



***




Quarto da monitoria – 23h00min



Quando terminaram o jantar, Rose e Scorpius voltaram para o corredor onde ficavam seus aposentos, e tentaram, de todas as formas, entrarem no quarto de Alvo para saber como estava, mas o moreno se recusou a abrir a porta, e apenas gritou do lado de dentro que estava tudo bem e que eles não deveriam se preocupar com isso agora.

Depois de serem ignorados por cerca de 15 minutos, eles desistiram e seguiram para seus respectivos quartos, para trocarem o uniforme, por uma roupa mais confortável. Pouco tempo depois, Scorpius bateu à porta do quarto da monitoria, e Rose abriu, já usando seu pijama Lilás.

Como ainda estava cedo, decidiram estudar um pouco, ou melhor, Rose decidiu estudar e obrigou Scorpius a acompanhá-la. A ruiva, como sempre, fez um grande discurso sobre a importância dos NIEMs e isso, e mais o fato de que o loiro não agüentava mais ouvir toda aquela ladainha, o convenceu, e ele aceitou rapidamente encarar os livros junto com ela.

Scorpius se jogou no sofá, segurando um livro de poções, enquanto Rose estava sentada à mesa, concentrada na mesma matéria. As horas passaram, e quando a ruiva deu por si, já eram 23h00min. Olhou para frente, para avisar o noivo que era hora de parar com os estudos, se quisessem levantar cedo para o passeio de Hogsmeade, e foi com certo divertimento, que observou que Scorpius já dormia.

- Merlin, eu estava tão concentrada que nem percebi a hora que ele apagou! – ela sussurrou para si e sorriu. Silenciosamente, ela se levantou da cadeira, e subiu as escadas, em busca de um travesseiro e um edredom. Teve pena de acordá-lo para subir pro quarto.

Quando voltou, levantou delicadamente a cabeça de Scorpius e a colocou sobre o travesseiro, e o cobriu com o edredom. Sorriu. Ele ficava tão lindo enquanto dormia. Pensou em subir e deixá-lo descansar, mas não conseguiu. Achou muito cruel deixá-lo dormir ali, enquanto ela dormia sozinha em uma cama confortável. Então, sem pensar duas vezes, Rose entrou embaixo do edredom, deitou ao lado do noivo, e se aconchegou em seus braços.

Scorpius, involuntariamente, pois estava dormindo profundamente, abraçou a noiva e a trouxe para mais perto de si. Rose sorriu novamente e deixou o sono tomar conta de si. Tinha certeza absoluta, que aquela noite, os sonhos que teria seriam agradáveis.








***





N/A: Eu sei que vocês querem me matar e tem total direito a isso, mas informo que sem autora, sem fic, então acho bom reconsiderarem em mudar o “Avada”, pra um “Crucio”, e convenhamos, que torturar é muito mais divertido que matar, a pessoa sofre mais!

Enfim, deixando meu momento “mamãe sou fã do Hitler” de lado, vamos ao que realmente interessa: o capítulo.

Como vocês perceberam, tudo isso se passou em apenas um dia. Tive que cortar muitas coisas, porque a história tava gigantesca, passando das 45 páginas, então reduzi e tirei muitas coisas, que achei que não fossem afetar a história.

Considerações importantes a fazer:

1º) Esse não foi meu capítulo favorito, e pra ser bem sincera só foi ao ar, porque a Gica aprovou e disse que tá legal, embora eu dissesse que tá uma merda. Mas considerando que ando extremamente chata ultimamente, minha opinião não tá valendo muito hauhauahuahau.

2º) A história propriamente dita, começou agora. Se achavam que as brigas eram presença constante nos capítulos anteriores, a partir daqui a coisa começa a ficar feia. Os comportamentos vão sofrer alterações consideráveis, e gente que vocês achavam ser incapaz de fazer besteiras, vão lhes surpreender... Se gostam de chorar, gritar, espernear, certifiquem-se de avisar seus pais o que estão lendo, para que eles não achem que vocês estão tendo acessos de raiva sem motivo. Hauhauhauahua

3º) O próximo capítulo está em fase de produção. Ele começará exatamente onde esse terminou. Não passarão dias ou semanas, e sim horas. Teremos o passeio em Hogsmeade, uma surpresa enorme pra Alvo... Enfim, aguardem.

Acho que os pontos mais importantes são esses mesmo! Espero, de coração, que tenham gostado do capítulo. Vejo todos em breve... Eu espero! Kkkkkkkkk

Comentem e me digam o que acharam hein!

Fernanda, mais uma vez OBRIGADA pelo vídeo! Realmente amei!!! Vc não sabe o quanto fico feliz em ver esse tipo de surpresa, e sem dúvida isso me estimula a continuar.

Adoro vocês!

Xoxo,

Mily.




Respostas dos comentários, por: Rose e Scorpius.


Rose e Scorpius entram no quarto da autora, conjuram duas cadeiras em frente ao computador e se sentam.

- Vocês sabem como usar né?! – Mily pergunta levemente preocupada com seu “filho”, também conhecido como computador – É só ligar, ler, digitar as respostas, e...

- Por Merlin! Mily, caso não tenha percebido, da fic inteira, eu sou a mais inteligente! Acho que sei usar um computador! – Rose revira os olhos.

- Eu também sei! Posso ter cabelo claro, mas não faço jus as piadas sem graça que contam sobre os loiros! – Scorpius responde e se vira para tela – Bom, vamos a primeira pergunta.

- É da Isabelle! Ela quer saber o que significa “Xoxo” – Rose diz e sorri – Bom Isa o “xoxo” usado pela “Garota Misteriosa”, significa a mesma coisa que “Beijos”. Obrigada pelo comentário e pelo elogio a nossa história.

- É mesmo Isa! Valeu por comentar e esperamos ver você aqui sempre! Beijos. – Scorpius sorri e passa pro próximo comentário – Amor, acho que você vai querer responder essa pergunta.

Rose olha pra Scorpius um pouco confusa, e depois se vira para ler a outra pergunta.

- Merlin, responde você primeiro! – ela diz, um pouco corada.

- Tá certo! Bom Larissa, sobre os acontecimentos tão esperados da fazenda, eu contei pro Vincent, claro, ele é meu melhor amigo então contei! – Scorpius viu a cara de indignada da namorada, e logo trata de completar – Mas não os detalhes, não ia expor a vida da minha ruiva assim! E também contei ao meu pai!

Rose arregala os olhos em espanto.

- Você contou... Contou pro meu... CONTOU PRO MEU SOGRO?

- Contei! – Scorpius respondeu de forma simples – Mas convenhamos, que ele não precisaria de muito para descobrir! Estamos falando de Draco Malfoy, e todos sabem que antes da gente falar, o senhor Draco já sabe há séculos.

- Meu Merlin, que vergonha! Nunca mais conseguirei olhar na cara do meu sogro!

- Ah amor, pára de bobagem! Não é pra tanto! Agora diz você pra quem contou!

- Certo! Larissa eu contei isso pra Sophie, pro Alvo, que é meu melhor amigo e eu não conseguiria esconder isso dele mesmo, e também pra min...

- Rose Weasley, não complete essa frase se não eu... – Mily ameaçou.

- Minha mãe! – Rose completou e logo levou as mãos ao ouvido, para se proteger dos gritos que a autora daria com ela.

- EU DISSE A VOCÊS “SEM SPOILERS”! MAS NÃOOOOOOOOOO, NINGUÉM ME ESCUTA! AGORA VOCÊ CONTOU UMA PARTE DA CENA DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS! – Mily berra com a ruiva e depois se recompõe. – A próxima pergunta é pra você Rose! E se vocês contarem qualquer coisa, eu mudo o final de vocês no último capítulo!

- Você não faria isso! – Scorpius encara a autora, chocado.

- Não? Falem mais uma coisinha, e eu faço você virar dançarino de boate gay, e transformo a Rose no ser mais analfabeto do planeta! – Mily sorri maliciosamente.

- Amor, não diga mais nada! Eu realmente não quero ter meu futuro alterado dessa forma! E além do mais, eu nem sei dançar!

- Tudo bem, sem spoilers! – Rose encara a autora, assustada – Fernanda eu sei mais do que todo mundo, porque passo grande parte do tempo lendo! Gosto de ler, e convenhamos que ser filha da Hermione ajuda para todo esse conhecimento! – Rose responde orgulhosa de si – Essa do meu apelido é uma coisa que eu realmente não sei! Vincent um belo dia olhou pra mim e disse “Rosecreide”, e desde então, tem me chamado assim! – a ruiva deu de ombros – Agora acho que a terceira pergunta é mais um pedido do que um questionamento! Eu realmente não gosto de brigar com meu loiro, mas às vezes ele me tira do sério!

- Eu te tiro do sério? – Scorpius fingiu-se de indignado – Eu sou um santo!

- Tá bom Scorpius! Um santo com chifres e garfo! – Rose debochou – Nenhum de nós dois gosta de brigar, mas temos gênios fortes e somos teimosos! Daí quando a gente menos espera, já estamos discutindo e gritando! Mas vamos tentar melhorar!

- Essa eu respondo! – Scorpius se adiantou – Pietra, a grosseria em relação a Maris é mais por parte da Rose! Eu, no geral, sou até simpático com ela! Só quando ela banca a francesa nojenta que leva uns foras, mas tirando isso, eu sou legal! – o loiro sorri e olha pra namorada – Você quer acrescentar alguma coisa, amor?

- Quero sim! Você vai dormir no sofá! – Rose sorri inocentemente – Agora vamos a próxima pergunta. Pah, como já dissemos, algumas pessoas já sabem o que aconteceu na fazenda sim... Agora, o momento mais importante da minha vida, sem dúvida foi quando o Scorpius me pediu em casamento! Eu realmente não esperava que ele fizesse tal pedido tão cedo, e isso me deixou realmente emocionada! – os olhos da ruiva brilham, ao se lembrar desse dia – Sobre a Elite de Hogwarts... Bom, eu simplesmente acho a coisa mais inútil que inventaram! Rotular as pessoas assim não é legal! Eu simplesmente ignoro isso! Mas tem gente que gosta né...

- Como a Rose disse, essa coisa de “Elite” é realmente inútil, mas tem gente que gosta e se sente por fazer parte dela... Sinceramente, eu preferia ser um dos “ignorados” do que ter minha vida publicada quase sempre no jornal da escola. – Scorpius suspira – Agora o momento mais especial da minha vida, foi o dia que eu embarquei pela primeira vez no trem de Hogwarts e esbarrei em uma ruiva nervosa e muito chata, que anos depois eu descobri ser completamente apaixonado!

- Você lembra desse dia? – Rose disse emocionada.

- Eu lembro de todos os dias que passei com você amor! Incluindo as nossas brigas sem sentindo! – Scorpius sorri - Larissa, eu realmente lembro desse dia! Foi no clube dos duelos, eu vi a Rose correr em direção ao pai e ao tio, e pensei em ter 8 filhos com ela... Confesso que ainda desejo ter filhos com a ruiva, mas não 8!

- Que bom! – Rose suspira aliviada.

- Eu pretendo ter 16! – Scorpius encara a noiva sorrindo.

- 16? E QUEM VAI PARIR ESSAS CRIANÇAS?

- Você amor!

- SCORPIUS HYPERION MALFOY, EU TEREI NO MÁXIMO 2 FILHOS! OS OUTROS 14, VOCÊ SUBSTITUI POR CÃES! – Rose disse severa - Marina, os preparativos pro casamento estão ótimos! Às vezes a Sophie e eu nos unimos pra ficar pensando em como será, tá tudo as mil maravilhas! Vai ser um sonho! – a ruiva suspira, imaginando o dia do casamento – Agora sobre brigar, você me pegou! Eu acho que Scorpius e eu temos algum problema, porque de 7 dias da semana nós brigamos 5!

- E fazemos as pazes nos 5 dias também, não se esqueça! – os dois riram – Marina, nós brigamos mais por causa do nosso gênio! Somos dois ciumentos incuráveis e nos amamos, e quando vamos ver, já estamos brigando! Mas vamos trabalhar para melhorar isso! – Scorpius sorri – E respondendo sua outra pergunta, acho Adam o ser mais inútil, idiota e totalmente dispensável do planeta! Não o suporto, e só não lanço um feitiço mais forte nele, porque passarei o resto dos meus dias em Azkaban!

- Agora vamos a última pergunta! – Rose bate palminhas, animada - May, você também perguntou sobre as brigas! Mas se isso te estressa, imagina o que faz conosco! Não gostamos de brigar, e como o loiro disse, estamos trabalhando para melhorar isso!

- É verdade May, um dia nós ainda conseguiremos passar um bom tempo sem brigar! – Scorpius diz – Agora que acabou, eu tenho que correr! Daqui a pouco tem treino de quadribol!

- E eu tenho que correr pra biblioteca! Tenho que fazer um trabalho! – Rose diz urgentemente – Até mais gente! Continuem comentando e obrigada pelas perguntas!

- Valeu meninas, espero ter respondido tudo certinho! Beijo pra vocês!

Scorpius e Rose levantam da cadeira, saem correndo pra sala e aparatam em Hogsmeade, para voltarem andando pra escola.





Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.