Férias na fazenda
Férias na fazenda
Um aroma floral... Era o único cheiro que Scorpius conseguia sentir, assim que acordou aquela manhã. Recusou-se a abrir os olhos, pois seu subconsciente o informava que ainda estava dormindo, por isso aquele cheiro invadia suas narinas, era um sonho... Mas desde quando seus sonhos eram perfumados? Com esse pensamento, abriu lentamente os olhos e a única coisa que conseguiu ver foram os cabelos ruivos de Rose, espalhados em seu travesseiro. Sorriu. Era dali que o perfume vinha. Devagar, ele se sentou na cama e parou para observar a ruiva dormir.
- “Parece um anjo!” – ele pensou, e cuidadosamente se levantou, para que não a acordasse. Pegou roupas em seu closet e foi para o banheiro fazer sua higiene pessoal. Assim que saiu, caminhou até a escrivaninha, escreveu um curto bilhete para ruiva, e colocou em cima da cômoda, junto com uma bela rosa vermelha. Sorrindo, lançou um último olhar para ruiva e, silenciosamente, saiu do quarto.
Os raios de sol penetraram tão rápido no quarto de Alvo e Hugo, que eles mal tiveram tempo de cobrir as cabeças com o edredom. Aliás, eles mal tiveram tempo de reagir, quando Lily, sorridente, começou a pentelhá-los na intenção de que levantassem logo. A primeira vítima, como sempre, foi seu irmão.
- Bom diaaaa! – ela se jogou na cama de Alvo e o beijou no rosto.
- Vai dormir! – ele ordenou.
- Não quero! – Lily falou – E se você visse o lindo dia que está lá fora, não iria querer dormir também!
- Pelo amor de Merlin! – Hugo exclamou e jogou um travesseiro na cama de Alvo – Lily fique quieta! Eu ainda estou no meu 25º sono e só acordo quando me aproximo do 50º!
Alvo e a irmã riram do comentário do primo.
- Deixa que vou dar um jeito nessa baixinha abusada aqui! – Alvo se levantou da cama e pegou a irmã no colo, como se fosse uma criança – Como é mesmo aquela música de ninar? – ele fez cara de pensativo – Ah sim! “Nana, neném...”.
- Alvo, me põe no chão! – a ruiva disse entre risos. Até Hugo, que estava relutante em levantar, se sentou para ver aquela cena.
- Quieta! Eu quero dormir, e se o único jeito pra isso é ter que te colocar pra dormir, assim farei!
- Al, é sério, eu quero descer! E você como cantor é um ótimo jogador de quadribol! – Lily gargalhava.
Alvo, que também ria, se jogou na cama com a irmã e começou uma série de cócegas nela, que começou a gargalhar.
Alice, que estava à procura da amiga, ao ouvir as risadas foi em direção ao quarto. Esquecendo-se por completo, de que Alvo dividia o quarto com Hugo, entrou no aposento, atrás da amiga.
- Lily, suas risadas estão ecoando por todo corredor e... – ela parou de falar assim que seus olhos encontraram os de Alvo.
- Bom dia Alice! – Alvo se levantou da cama e passou pela menina, sério.
- Bom dia! – ela respondeu seca – Bom dia Hugo!
- Só se for pra você! Céus, será que a Lílian nunca cansa? Tá sempre ligada na tomada e acha que todos nós acompanhamos seu ritmo louquinho de ser! – ele riu.
Alvo tentava evitar ao máximo, olhar para a castanha. Não sabia se era por mágoa ou por simples vontade de lhe dizer que amava, mas precisava reconhecer que o clima entre eles estava longe de ser agradável. Novamente, passou pela menina em silêncio e assim que entrou no banheiro, bateu a porta, sem nenhuma gentileza.
- Então, vai nos dizer o que há entre os dois? Por que assim, esses olhares assassinos daqui a pouco fazem vítimas! – Lily debochou.
- Não há nada! Quero dizer, brigamos...
- Jura?! – Hugo fingiu surpresa – Nem dava pra notar que vocês tinham brigado!
- Anda, conta logo o que aconteceu! – Lily insistiu.
- Depois, agora não dá, seu irmão tá no banheiro e bom, outra hora conversamos sobre isso! – a castanha falou e foi em direção à porta – Vou descer, espero vocês lá embaixo!
- Certo! – os primos responderam em uníssono.
Assim que viram a amiga sair, Hugo e Lily se encararam por alguns instantes. Detestavam ver duas pessoas que gostavam mal, e o pior é que não tinham como ajudar, já que eles se recusavam a falar sobre o assunto.
- Queria poder ajudar, mas eles não deixam! Alvo, vira e mexe, tá com esse humor azedo, e a Ali... Bom, você acabou de ver como ela fica desconfortável com o assunto! – Lily suspirou derrotada e foi se sentar na cama do primo.
- É... Eles são muito complicados pra minha pobre mente ruiva sonolenta entender! – ele comentou e a prima riu – O que vamos fazer hoje?
- Não sei! – ela se deitou no colo do primo – Acho que podíamos andar por aí, pra conhecer melhor o local! O que acha?
- Pode ser... – Hugo acariciava os cabelos da ruiva – Podemos andar nos cavalos ou outra coisa qualquer! Me sinto meio perdido sem os gritos da mamãe, dizendo o que devemos fazer! – ele viu a prima rir e a encarou, fingindo seriedade – Qual é a graça?
- Imaginei tia Mione aqui, falando aquelas regras todas sobre o que devemos/podemos fazer e o que não podemos nem pensar em fazer! – Lily se sentou e o encarou – Se quiser, posso mandar uma carta pra ela, tenho certeza que a tia Mione envia na hora um berrador, ditando as regras pra você!
Hugo riu, e jogou a prima deitada na sua cama. Ficou por cima dela, segurando seus braços, enquanto ela ria e tentava se soltar.
- Pro seu governo, baixinha, eu sei me virar muito bem sozinho!
- Aham, nota-se! – ela debochou.
- Não é a primeira vez que viajo sozinho!
- Eu sei que não! Hugo, me solta!
- Não quero! – ele riu – E se você escrever pra minha mãe, eu escrevo pra vovó, dizendo que você tá com saudade de ouvi-la cantar músicas da Celestina Warbeck, e de quebra envio uma carta pra tia Gina, dizendo que você tá com saudades. Ao invés de receber um berrador, receberá dois! E um deles, diga-se de passagem, conterá a voz desafinada da vovó, cantando aquelas músicas bregas e românticas.
- Hugo Weasley, você é cruel! – ela fingiu espanto, mas logo caiu na gargalhada – E as músicas da Celestina nem são tão bregas assim! Não há nada mais empolgante do que acordar ao som de “Um caldeirão de amor cheio e forte“.
- Cruzes, sabe até o nome da música!
- Claro! Vovó vive cantando isso quando tá inspirada! E também sei a letra! – ela fez uma cara de pensativa, tentando se recordar e então, começou a cantar – “Ah, vem mexer o meu caldeirão...”.
- Por Merlin! Temos uma nova cantora na família! – Hugo debochou, e os dois caíram novamente na gargalhada. Ao ver a ruiva tentar se levantar, a prendeu com mais força, sobre a cama – Onde pensa que vai? Ainda não disse que podia sair! – sorriu maroto.
- Hugo, me deixa levantar! – ela pediu com seu típico olhar inocente. Isso não convenceu o ruivo.
- Não tô afim! – ele encostou a testa na de Lily, e os dois ficaram se encarando – Não tô incomodado por estar aqui!
Por um instante, Lily se viu perdida em meio aos olhos castanhos e perdeu a fala. Sentiu seu coração pulsar mais forte com a proximidade dos dois, mas tentou ignorar isso, o máximo que podia. Não conseguia explicar muito bem, mas sabia que Hugo tinha uma grande influência sobre ela, e por vezes, isso a assustava.
- Então ficaremos aqui o dia todo! – Lily concluiu.
Nesse instante, Alvo saiu do banheiro e parou estático ao ver sua irmã deitada na cama, com Hugo por cima. Sentiu uma imensa vontade de azará-lo. Respirou fundo para conter tal instinto protetor.
- Posso saber o que está acontecendo aqui? – Alvo perguntou entre os dentes, jogando a toalha em cima da cama – Hugo, solte minha irmã agora!
- Eu não! Você agarra a minha toda hora, e quando faço o mesmo, se sente incomodado? Agora entende como eu fiquei traumatizado ao ver a pobre Rose deitada na cama com DOIS homens! Terei que fazer terapia por causa de vocês! – Hugo debochou e isso pareceu deixar Alvo mais tranqüilo.
- Mas sua irmã e eu somos praticamente casados! – o moreno entrou na brincadeira – E outra, eu não gosto da visão, da minha pobre irmãzinha, debaixo de um brutamontes! – Alvo puxou o primo de cima da irmã, e a ajudou se levantar – Pronto, assim tá bem melhor!
- Cara, você é muito ciumento! – Hugo riu e foi pegar as coisas para ir ao banheiro.
- Ciumento, possessivo e muito, muito, muito, carrasco com aqueles que se aproximam da MINHA ruivinha! – Alvo riu e abraçou a irmã, que naquele momento, achou melhor não se meter na conversa. – Vou lá pra baixo, e por via das dúvidas, levarei a Lily junto! Embora eu saiba que vocês são apenas melhores amigos, não quero correr o risco de ver tal cena novamente!
Assim que os primos deixaram o quarto, Hugo respirou aliviado. Fez uma nota mental para sempre, em todas as situações, carregar sua varinha. Embora não pudesse fazer magia fora da escola, precisava se defender, caso Alvo os pegasse juntos novamente e em situações ainda mais comprometedoras.
Os raios de sol que entravam lentamente pelo quarto despertaram Rose. A ruiva demorou certo tempo para associar que não estava em seu quarto, na sua cama e em sua casa. Sentou-se na cama e seus olhos correram pelo aposento, atrás de Scorpius. Não o encontrou. Intrigada, ela se levantou e bateu na porta do banheiro, esperando ouvir resposta, e não a obteve. Concluiu então que ele havia se levantado antes. Com um aceno rápido de sua varinha, conjurou roupas novas sobre a cama e as levou até o banheiro. Depois de um demorado banho, ela saiu completamente vestida e pronta pra mais um dia na fazenda. Estava caminhando em direção a porta, quando avistou, sobre a cômoda, um bilhete com uma bela rosa vermelha em cima.
“Bom dia amor!
Levantei mais cedo e não quis te acordar. Você fica linda dormindo, sabia?
Bom, já que está lendo esse bilhete, antes de ir para o café, chame o Willy e peça a ele para te levar até onde estou! Acho que vai gostar da surpresa!
Te amo!
S. Malfoy”
Ainda sorrindo, Rose resolveu seguir a recomendação do bilhete.
- Willy, venha cá... Por favor! – ela acrescentou as últimas palavras, bem rápido. Não gostava de parecer insensível com os elfos, só porque eram criaturas destinadas a obedecer ordens.
- Srta. Weasley, minha senhora, aqui estou! – ele fez uma reverência exagerada e suas grandes orelhas balançaram violentamente – Willy pode ajudar a menina em alguma coisa?
- Bom... O Scorpius deixou um bilhete, avisando que deveria pedir a você que me levasse até o local que está!
- Ah sim! Claro, Willy vai levar a menina até onde meu senhor está! Venha comigo, Willy vai te mostrar! – a pequena criatura caminhou um pouco a frente da ruiva, que o seguiu, sem questionar. Willy a levou para fora da mansão, e começou a caminhar pelos campos da fazenda, de forma rápida.
- Willy, onde estamos indo?
- Menina Weasley verá! É um local bonito, com animais! O menino Scorpius adora lá, e disse que a senhorita adoraria também! – Willy respondeu, e suas pequenas perninhas caminharam o mais rápido que podia.
Rose precisou admitir que para um pequeno elfo, com pernas tão miúdas, a criatura era bem atlética, e tinha um fôlego imenso, para correr daquela forma.
- É aqui senhorita! – Willy parou em frente a uma “casinha” afastada da mansão.
- Não vai abrir?
- O menino Scorpius pediu apenas que a trouxesse a porta. Willy fez isso, porque Willy vive para seguir as ordens dos meus senhores! – o elfo respondeu orgulhoso – Ele a espera aí dentro! – com outra reverência, o elfo sumiu com um estalo. Rose ergueu uma das sobrancelhas e lentamente, abriu a porta. O que viu, não era uma simples casinha, como imaginava. Era uma espécie de estábulo, cercado, onde os cavalos alados eram colocados para dormir. Olhou em volta parou para admirar os animais. Tinham uma beleza única e ela podia jurar que alguns tinham certo brilho em volta das asas. Por um instante, se esqueceu completamente porque estava ali, até que Scorpius apareceu a sua frente, com um grande sorriso no rosto.
- Vejo que gostou dos cavalos! – ele se aproximou da namorada e lhe deu um breve beijo.
- São realmente lindos! – a ruiva respondeu encantada.
- Tenho certa paixão por cavalos desde criança... Então meu pai resolveu comprar vários, de raças diversas, só pra satisfazer minha vontade! – Scorpius sorriu e puxou a namorada pela mão – Venha, quero que veja uma coisa!
Ele levou Rose até os fundos, e lá mostrou pra ela um belo filhote. Seu pêlo era tão branco, que reluzia conforme os raios de sol batiam nele. Scorpius não precisou que a ruiva dissesse nada, pois viu em seus olhos, como ela havia gostado do pequeno filhotinho, que dormia tranquilamente, próximo a mãe.
- Posso chegar mais perto? – ela perguntou com os olhos brilhando. Rose, desde criança, sempre amou filhotes. Não podia ver uma criatura pequena e fofa, que sentia vontade de apertar e ter. Era por isso que em sua casa ela criava um gato, dois cachorros e uma mini coruja. Na casa de seus avós, ela ainda era dona de um casal de coelhos.
- Claro, vem comigo! – Scorpius pegou na mão da namorada e se aproximou do filhote. – Nasceu há duas semanas!
Rose se abaixou ao lado do pequeno cavalo, e o acariciou. Tinha o pelo macio e suave.
- Ele é lindo! – a ruiva exclamou, e seu sorriso aumentou, quando o filhote abriu os olhos e revelou suas belas íris esverdeadas. – Qual é o nome?
- Ainda não coloquei! Achei melhor que a dona dele fizesse isso!
- E quem é a dona? – Rose perguntou distraída.
- Estou olhando pra ela agora!
Rose ergueu os olhos e encarou o namorado um pouco confusa. Ao ver que ele sorria, sua ficha caiu. Aquele filhote era dela! Sorrindo, ela se levantou e beijou o namorado carinhosamente, em sinal de agradecimento.
- Eu ia perguntar se você gostou, mas pelo visto, a resposta é sim! – Scorpius disse, abraçado a ela.
- Simplesmente adorei! Amo filhotes! Esse é tão lindo, tão fofo... Ai, eu já o amo!
- Fui trocado por um cavalo! – Scorpius fingiu-se de ofendido – Merlin, me ajude!
- Seu bobo! – Rose riu.
- Então, já sabe qual o nome que vai dar a ele?
- Bom... – ela fez uma cara de pensativa – Ah, já sei! Há algum tempo li um livro trouxa sobre mitologia grega, e tinha uma parte, que falava a respeito de um cavalo alado.
- E o que dizia o livro? – embora não estivesse tão interessado na história, Scorpius mantinha um sorriso incentivador. Não queria estragar a felicidade dupla de Rose: batizar o cavalo e bancar a sabe-tudo.
- Contava a história de Pégaso, o cavalo alado que nasceu do sangue de Medusa, quando Perseu a decapitou e... Ah, esquece essa coisa da Mitologia Grega, é muita informação pra uma manhã só! – os dois riram – O que interessa é que vou batizar o cavalo de Pégaso!
- Pégaso... Um nome diferente e interessante! – Scorpius respondeu sincero – Bom, agora que você conheceu seu novo mascote, vamos tomar café! Depois a gente volta aqui pra você brincar com ele! – ele passou o braço pelo ombro da ruiva.
- Brincar... Isso soou tão infantil! – Rose riu e passou o braço pela cintura do namorado.
- Mas era essa a intenção! – rindo, os dois saíram e voltaram para a mansão, onde o café já começava a ser servido.
Depois de passarem a manhã conhecendo o restante da fazenda, os jovens decidiram aproveitar para se divertir. Lily, Hugo e Alice, resolveram dar uma volta com os cavalos alados. Alvo, Rose, Scorpius, Vincent e Sophie, haviam ficado no salão de jogos, e pensavam seriamente no que fazer.
- Porque a gente não segue o trio maravilha, e vamos andar a cavalo também? – Vincent sugeriu.
- Rose tem medo de altura, e tenho a ligeira impressão que Alvo não tá muito a fim de ficar perto da Alice! – Scorpius respondeu – Cara, você precisa reagir.
- Scorpius tem razão! – Rose se sentou ao lado do primo e acariciou seu rosto – Você tenta disfarçar, finge que tá tudo bem, mas tá na cara que tá arrasado!
Alvo respirou fundo e abaixou a cabeça. Os amigos se entreolharam, e se aproximaram dele, com expressões compreensivas nos rostos.
- Alice e eu brigamos, um dia antes daquele almoço em família... – ele começou a explicar, ainda de cabeça baixa – Acabei dizendo várias coisas a ela que não deveria, e ela também me disse coisas absurdas e... Bom, no domingo tentei corrigir a burrada, e meti os pés pelas mãos! Gritamos um com outro, e quando ouvi a voz do Moss na sala, a beijei a força e falei outro monte de bobagens... Ela disse pra me afastar dela, porque não agüentava mais sofrer por mim e... – ele ergueu a cabeça e encarou os amigos – A verdade é que não sei se devo insistir nisso!
- Eu tenho um conselho a lhe dar! – Vincent falou, e ao ver os amigos encará-lo assustados, virou os olhos – Eu sei, eu sei... Parece milagre, mas não é! Eu realmente tenho algo sério pra falar! E por Merlin, parem de me encarar como se isso fosse a coisa mais absurda do planeta! – ele riu e se virou pra Alvo, sério – Cara, tudo bem que você tenha ultrapassado os limites da razão, quando a beijou a força e gritou com ela, mas não pode desistir! Vocês se amam! Não pode deixar isso se perder por causa da forma que começou! Todo mundo erra, você não foi o primeiro! Então sugiro que se levante daí, vá atrás daquela baixinha e não a deixe montar em um daqueles cavalos alados, antes que vocês tenham uma conversa definitiva!
Vincent encerrou o discurso e percebeu que todos ainda o olhavam surpresos.
- Já podem mudar a expressão de surpresa, o santo que baixou em mim já se foi! – todos riram.
- Vocês acham realmente que eu devo ir atrás dela e tentar dizer tudo que eu sinto de uma vez por todas? – Alvo perguntou e ao ver os amigos fazerem um sinal positivo com a cabeça, sorriu – Então é isso que vou fazer! Valeu galera! E Vincent, já pensou em lançar um livro de ‘auto-ajuda’?
- Eu ajudando a população problemática do mundo? Jamais! Minha função na Terra é confundir a mente alheia e ironizar o máximo de coisas possíveis! Esses meus momentos sérios são somente pra mostrar que, apesar de não parecer, o bom senso ainda existe em mim! – Vincent respondeu com uma falsa seriedade, e novamente todos riram.
Seguindo o conselho dos amigos de que deveria falar com a Alice, Alvo saiu da mansão e correu na direção que a castanha seguia com Lily e Hugo.
- Alice! – ele gritou, e ao vê-la se virar, completou – Espera, preciso falar com você!
- Acho que não temos nada pra conversar Alvo, ou já se esqueceu que da última vez que tentamos, a briga foi feia? – Alice respondeu e logo se virou para os amigos, que a encaravam com expressões sérias, como se dissessem que deveria ficar.
- Lily e Hugo, podem ir andando, a Alice encontra vocês depois! – Alvo ordenou e os ruivos saíram em direção aos cavalos alados que já estavam selados e prontos para montaria.
- Eu disse que não quero conversar com você! – ela falou firme e se virou na intenção de sair dali. Conversar com o Alvo a fazia sofrer o dobro que já sofria.
- Ótimo, você não quer conversar comigo! – o moreno segurou o braço da menina e a puxou, fazendo-a se virar para encará-lo – Mas eu quero conversar com você, e não vou sossegar até que escute tudo que tenho a lhe dizer! Pode ficar calada se quiser, mas terá que me ouvir até o final. – dizendo isso, Alvo puxou a castanha pelo braço e a arrastou para perto das cocheiras, onde teve a certeza que não seria interrompido por mais ninguém.
Alice mantinha a mesma expressão séria e firme desde que Alvo lhe dirigiu a palavra. Não deixaria ele brincar com ela. Desde a última conversa que tiveram, teve certeza que o moreno só sustentava aquela história de mocinho apaixonado e arrependido, para conseguir ficar com ela e transformá-la em mais um de seus prêmios. Quando Alvo a encarou, desviou o olhar. Não conseguiria fixar sua íris azul, naquele par de esmeraldas que agora brilhavam de raiva e ao mesmo tempo mágoa.
- Se acha que vai conseguir me convencer de algo, vá em frente e comece seu discurso sobre tudo que entende a respeito de amar alguém! – Alice disse seca e se virou para observar os cavalos.
- É isso que você pensa de mim não? – Alvo perguntou, mas não esperou que ela respondesse – Que sou um canalha, incapaz de amar alguém, de sentir o que as pessoas chamam de amor puro...
- É isso o que você demonstra todos os dias! – ela falou, ainda sem encará-lo. Aquela conversa já estava sendo difícil para a castanha. Parte dela acreditava nas palavras de Alvo, e dizia a ela que corresse em sua direção e aceitasse seu amor, sem questionar mais nada. Mas a outra parte, que ela acreditava ser a racional e correta, dizia para se afastar completamente, e não se deixar envolver pelas belas palavras que ele falasse.
- Por que você não acredita em mim? Que droga! – o moreno falava, e seu tom de voz era de alguém completamente magoado – Você acha que eu queria isso pra mim? Acha mesmo que eu queria me apaixonar? NÃO! Eu não queria amar você, não queria ter descoberto essa coisa “nobre” e falsamente feliz que eles chamam de paixão, mas foi inevitável! Se soubesse uma forma de retirar tudo isso de mim, acredite, faria! Porque melhor é não sentir nada por ninguém, do que se humilhar pela pessoa, e ser rejeitado!
- Eu não estou te rejeitando!
- Ah não?! E o que está fazendo então? Me convidando a sair da sua vida de forma educada? Por favor, Alice, não tente mentir, você é péssima nisso!
- Você nunca esteve em minha vida, Severo! – Alice o chamou pelo segundo nome. Continuava sem encarar o rapaz, sabia que se o olhasse nos olhos, se deixaria levar por seus sentimentos. – Não de verdade! Esteve como irmão da minha melhor amiga, como o cara que eu amei, mas nunca, NUNCA, esteve nela como queria que estivesse! Então não diga que estou te pedindo para sair de um lugar, que você nunca esteve de verdade!
Aquelas palavras feriram Alvo de tal forma, que o fizeram sentir péssimo. Sua vontade imediata foi de largar tudo e desaparecer, mas não podia. Não antes de terminar de dizer o que queria.
- Sei que magoei você! Sei que fui um idiota por não perceber que o amor da minha vida sempre esteve ao meu lado! Mas se eu soubesse disso antes, eu...
- Você o que? – finalmente a castanha se virou para encarar Alvo – Deixaria de ser um cafajeste e passaria a me dar atenção? – ela deu uma risada seca – Faz-me rir, Severo! Você não iria levar em consideração! Talvez viesse com um discurso lindo, de como sou querida e que gostava de mim como irmã! Mas não mudaria sua forma de agir, por saber que eu era apaixonada por você!
- Engraçado que você sempre fala no passado, não? Era apaixonada, me amava... Vai me dizer que tudo que sentia por mim desapareceu, quando começou esse namoro ridículo com Moss?
- Em primeiro lugar, não é um namoro ridículo! E em segundo lugar, minha vida não diz respeito a você!
- Não foge do assunto Alice! Responde logo, você ainda me ama ou conseguiu me esquecer? – Alvo pressionava a castanha.
- E que diferença faz? Vai mudar alguma coisa se eu disser a você que te amo? – agora o tom de voz de Alice era tão magoado, quanto o de Alvo. Haviam se machucado tanto na última conversa, que era impossível esconder a tristeza por muito tempo – Não, não vai! As coisas continuarão as mesmas, pois eu não acredito que você possa mudar de uma hora pra outra! Não mais! Já tive esperanças de que um belo dia você acordasse e dissesse que me amava, e que mudaria por mim... Agora não acredito mais que isso seja possível!
- E por que não? – Alvo perguntou, se aproximando da menina.
- Porque é impossível, alguém como você, acostumado a festas e a ter todas as mulheres que quer, mudar por uma pessoa como eu! Você não conseguiria viver longe de toda a badalação, não permitiria que outro pegasse o cargo de “pegador” da escola! Essa fama é sua não? Imagino que deva ter se sentido muito feliz, na festa da Craft, quando beijou aquela menina e gritaram em alto e bom som, que você era um “pegador”! Severo, você jamais irá mudar por alguém! Pode dizer essas coisas agora, mas aposto que na primeira oportunidade vai correr pra sua antiga vida. Pois é isso que faz não? Foi isso que fez naquela festa? Segundo você, o ciúme que sentiu, o fez agir de forma canalha!
- Eu não fazia idéia do que você sentia!
- E se fizesse agiria da mesma forma, pois estava tentando me esquecer de qualquer jeito! – Alice disse, lutando para não deixar que as lágrimas caíssem pelo seu rosto – Não acredito em você e nas coisas que diz! Sua forma de amar é diferente da minha! Eu me entrego, e você não! Deixou isso bem claro, da última vez que conversamos! Não sou um objeto, que você quer só para si, e quando vê com outro, morre de ciúmes e quer pegar de volta!
- É isso que você pensa de mim? – Alvo perguntou sério.
Alice o encarou, e viu nos olhos do moreno, que o tinha machucado como ninguém jamais fizera. Pensou em considerar as palavras e dizer toda a verdade, que ela acreditava que ele pudesse mudar, mas estava com medo... Mas ao se lembrar da última briga, sua mágoa falou mais alto, e ela respondeu:
- Sim!
- Essas últimas semanas serviram pra me ensinar que quando a gente quer alguém, não se deve desistir... Eu nunca, em toda minha vida, lutei tanto pra ter uma pessoa como fiz durante esse tempo! Nunca me humilhei a tal ponto, de dizer que preciso da pessoa comigo! Nunca me abri e demonstrei meus sentimentos... Não vou dizer que não valeu à pena, pois estaria mentindo! Esses últimos dias serviram pra que eu conhecesse um lado meu que não pensei que existisse... – Alvo mantinha a expressão séria e o tom magoado – Aprendi que sou capaz de amar, e Merlin, se pudesse arrumar um jeito de tirar isso de mim, eu faria, só pra não sofrer! Sabe, sempre achei besteira aquela frase que diz algo como “amar é sofrer”... Hoje descobri que ela diz apenas a verdade! Você acha que não sou capaz de amar alguém, acha que não posso mudar, acha até que as coisas que eu disse foram com a intenção de te magoar e que te vejo como um objeto da minha “coleção de garotas”, mas mesmo que não acredite, não é assim! Infelizmente eu te amo, e infelizmente eu tento mudar por você! E por mais que diga não, infelizmente, esse sentimento parece que decidiu ficar em mim por um bom tempo...
- Alvo...
- Eu errei ao dizer várias coisas, errei ao deixar o ciúme falar mais alto e talvez tenha errado, ao me apaixonar por você! Mas o que posso fazer? Infelizmente descobri que a gente não manda no coração! – o moreno não conseguia mais encarar Alice, tinha agora no peito uma ferida aberta que demoraria um bom tempo para fechar, e ele sabia disso – Desculpa se não sou o príncipe encantado que esperava, acho que nunca me encaixei nos contos de fadas em que os mocinhos são bons e fiéis, e a única vez que tentei fazer isso... Bom, acho que você já sabe o final da história! Hoje eu descobri que finais felizes só servem mesmo pras histórias! – Alvo encerrou seu discurso, se virou e foi embora.
Ao vê-lo se afastar, Alice começou a chorar. Se antes tinha alguma dúvida, agora estava certa que havia magoado o único homem que amava na vida. As últimas palavras ditas pelo rapaz, ainda estavam claras em sua mente... “Desculpa se não sou o príncipe encantado que esperava...”, por que, de repente, teve a sensação que já ouviu algo parecido dele? Foi aí que uma lembrança, que ela nem sabia se podia chamar disso, pois não tinha certeza se havia acontecido, veio em sua mente.
- Presta atenção! ... Eu não posso mudar o que aconteceu, não posso fazer com que outro lhe dê seu primeiro beijo, mas posso fazer com que seja especial! Eu sei que não sou o “Príncipe Encantado” que tanto espera, e talvez o que vá fazer agora não lhe agrade, e é por isso que lhe dou total liberdade pra me bater depois ok?!
- Ele... Ele já me disse isso uma vez, mas... Por quê? – Alice perguntou para si confusa. Olhou novamente para frente e viu que Alvo estava parado, com as mãos na cabeça, completamente arrasado. Não agüentou aquilo, e lutando contra a parte racional, que dizia para se manter longe, ela correu em sua direção. – Alvo! – ela chamou, mas ele não se virou.
- Escuta Alice, acho que você já disse tudo que queria, já está bom, não?! – Alvo falou, de costas pra menina e ela teve a impressão de que ele chorava.
- Eu não vim brigar, só queria te fazer uma pergunta.
- Faça!
- Por que me disse que não era o príncipe encantado que eu esperava?
- Porque já ficou mais que provado isso! Os “príncipes” e “heróis” são bons, e capazes de amar, e você não acredita que eu seja capaz de ato tão... Nobre! – Alvo respondeu sarcástico, ainda sem se virar.
- Alvo, me desculpa, eu só tenho medo de...
- Acreditar que estou arrependido pelas coisas que disse a última vez, e que realmente te amo? Tudo bem, não faço mais questão!
- Não seja tão cruel comigo! – Alice disse num fio de voz.
- Você foi cruel comigo antes, e pareceu não se importar! – o moreno tentou finalizar o assunto, e quando fez menção de sair, sentiu a mão da menina segurar seu braço. – Pra quem antes não queria conversar comigo, você está fazendo muita questão da minha presença, não acha?
- Não acho que você tenha dito o que queria!
- E não disse! Aliás, o que eu ia falar, não tinha nada a ver sobre a nossa última briga ou sobre como você acha que sou um lobo mal, capaz de maltratar pessoas indefesas! Mas agora isso não importa mais! Eu desisti! Desisti de tentar lutar por você, desisti de te mostrar que te amo, desisti de querer você pra mim, embora eu feche os olhos e a única coisa que consigo ver seja a imagem do seu rosto e o brilho dos seus olhos! – Alvo respondeu triste e novamente chorou, embora tentasse com todas as forças, não deixar sua raiva e decepção, tomarem conta de si.
- Eu lutei por você durante anos... E você, luta por mim durante alguns dias e diz que desiste... Bela forma de demonstrar amor! – Alice soltou o braço do moreno e imediatamente enxugou as lágrimas que rolavam pela sua face.
- E o que queria que eu fizesse? – o moreno se virou e perguntou a ela – Lutar por alguém que acha que não sou capaz de mudar? Que agora eu nem sei se ainda sente algo por mim?... Não, eu já sofri demais e acho que já compreendi o que é a dor de um amor! – novamente, ele deu as costas a Alice e saiu andando em passos largos para o mais longe que pudesse.
- Eu te amo... – ela disse com a voz baixa e embargada pelo choro, e ao perceber que ele não havia escutado, disse mais alto – EU AMO VOCÊ!
Alvo parou. Demorou um pouco para processar a informação que tinha acabado de ouvir. Aos poucos, se virou, a fim de encarar a menina. Ela estava lá, parada e o encarava fixamente, com seus olhos azuis cheios de lágrimas. Então ele percebeu que não havia imaginado nada, e Alice havia dito que realmente o amava. Caminhou em direção a ela e parou a sua frente.
- Eu amo você! – ela repetiu ao vê-lo encará-la de forma tão profunda – Não queria, mas te amo! Queria te esquecer, porque sinto medo de me entregar por completo a você e descobrir que tudo não passou de um momento. Não porque eu não acredite que seja capaz de amar, mas sim porque não acredito que finalmente tudo que sempre fantasiei quando criança esteja acontecendo!
Alvo não precisava escutar mais nada naquele momento. Simplesmente, acabou com a distância que os separavam e a beijou, como nunca havia beijado nenhuma outra garota antes. A beijava com carinho, amor, com respeito... Queria que ela soubesse, somente com aquele beijo, o tamanho do amor que sentia e que estava disposto a provar pra ela que iria mudar.
Alice, por sua vez, ao sentir os lábios do moreno tocar os seus, se sentiu segura e protegida, como jamais imaginou se sentir. Sentia que ele estava sendo sincero, e pela primeira vez na vida, desejou que o tempo parasse e que aquele momento nunca acabasse.
Enquanto se beijavam, o céu, que pela manhã estava azul, e naquele momento estava nublado, agora assumia uma tonalidade cinza escuro, e as nuvens carregadas de chuva anunciavam que a qualquer instante desabaria uma tempestade. O vento, que antes estava fraco, agora soprava com força, fazendo as folhas e os galhos das árvores balançarem com força. Mas nada disso incomodava os jovens que naquele momento só se importavam com o beijo que trocavam.... Até que um forte trovão, seguido por gotas de chuva, os separaram.
- Por que essa cena me parece tão comum? – ela perguntou, encarando o belo par de olhos verdes a sua frente.
- Porque já aconteceu! – Alvo respondeu simples, e a beijou novamente, antes que a castanha pensasse em questionar quando e como havia sido o primeiro beijo deles. Ela poderia esperar um pouco para descobrir isso. Agora não deixaria nada atrapalhar aquele momento perfeito.
Em um campo distante da fazenda e do local que Alice e Alvo conversavam, Lily e Hugo estavam sentados na terra, olhando toda paisagem em volta. A chuva ainda não tinha alcançado aqueles lados, então não se preocupavam com nada.
- Acha que eles estão brigando? – Lily perguntou do nada, deixando o primo confuso.
- Quem?
- Alvo e Alice.
- Ah... É provável, já que pelo que ela nos contou, a coisa entre eles estava péssima! – Hugo deu de ombros – Mas eles também complicam demais as coisas! Porque não admitem logo o que sentem e param de bobagem?!
- Admitir o que sentimos não é uma tarefa tão fácil! – Lily respondeu.
- E por que acha isso? – ele perguntou, encarando a prima.
- Simples, somos a prova disso! – ela respondeu firme e o olhou profundamente – Somos a prova de que admitir o que sentimos é difícil, e que muitas vezes, complicamos tudo só para não aceitar o óbvio.
- E o que seria óbvio na nossa história? – Hugo perguntou, embora soubesse perfeitamente onde a ruiva queria chegar.
- Tem certeza que não sabe? – a ruiva perguntou e seu tom de voz ainda era firme.
- Se soubesse, não estaria perguntando! – ele deu de ombros.
- Hum... Se você não descobriu, não serei eu que vou acabar com o mistério! – Lily respondeu levemente aborrecida, e em seguida sorriu, tentando disfarçar. Essa sua reação, não passou despercebida pelo primo.
- Achei que um dos seus passatempos favoritos era desvendar mistérios, e me contar depois! – ele sorriu.
- Talvez, mas esse, eu acho melhor você desvendar sozinho! – Lily se levantou – Vou voltar, mas não precisa me acompanhar se não quiser!
Hugo apenas observou, em silêncio, a prima se levantar e caminhar para longe dele. Esperou que ela estivesse próxima a um dos cavalos, para dizer em voz alta:
- Para sua informação, eu entendi perfeitamente do que estava falando!
No mesmo instante a garota se virou para encará-lo, mas viu que Hugo estava de costas.
- Entendeu é? – Lily perguntou.
- Claro que sim! – o ruivo se levantou, e caminhou em direção a garota, com as mãos no bolso – Estava se referindo a esse nosso “chove e não molha”!
- Hum...
- Embora eu deva dizer, que também estava se referindo ao grande amor que sente por mim, e não tem coragem de admitir! – Hugo sorriu e encarou a ruiva.
- Grande amor? Por você? Por favor, Hugo! Andou bebendo o que? – Lily perguntou levemente corada – Eu não... Oras, eu não te amo!
- Ah não?
- É... É claro que não! – ela respondeu de forma superior e empinou o nariz, fazendo Hugo dar uma leve risada.
- Ai, ai, você diz que não me ama, eu digo que me ama... Só há um jeito de provar isso! – ele se aproximou mais da prima – Vem cá! – com um rápido puxão, trouxe Lily para perto de si, e antes que ela pudesse pensar no que dizer, ele a beijou com paixão. Decorridos alguns segundos, talvez horas, e porque não dizer dias?! Eles se separaram – Agora diz que não me ama! Diz Lílian!
- Isso não foi justo! – Lily protestou, estava muito corada.
- Por que não? Você disse que não me ama, mas quando te beijo, posso sentir que sim, que me ama tanto quanto EU TE AMO! – Hugo disse as últimas palavras em alto e bom som, para que não restassem dúvidas, quanto a esse assunto.
Lily o encarou surpresa. Não esperava uma declaração nada convencional, naquele momento! Queria dizer alguma coisa, mas parecia ter perdido completamente a capacidade de falar.
- Eu te amo, baixinha! – Hugo sorriu e beijou a testa da prima – Te amo por tudo que você é! Essa louquinha peste, que vive aprontando. Minha melhor amiga capaz de se meter nos maiores rolos, só pra me ajudar. E também te amo como a única garota que consegue fazer meu coração bater mais rápido e mais devagar ao mesmo tempo!
Lily abraçou o rapaz a sua frente e afundou o rosto em seu ombro. Como precisava ouvir aquelas palavras. Já estava se sentindo mal, por pensar que talvez todo amor que sentia, não era correspondido da mesma forma. Por algum motivo, desde que ela e Hugo se beijaram pela primeira vez, não conseguia esquecê-lo. Não o via mais como melhor amigo, e sim, como o rapaz que ela amava.
- Eu também te amo! – ela disse ainda abraçada a ele – E já estava me sentindo incomodada, por achar que você não sentia o mesmo!
- Como você pôde pensar que eu não te amava? – Hugo a abraçou forte contra seu corpo, como se quisesse protegê-la – Eu te amo, te amo demais! Como nunca amei outra garota na vida, e Merlin, você sabe como cada dia eu me apaixonava por uma!
- Sim! – Lily sorriu e finalmente o encarou – Você tinha uma paixão, para cada dia da semana! – os dois riram.
- E pela primeira vez eu quero ter uma, para todos os dias da semana, do mês, do ano!
- Devo me sentir honrada então, por ser a escolhida! – Lily brincou.
- Não! Deve se sentir amada! – Hugo se aproximou novamente da menina, e com uma das mãos, acariciou seu rosto delicado. Encarou Lily como se fosse o objeto mais valioso e frágil do mundo, e que ele, apenas ele, poderia tocar e cuidar de agora em diante... Suavemente, passou o dedo nos lábios da menina, contornando e observando como eram belos. Aproximou seu rosto do dela e bem devagar, a beijou.
Lily apenas observava Hugo, enquanto ele a encarava. Nunca, em toda sua vida, havia se sentido assim, tão desejada e protegida. Seu coração acelerava a cada toque e a cada olhar profundo que ele lhe lançava... Se sentiu flutuando, quando a beijou. Agora ela entendia perfeitamente tudo... Compreendia porque nunca havia se apaixonado de verdade antes! Seu coração sempre esteve esperando por ele, justamente Hugo, o cara que esteve ao seu lado durante anos... Agora Lily tinha absoluta certeza que podia se entregar a esse amor, pois estava com a pessoa certa!
Depois de um dia cheio de acontecimentos “inesperados” a noite chegou e junto com ela trouxe certa tranqüilidade. Ainda chovia e os ventos ainda castigavam as árvores do lado de fora, mas nada disso impedia a felicidade que pairava no ar reinasse em absoluto. Parecia que finalmente as coisas começavam a se encaixar em definitivo... Hugo e Lily haviam assumido o que sentiam; Alvo e Alice resolveram dar uma chance pros dois...
Já era um pouco tarde e todos estavam reunidos em seus devidos quartos. Ou melhor, quase todos, já que Vincent tratou de expulsar Rose do quarto novamente. Dessa vez, é claro, ela não precisou de nenhuma explicação que a convencesse se retirar.
Rose estava sentada em frente à lareira do quarto do namorado, pensativa. Ele havia descido para dar algumas ordens aos elfos domésticos da fazenda, e ela decidiu esperá-lo. Ainda não se sentia tão à vontade em dar ordens em uma casa que não era sua, e sempre que via um elfo, lembrava-se dos discursos de sua mãe a respeito do F.A.L.E., e então preferia manter-se na posição de convidada.
Scorpius entrou no quarto e se deparou com a ruiva, sentada e perdida em seus pensamentos. Aproximou-se lentamente dela e se sentou ao seu lado, sem dizer uma palavra. Sorriu, ao vê-la o encarar.
- Então, já avisou aos elfos, tudo que deveriam fazer amanhã? – Rose perguntou.
- Sim... Mas na verdade nem sei por que fui avisá-los, parece que eles já são programados pra saber o que devem fazer, ou coisa do tipo! – Scorpius deu de ombros – Pra ser sincero, não gosto de dar ordens a eles. Me sinto um tanto... explorador?! Talvez essa nem seja a palavra correta, mas é como me sinto. Sei que eles gostam de trabalhar, mas aquela mania de reverência e tentarem se castigar é tão... ruim! Já proibi uns 5 de baterem as cabeças na parede, só agora! – ele suspirou.
- Ah... – a ruiva sentiu um misto de orgulho e compreensão ao ver a reação do namorado – Mamãe sempre foi a favor de que os elfos fossem livres, mas por algum motivo eles nunca aprovaram a idéia... Então ela sugeriu que os bruxos os tratassem de forma digna e correta… E isso tem funcionado bastante desde então... Pelo menos é o que ela costuma dizer! – Rose riu, e levou um pequeno susto, quanto o som do trovão ecoou por toda mansão.
- Não vai me dizer que tem medo de chuva também? – ele disse entre risos.
- Não, é claro que não! – Rose se defendeu – Só me assustei com o barulho. Tudo quieto e de repente esse som absurdamente alto! Não tenho medo de chuva, pelo contrário, eu gosto!
- Ah, pelo menos isso! Já ia ter que colocar um caderninho de anotações na minha mente pra anotar tudo que você tem medo!
- Está me chamando de medrosa, Scorpius Malfoy? – a ruiva ergueu uma das sobrancelhas e o encarou, esperando resposta.
- Medrosa? Não, imagina! Ter medo de altura, de escuro e dormir com um ursinho não significa que você é medrosa, nada disso! – Scorpius fingiu seriedade.
- Certo, admita logo que eu sou a grifinória mais medrosa que você conhece!
- Eu não ia falar, mas já que você tocou no assunto, sim, você é a mais medrosa que eu conheço! – o loiro riu.
- Obrigada pela sinceridade, viu?!
- De nada! Disponha sempre, Rose Weasley!
Os dois riram. E começaram a conversar sobre diversas coisas que nada tinham a ver com os medos de Rose ou com os acontecimentos daquele dia. Scorpius aproveitou, e pediu a Willy, seu elfo particular, que trouxesse cervejas amanteigadas e alguns aperitivos, para que eles comessem enquanto riam ao relembrar várias coisas do passado.
- Sim, preciso admitir que não suportava você, quando éramos crianças! – Rose disse entre risos e bebeu mais um gole de sua cerveja amanteigada.
- E você acha que eu era seu fã? Não tinha pessoa no mundo que mais me irritava do que você! Sempre querendo ser a melhor em tudo! Eu sempre comentava com Vincent que você era o tipo de garota que eu nunca ia querer por perto! – Scorpius riu ao rever em sua mente, as conversas que tinha com o amigo a respeito da atual namorada – Lembra que nós fomos no mesmo barco, que nos levou pra Hogwarts?
- Sim! – ela sorriu – Você, Alvo e eu, juntos no mesmo barco. Era visível nosso desespero, quanto a ir pra Grifinória!
- Verdade, tava estampado na testa de vocês que sentiam medo da casa que poderiam parar!
- É claro! Papai, na estação de King Cross, antes de embarcarmos, disse que se não fossemos pra Grifinória, seríamos deserdados!
- O meu disse coisa parecida... Disse que se eu não fosse pra Sonserina, poderia me considerar a vergonha da família Malfoy, e confesso que tal expectativa me deixou uma semana sem dormir! Quando meu pai quer ser assustador, ele consegue, até mesmo fazendo uma brincadeira!
Novamente os dois gargalharam. Lembrar da época que eles se detestavam era algo realmente divertido. Com onze anos, eles jamais imaginavam que estariam hoje, sentados frente a uma lareira, bebendo cerveja amanteigada, e se lembrando de tal época.
- Lembra do nosso primeiro beijo? – Rose perguntou e tomou mais um gole da sua bebida – Você veio correndo atrás de mim, por ciúme do Peter!
- Sim, nossa aquilo foi tão infantil! – Scorpius riu – Nós dois éramos muito infantis.
- Definitivamente! Eu achava que você tava com a Sophie, e comecei a gritar em plena biblioteca, e você começou a gritar junto!
- Sim, e depois você admitiu que não vive sem mim e eu fui obrigado a te beijar ali mesmo... Ai, ai, bons tempos!
- Hei eu não me lembro da parte que dizia não viver sem você! – ela fingiu seriedade.
- Ah, mas eu lembro! Tudo bem que não disse exatamente com essas palavras, mas e daí?! Hoje em dia você não vive sem mim mesmo, o que prova que não estou mentindo! – os dois sorriram.
Logo, um estalo foi ouvido e o casal se virou assustado. Se depararam com a presença de Willy, trazendo consigo uma garrafa de vinho, duas taças e um prato com queijos cortados em cubinhos, para acompanhar.
- Scorpius, meu menino, meu senhor! – o elfo fez uma reverência exagerada e seu nariz tocou no chão – Willy tomou liberdade de trazer um vinho élfico para o senhor e a senhorita Weasley! – a pequena criatura se aproximou dos dois e os serviu, de maneira gentil. O casal agradeceu e com outro estalo, o elfo desapareceu.
- Dizem que o vinho élfico é o melhor que existe! – Scorpius comentou e bebeu um gole da sua própria taça.
- Sim, já ouvi comentários a respeito desse vinho! Dizem que sua produção é demorada, pois eles fazem todo um ritual ao colher as frutas certas, e também precisam acompanhar as fases da lua, para deixar fermentando, e...
- Se continuar falando assim, não vou me surpreender que se levante e diga: Vou à biblioteca! – Scorpius debochou.
- Sabe que é uma boa idéia! Eu ainda não fui até lá, desde que cheguei!
- Não?! Merlin, vamos ao St. Mungus, você está doente! Dois dias em uma mansão que tem uma biblioteca surpreendente e ainda não passou perto dos livros? Amor, você tá pagando algum tipo de promessa?
Rose riu, bebeu mais um pouco de vinho e encarou o namorado. Sabia que não era a primeira vez que constatava isso, mas ali, a luz da lareira, com todo aquele clima romântico, ela pôde perceber o quanto Scorpius era lindo e o quanto ela o amava. Alguma coisa naquele momento lhe despertou para o fato, de que nunca, em qualquer momento de sua vida, iria deixar de amá-lo, pois sabia que Scorpius havia nascido pra ser dela e ela, pra ser dele. E pela primeira vez na vida, ela teve certeza de que esse sentimento nunca deixaria de existir e que ela o amaria por toda eternidade.
- Quer mais vinho? – Scorpius perguntou. Obviamente havia percebido que a namorada o encarava, mas decidiu não perguntar o motivo. Ao ver que ela fez um sinal positivo com a cabeça, ele serviu mais um pouco da bebida para os dois.
O silêncio reinou durante alguns instantes, onde os dois apenas se deliciaram com a bebida. Scorpius parou pra observar a namorada. Agora foi sua vez de notar o quanto ela era linda e o quanto a amava. Aproximou-se mais dela, e com uma das mãos, acariciou seu rosto.
- Scorpius... – Rose falou em voz baixa, ao ver que ele brincava com uma mecha de seu cabelo, e bebia um pouco mais de vinho.
- Sim?
- Eu te amo!
- Eu também te amo! – sorrindo, ele deixou a taça de lado, e delicadamente aproximou seu rosto do dela e a beijou com ternura.
Rose correspondeu o beijo da mesma forma. Suas mãos acariciavam o rosto e a nuca do namorado, enquanto ela se entregava por completo aquele momento romântico. Era tão bom estar com ele, ser dele, e saber que ele era seu, sem nenhuma restrição.
Em meio aquele beijo, Scorpius a abraçou, como se sua vida dependesse daquele gesto de carinho.
- Você,... – Scorpius disse em voz baixa, com a testa colada na dela – sempre vai ser a dona do meu coração. Pra entrar aqui,... – ele puxou a mão de Rose e a colocou sobre seu peito – só existe uma chave! Apenas uma! Não há cópias e não há como ser forjada. Antes tal chave pertencia a mim! Agora... – ele respirou fundo e a encarou – é sua, apenas sua! E se algum dia, você não a quiser mais, eu a jogarei fora. Porque nenhuma outra garota poderá entrar aqui e ocupar o lugar que um dia foi seu!
Novamente os dois se beijaram apaixonadamente. Ambos se entregaram aquele momento único que havia sido preparado, involuntariamente, por eles. Não imaginavam que uma conversa, antes acompanhada de cerveja amanteigada, se tornasse um momento romântico e perfeito.
Lentamente os dois foram se deitando sobre as almofadas que estavam dispostas por todo o chão, para que tornasse o ambiente mais confortável, e ali permaneceram, durante mais algum tempo, apenas se beijando e trocando carícias.
Houve um momento, em que os dois se encararam. Perceberam que ambos tinham algo diferente no olhar. Algo puro e sincero. Era como se seus olhos tentassem traduzir a força daquele amor que foi durante tanto tempo mantido em segredo, e depois de alguns anos, podia ser declarado aos quatro cantos do planeta.
Scorpius se afastou de Rose e estendeu sua mão para que a ajudasse se levantar. Lentamente os dois caminharam em direção a cama do rapaz e se deitaram. Observaram-se, durante mais um tempo, e então, retomaram aquele beijo apaixonado.
As mãos de Rose iam se perdendo pelas costas do namorado, enquanto ele a beijava de maneira carinhosa. Arrepiou-se ao sentir os lábios quentes de Scorpius tocarem seu pescoço e o beijar lentamente.
Enquanto a beijava, Scorpius podia sentir o perfume doce e suave da ruiva, invadindo suas narinas. Sentiu as mãos dela entrarem por dentro de sua camisa, e não se surpreendeu ao perceber que se arrepiou com o toque... Mas alguma coisa havia de diferente entre eles. Já haviam trocado beijos mais provocantes, e agora, cada toque, por mais simples que fosse, os fazia arrepiar, como se fosse a primeira vez que estivessem naquela situação.
Decidido a não acabar com aquele clima perfeito, ele continuou beijando Rose devagar. Queria sentir o gosto dela e saborear aquela sensação da melhor forma possível. A olhou e viu que ela sorria. Sorriu de volta. Afastou os cabelos dela para longe do rosto, e o cobriu de beijos. Beijou sua nuca, seu pescoço, e novamente voltou para os lábios.
Rose se sentia única naquele momento. Não que nas outras vezes que esteve com ele, não se sentisse dessa forma, mas agora parecia muito mais especial. Enquanto o beijava, sentiu suas mãos, e ela pôde juras que foi um gesto involuntário, levantarem a blusa de Scorpius e retirá-la por completo. Agora era sua vez de beijá-lo. Deslizou seus lábios pelo pescoço do rapaz e percebeu que ele se arrepiou com isso. Beijou toda extensão do pescoço e dos ombros, bem devagar. A única certeza que tinha naquele momento, é que as coisas deveriam ser feitas bem lentamente, para que a magia não se perdesse.
Mais uma vez eles se olharam. Scorpius percebeu que uma de suas mãos segurava a barra da blusa de Rose, na intenção de levantá-la. Mas ele não o fez. A encarou primeiro, e com um gesto silencioso, a viu permitir que retirasse a peça de roupa, e lentamente ele subiu a blusa e a retirou. Parou por alguns instantes para admirar o que via. Não era a primeira vez que via Rose apenas de sutiã, mas agora, definitivamente, ela parecia ainda mais linda do que das outras vezes.
Rose sentiu um frio na barriga, ao perceber a forma que Scorpius a olhava. Não se sentia envergonhada. O frio que sentia, era por se sentir tão desejada e amada. Sorriu. Ergueu uma das mãos para acariciar o rosto do namorado e delicadamente o puxou para mais um beijo apaixonado. Enquanto o beijava, sentia suas mãos caminharem pela nuca e costas nua do rapaz. Queria mais. Queria não só estar com ele, mas ser dele por inteiro. Ela se afastou dele para encará-lo. Era como se pudesse conversar com ele apenas pelo olhar. Havia algo mágico entre eles, que era traduzido com uma simples troca de olhares.
Scorpius retomou a série de beijos que antes distribuía na namorada. Mas agora ele também beijava todo colo, e seguia, devagar, em direção a barriga. Sentia que Rose estremecia a cada toque seu, e procurava ser o mais gentil que pudesse. Se ela o mandasse parar ou oferecesse a mínima resistência, ele não insistiria. Havia prometido para ela e para si, que não forçaria nada entre eles, por isso, a cada vez que a beijava, procurava um sinal positivo em seu olhar, para ter certeza de que não estava fazendo nada que ela não quisesse.
Rose mantinha os olhos fechados para aproveitar todo aquele momento. Sentia o desejo crescer dentro de si e já não conseguia esconder isso, pois a cada beijo, suspirava como se pedisse por mais. Abriu os olhos. Scorpius ainda beijava sua barriga e agora subia em direção aos seios. Não fez nenhuma objeção a isso. Permitiu que ele a beijasse por todo o corpo, até que voltasse para os lábios e os dois trocassem um beijo ardente e apaixonado.
Se fossem perguntados, com certeza não saberiam explicar como e quando se livraram das últimas peças de roupa que vestiam. Talvez tivessem feito enquanto se beijavam, mas isso não importava. Em meio aqueles corpos nus, a única coisa que realmente interessava era o carinho e o cuidado que tinham um com o outro. Embora não respondessem mais pelos seus atos e agora já estivessem deixando o desejo falar no lugar da razão, a pouca consciência que lhes restava os informava de que estavam muito próximos de fazer algo novo e tão esperado durante todos esses anos. E foi isso, que fez Scorpius parar. Não por ele, pois obviamente tinha certeza do que queria e do que estava fazendo, mas parou por ela, por Rose. Precisava ouvi-la dizer que estava tudo bem e que também queria aquilo.
- Rose... – a voz do loiro saiu cortada, graças à respiração acelerada e ofegante – Você tem... – ele foi interrompido, na hora que a namorada pousou o dedo indicador sob seus lábios.
- Eu tenho certeza! – a voz de Rose saiu da mesma forma que a do namorado – Eu quero você... Scorpius!
Ele sorriu e a viu retribuir o sorriso. Pôs-se novamente sobre seu corpo e beijou sua testa. Fechou os olhos, quando sentiu as mãos de Rose tocar seu rosto. Ele a queria mais que tudo e não queria machucá-la. Segurou carinhosamente a mão que ela acariciava sua face e viu o anel de noivado que havia lhe dado no dia de seu aniversário. Sorriu e entrelaçou sua mão na dela, na tentativa de lhe deixar segura. E finalmente com um beijo eles se entregaram, pela primeira vez, um ao outro, e se amaram.
A chuva e o vento que castigavam os terrenos, a luz da lareira que clareava o ambiente, foram testemunhas daquele ato único de amor. Não há como dizer em palavras o sentimento tão puro e perfeito, que foi traduzido naquele instante. Não seria possível descrever toda magia que os envolveu, quando, juntos, descobriram a sensação de ser um do outro. Aquele momento era só deles, e seria impossível tentar dizer com frases, aquilo que só pode ser entendido com o coração. É como se tentássemos contar as estrelas do céu. Impossível e fascinante, ao mesmo tempo.
Após um longo tempo, que para eles não importava se foram dias, meses ou anos, Scorpius e Rose se encararam. Ambos cansados, suados e ofegantes. Não sabiam o que dizer. Aliás, eles sabiam, só não tinham idéia de como se expressar naquele momento. Scorpius percebeu que sua mão ainda estava entrelaçada na dela, e também notou que ela chorava.
- Você tá chorando! – ele disse num sussurro, e delicadamente limpou a lágrima que escorria pelo canto do olho da namorada.
- Você também! – ela respondeu no mesmo tom.
- Eu sei... – Scorpius sorriu. Não sentia vergonha por chorar na frente dela. Ainda mais se as lágrimas significassem todo amor que sentia. – Mas você chora, por quê? – perguntou preocupado – Está arrependida, por...
- Não! – ela respondeu depressa, embora seu tom de voz ainda fosse baixo – Pra ser sincera não sei por que tô chorando... – ela sorriu – Eu te amo tanto! – novas lágrimas escorreram por seu rosto, e ela viu que o mesmo acontecia com Scorpius – Você é minha vida!
- E você a minha, e eu agradeço a Merlin, todos os dias, por ter colocado você no meu caminho! – ele a beijou carinhosamente – Eu te amo, Rose Weasley!
Abraçados, eles adormeceram. Rose deitada no peito de Scorpius. Depois de tanto tempo, eles finalmente podiam dizer que eram um do outro por completo. Naquela noite, eles tiveram a certeza, de que nada do que pudesse acontecer um dia, seria forte o suficiente para separá-los. O amor dele era maior que tudo, disso tinham certeza.
Scorpius acordou relativamente cedo na manhã seguinte. Sua mente sonolenta, ainda demorou um pouco pra constatar que tudo que havia acontecido não fora um sonho, e que a noite passada realmente havia sido a mais perfeita de toda sua vida. Olhou pro lado e viu que Rose dormia tranquilamente, enrolada no lençol. Sorrindo, ele se levantou. Havia perdido o sono e não queria acordar Rose. Caminhou até o banheiro, o mais silenciosamente que pôde e fechou a porta, para que não a incomodasse.
Apesar de todo esforço do loiro para não acordar a namorada, pouco tempo depois, Rose despertou e se virou na cama, a procura de Scorpius. Ouviu o barulho de algo que parecia ser uma escova de cabelos caindo, e sorriu. Definitivamente a tentativa dele de não fazer barulho foi frustrada. Levantou-se, e como não conseguiu achar suas roupas em meio à bagunça da noite anterior, puxou o lençol que estava na cama e caminhou até a janela, enrolada nele. O sol ainda estava nascendo. Concluiu que haviam acordado muito cedo.
Assim que saiu do banheiro, com apenas uma toalha enrolada na cintura, Scorpius teve uma visão que misturava graça e beleza. Rose, enrolada em um lençol, admirando o nascer do sol na janela, com os cabelos levemente bagunçados, era algo um tanto divertido. Sorrindo, ele se aproximou por trás dela, e a abraçou pela cintura.
- Bom dia, dorminhoca! – ele brincou.
- Bom dia! E eu não sou dorminhoca! – ela protestou, embora sorrisse.
- É sim, acordou depois de mim, então é uma dorminhoca!
- Isso não vale! Eu não tenho culpa que você acorda com os hipogrifos! – os dois riram. – Não sei se é o instinto da família chamando, mas eu tô com uma fome, que você não tem idéia.
- Se for a mesma que eu tô sentindo, tenho idéia sim! – Scorpius beijou o rosto da ruiva – Quer que eu peça ao Willy pra trazer algo pra gente comer?
- Não, acho que posso esperar até os outros acordarem! E eu também não quero explicar pro meu irmão, porque, coincidentemente acordamos no mesmo horário, morrendo de fome, e fomos tomar café da manhã juntos! Ele não iria entender! – os dois riram.
- Verdade, não tenho idéia de como fazer pra explicar ao meu cunhado tal situação...
- Tudo bem amor, eu entendo, você é loiro, é realmente difícil pensar! – Rose brincou.
- Estou sendo ofendido no meu próprio quarto! – ele fingiu espanto – Mas isso não pode ficar assim!
- Ah não? O que vai fazer então? – Rose perguntou divertida.
Com um movimento rápido, Scorpius pegou Rose no colo e se jogou com ela na cama. Antes que ela tivesse chances de protestar, ele tomou seus lábios em um beijo apaixonado.
- Não sei, mas acho que o pessoal não vai acordar muito cedo, então vamos precisar arrumar alguma coisa pra fazer, até que todos estejam de pé para tomar café da manhã! – Scorpius disse com um ar inocente, encarando a namorada.
- Hummm, é? – Rose fingiu-se de desentendida – E você tem idéia do que a gente possa fazer, durante esse intervalo de tempo? – ela passou a mão pelo peitoral do rapaz.
Scorpius sorriu e começou a beijar o pescoço da ruiva devagar.
- Eu tenho uma idéia... – ele sussurrou próximo ao ouvido ela, e beijou sua orelha.
- Acho que tivemos a mesma idéia então! – Rose sorriu e o beijou de forma ardente. A “brincadeira” deles pela manhã, com certeza duraria um longo tempo.
Já passava um pouco das oito, quando todos se encontravam reunidos a mesa para o café da manhã. Coincidência ou não, todos os jovens exibiam sorrisos nos rostos, e pareciam dispostos a não tocarem em assuntos desagradáveis.
Estavam praticamente terminando a refeição matinal, quando oito corujas pardas cruzaram o céu, adentraram pela janela, largaram oito cartas sobre a mesa e foram embora. Os jovens se encararam. Cada um pegou seu respectivo envelope e abriu apressadamente.
- Ai meu Merlin! – Lily exclamou e olhou pra todos os outros – Eu... Eu sou...
- A carta de Hogwarts causou efeitos colaterais na sua irmã, Alvo! – Vincent brincou – Hei pequena ruiva, eu sei que é emocionante receber as mesmas cartas, todos os anos, mas não precisa perder a voz por isso!
- Ah, cala a boca Vincent! – Lily protestou – Fiquei assim, porque fui nomeada monitora! – sorriu radiante.
- Então posso ficar feliz por não ter uma parceira chata, pois eu também fui nomeado monitor! – Hugo mostrou o distintivo pros demais.
- Eu continuo como capitão da Grifinória! – Alvo deu de ombros.
- E eu como da Sonserina! – Scorpius falou despreocupado – Rose, você tá tão quieta, que... Rose?
Todos olharam pra ruiva, que parecia ter sido petrificada. Ficaram assustados ao ver que ela encarava o envelope em suas mãos, sem piscar.
- Rosecreide, tá tudo...
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Rose gritou, e todos pularam de suas cadeiras – EU SOU A NOVA MONITORA-CHEFE! – ela olhava do envelope, pros demais, sem saber o que dizer.
- Parabéns! – todos disseram em uníssono.
- E assim, se quiser gritar mais um pouco por isso, sinta-se a vontade, o Alaska ainda não descobriu que você é Monitora-Chefe! – Vincent debochou.
Depois das cartas recebidas pela manhã, o dia transcorreu na mais absoluta tranqüilidade. Passar parte das férias na fazenda havia sido uma idéia realmente genial e todos agradeciam a Merlin, por seus pais terem permitido tal fato. Teriam muito o que se recordar dessa semana... Ah como teriam!
Alguns dias depois...
Todos os membros da família já tinham retornado de suas respectivas viagens. E agora, estavam decididos a passarem as férias juntos. Scorpius viajou com os pais (obrigado) para visitar sua tia Daphne e seus primos; o restante não viajou mais, e aproveitou o que havia sobrado das férias da melhor forma possível.
Era tarde, e o sol começava a se por, quando Lily e Hugo seguiram em direção ao escritório em que se encontravam seus pais. Estavam decididos a contar toda a verdade, antes que as coisas pudessem fugir de seus controles.
- Mamãe, papai, tios... – Lily chamou em voz alta, e os adultos apenas balançaram as cabeças, indicando que estavam ouvindo – Hugo e eu gostaríamos de falar uma coisa com vocês!
- Digam! – Rony disse, ainda encarando o relatório a sua frente.
- Certo... É que nós dois, tipo... A gente... – Hugo encarou a prima, um pouco confuso – Lily e eu...
Rony, Hermione, Gina e Harry, pareciam dispostos a não interromper o discurso gaguejado de Hugo e ignoravam completamente o desespero estampado no rosto de Lily.
- Papai, mamãe... – a ruivinha chamou.
- Sim? – os pais responderam em uníssono.
- Nós temos uma coisa muito séria pra contar, e...
- Que coisa séria? – Gina perguntou enquanto sua pena passeava de um lado pro outro no pergaminho – Sobre como foram as férias, ou sobre o fato de estarem apaixonados?
- Na verdade, é sobre... O QUE? – os dois arregalaram os olhos, completamente assustados.
Gina, Harry, Rony e Hermione se entreolharam e caíram na gargalhada. Por mais que tentassem se conter, não conseguiam. O espanto de seus filhos foi tanto, que era impossível se manterem sérios.
- Como...?
- Lily, sou sua mãe! É meu dever saber quando você está ou não apaixonada! E além do mais, todos aqui já tínhamos a leve impressão de que um dia isso aconteceria com vocês! – Gina respondeu como se estivesse falando que 2 + 2 são 4.
- Se vocês sabiam, por que não falaram nada? – Hugo perguntou indignado.
- Porque queríamos que vocês mesmos chegassem até nós e contassem o que está havendo! – Hermione sorriu – Gina, minha amiga, seu faro pra relacionamentos é realmente incrível!
- Obrigada, cunhadinha, mas no caso deles, era óbvio demais! Até o Rony reparou, e olha que o meu irmão é um pouco lerdo pra essas coisas!
- Vocês podem parar de falar de nós, como se não estivéssemos aqui? – Lily brigou e ao ver todos a encarando, completou – Agora que já sabem, querem, por favor, nos dizer o que pensam a respeito?
- Vou lhes dizer o que penso a respeito! – Harry tomou a palavra, e assumiu uma postura séria. Encarou a filha e o sobrinho, se pôs de pé, e começou a andar de um lado para o outro no escritório – Vocês sabem que são primos de primeiro grau... Mas, apesar disso, acabaram se apaixonando! Muitas famílias recriminam esse tipo de relacionamento, sabiam? – ele viu os jovens fazerem um sinal positivo com a cabeça e prosseguiu – Entretanto, como já devem saber e tenho certeza que vão usar esse argumento a favor de vocês, no mundo bruxo, relacionamento entre primos é a coisa mais normal do mundo! – houve uma pausa, em que os meninos se encararam e depois encararam Harry, levemente assustados – Hugo, você sabe que a Lílian é minha única filha, e que como pai, sou obrigado a sentir ciúme e, quem sabe, proibir essa relação!
- Mas papai, nós...
- Lily, um momento, ainda não terminei! – Harry falou sério – Entretanto, não vejo motivos pra impedir o namoro de vocês, já que está praticamente estampado na testa de cada um, em letras garrafais, que se gostam!
Lily e Hugo se entreolharam, mal podiam acreditar no que estavam ouvindo. Se Harry aceitava o namoro, é claro que os outros seguiriam a mesma opinião.
- Er... Papai, o senhor não tem nada a dizer? Também aceita o namoro? – Hugo perguntou receoso. Embora estivesse feliz pelo tio ter aceito, precisava ouvir da boca de Rony que estava tudo bem. Ainda se lembrava de todo escândalo que ele fizera, por causa do relacionamento de Rose e Scorpius.
- Se todos aceitam, quem sou eu pra dizer o contrário? – Rony disse descontraído – E além do mais, da última vez que proibi alguma coisa, virei sogro de um Malfoy... Não quero correr esse risco novamente!
Todos riram. Os jovens correram em direção aos pais e os abraçaram. Toda culpa e receio por ficarem juntos escondidos, tinha se esvaído, e agora eles podiam aproveitar cada segundo, felizes e com a consciência tranqüila.
Os Potter estavam reunidos na mesa de jantar, saboreando a deliciosa sobremesa feita por Gina. O clima de paz era visível. Seus irmãos e Ted riam e jogavam conversa fora. Lily teve a certeza de que aquele era o momento certo para anunciar aos rapazes seu namoro. Decidida, ela pousou o talher sobre a mesa, e encarou os três rapazes a sua frente, com um belo sorriso no rosto.
- Han-Han – a ruiva fez um barulho estranho com a garganta, na tentativa de chamar a atenção deles – Ted, Al, Tiago, vocês sabem o quanto os amo não é?!
Tiago, Alvo e Ted se encararam com expressões intrigadas. Todo discurso de Lily que começava com uma declaração de amor, significava que seria acompanhado por uma notícia bombástica.
- Anda, diz logo o que você aprontou! – Tiago ordenou, com uma expressão séria. Nessa hora, Gina e Harry se levantaram para deixar a menina mais a vontade com os rapazes.
- Não aprontei nada! Por que sempre pensam o pior de mim, hein?
- Lily, você começou sua frase dizendo que nos ama! Isso não é muito normal, vindo de você! – Ted respondeu sorrindo – Agora diga o que você quer!
- Bom... – Lily parou um momento para pensar em como daria aquela notícia a eles – Eu gostaria de falar isso de forma mais fácil e menos assustadora, mas como não há, vou direto ao assunto e dizer.
- Dizer o que? – Alvo ergueu uma das sobrancelhas.
- Estou namorando o Hugo! – ela falou tão rápido, que os três precisaram de certo tempo pra associar aquela informação.
De repente, Alvo caiu na gargalhada, e foi seguido pelos outros. Era óbvio que Lily estava brincando. Onde já se viu, namorar o Hugo? Melhor amigo e ainda por cima, primo! Jamais! Ela estava tirando sarro com a cara deles.
- Do que estão rindo? – ela perguntou tranquilamente.
- Da sua brincadeira! – Alvo respondeu – Agora é sério, fale logo o que você quer!
- Eu já falei! Mas pelo visto vocês acharam a coisa mais engraçada do mundo, pois caíram na gargalhada! – ela deu de ombros – Em todo caso, vou repetir. Estou namorando o Hugo Weasley, meu primo, melhor amigo, e agora, por ironia do destino, namorado!
Nesse momento algo pareceu ter despertado nos três rapazes. Ela não estava brincando. A notícia que queria dar era a de que estava namorando, e o pior, que o tal namorado era primo deles. Tiago e Ted permaneciam em estado de choque, tentando buscar as palavras certas pra dizer. Alvo, porém, deu um murro na mesa e encarou a irmã, com os olhos faiscando de raiva e ciúme.
- Lílian Luna Potter, eu devo ter entendido alguma coisa errada! Você NÃO pode estar namorando com o HUGO, pois ele é nosso PRIMO, e até onde sei, seu MELHOR AMIGO!
- Não, você não entendeu nada errado! Estou realmente namorando o Hugo! Algum problema quanto a isso? – Lily não se intimidou com o olhar mortal que o irmão lhe lançava, e o encarou de forma desafiadora – Papai e mamãe aceitaram na boa. Nossos tios também! Espero, sinceramente, que você siga o exemplo deles.
- SEGUIR O EXEMPLO DELES? SÓ SE EU FOSSE MALUCO! – Alvo gritava pra quem quisesse ouvir, sua revolta em relação ao assunto – POR MERLIN, VOCÊ SÓ TEM 15 ANOS! É UMA GAROTINHA! NÃO PODE NAMORAR COM NINGUÉM, PRINCIPALMENTE COM O HUGO!
- A ALICE TAMBÉM TEM 15 ANOS, E VOCÊS ESTÃO JUNTOS! NÃO VENHA ME CHAMAR DE GAROTINHA, POIS SEI MUITO BEM O QUE FAÇO! – ela gritava de volta – VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ME DIZER COM QUEM EU POSSO OU NÃO NAMORAR!
- CÉUS, VOCÊS SÃO PRIMOS!
- VOVÓ E VOVÔ TAMBÉM SÃO, E VEJA, ESTÃO CASADOS E FELIZES HÁ ANOS! E EU AGRADECERIA SE PARASSE DE GRITAR, NÃO SOU SURDA!
Alvo respirou fundo. Precisava se controlar, se não era capaz de fazer uma besteira. Imagina só, sua irmã, sua única irmã, a caçula, estava namorando... Essa idéia era tão absurda, que fazia seu estômago saltar, em revolta.
- Lily, minha pequena irmã...
- Alvo, meu grande, abusado, e gritante irmão! – ela debochou.
- Você não pode namorar o Hugo! – o moreno disse pausadamente, na tentativa de não gritar.
- É claro que posso, como eu disse, nossos pais permitiram, e não há nada que você diga, que vá me fazer mudar de idéia! – ela sorriu.
- ÓTIMO! PERFEITO! NAMORE COM ELE ENTÃO! MAS SAIBA QUE NÃO FALAREI COM VOCÊ, ENQUANTO CONTINUAR COM ESSA IDÉIA ABSURDA!
- Certo, então sinto lhe informar, que ficaremos um longo tempo sem nos falar! – Lily falou irritada.
Alvo virou as costas e saiu em passos firmes, para fora da sala de jantar. Subiu as escadas, furioso, e a última coisa que ouviram, foi a porta do quarto sendo batida violentamente.
Lily olhou para os dois rapazes que sobraram, sentados à mesa. Ainda estavam visivelmente confusos, e agora, levemente assustados, com o ataque que presenciaram.
- Então, algum dos dois tem algo mais a falar? – ela os encarou.
- Lily, a idéia de você namorar, nos revira o estômago! – Ted respondeu sincero – Afinal de contas, você é nossa pequena, a nossa baixinha, a pestinha querida... E apesar de ter 15 anos e ser suficientemente independente, nós ainda a enxergamos como uma garotinha!
- É verdade! – Tiago tomou a palavra – Eu nunca parei pra imaginar o dia que você chegaria até nós e contaria tal fato...
- Minha intenção não era chocar vocês ou irritá-los! Eu só queria que soubessem por mim! Não queria que fosse essa confusão toda!
Ted e Tiago se entreolharam e saíram do lugar que estavam, para abraçar a irmã.
- Lily, embora eu não seja exatamente seu irmão...
- Calado! Você é meu irmão sim, e não há nada que mude isso! – Lily sorriu – Vocês não estão chateados né?
- Com ciúmes, essa seria a palavra certa! – Ted respondeu divertido.
- Com MUITO ciúme, diga-se de passagem! – Tiago o corrigiu – Mas se mamãe e papai aceitaram, não seremos nós, a tentar proibir tal coisa... Imagina só, o Hugo, além de primo, agora é cunhado também!
- Essa é a prova de que os Weasley e os Potter nunca se separam! – Ted disse, e os três riram.
- Eu gostaria apenas que o Al entendesse... – Lily suspirou triste.
- Ele vai entender! Vou conversar com ele, tenho certeza que...
- Não precisa conversar comigo, Tiago! – Alvo reapareceu na porta da sala de jantar. Caminhou até a irmã, com um olhar calmo e a abraçou – Desculpa ter gritado com você! Mas sabe como é, sou ciumento demais e...
- E achou que eu fosse te tirar do lugar de homem da minha vida, pra colocar outra pessoa! – Lily completou divertida e encarou o irmão – Eu sei que tudo isso é novo, mas eu gostaria muito, que vocês me apoiassem! Não me sentiria bem, namorando o Hugo, sabendo que um de vocês é contra! – ela olhou para os demais.
- Eu não sou contra seu namoro com o Hugo! Sou contra seu namoro com qualquer rapaz! – Alvo riu – Mas se isso vai te fazer feliz prometo que vou controlar meu ciúme a partir de agora!
Lily sorriu e abraçou o irmão. Ted e Tiago aproveitaram aquele momento e mais uma vez, abraçaram a pequena ruiva, em sinal de apoio.
Gina e Harry, que preferiram acompanhar a cena de longe, agora sorriam ao ver que tudo estavam bem.
- Só me faz um favor, tá?! – Alvo pediu.
- Qual?
- Não fica se agarrando com ele na minha frente, meu estômago não agüentaria tal cena! – todos riram.
- Certo, eu prometo! Tudo pro bem da paciência e do estômago do meu adorado maninho!
Bom dia minha querida Elite!
Véspera do retorno pra escola é sempre um ótimo dia pra aparecer, não acham?!
E não tentem mentir, pois sei que sentiram minha falta! Por hoje, podem ficar despreocupados, pois essa edição do jornal que estão recebendo é apenas para dar ciência do meu retorno!
Assim como vocês, precisei tirar umas pequenas férias e aproveitei o tempo longe pra deixar a criatividade fluir!... Então galera, pode parar de derramar suas tão preciosas lágrimas, pois estou voltando!
Embora não possam me ver, eu vejo vocês amanhã, no nosso querido retorno a Hogwarts!
Até breve!
Xoxo,
Garota Misteriosa.
N/A: Oieeee!
Por um milagre divino, consegui terminar o capítulo hoje e resolvi já postá-lo!
Talvez esse capítulo tenha ficado um pouco “bagunçado”, mas precisava acelerar o tempo, se não eles nunca voltariam a Hogwarts! Qualquer dúvida, me perguntem nos comentários, que responderei ok?!
Bom, antes de mais nada, vamos dar os parabéns a Pah, que comentou durante toda a semana e me deixou surpresa ao ver que, sozinha, chegou ao 100º comentário! Isso sim que é vontade de ser má HUAHAUAHAUAHUAHAUAHAU
Sobre o capítulo, gente eu nem sei o que comentar kkkkkkkk Sério, estou lerda, cansada e sinto que a qualquer momento eu vou cair em cima do teclado, e dormir! Sabe como é, tô com 20 anos, qdo a idade chega já viu, a coisa fica feia HAUHAUAHAUAHAU
Brincadeiras a parte, eu gostei do cap e espero que vocês tbm tenham gostado!
Ahhh, sobre a briga e a declaração misteriosa do Alvo e da Ali, tud será mostrado em flashback ok?!
O próximo é o retorno a Hogwarts, a entrada da nova vilã e a volta dos vilões Adam e Maris.
COMENTEEEEEEEEEEEEEM!!!! NÃO SE ESQUEÇAM! QUERO MTOS COMENTÁRIOS, PRA MINHA INSPIRAÇÃO NÃO MORRER! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Adoroooooooooooooo vcs x3
XoXo,
Mily.
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