Descobrindo um sentimento
N/A: Essa fic é narrada nas férias deles, antes de ingressarem no 7º ano ok?!
Espero que gostem!
Descobrindo um sentimento
Lílian Potter, a caçula da família Potter agora com 15 anos, cada dia se parecia mais com sua mãe tanto na aparência quanto na personalidade. Era uma das meninas mais cobiçadas de Hogwarts, e assim como seu irmão e metade de seus primos, pertencia ao que os jovens costumavam chamar de “elite estudantil”. Apesar de ser a mais nova, e ter sempre toda a atenção voltada para si, gostava de ser independente e tomar suas próprias decisões. Nunca se sentiu muito a vontade em ter que depender dos irmãos para qualquer coisa, e sempre se destacou entre os demais por ser uma menina de atitude.
Agora, aos 15 anos, ela já não era mais a menina baixinha e engraçada. Lily havia se desenvolvido bem, estava alta e com longos cabelos ruivos e muito lisos. Seus irmãos morriam de ciúme dela. Alvo, em especial, sempre cuidava para que nenhum engraçadinho da escola fizesse comentários maldosos a respeito da menina.
A melhor amiga da ruivinha Potter atendia pelo nome de Alice Huntington, e assim como Lily, também era uma jovem muito bonita. Tinha longos cabelos castanhos e tão lisos quanto os da amiga, e seus olhos eram incrivelmente azuis. Muitos meninos também se encantavam pela beleza dela, mas havia um, em especial, que nunca notara sua presença... E esse garoto, acabara de entrar no quarto da irmã, para dar um recado de sua mãe:
- Lave as mãos, o jantar está na mesa! – Alvo entrou no quarto e anunciou – Ah, olá Ali! Beleza?
- Tudo ótimo sim e com você? – ela sorriu tímida.
- Tudo na mais santa paz! – ele sorriu sedutor – Bom, vejo vocês lá embaixo!
- Certo! – Lily respondeu – E Rose, já chegou?
- Não, acho que ela não vem! Brigou com Scorpius, de novo, e provavelmente agora está jogada na cama, se lamentando, enfim, fazendo todo aquele drama que vocês conhecem bem! – o moreno revirou os olhos rindo – Vou descer pra deixá-las à vontade, mas não demorem! – ele caminhou até a porta, mas antes de sair fez uma observação – Ali, se você não fosse como minha irmã, eu diria que você está muito gata! – sorriu e saiu do quarto.
Alice corou de tal forma, que poderia se camuflar no cabelo da amiga. Lily ao ver o constrangimento da amiga, gargalhou gostosamente, a deixando ainda mais sem graça.
- Por Merlin, se a cada vez que Alvo te elogiar você ficar dessa cor, recomendo que pinte logo os cabelos de ruivo, pra se esconder melhor! – a ruiva disse divertida – Não entendo porque você não se declara de uma vez. Alice, você gosta do meu irmão desde os 12 anos! Precisa dar um jeito nisso!
- Como se fosse fácil, não é? Alvo é um dos garotos mais populares da escola, é querido, é...
- Charmoso, lindo, inteligente, amigo e, agora vem um dos seus principais defeitos, é galinha! – Lily completou a frase da amiga – Não precisa enumerar as qualidades e defeitos do meu irmão Ali, não se esqueça que moro com ele! – sorriu.
- Eu sei... – a castanha suspirou pesadamente.
- Olha Ali, você precisa aparecer! Sei lá, o Alvo precisa olhar pra você! Ele precisa enxergar que você existe, saber que você está aqui e que é uma menina linda! Mas não vai chamar a atenção dele, corando com cada sorriso ou comentário que ele faz! – Lily explicava como se conversasse com uma criançinha – Mamãe me contou que o papai não a notou, enquanto não a viu beijando outro garoto! Acho que pro Alvo perceber que você existe e está bem ao lado dele, você precisa começar a sair com outras pessoas!
- Ah claro! Muito simples, e minha timidez, onde fica? – Alice perguntou sorrindo – Lily, eu não sei de onde você tira essas idéias malucas, mas precisa colocar na cabeça uma coisa: Nem que eu desfile na frente do seu irmão de biquíni ele vai me notar e sabe por quê? Porque para o Alvo, eu sou a melhor amiga da irmã dele, ou seja, sou praticamente irmã de vocês! Acho que vou cortar meus laços de amizade com você, quem sabe assim ele passa a me enxergar! – a castanha riu.
- Ótimo! Alvo não te nota, e eu que pago o pato, perdendo a amiga! – a ruiva riu e atirou uma das almofadas que estavam sobre sua cama na amiga.
- Lily e Ali, o jantar está na mesa! Desçam já! – a voz de Gina veio do andar debaixo. No mesmo instante, elas obedeceram, correram pro banheiro, lavaram as mãos e desceram para o jantar.
Harry, Tiago, Gina, Alvo e Teddy já estavam sentados à mesa, na hora que as duas chegaram à sala de jantar.
- Teddy! – Lily exclamou e correu pra abraçar o rapaz que ela considerava como um dos primos – Que saudade!
- Também senti sua falta baixinha! Sabe como é, trabalhar com o tio Harry no Ministério é dureza... Culpe seu pai por me explorar tanto e impedir que eu dê as caras sempre! – Teddy, que até o exato momento estava moreno e assim que viu a prima assumiu um tom avermelhado no cabelo, comentou sorrindo. – Olá Ali!
- Oi! E aí, como foi a última exploração, digo, trabalho? – a castanha perguntou sorrindo, enquanto se sentava em seu lugar à mesa, que para seu completo desespero, era ao lado de Alvo.
- Desse jeito eu vou me sentir o patrão mais cruel do mundo mágico! – Harry fingiu-se de ofendido.
- Ah pai, não queira receber todo o mérito de crueldade sozinho! Divida-o com o tio Rony, que me pediu para entregar, dentro de dois dias, um relatório daquela pilha de processos que está em cima da mesa do escritório! – Tiago brincou, e todos riram.
- Feliz sou eu que não tenho empregados presentes pra reclamar do meu desempenho como chefe! – Gina disse entre risos.
- Preciso fazer uma nota mental de não trabalhar com vocês! – Alvo comentou fingindo seriedade – Vou deixar essa função pra Lily!
- Nem adianta tentar, maninho! Pois quando chegar ao 6º ano, vou pegar a minha vassoura, fugir da escola, e montar uma lojinha em algum centro comercial da cidade... – Lily disse no mesmo tom sério. Todos, inclusive Gina, a encararam perplexos – Qual é gente, foi uma piada, ou pelo menos era pra ser, se vocês não tivessem feito essa cara de quem viram assombração! Eu posso não ser a mais normal da família, mas não herdei por completo o humor do tio Jorge, fiquem tranqüilos! – ela advertiu e se sentou à mesa, ao lado de Tiago e de frente para amiga. Assim que viu o constrangimento de Alice, sorriu de forma marota. Tinha acabado de ter uma idéia que poderia ajudar a castanha, e colocaria em prática, ainda durante o jantar.
Todos começaram a se servir da maravilhosa comida feita por Gina. Definitivamente a ruiva havia herdado o talento de sua mãe para cozinha, e os pratos não deixavam a desejar. Tudo sempre muito caprichado e sempre com muita fartura, não só pelo fato de Tiago comer por pelo menos 3 pessoas, mas também por sempre receberem visitas do pessoal do Ministério, em horários impróprios.
- E aí Alvo, o que vai fazer por esses dias? – Lily perguntou inocente, enquanto bebia um gole de seu suco de laranja.
- Hugo, Scorpius e eu vamos assistir a uma partida de quadribol do campeonato na próxima quinta, e parece que aquele Connor, do 6º ano, vai dar uma festa hoje, e é claro que não vou perder! – Alvo exibiu seu melhor sorriso cafajeste, e sua irmã apenas revirou os olhos. – Você vai?
- Não! Connor me convidou, mas pra ser sincera, não estou com ânimos pra esse tipo de festinha! – Lily respondeu com voz tediosa.
- Medo de que a “Garota Misteriosa” comente sua vida naquele jornalzinho que rola pelo colégio? – Alice perguntou distraída.
- Não, os tipos de comentários que essa menina faz em seu ‘diário’ sobre nós não me incomoda em nada! Eu só não estou com vontade de ir a esse tipo de festas, nada demais! E alguém precisa ir animar a Ro né?! Tudo bem que ela brigar com Scorpius não é nenhuma novidade, mas ela sempre fica arrasada! – Lily suspirou cansada, só de imaginar qual seria o motivo da briga desta vez.
- Verdade, eu iria até lá, se não fosse o fato de tê-la ouvido gritar que não queria ver ninguém, quando fui lá mais cedo... Enfim, boa sorte com a ruiva estressada! – Alvo sorriu e se virou para castanha que estava a seu lado – E você Ali, vai à festa hoje?
- Bom, eu acho que n...
- Vai sim! E era isso que queria pedir a você maninho. Se incomoda de acompanhar a Ali pra mim? Levesque disse que viria buscá-la hoje, mas não poderá! Então, ficaria muito grata se você acompanhasse minha amiga até a essa festa... Faz isso por mim? Pela Ali? – a ruiva encarou o irmão com seu melhor olhar inocente. Alvo apenas riu e respondeu:
- Se a Ali não se incomodar, por mim está tudo certo!
- Com certeza ela não se incomoda, não é Ali?
- Não, sem problemas! – Alice não viu outra saída a não ser concordar.
Lily apenas sorriu para o irmão, que por algum motivo não percebeu os planos maliciosos da irmã. Definitivamente, Lílian Luna Potter sabia conseguir o que queria.
Durante o jantar, nada mais sobre a festa foi falado. Todos apenas conversaram sobre o trabalho. Teddy contou sobre a viagem, e sobre como sua noiva, Vic, estava enlouquecendo com os preparativos para o casamento, que só aconteceria próximo ao natal.
Assim que terminaram de comer, Lily praticamente arrastou Alice para seu quarto e tratou logo de abrir o guarda-roupa, a procura de algo fashion e sedutor para que a amiga vestisse e impressionasse seu irmão.
- Lily você é maluca? Como você arma um encontro comigo e com o Alvo, e nem pede minha opinião antes pra saber? – Alice brigava com a amiga – E dá pra parar de procurar roupas e prestar atenção em mim?
- Primeiro, eu não posso parar de procurar uma roupa, já que você precisa ir linda nessa festa! – ela disse sem olhar pra amiga – E segundo, seu encontro não é com Alvo, é com o Robert Levesque, o gatinho da Corvinal, lembra dele? – depois de jogar quase o guarda-roupa todo em cima da cama, ela se virou pra amiga – Bom, acho que calça, botas e uma boa blusinha resolvem seu problema...
- Robert Levesque? COMO ASSIM O LEVESQUE? Lilian, eu nem conheço esse menino direito, e ele vive me convidando pra sair! – a castanha perguntava desesperada.
- Hum, acho que aquelas suas botas vão ficar perfeitas com essa minha calça, e quem sabe essa blusa aqui... – a ruiva ignorava completamente os ataques da Alice.
- LILIAN!
- Ok! – ela parou de mexer nas roupas e começou a dizer calmamente – Hoje, quando eu recebi o convite de Connor para a festa, também recebi o seu, e junto com ele veio um pequeno bilhete do Levesque a convidando pra festa... Minha função só foi enviar uma coruja para ele com a palavra “Sim”, e pronto, marquei seu encontro! – ela sorriu radiante.
- Você fingiu ser eu?
- Não tecnicamente, já que eu não disse que era você! Mas se quiser encarar dessa forma, sim, eu respondi em seu lugar! – ela deu de ombros.
- E com que autoridade você fez isso? – Alice perguntava irritada, e ruiva apenas revirava os olhos – Lily é a minha vida que está em jogo aqui! Você pensa que pode sair decidindo as coisas por mim, mas não pode! Sou eu quem escolho com quem quero sair ou não! Você deveria saber disso já!
- Respondendo a sua primeira pergunta, eu fiz isso com a autoridade de sua melhor amiga! Agora sobre as outras acusações, eu sei perfeitamente que é sua vida que está em jogo, mas por Merlin, não seja dramática! Não te mandei pra forca, apenas confirmei que seria companhia de Robert Levesque em uma festa, que meu irmão também vai estar, e essa será uma ótima oportunidade pra ele te ver com outro cara e perceber que você não tem 5 anos de idade, e sim 15! Mas se agora acha que eu estou errada, tudo bem! Cancele tudo com o Robert e com meu irmão, fique aqui e quem sabe não podemos acompanhar uma daquelas séries adolescentes do mundo trouxa que passa em um desses canais a cabo que o papai faz questão de assinar, para ter opções de programas?
Alice encarou a amiga por alguns instantes, reconsiderando sua idéia maluca. Suspirou cansada e finalmente se rendeu a idéia que ela teve. Lily podia ser doidinha, mas definitivamente, os planos que tinha quase nunca falhavam.
- Certo, eu vou a essa festa! – a castanha respondeu sorrindo – Mas ao invés da blusa vermelha, prefiro a preta, é mais discreta!
- É assim que se fala Ali! Sente-se logo aí que vou te maquiar, depois você se arruma e vai se divertir muito nessa festa, e fazer o Alvo se arrepender de nunca ter te notado! – Lily disse animada, e começou a produzir a castanha.
No andar debaixo, jogado em uma poltrona na sala, Alvo esperava pacientemente a menina descer. Sabia que as mulheres tinham costume de demorar, já tinha experiência suficiente com isso, já que sua mãe e sua irmã praticamente levam horas fazendo isso.
- Alvo?! – Alice chamou à porta da sala.
- Finalm... Uau! – Alvo exclamou assim que olhou para castanha. Ela estava diferente do que ele costumava ver. Não que a achasse uma menina sem graça, mas sempre a viu vestindo roupas comuns, e às vezes que a viu produzida para festas, parecia mais uma bonequinha de porcelana. Mas agora não! Alice estava diferente, vestia uma calça jeans apertada, com botas pretas por cima, e usava uma blusinha de alçinhas preta, um pouco soltinha no corpo. Seus cabelos estavam soltos, e com um ar “bagunçado”. Sua maquiagem era escura somente nos olhos, e nos lábios usava apenas Gloss para realçar. – Você está...
- Linda?! É eu sei maninho, admita que sua irmãzinha aqui arrasa quando a questão é produzir alguém! – Lily apareceu ao lado da amiga – Acho bom vocês irem logo!
- Lily está certa! Então, bela dama – Alvo fez uma reverência rindo – me acompanha para a festa?
- Claro, belo rapaz! – Alice entrou na brincadeira, tentando parecer o mais natural possível. Discretamente ela deu uma olhada em Alvo, e realmente a palavra “belo” lhe caía muito bem. O rapaz definitivamente, merecia estar entre os alunos mais desejados pelas meninas de Hogwarts. Era alto, forte e ainda tinha olhos simplesmente perfeitos. Aqueles verdes mais pareciam esmeraldas do que olhos... Alvo sem dúvida fazia as meninas suspirarem apenas com um sorriso. E, se formos deixar de lado apenas as aparências físicas, ainda ficamos com o rapaz intelectual, simpático e super divertido. Ele só não era completamente perfeito por não parar com uma única garota por mais de uma semana.
“Espero que meu plano dê certo!”, Lily pensou e com um sorriso se despediu do irmão e da amiga, que usaram a rede de flú para chegarem a festa.
- Acha que vai juntá-los?! – Tiago apareceu atrás da irmã e perguntou, fazendo-a despertar de seus pensamentos.
- Não sei... Espero que sim! A Ali é uma menina legal e acho que faria um ótimo par com o Alvo, mas para isso ele precisa perceber que ela existe! – Lily comentou descontraída.
- Ela está linda! Fez um bom trabalho ao produzi-la dessa forma! – Tiago sorriu para a irmã – E aí, o que vai fazer, já que não foi a festa?
- Acho que vou à casa da Rose ver como está... E você?
- Visitar a Rose não é uma boa opção! Acabei de voltar da casa do tio Rony, e pelos gritos que ela deu com o Hugo, acho melhor manter certa distância... – o moreno comentou e os dois riram – Vou resumir esses processos, tenho que entregar até amanhã!
- Amanhã?! – ela perguntou surpresa – Achei que tivesse dois dias pra fazer tudo!
- E tinha, até o tio Rony me avisar que precisa de tudo pra amanhã! – ele riu – Qualquer coisa tô no escritório!
- Certo! Eu vou ficar por aqui mesmo, vendo alguma coisa que esteja passando na TV! – Lily se jogou no sofá, pegou o controle, ligou a TV e começou a trocar de canal, a procura de algo que chamasse sua atenção. Nessas horas ela agradecia a Merlin por seu pai ter sido criado por trouxas e gostar da tecnologia que eles usam.
Alvo e Alice mal chegaram a festa e se separaram. Aparentemente a produção da menina não tinha feito muito efeito, e ele parecia não nota-la da mesma forma. Apenas disse a castanha que o esperasse pra que juntos voltassem para casa e em seguida saiu, indo se reunir com alguns amigos.
Triste, a castanha suspirou e ficou observando Alvo de longe, sorrindo e olhando de forma descarada para as outras meninas que estavam no local. “Conforme-se Alice, você sempre será como a irmã caçula!”, ela pensou, mas logo tudo foi varrido da sua mente, quando um rapaz alto, forte, cabelos loiro escuros e olhos castanhos, parou a sua frente sorrindo.
- Você está gata hoje! – Robert comentou com um sorriso canalha. – Fiquei feliz em ter finalmente aceitado meu convite pra sair.
- Hum, que bom! – Alice respondeu seca. Mas ao ver Alvo passar próximo a ela, abraçado com uma garota que ela reconheceu ser da Sonserina, logo mudou o tom de voz, para um agradável – Vamos dançar?
- Só se for agora... – Robert sorriu e puxou Alice para o meio do salão. Ele não percebeu, mas a menina mantinha os olhos fixos em Alvo, que estava a poucos metros beijando calorosamente uma menina.
Lily, que agora estava vendo uma série americana, comia distraidamente sua pipoca, quando ouviu a campainha tocar.
- Eu atendo mamãe! – levantou-se calmamente e caminhou até a porta da frente. Abriu e deu de cara com Scorpius parado do lado de fora.
- Seu irmão está?! – ele perguntou.
- Não, foi à festa do Connor junto com a Alice! Mas entre, se quiser! – ela saiu da frente da porta dando passagem para o loiro entrar – E aí, tudo bem?
- É... Na medida do possível! – ele sorriu e foi caminhando pra sala – E você?
- Tô bem também! – Lily o seguiu e sentou-se no sofá novamente – Brigou com a Rose de novo não é?
- Wow, as notícias andam rápido nessa família não?! – Scorpius fingiu-se de surpreso – Mas também não é novidade nós brigarmos! – riu seco.
- Não mesmo, e qual foi o motivo dessa vez? – ela riu, pegou o pote de pipoca e ofereceu a Scorpius.
- Ela reclamou por eu ter desmarcado nossa saída da próxima quarta, só porque vou ao jogo de quadribol com seu irmão e com Hugo! – Scorpius revirou os olhos.
- Espera! Você desmarcou uma saída com a Rose pra ir a um jogo? Por Merlin, até eu ficaria uma fera! – Lily disse séria.
- Até você? Merlin, será que é difícil entender que eu tô só pensando no futuro?
- Não Scorpius! Só que tipo, você sempre reclama quando a Ro começa a dar mais atenção para os estudos e trabalhos do que pra você! E na quarta ela iria a uma palestra sobre curandeirismo e poções, pra conhecer mais sobre o assunto e tals... Só desmarcou por sua causa! – Lily explicou.
- Ah... – ele finalmente havia entendido o motivo da irritação da namorada – Mas eu nunca iria adivinhar, se ela não me contasse! Enfim, acho que preciso comprar um presente e escrever um belo pedido de desculpas a ela...
- Isso seria bom, já que na próxima semana é o aniversário dela, e acho que não seria legal ela está brigada com você na festa...
- Vou ver o que faço!
- Seria legal se alguma vez na vida, você comprasse um presente pra ela e junto com ele não viesse um pedido de desculpas!
- Seria legal também se você parasse de dar palpite e me ajudasse a pensar em algo! – ele encheu a mão de pipoca e jogou em cima da Lily.
- Heeeei! – ela riu, puxou o pote de pipoca da mão de Scorpius e derramou tudo em cima dele – Eu ia comer isso, sabia?!
- Bom, a não ser que você cate uma por uma, não vai comer mais! – ele respondeu rindo.
- Um furacão passou por aqui, foi? – Tiago perguntou, observando a bagunça na sala.
- Na verdade foi uma guerra de pipoca, se quiser junte-se a nós e vamos dominar o mundo! – Lily respondeu sorridente.
- Opa, pipoca, bagunça e risada é comigo mesmo! – Tiago se juntou aos dois e continuou com a guerra de pipocas. Enquanto todos riam, a cabeça de Scorpius fervilhava em pensamentos. Precisava de um bom plano pra se desculpar com a Rose e isso tinha que ser antes da festa de aniversário dela.
Alice dançava animada com Robert, mas sem tirar os olhos de Alvo, que parecia estar se divertindo como nunca. Pediu para que seu acompanhante fosse buscar algo para beber, enquanto ela o esperaria no mesmo local.
O moreno pareceu ter se cansado da menina que o acompanhava e se afastou dela. Avistou Alice parada no meio do salão, provavelmente esperando seu acompanhante, e sorrindo, caminhou até ela.
- Então, se divertindo? – ele perguntou descontraído.
- Sim, muito! E você? – ela respondeu no mesmo tom.
- Estava, até aquela garota começar a fazer juras de amor eternas... – Alvo revirou os olhos e riu – Então quer dançar um pouco?
- Sim, mas não pode ser com você! Robert está chegando com as bebidas, não posso deixá-lo, não é? – Alice respondeu calma, embora seu coração desse saltos, implorando para que ela aceitasse o convite.
- Ah claro! – Alvo sorriu – Vou dar uma volta então!
- Certo! – ela retribuiu o sorriso. Por um instante, Alvo se viu meio desconcertado com o sorriso iluminado da menina, mas isso logo foi varrido de sua mente, quando outra menina o puxou pra longe dali, provavelmente para se agarrar com ele em algum canto da festa.
- Então Tiago, quando é o casamento? – Scorpius perguntou, enquanto bebia um pouco de chá, já haviam arrumado a bagunça da guerra de pipocas, mas foi Lily quem respondeu.
- Nunca! Se depender de mim ele não casa com aquela metida a Veela, NUNCA! – ela disse, e Tiago apenas revirou os olhos.
- Não pensei em casamento ainda, embora goste muito da Claire, acho que é cedo pra marcamos algo sério! – o moreno respondeu de forma sensata. – E você, quando vai marcar o casamento com a Rose?
- Casamento? Bom, acho que isso vai acontecer quando conseguirmos passar uma semana sem brigas! – Scorpius respondeu irônico.
- Ou seja, nunca! – Lily respondeu no mesmo tom irônico que o loiro.
- Não! Eu quero me casar, e quero que seja com a Rose, mas isso só pode acontecer quando nós dois pararmos de brigar... E ainda estamos na escola, não acho correto firmar algo antes de nos formarmos!
- Nisso você tem razão! – Tiago falou – É melhor assumir algo sério quando estiverem fora da escola!
- Acho que o único que nunca vai assumir nada sério com ninguém, é o Alvo! – o loiro comentou descontraído.
- A não ser que nossa Lily aqui, dê um jeito nisso! – Tiago disse de forma misteriosa, e a ruiva apenas riu de forma sapeca.
- Dar um jeito nisso? Como assim?
- Nada Scorpius... Nada...
Alice já havia bebido seu copo de Whisky de Fogo e agora dançava mais animada do que nunca. Não era acostumada a beber, e três doses da bebida foram suficients para deixá-la mais solta que o normal.
- Eu amo festas! – ela dizia animada, sacudindo a cabeça enquanto dançava, fazendo seus cabelos esvoaçarem – Viva a festa!!!
- Viva a festa! – Robert deu uma boa olhada na menina a sua frente e sorriu maroto.
De longe, Alvo observava a cena inquieto. Já havia visto Alice se divertir várias vezes, mas ela parecia estar um pouco descontrolada... E aquele garoto olhando pra ela? Definitivamente Alvo havia notado que ele a observava de forma maliciosa.
- Quer mais bebida? – Robert ofereceu o copo Whisky que estava em sua mão.
- Não, acho que já chega! – ela respondeu contente.
- Então, quer me beijar? – ele sorriu canalha.
- O que? – ela perguntou, com o barulho, ficava difícil entender o que ele dizia.
Ele sorriu e se aproximou lentamente da menina que dançava alegremente a sua frente.
- Alvo, vamos dançar, e...
- Quieta! – Alvo pediu – Acho que está acontecendo alguma coisa com a Alice... – ele disse observando a cena, inquieto.
Robert parou em frente à menina e a puxou pela cintura, colando seu corpo ao dela.
- Quer olhar pra mim Alvo?
- Quer calar a boca Jenny? Não vê que estou ocupado!
- Observando a Alice? Se quer dançar com ela não deveria ter me chamado aqui! – a menina dizia enciumada.
- Não te chamei aqui, você que praticamente se jogou pra cima de mim e implorou pra que a trouxesse pra cá! – ele respondeu seco.
Alice olhou um pouco confusa para o rapaz a sua frente. Queria se afastar dele, mas as altas doses de bebida a impediam de ter uma reação mais rápida. Robert, aproveitando-se disso, a beijou de maneira indecente, na frente de todo mundo.
- Isso já é demais! – Alvo disse entre os dentes e caminhou em passos firmes para o meio do salão. Não sabia bem o motivo, mas ter visto aquela cena havia deixado ele muito irritado.
- Com quem Alvo foi ao baile? – Scorpius perguntou distraído, enquanto movia uma das peças do Xadrez de Bruxo.
- Com ninguém, ou melhor, ele levou a amiga da Lily, que ia se encontrar com Robert Levesque lá... – Tiago respondeu, enquanto analisava qual peça mexer.
- Levesque? – Scorpius ergueu uma das sobrancelhas – Acho bom o Alvo não se distrair muito, ele não vale nada... E não duvido que o lance com a Alice seja pura diversão!
- ESPERA AÍ! – Lily apareceu na porta do escritório, trazendo 3 copos de suco em uma bandeja – Eu ouvi bem? Você disse que o Levesque não presta?!
- Não! Achei que você soubesse, o passatempo favorito dele é comentar sobre com quem saiu, e como foi...
- Merlin! – a ruiva disse assustada, interrompendo Scorpius – Acho que meti a Ali em uma roubada...
Alvo se aproximou do casal que se beijava no meio do salão, e sem muita cerimônia, empurrou Robert para longe de Alice. A garota agradeceu a Merlin pela atitude de Alvo, já que não tinha forças para empurrar o rapaz que a beijava, e agora todo o salão parecia girar a sua volta.
- O que você pensa que está fazendo? – Robert perguntou furioso.
- Eu é que pergunto! – Alvo respondeu no mesmo tom – Alice não é uma qualquer que você pode usar e se gabar como mais uma de suas conquistas! – ele encarava o rapaz a sua frente, com uma fúria inexplicável. Alice apenas observava tudo, mas quase não entendia nada. – Ali, você tá bem?
- Ahn?! Acho... Acho que sim, não sei, eu quero ir embora... – ela levou a mão à cabeça. Sentia-se enjoada.
- Nós já vamos! – Alvo respondeu calmo – O que você deu a ela? – ele perguntou entre os dentes.
- Whisky de fogo, nada demais! – Robert respondeu de forma tranqüila, mas não enganou o moreno.
- Três doses de Whisky de fogo não causariam esse efeito todo! – Alvo perdeu a paciência e puxou Robert pela gola da camisa, o encarando furioso – Se não quer que eu acabe com você, diz de uma vez o que você deu a ela! – ordenou, praticamente gritando.
- ME SOLTA LOGO! – Robert gritou. Todos da festa olhavam para a cena, chocados.
- NÃO, ENQUANTO VOCÊ NÃO DISSER O QUE COLOCOU NA BEBIDA DELA!
- NADA, JÁ DISSE! Só misturei outras bebidas ao Whisky, não imaginei que ela fosse tão fraca pra bebida! Se soubesse, teria feito de uma vez e a beijado no início da festa! Acha o que? Que queria esperar esse tempo todo pra ficar com ela? – Robert sorriu canalha, e logo se viu caído no chão, pois com o comentário, Alvo deu um soco no meio de seu rosto, o fazendo cair.
- NUNCA MAIS CHEGUE PERTO DELA ESTÁ OUVINDO? – ele gritava. Para impedir a briga que estava por vir, algumas pessoas se aproximaram e seguraram os dois.
- E por que não? Ah sim, ela não é pra ser uma das minhas peças de coleção, mas deve ser sua não?! – Robert riu irônico – Se a queria pra sua coleção, não deveria tê-la deixado comigo!
- O que está dizendo? Ela é como minha irmã! – Alvo vociferou, teria acertado outro soco em Robert, se não fosse três dos convidados o segurar com força.
- Claro, e você costuma dar esse show sempre, pela sua irmã! – Robert finalizou o assunto – Me larguem, acho que já temos matéria suficiente pra aparecer no jornal da “Elite de Hogwarts”, por uma semana! – ele saiu.
Alvo se desvencilhou dos braços que o seguravam, e caminhou até Alice, visivelmente preocupado.
- Vamos embora! – ele passou um dos braços pela cintura da jovem e começou a caminhar em direção a saída da festa. Todos abriram passagem para que os dois saíssem, sem questionar uma palavra.
Alice apenas seguia com Alvo para fora. Não sabia o que estava acontecendo direito, sentia vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, estava com Alvo ali, mas não sabia como agir. Pela primeira vez ela desejou que ele não estivesse perto.
- Desculpa por estragar sua noite! – ela disse.
- Não, você não estragou nada! O Robert estragou, não só a minha, como a sua! – Alvo respondeu tranqüilo.
- Vamos voltar pra casa? – ela inclinou a cabeça pra trás e disse com a voz meio melosa – Eu não gosto de ir pra casa!
- Voltaríamos pra casa se você não estivesse bêbada! – Alvo riu do próprio comentário – Por enquanto vamos andar, e eu vou procurar alguma cafeteria que funcione 24hs pra comprar um café amargo pra você, e ver se essa bebedeira passa um pouco!
- Eu não gosto de café! – Alice protestou, não sabia por que, mais aquela frase lhe pareceu muito engraçada, pois logo começou a rir – Eu quero Cerveja Amanteigada ou chocolate quente!
- Ótimo, temos uma bêbada com preferências aqui! – ele riu novamente – Você pode beber o que quiser, mas antes vai tomar um bom café!
Alice se soltou dos braços de Alvo, e girou na rua de braços abertos.
- A noite é linda, não?! – ela disse olhando pro céu, ainda com os braços abertos, como se quisesse abraçar o mundo.
- Se você gosta de um céu totalmente escuro, com a aparência de que a qualquer hora vai chover, sim está lindo! – o moreno respondeu de forma paciente.
- Quero ir pra casa! – ela pediu, seu tom de voz agora era triste.
- Decida-se! Há menos de 5 minutos você disse que não gostava de ir pra casa! – Alvo riu – Acho que você esperava que essa noite fosse mais... Divertida não?!
- Talvez... – ela respondeu, encarando os próprios pés.
- Anime-se! Ainda podemos ter uma noite divertida se quiser! – Alvo se aproximou da castanha novamente, e a abraçou pelos ombros.
- Eu estou bêbada e não gosto de café, acho que essa noite não vai ser divertida! – ela disse como uma criança de cinco anos, fazendo pirraça – Tô com fome!
- Preciso fazer mais uma nota mental: Nunca devo deixar você beber novamente! – ele riu, e começo a caminhar com ela pela rua novamente. – Olha, tem uma lanchonete aberta, quer ir ver se tem algo lá?
- Queeeeerooooooooo! – ela disse numa animação tão grande, que Alvo se assustou.
Os dois praticamente correram em direção à pequena lanchonete, já que Alice puxava Alvo pela mão e andava em passos apressados. Assim que entraram no local, a castanha foi direto na parte de doces. Alvo sorriu. Sabia que ela adorava doces, e tratou logo de pedir para o atendente um pedaço da torta de chocolate que estava exposta na vitrine. Para ele, pediu apenas um cappuccino.
- O que vai querer beber Ali? – o moreno se aproximou da menina e perguntou.
- Olha, eles fizeram florzinhas com o chantilly! – ela apontou pra torta.
- Eu realmente estou emocionado! Agora vamos, eu pedi torta de chocolate pra você! – ele puxou a menina pelo braço e a levou para a mesa.
- Eu gosto de chocolate! – ela disse rindo.
- Eu sei, eu sei! – ele suspirou.
- O que a senhorita vai querer? – o atendente perguntou.
- Whisky! – ela respondeu.
- Café, amargo, sem açúcar! – Alvo disse rápido – Ignore os pedidos dela! – revirou os olhos.
- Eu não gosto de café! – ela disse inclinando a cabeça pra trás – Oi Moço! – cumprimentou um senhor que estava sentado na última mesa. – Ele parece o professor Slughorn – riu.
- Desculpe senhor! – Alvo falou – Ali, tente apenas conversar comigo, está bem?!
- Uhum – ela concordou e começou a brincar com os guardanapos sobre a mesa. Alvo apenas a observava. Era incrível que mesmo bêbada, ela conseguia manter aquele ar de princesa que ele achava tão... único!
Os pedidos chegaram e Alice não precisou de um aviso, para atacar sua torta de chocolate. Alvo continuou observando a jovem, enquanto tomava sua bebida.
- Eu não quero beber isso! – choramingou.
- Vamos, nem é tão ruim assim! – ele incentivou.
- É sim! Eu quero o seu! – ela apontou pra xícara do Alvo – Ele tem espuma, o meu não tem! Eu gosto de espumas!
Alvo não agüentou e riu do comentário da menina. Aquele comportamento confuso e engraçado não era o da tímida Alice, e ele fazia questão de na manhã seguinte contar tudo a menina, só para vê-la corar de vergonha.
- Beba o meu, pronto! – Alvo ofereceu seu cappuccino, e feliz, Alice aceitou.
- Quer torta? – ela perguntou, enquanto bebia.
- Não, obrigado!
- Eu quero que coma torta! – ela tirou um pedaço da torta com o garfo e olhou pra ele – Abra a boca, vamos!
Alvo revirou os olhos, e abriu a boca, para comer o pedaço de torta.
- Hum, isso tá bom!
- Tá, e é minha! – ela riu novamente.
- Não seja má, eu te dei meu cappuccino!
- Mas não vou te dar minha torta!
- Ah não?! – ele sorriu, passou o dedo no chocolate da torta e sujou a ponta do nariz da menina – Vou continuar te sujando se você não me der mais um pedaço!
- Você não pode me sujar! – Alice disse, como se aquela informação fosse a mais importante do mundo.
- Posso sim! – Alvo passou mais um pouco de chocolate no rosto da menina, mas agora na bochecha.
- PÁÁÁÁRAAA! – ela pediu rindo – Eu deixo você comer!
- Eu sempre venço! – Alvo sorriu e comeu outro pedaço da torta. Os dois conversaram animados, e assim que ela terminou de lanchar, o moreno pagou a conta e juntos, saíram novamente para rua, que parecia ainda mais escura e sombria que antes.
- Quer voltar pra casa?
- Nãoooooo! – ela respondeu manhosa – Quero passear!
- Até onde eu lembre, você tem medo de escuro, e a noite está muito escura! – ele brincou e riu ao se lembrar dos ataques que Alice sempre dava, quando acabava a luz ou quando precisava entrar em alguma sala da escola, pouco iluminada.
- Mas você tá aqui! – ela olhou para Alvo, como se estivesse encarando um herói. – Não tenho medo quando você tá perto!
- Então devo me sentir honrado por isso! – Alvo fez uma pequena reverência e riu. Os dois continuaram caminhando pela rua, durante um bom tempo, mas em silêncio.
- Olha, um parque! – ela apontou para uma praça deserta.
- Quer ir até lá?
- Queroooo! – ela respondeu e saiu correndo em direção ao local, antes mesmo que Alvo pudesse pensar em atravessar a rua.
- Você precisa parar de dizer esses ‘quero’ e sair correndo! – ele disse, assim que a alcançou. Alice estava sentada em um balanço, olhando pro nada. Alvo foi para trás dela, e começou a empurrar o brinquedo, bem devagar.
- Empurra mais alto! – ela pediu, erguendo as mãos pro alto. – Weeeeeeeee! Eu estou voando!
- Segura se não você vai cair! – Alvo alertou, enquanto continuava empurrando o balanço.
- Ahhh, se segurar não tem graça! – ela disse – Weeeeeeeeeeeeee! – parece que Alvo tinha previsto a cena, Alice só não caiu, pois ele conseguiu puxar rapidamente o balanço e a segurar.
- Eu disse pra você segurar! – ele brigou, enquanto a colocava sentada no banco da praça.
- Desculpa! – ela falou triste, e abaixou a cabeça.
- Heeei, também não precisa ficar chateada! Só não quero que se machuque!
- Não... Não é só por isso, eu... Eu nunca faço nada certo! – ela riu, sem nem saber o motivo e o encarou – Era só pra eu dançar na festa, e... Ele me beijou, e não foi bom!... – uma fina lágrima escorreu pelo rosto da jovem.
- Desculpa por não ter cuidado de você da maneira que merecia! – ele disse com remorso. – Não chora!
- Ele foi o primeiro sabia?! – ela disse, retomando o ar de riso e ficou de pé. Ventava no parque, e os cabelos da menina esvoaçavam – Eu sempre imaginei tudo muito especial... – ela gargalhou – E não foi!
Alvo sentiu um aperto dentro do peito, que não soube traduzir. Talvez fosse por ver Alice naquele estado, ou pela confissão que ela tinha acabado de fazer involuntariamente... Ela nunca havia beijado ninguém antes, e se bem a conhecia, provavelmente estaria esperando seu príncipe encantado aparecer para beijá-la.
- Mas nem sempre é do jeito que a gente quer, não é?! – Alice comentou – Talvez não tenha sido especial, por que eu não sou especial! – ela abaixou a cabeça triste. Alvo se levantou e com uma das mãos ergueu o rosto da jovem, obrigando ela a encará-lo.
- Escute, nunca mais diga uma coisa essas está bem?! Você é especial sim! – Alvo dizia de forma firme, enquanto encarava os olhos azuis da menina.
- Pra quem? – ela agora ria e chorava – Foi tão... Tão ruim, ele nem ao menos foi educado!
- Você é especial para seus pais, pros seus amigos... Pra mim! – ele disse de forma compreensiva – Aquele Robert é um idiota!
- Eu também, afinal de contas eu saí com ele! – ela concluiu rindo – Eu só não queria que a lembrança do meu primeiro beijo fosse tão... Barulhenta! – ela fez uma careta engraçada e ao mesmo tempo triste.
- Presta atenção! – Alvo acariciou o rosto da menina e disse com a voz baixa – Eu não posso mudar o que aconteceu, não posso fazer com que outro lhe dê seu primeiro beijo, mas posso fazer com que seja especial! Eu sei que não sou o “Príncipe Encantado” que tanto espera, e talvez o que vá fazer agora não lhe agrade, e é por isso que lhe dou total liberdade pra me bater depois ok?!
- Ahn?! Te bater por quê? – ela perguntou confusa.
- Por isso! – Alvo puxou delicadamente a menina para perto de si e lentamente, tocou seus lábios nos dela... Começou a beijá-la de forma suave e delicada, como Alice fosse um objeto frágil e qualquer movimento brusco fosse quebrá-la ou machucá-la... Envolveu seus braços na cintura da garota e a abraçou. Não sabia o por que, mas aquele beijo estava fazendo com que Alvo sentisse um misto de emoções, que jamais pensava existir. Era para ser especial pra Alice e não pra ele! Então por que seu coração estava acelerado? E para que tanto cuidado e carinho? Não sabia explicar... Continuou beijando a menina da maneira mais gentil que podia... E assim ficou, até que Alice permitiu um beijo mais profundo entre os dois, e Alvo sem entender o que estava acontecendo consigo, deixou transpassar naquele beijo tudo que sentia naquele momento.
Nem em seus sonhos, Alice poderia imaginar momento mais lindo... Ou melhor, ela até poderia, pois em suas fantasias adolescentes, não estava bêbada!... O beijo dos dois só foi interrompido, por um trovão alto, seguido de grossas gotas de chuva, que os despertou daquele momento tão perfeito.
- Chuvaaaa! – Alice disse feliz, abrindo os braços e girando, enquanto permitia que a água caísse sobre si, molhando seus cabelos e suas roupas por completo.
- Sim, chuva! – Alvo apenas concordou, enquanto ainda tentava entender o que estava se passando dentro de si. Por que, do nada, Alice havia se tornado uma menina linda e estava chamando sua atenção? Não... Ele não poderia notar Alice, já que ela sempre havia sido como sua irmã e... Ela era uma bonequinha, uma princesinha que ele sempre quis cuidar, nada mais que isso! Não era como as meninas que costumava sair, e foi só por isso que a beijou daquela forma... – Vamos embora! – ele chamou.
- Não, eu gosto de chuva! – ela falou sorrindo.
- Eu também, mas se ficarmos aqui, iremos ficar gripados! – Alvo sorriu também, puxou Alice pela mão, a abraçou e aparatou no quintal de sua casa. – Você ainda está bêbada e agora molhada! Merlin, o que faço com você?!
Alice não respondeu, apenas apontou para a casa da árvore que ela e Lily costumavam brincar quando crianças.
- Ótima idéia! – ele disse sorrindo, e levou Alice para lá – Bom, você precisa se secar... e eu também! – puxou a varinha e com um feitiço não-verbal, secou as roupas da jovem e as suas. Depois disso os dois ficaram mais um momento em silêncio, talvez tentando entender o que havia acontecido. Alvo não conseguia parar de pensar no que havia feito e se questionar, porque aquele beijo havia mexido tanto com ele.
- Alvo... – Alice falou e o despertou de seus pensamentos – Por que me beijou?
- Eu... Só queria que fosse especial, nada mais! – ele mentiu.
Alice se aproximou de Alvo, acariciou o rosto do moreno e disse:
- E conseguiu! Obrigada!
- De nada! – ele respondeu, tentando a todo custo ignorar a proximidade dos dois. Ao ver a menina bocejar, sorriu e a abraçou com carinho – Durma, você precisa descansar! Já que amanhã vai acordar com uma dor de cabeça infernal.
- Obrigada por avisar! – ela disse e os dois riram. A castanha se acomodou melhor nos braços do moreno, e antes de pegar no sono, o chamou mais uma vez – Alvo...
- Sim?!
- É verdade que sou especial?
- Como nenhuma menina jamais seria! – dessa vez ele respondeu sincero, e ficou feliz que a menina se rendeu ao sono com um sorriso nos lábios. Ao contrário dela, Alvo ficou bem acordado, tentando se convencer de que nada daquilo significava nada pra ele, e que ela era sua irmãzinha...
Em um bairro próximo a casa dos Potter, Scorpius estava parado próximo a uma árvore, com o olhar fixo para janela de uma casa. Não se importava com a chuva que o castigava naquele momento, só queria ficar ali, quieto, até que a luz do quarto de Rose Weasley se apagasse e ele pudesse ter certeza de que ela já não chorava, e dormia tranquilamente.
- Eu sei que sou um idiota, Rose! – Scorpius dizia para si mesmo – Mas se você pudesse imaginar o quanto te amo... Eu vou tentar ser melhor, prometo! – ele suspirou aliviado, ao ver que a luz finalmente havia se apagado. Já passava da meia noite, e a não ser quando iam pras festas, Rose não costumava ficar acordada tanto tempo.
Ao contrário do que Scorpius imaginava, a ruiva dentro do quarto, não havia apagado a luz para dormir. Aliás, dormir era uma coisa que estava longe de fazer, já que agora estava deitada, olhando um porta-retrato com a foto dos dois felizes e acenando.
- Por que sempre temos que brigar hein?! – ela perguntava para foto, como se fosse obter alguma resposta – Eu amo você, e sei que também me ama, então onde está o problema?! – Rose respirou profundamente, e permitiu que as lágrimas rolassem mais uma vez pelo seu rosto – Eu só queria que tudo fosse como antes, e que a gente não complicasse tanto as coisas...
Scorpius aparatou, quando percebeu que as luzes não se acenderiam mais... Rose apenas se entregou ao cansaço e rapidamente adormeceu, abraçada aquela foto que tanto gostava.
Quando pôde contemplar o silêncio absoluto em sua casa, Alvo achou que seria seguro entrar. Seus pais sabiam que ele não voltava cedo das festas, e não se incomodavam com isso, pois confiavam nele, já que nunca deu motivos para outra reação. Olhou para Alice, viu que a jovem dormia. Pensou em acordá-la, mas ao invés disso, a pegou no colo e foi com ela até sua casa. Entrou pela porta da cozinha com cuidado pra não fazer barulho. Fechou e subiu as escadas lentamente, para não acordar ninguém.
- Espero que a Lily esteja dormindo! – murmurou, e devagar abriu a porta do quarto da irmã, que para seu desespero, estava acordada.
- Alvo! – ela exclamou um pouco alto.
- Shiu!
- Desculpe! – Lily sussurrou – O que aconteceu?
- Nada! Alice dormiu, só isso! Amanhã te explico melhor, agora me ajude a colocá-la na cama!
- Certo! – Lily se levantou e ajudou Alvo a colocar a amiga deitada – Como foi a festa?
- Bom, sobre a festa você vai saber quando receber um exemplar do “Elite de Hogwarts”, agora uma coisa que já adianto, é que a Ali vai acordar com uma dor de cabeça daquelas, então, por favor, não grite quando acordar! – advertiu – Agora vou pro meu quarto! Boa noite! – ele beijou o rosto da irmã e saiu.
Lily olhou para amiga e suspirou cansada. Queria acordá-la só para saber dos detalhes, mas se contentou em apenas deitar e dormir.
Alvo, por sua vez, assim que entrou em seu quarto, se jogou na cama e encarou o teto, completamente confuso. Nunca havia se sentido tão perdido na vida. Aquele não era ele, definitivamente, aqueles sentimentos todos não faziam parte de Alvo Potter...
N/A: Aí está o primeiro capítulo da fic que só terá 2 capítulos o.O hauahauahu, ok isso ficou estranho, mas enfim, como eu prometi, estamos aqui com mais uma história narrando a adolescência maluca dos Potter/Weasley/Malfoy e derivados kkkkkkkkkkkkkkkk
Tipo, só pra constar, talvez vcs esperassem que eu fosse narrar shorts e pequenas fics na seqüência exata deles em Hogwarts, 5º e 6º ano, mas não vou ok?! Vou escrevendo conforme for surgindo a inspiração e provavelmente mtas coisas daqui por diante serão narradas em flashback!
Espero que gostem meus amores!!!
Adoro vcs!
COMENTEM OU NÃO POSTO O 2º CAPÍTULO! *chantagista* kkkkkkkk
Xoxo,
Mily
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Comentários (1)
maravilindooo capitulo!!!
2014-11-05