A Garota Misteriosa



Hey pessoas!
Antes de começar o capítulo, vou colocar pra vcs um guia fácil pra que não se percam ok?!
Esse capítulo é narrado em 1ª e 3ª pessoa. Então fiquem atentas ao seguinte:


- As partes em preto, são as narrações em primeira pessoa e estão acontecendo naquele exato momento ok?!


- O que estiver em cinza, são os flashbacks e serão narrados em terceira pessoa.


É bem fácil, vcs não vão se perder.


Sem mais, vamos ao capítulo.


***


 


 



Capítulo 22
A Garota Misteriosa


 



- VOCÊ? – um coral de vozes chocadas ecoou pela Torre de Astronomia.


Eu sorri, numa atitude bastante corajosa, já que todos me encaravam com expressões que mesclavam espanto, raiva e admiração.


- E então, felizes em me conhecer? – eu mal conseguia esconder a diversão em minha voz.


O choque deles era tão engraçado.


Mas naquele momento eu estava ali para contar a verdade. E era exatamente isso que eu iria fazer.


 


 


FLASHBACK – DUAS SEMANAS ATRÁS


1º dia dos exames.



- Ok, ok. É só respirar fundo e entrar na sala. A prova não vai tentar te matar e o professor não está conspirando para seu fracasso. Acalme-se! Tudo vai dar certo!


- Tudo vai dar certo? TUDO VAI DAR CERTO, ROSE? – Vincent estava em pânico – Nada vai dar certo. Você sabe, eu nunca fui o aluno favorito do Slughorn! Aquele pançudo com cara de leão marinho provavelmente vai me encarar com aquela expressão maligna de criatura do mar e, quando eu menos esperar, o examinador aparecerá na minha frente e fará perguntas sobre Poções que ainda nem foram criadas. – ele dizia tudo muito rápido – Eu vou desistir! Eu não sei nada, eu nem me lembro do meu nome. Qual é mesmo meu nome? AJUDEM UM DESMEMORIADO!


Scorpius revirou os olhos, enquanto Sophie e Rose encaravam Vincent, tentando conter uma gargalhada.


- Sabe, eu não sei se vocês repararam, mas a Torre de Astronomia é um lugar bem alto. Eu poderia me jogar de lá! Quem sabe todo quebrado eles não tenham pena da minha pessoa e me passem sem precisar enfrentar essas terríveis provas!


- Vincent Brandon Williams! – Scorpius o chamou sério – Você já está me dando nos nervos, então vou te dar duas opções: a primeira é simples. Você cala a boca e para com essa crise de pânico.


- E qual é a segunda?


- A segunda é que caso não cale a boca, seu desejo de ficar quebrado será realizado, mas não porque vai se jogar e sim porque eu mesmo vou acabar com você se não parar com esse ataque infantil! – Scorpius o encarou – Fala sério, nem a Rose está dando ataques e olha que de todos nós, ela sempre foi a mais exagerada com relação aos exames.


- A Rose é uma menina cuja inteligência absurda resultou de alguma anomalia genética. – Vincent disse – Ela não conta, tá legal?


- Eu ainda estou aqui, só pra lembrar viu? – Rose reclamou, erguendo uma das mãos.


Scorpius riu e passou o braço por cima dos ombros de Rose, abraçando-a.


- E se eu não passar nos NIEMs? E se meu talento se resumir unicamente a minha beleza e ao meu jeito maluco de ser? O que farei da vida?


- VINCENT! – Sophie gritou de repente – Dá pra parar de besteira? Você está conseguindo me irritar! Não me interessa se está em pânico ou tendo crises existenciais, eu só quero que cale essa boca e pare de dar chiliques, você me entendeu?


Vincent arregalou os olhos, espantado pela bronca que a namorada lhe dera.


- Mas...


- Sem “mas”, Vincent! Ou você pára de dramatizar toda situação ou eu faço você parar de um jeito nada agradável ok?! – Sophie o interrompeu séria – É claro que você vai passar nesses NIEMs. Todos nós vamos! Passamos as últimas semanas estudando feito loucos e estamos preparados pro que der e vier. Agora chega dessa infantilidade e encare tudo da melhor forma!


Rose e Scorpius se encararam, tentando não rir, enquanto Vincent ainda estava com os olhos arregalados, observando boquiaberto a própria namorada.


Instantes depois a porta da sala onde seria realizada a primeira prova dos NIEMs se abriu, e os alunos entraram em silêncio, sentando-se em seus respectivos lugares.


O examinador fez as apresentações, deu as instruções para a prova e após lhes desejar sorte, anunciou o início do exame.


A loucura da semana de provas finalmente tinha começado.


FIM DO FLASHBACK


 


 


Apesar dos meus esforços para me manter séria, não consegui e acabei caindo na risada.


Não queria aparentar arrogância ou coisa do tipo, mas era realmente divertido perceber que eles nunca desconfiaram quem eu era. Não que isso fosse óbvio, mas pelos olhares que me lançavam, era fácil perceber que estavam tentando encontrar alguma explicação para que nunca tivessem descoberto meu segredo.


Na verdade, a explicação para que nunca soubessem quem eu era se devia ao fato de que nunca quiseram realmente descobrir.


As pessoas dessa escola sempre estiveram mais interessadas em saber a nova notícia do momento, quem estava namorando quem ou qual era o mais novo “barraco”. Ninguém se importou em procurar a pessoa que lhes levava a informação, todos apenas queriam ler a novidade e espalhar por aí – como se isso fosse realmente necessário.


Até mesmo os escolhidos para compartilharem meu próprio segredo nunca se preocuparam realmente em saber.


Se preocupavam com as coisas que estavam sendo ditas sobre eles, mas nunca quiseram mesmo saber a identidade da pessoa, embora algumas vezes questionassem.


A verdade era que enquanto eu estivesse transmitindo notícias verídicas, ninguém iria se dar o trabalho de sair por aí procurando a autora.


Agora eu me pergunto: será que eu realmente me escondi bem ou será que eles não quiseram encontrar a responsável?


Pessoalmente eu apostava na segunda opção. Eles podiam se questionar vez ou outra sobre quem era a Garota Misteriosa, mas a verdade é que ninguém queria mesmo saber, pois se quisessem, teriam me encontrado.


Eles ainda me encaravam como se estivessem debatendo internamente contra a vontade de me azarar e a vontade de me encher de perguntas.


Eu já estava preparada para cada uma delas, mesmo que não soubesse como os questionamentos seriam formulados.


Depois de alguns anos escrevendo a respeito das pessoas, fica bem fácil se preparar para qualquer situação. Ao menos para mim é assim, claro.


- E então? Vou ter que mandar uma mensagem para seus pergaminhos na frente de vocês para que acreditem ou vão logo começar com as perguntas? Eu não sei se isso ficou meio óbvio, mas estou pronta para começar a responder meu interrogatório.


 


 



FLASHBACK – DUAS SEMANAS ATRÁS


3º dia dos exames.


- Aff, eu não aguento mais estudar! – Alice resmungou, empurrando o livro que lia de História da Magia para longe.


Alvo riu, sem retirar os olhos das próprias anotações que fazia. Apesar de não ser um fanático por estudos, ele precisava concordar com Rose, quando ela dizia que para os NIEMs, estudar demais nunca era o bastante.


- Vamos lá, Alice! Colabore comigo e volte a estudar. – ele disse, como se estivesse lidando com uma criança de 5 anos.


- Eu não quero mais. Por favor, quantas vidas eu vou salvar lendo sobre essas Guerras ou sei lá mais o que? – Alice perguntou emburrada.


Com um suspiro profundo, Alvo ergueu os olhos de suas anotações e encarou Alice com seriedade.


- Eu não sei quantas vidas você vai poder salvar, mas tenho certeza que a sua vai ser a primeira. Pode não parecer importante agora, mas amanhã, quando estiver frente a frente com sua prova, você ter que saber sobre essas “Guerras ou sei lá mais o que” então é bom que volte a estudar. – Alvo a advertiu – E, não se esqueça que Lily só largou do seu pé e permitiu que viesse comigo, porque eu prometi que passaria a tarde obrigando a senhorita a estudar. Não gosto de quebrar promessas!


- Você está parecendo a Rose! – ela o acusou.


- Ótimo! Agora não me obrigue a ficar mais parecido com ela e discursar a respeito da importância dos NOMs e dos NIEMs.


Irritada, Alice puxou novamente o grande livro para si e voltou a estudar. Detestava admitir, mas Alvo estava certo quanto a pegar no seu pé.


Desde que a semana de exames começara, os alunos viram suas rotinas mudarem completamente. Tudo, absolutamente tudo (quadribol, formatura, passeios) fora esquecido e agora eles só tinham cabeça para as provas.


A biblioteca nunca estivera tão abarrotada de pessoas naquele ano. De repente, todos sentiram a grande necessidade de aprofundar seus conhecimentos.


Mais duas horas se passaram desde que Alice dera sua pequena crise de cansaço. Agora ela e Alvo já estudavam a cinco horas seguidas. Embora isso parecesse angustiasse e entediante, eles sabiam que era necessário.


Alvo sobressaltou-se ao perceber que já estava perto da hora do jantar. Ergueu mais uma vez o olhar para encarar a Alice e sorriu ao ver a expressão concentrada que estava estampada em seu rosto. Ela realmente levara a sério sua bronca.


- Ei, você aí menina estudiosa! – ele a chamou – Que tal abandonar os estudos por um momento e irmos recuperar as energias no jantar?


Alice passou a mão no cabelo e suspirou. Estava mesmo cansada.


- Jantar parece mesmo uma boa idéia! – ela comentou, enquanto se colocava de pé – Vamos?


Alvo demorou um segundo para responder. Estava avaliando a expressão de Alice, que ao invés de aparentar uma pessoa exausta e cansada, parecia preocupada e pensativa.


- Qual é? Você propôs o jantar e agora vai dar pra trás é? – Alice brincou, parada próxima a porta do quarto do moreno.


- Não, claro que não... Eu só quero saber qual é o problema. – Alvo disse – E não venha dizer que está tudo bem, porque há duas horas você estava bem e seus olhos têm uma sombra de preocupação agora.


- Às vezes o fato de você me conhecer tão bem é muito, muito inconveniente! – Alice sorriu – Eu só estive pensando...


- Isso é meio óbvio, já que estamos a cinco horas estudando. – Alvo zombou – Sobre o que esteve pensando?


Alice suspirou e deu alguns passos em direção ao namorado, pensando na melhor forma de expor o que a incomodava.


- Olha, eu não quero que fique brava comigo ok?! É que eu... Eu só...


- Você o que? – Alvo a encorajou – Ali, você sabe que pode ser sincera comigo sempre.


- Eu sei...


- Então me diga o que há de errado.


- Faltam três semanas pra sua formatura. Os exames terminam e então as coisas aqui vão ficar absolutamente confusas. Principalmente pra vocês do sétimo ano, que vão ter que pensar na festa, no baile e em todas essas coisas de formando... – Alice fez uma pausa para poder respirar.


Alvo a encarava quieto. Embora ela estivesse enrolando com o assunto, ele já sabia – ou pelo menos imaginava – o que estava se passando pela cabeça da jovem.


- Bom, depois que tudo acabar será o fim de Hogwarts e eu queria saber como...


- Como nós dois vamos ficar, já que ainda tem dois anos pela frente e quando tudo terminar pra mim, não iremos nos ver todos os dias? – Alvo completou a frase da menina e sorriu ao vê-la corar e abaixar a cabeça.


- É isso mesmo. – Alice disse num sussurro.


Ainda sorrindo, Alvo caminhou até ela e a puxou para um abraço apertado.


- Nada vai mudar entre nós, Ali! – ele disse, enquanto afagava os cabelos da menina – O fato de não vê-la diariamente não vai fazer meus sentimentos com relação a você mudarem. Eu te amo e não preciso estar com você 24hs do dia pra ter certeza disso ok?!


- Mas não vai te incomodar me esperar por dois anos?


- Nem um pouco. Se servir de consolo eu prometo te escrever todos os dias e aparecer todos os sábados em que você tiver um passeio em Hogsmeade! – Alvo beijou o alto da cabeça da menina – Você não tem que se preocupar com isso. Pode parecer o contrário, mas dois anos passam rápido e mesmo que fosse cinco ou sete, eu não me importaria em te esperar, e sabe por quê?


Alice balançou a cabeça num sinal negativo, com o rosto ainda escondido no peito de Alvo.


- Porque você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida e eu simplesmente não posso deixar minha melhor parte se afastar de mim – ele afastou gentilmente Alice, para poder olhá-la nos olhos – Eu te amo, minha bebêzinha! Eu simplesmente não vivo sem você.


Alice sorriu e se colocou na ponta dos pés para beijar Alvo, que reagiu imediatamente, puxando-a para mais perto de si e aprofundando o beijo dos dois.


Embora a questão levantada por Alice fosse importante e provavelmente levasse qualquer outro casal a uma discussão imediata de relacionamento, Alvo estava certo do que queria. Para ele não importava o tempo que ficariam distantes por causa da escola, e sim o tempo que teriam quando tudo terminasse.


- Eu amo você, está bem? – Alvo sussurrou, enquanto acariciava o rosto de Alice com a ponta dos dedos – Não fique preocupada com o tempo que ficaremos longe. Vamos passar por isso muito bem e, quando você terminar ficarei tanto tempo com você que vai logo enjoar de mim.


Alice sorriu e balançou a cabeça.


- Isso seria impossível! Eu quero você sempre perto de mim. – ela garantiu.


- É muito bom saber disso, acredite! – Alvo sorriu – Agora, que tal ficarmos juntos e felizes no Salão Principal? Tanto tempo estudando me deixou faminto.


- Eu acho uma ótima idéia!


 



***


 



Após o jantar, os alunos mais preocupados com os exames voltaram para sua maratona de estudos. Agora era comum ver a biblioteca lotada até o horário em que os alunos tinham que rumar para suas casas comunais.


Dominique Weasley, que havia se despedido de Michael depois do jantar, alegando que ia estudar com sua prima, se viu obrigada a voltar para biblioteca, em busca de um livro de Herbologia que facilitasse seu entendimento sobre as Plantas Aquáticas – um dos assuntos da prova que faria no dia seguinte.


A loira entrara tão rápido dentro da biblioteca, que não foi notada por ninguém, exceto por Madame Pince, que lhe lançou um olhar de advertência. Ela não gostava quando via os alunos correndo.


Dominique seguiu direto para os fundos da biblioteca, onde sabia que ficavam os livros de Herbologia e começou a percorrer o dedo pelas capas, lendo título por título, em busca de algo que achasse interessante.


A menina estava tão distraída em busca do livro, que sobressaltou-se ao ouvir duas vozes sussurradas próximas ao corredor que ela estava. Normalmente ela não pararia para escutar, mas como as vozes pertenciam a Chad e Michael, ela não resistiu.


 


- E então, já decidiu o que vai fazer? – Chad perguntou em voz baixa.


- Sobre o que? – Michael perguntou confuso.


- Quando Hogwarts terminar. Já decidiu pra onde vai? Suíça? Irlanda? França? Algum outro país? – Chad disse – Seu pai parecia bem animado comentando com o meu pai a respeito de você se tornar um medibruxo.


Michael suspirou.


- Bom você ter perguntado sobre isso, porque eu não vou me mudar do país. – Michael garantiu – E obviamente essa decisão me deixou sem ter muita escolha, né?! Vou fazer o curso por aqui e estagiar no St. Mungus.


Chad deu uma risada abafada ao ouvir o comentário do amigo.


- Você deve estar brincando, não? – ele perguntou – Você ouviu o que disse? Quero dizer, você prestou bastante atenção em suas próprias palavras?


- Claro que sim, Chad! Mas ainda não entendi qual é a graça na história! – Michael retrucou zangado.


- Cara eu sou seu amigo desde sempre. Você é praticamente meu irmão e desde criança eu vejo seu pai fazer planos a respeito do seu futuro... Você sempre quis fazer o curso de Medibruxo fora do país, para então voltar com bastante experiência e trabalhar. – Chad o acusou.


- Bom... Os planos mudaram agora. – Michael tentou colocar um fim na conversa.


Chad deu mais uma risada, mas agora não era em deboche e sim em sinal de descrença.


- O que foi? – Michael perguntou zangado.


- Você não quer se mudar por causa da garota Weasley, é claro! – Chad disse.


- Não é nada disso. Está entendendo tudo errado.


- Não, eu não estou entendendo tudo errado. Você é um ótimo mentiroso, mas quando se trata dela não consegue esconder por muito tempo o que sente. – Chad acusou – Você tem noção da burrice que irá cometer largando toda uma vida que poderia ter por um relacionamento que você nem sabe se vai permanecer quando vocês estiverem separados? Porque assim, meu amigão, é muito fácil jurar amor eterno quando se tá perto e tudo mais. Vocês ainda terão as férias pela frente e isso vai ajudar bastante, mas quero ver se quando ela tiver que voltar pra escola, as coisas vão continuar como estão. Não se esqueça que ela tem três anos pela frente, Michael. Isso pode pesar bastante no relacionamento ok?!


 


O silêncio que seguiu naquela conversa fez com que Dominique entrasse em pânico. Ela precisava saber qual seria a resposta de Michael para aquela situação complicada, já que ainda não tinha pensado sobre as coisas nesse aspecto.


O que ele achava que aconteceria quando Hogwarts terminasse? A resposta para essa pergunta veio assim que a conversa recomeçou.


 


- Eu realmente não me importo em ter que esperar, Chad! Eu a amo, você sabe.


- Tá legal que você a ama, mas será que não dá pra amar e ser racional ao mesmo tempo?


- Chad, eu não posso simplesmente olhar pra Dominique e dizer: “Olha amor, é o seguinte, eu vou passar dois anos fora do país e vou estar muito ocupado com minhas tarefas para poder vir te ver nas férias ok?! Mas não se preocupe, no seu aniversário eu mando um cartão.” – Michael debochou – Isso não me parece nem um pouco legal, ok?!


- Não? Então essa cena talvez seja muito divertida pra você, imagina só, você chegar pro seu pai e dizer: “Paizão, lembra daquela viagem de estudos que você e eu planejávamos desde quando eu tinha o que? Oito anos? Sei lá, mas a questão é que não vai rolar ok?! Sabe como é, estou apaixonado por uma menina em Hogwarts e não posso viajar até ela terminar e poder ir comigo. Aliás, só pra constar, ela só termina daqui a três anos, então não se apresse com planos ok?!” – Chad ironizou – Eu posso imaginar a cara de felicidade que seu pai vai fazer depois disso.


- Escute, talvez você não entenda, mas o fato é que eu a amo. Eu não posso simplesmente deixá-la. Pelo menos não agora que tudo começou pra valer! – Michael disse exausto – Eu não posso magoá-la novamente! Meu pai vai entender... E além do mais, eu posso ser um bom profissional estudando e estagiando no país. Me mudar era mais um capricho do que uma necessidade.


- Se é isso que você quer, não vou falar mais nada! Só espero que saiba mesmo o que está fazendo.


- Eu sei, não se preocupe!


 


Dominique arfou, sentindo certa dificuldade para respirar, tamanho era seu choque.


Ou ela havia entendido tudo errado, ou Michael estava mesmo disposto a abandonar seu sonho para ficar com ela.


Se fosse verdade, se Michael realmente estivesse com essa idéia absurda na cabeça, ela precisaria encontrar uma forma de fazê-lo desistir. Não poderia permitir que ele abandonasse tudo, absolutamente tudo em nome do amor que os dois começavam a viver.


Sem conseguir pensar muito bem, a loira largou de volta na estante o livro que havia retirado sem perceber e partiu por outro corredor, a fim de não esbarrar com Michael.


Ela precisava conversar, precisava de conselhos e principalmente de idéias que a ajudassem a impedir aquela maluquice do sonserino.


Definitivamente, Dominique não queria ser a responsável pela ruína do futuro do seu amado. Não deixaria que isso acontecesse jamais.


FIM DO FLASHBACK.


 


 


Houve uma vez, em uma das minhas experiências com manias trouxas, que assisti um filme. Era uma história de guerra, acreditem ou não, fui submetida a tal tortura. Mas não foram as mortes que me chamaram a atenção e sim a execução de um dos soldados.


No filme, o soldado era colocado em uma parede, enquanto os outros apontavam suas armas para ele, com a intenção de matá-lo.


Diante dos olhares que recaíam sobre mim, eu me sentia exatamente como aquele soldado. Emparedada, encurralada. E olha que fui eu quem escolhi contar a verdade.


Chega ser irônico não? A Garota Misteriosa deixando de ser um segredo.


Uma piada um tanto divertida em minha opinião.


Eu realmente gosto de contradições.


Ser um mistério, sem realmente ser um... Pode parecer confuso, mas analisado por outro aspecto passa a fazer algum sentido.


Veja que eu nunca me escondi, de fato. Sempre estive entre os alunos, ia aos passeios, conversava com todos, era vista quase 24hs por dia. Eu não era realmente um mistério para as pessoas, elas que nunca desconfiaram que a Garota Misteriosa sempre esteve entre eles todo o tempo.


Sei que parece o contrário, mas também nunca fui uma mentirosa. Seria uma se em algum momento tivessem me perguntado se a tal garota que escrevia no pergaminho era eu e minha resposta fosse “Não!”. Mas, considerando que nunca fui questionada a respeito, estava absolvida da acusação de falsidade.


 


 



FLASHBACK – DUAS SEMANAS ATRÁS


Dominique correra pelos corredores do Castelo, em busca de alguém que pudesse ouvi-la e aconselhá-la a respeito de alguma decisão.


Em sua cabeça, as únicas pessoas que poderiam fazer isso eram Rose e Alvo, e era por eles dois que ela procurava quase desesperada.


No caminho esbarrou em algumas pessoas que voltavam para suas Casas Comunais, mas nem se preocupou em pedir desculpas ou verificar em quem havia trombado. Tinha coisas mais importantes no momento para se importar.


Quando finalmente chegou ao corredor em que ficavam os quartos dos primos, Dominique voltou a andar sem pressa.


Um pouco ofegante, ela bateu três vezes na porta do quarto que pertencia a Alvo e não obteve resposta. Ainda era cedo pro primo estar dormindo, então julgou que ele estivesse estudando com Rose.


Dando um suspiro profundo, ela caminhou até a porta do quarto da prima e bateu três vezes.


Instantes depois, Rose apareceu.


- Nick? O que faz aqui? – Rose perguntou curiosa.


- Eu preciso conversar com você e com o Alvo. Preciso de conselhos! Ele está aí com você?


- Sim, claro! Ele, Scorpius, Vincent, Sophie e eu estamos estudando. – Rose respondeu – Vamos, entre e sente-se. Você parece péssima.


- E estou, acredite!


Dominique entrou no quarto de Rose e sorriu timidamente para todos. Pensou em pedir para que Scorpius, Vincent e Sophie se retirassem, mas eles conheciam Michael muito bem e talvez pudessem ajudar.


- Quer beber alguma coisa? Água? Chá? – Rose ofereceu.


- Não, eu estou bem! – Dominique garantiu – Na verdade eu preciso pedir desculpas por aparecer aqui a essa hora feito uma maluca, mas vocês sabem que não faria algo do tipo se não achasse que o assunto é importante.


- O que aconteceu Dominique? – Alvo perguntou, assumindo uma postura séria e preocupada.


Dominique respirou fundo e então começou a narrar passo a passo o que tinha ouvido na biblioteca. O questionamento de Chad, a decisão de Michael, ela contou tudo nos mínimos detalhes para que eles entendessem seu dilema.


- Espere, você está dizendo que o Mike decidiu ficar no país? – Scorpius parecia chocado.


- Sim!


- Nossa... Tá aí uma coisa que eu nunca pensei em ouvir. – Scorpius comentou.


- É verdade! Mike comenta a respeito dessa mudança desde pequeno. Eu o conheço desde os oito anos e junto com o pai, sempre falou dessa viagem e de como seria divertido estudar em outro país. – Vincent disse ainda incrédulo.


Dominique abaixou a cabeça e passou as mãos no cabelo nervosamente. Como previra, ela era a culpada por Michael arruinar seus planos.


- Eu... Eu não posso simplesmente deixar que ele faça isso! – ela disse em voz baixa – Ele não pode estragar a vida dele por minha causa.


- Ei, ei, ei, olha pra mim, Nick! – Alvo se ajoelhou em frente à prima e ergueu seu rosto com uma das mãos – Você não está estragando a vida de ninguém. Michael é maior de idade e sabe perfeitamente o que é ou não melhor pra própria vida. Ele não decidiria ficar se não soubesse que poderia fazer um curso tão bom quanto os que existem em outros países.


- Alvo tem razão! – Rose se sentara no braço da poltrona em que a prima estava e a abraçou pelos ombros – O Carter não desistiria de algo tão importante, se não soubesse que aqui encontraria as mesmas oportunidades. Se ele decidiu ficar, é porque sabe que não estragará nada. Não se culpe por isso.


- Como não vou me culpar, Rose? Até pouco tempo atrás o Mike tinha planos junto com o pai de estudar fora e de repente decide ficar por aqui. Imagina como deve ser difícil pra ele.


- Dominique, não se culpe! – Sophie falou com um sorriso – Se as coisas fossem tão difíceis assim, ele reconsideraria. E, até onde eu saiba o pai do Mike não é nenhum tirano. Ele não vai se irritar por ter o filho por perto.


Dominique respirou fundo e encarou os demais, com a preocupação estampada em seus olhos azuis.


- Eu não sei o que fazer! – ela disse de forma suplicante. – É tão estranho e tão... Tão errado que ele tenha que fazer isso por mim, entendem?


- Eu não vejo nada de estranho o cara querer ficar no país. – Vincent disse.


- Não? Então tá bom, se a Sophie decidisse abandonar um sonho de anos pra ficar ao seu lado, você permitiria Vincent? Aliás, qualquer um de vocês permitiria isso? Vocês acham justo que ele jogue tudo para o alto, somente pra ficar comigo?


Os cinco amigos se entreolharam estranhamente e ficaram em silêncio.


- Foi o que eu imaginei. Ninguém aqui seria egoísta o suficiente pra permitir que isso acontecesse. – Dominique disse séria – Eu não sei o que fazer, sinceramente.


- Se isso está te incomodando, você deveria falar com ele, Nick. – Rose aconselhou – Converse e juntos tentem encontrar uma solução pra isso. Eu tenho certeza que vão conseguir.


Dominique não respondeu. Sua mente já havia sido transportada para outro plano e agora trabalhava furiosamente em busca de uma solução para aquela situação.


Ela iria dar um jeito em tudo, nem que fosse a última coisa que fizesse.


FIM DO FLASHBACK.


 


 


- Por que...? – Alvo foi o primeiro a se pronunciar, é claro. Eu não esperava que fosse de outra forma.


Não era preciso que ele terminasse a pergunta para entender o que ele queria saber. Obviamente seriam as perguntas que eu já esperava e estava totalmente preparada pra responder.


Questões como “Por que fez isso?” ou “Por que não nos contou?” não seriam nenhuma surpresa pra mim.


Para ser sincera os acharia estúpidos e ridículos se não iniciassem assim o interrogatório, afinal de contas, a curiosidade é algo comum em todo ser humano.


Todos sempre querem descobrir coisas novas, experimentar algo para saber se é bom ou ruim, dar algum passo na direção oposta só para ver no que vai dar... Se não fosse a curiosidade do ser humano, o mundo não teria evoluído.


E também, se não fosse à coragem para tentar, nós não estaríamos aqui hoje e muitas coisas não aconteceriam.


Não mesmo!


 


 


FLASHBACK – UMA SEMANA ATRÁS



Sábado – uma semana para o fim dos exames.


- Adam, será que eu posso saber o motivo de tanta euforia? – Paola perguntou enquanto era praticamente arrastada para fora do castelo.


- Hoje é sábado! – Adam anunciou como se isso fosse uma notícia que poderia mudar suas vidas.


- Uau, você realmente olhou o calendário antes de sairmos ahn?! – Paola debochou.


Adam riu e continuou puxando Paola em direção aos portões do castelo.


- Temos um passeio em Hogsmeade, não se esqueça.


- Eu sei! E você nunca se entusiasmou tanto antes, então será que dá pra parar de agir feito um maluco e me explicar o que está havendo?


Adam suspirou e por fim parou, ficando em frente à menina.


- Escute, pode parecer sentimentalismo barato ou coisa do tipo, mas a verdade é que em breve eu não estarei mais aqui. Faltam apenas duas semanas para formatura e eu gostaria muito de aproveitar esse último passeio, porque bom... Apesar de ter cometido muitas burrices, eu também aprendi várias lições e, de brinde, ainda ganhei uma grande amiga! – ele sorriu, encarando a menina.


Paola sentiu suas bochechas corarem, mas não desviou o olhar e sorriu também. Se todo entusiasmo de Adam era por aquele motivo, não seria ela quem estragaria o passeio.


- Já que é seu último passeio na cidade, você vai pagar tudo, certo?! – ela brincou.


- Desde que você não decida comprar só roupas e faixinhas pro cabelo, por mim tá fechado! – ele entrou na brincadeira e voltou a arrastá-la em direção as carruagens que já esperavam os alunos.


 


***


 


O tempo estava bom. Não demorou para os alunos chegarem logo ao vilarejo bruxo e começarem a se espalhar pelo local.


Adam mal esperou Paola descer da carruagem e já começou a puxá-la pela mão em direção à Casa de Chá Madame Puddifoot.


- Adam, se eu não soubesse que você e a maioria dos alunos do 7º ano estão fora do juízo perfeito graças à formatura, e ao término dos NIEMs eu iria me irritar muito por estar me arrastando assim ok?! – Paola comentou, enquanto parava na entrada do estabelecimento. – Eu realmente não acredito que corremos tanto para parar em frente a uma Casa de Chá!


Adam riu mais uma vez e empurrou a porta para que a menina entrasse.


- Desculpe, é que eu realmente adoro chá! – ele zombou, entrando logo atrás dela.


Paola estava parada próxima a uma das mesas, com o olhar fixo nos fundos do local, onde uma pessoa especial estava sentada.


- O que... O que ele está fazendo aqui? – Paola sussurrou a pergunta, sem desviar o olhar da figura que estava sentada na mesa dos fundos, encarando-a.


- Acho que isso você mesma vai ter que descobrir. – Adam disse casualmente – E bom, se seu pai for parecido com o meu, é melhor correr, pois não deve gostar muito de esperar.


- Mas, eu...


- Boa sorte! – Adam disse, dando um beijo no rosto de Paola e saindo do local.


Paola ainda tentou impedi-lo, mas ele não ouviu o “Fique!” que ela sussurrou.


Respirando fundo, ela caminhou até onde seu pai estava. Apesar de querer fugir, a vontade de ir até ele e descobrir o que estava havendo era maior.


- Olá, querida! – Pierre, o pai de Paola, a cumprimentou – Sente-se!


Paola não conseguiu pronunciar nenhuma palavra e apenas fez o que seu pai lhe sugeriu. Puxou a cadeira e sentou-se a sua frente, ainda confusa com tudo.


- E então, vai querer beber alguma coisa? Um chá? Suco? Chocolate? Pode pedir o que quiser, você sabe e...


- O que está fazendo aqui? – Paola perguntou encarando a toalha da mesa.


- Vim ver você.


- Não veio não! – Paola ergueu a cabeça para encará-lo – Não estamos no Natal, no Ano Novo, nem na Páscoa ou qualquer outra época em que precise aparecer para manter as aparências diante dos seus amigos, então o senhor não veio me ver. Está aqui por algum motivo que eu ainda não consegui descobrir qual é, mas sem dúvida não veio para saber como eu estou.


- Escute, eu sei que nunca fui um pai presente, mas gostaria de remediar essa situação. E, se estou aqui hoje, é para tentar fazer as coisas darem certo dessa vez. – Pierre disse pacientemente.


Paola deu uma risada histérica e encarou o pai, completamente furiosa.


- Remediar a situação? É isso que o senhor acha que precisa fazer? Aparecer aqui, me encarar como seu eu fosse uma garotinha de oito anos e tentar “remediar” a situação? – Paola perguntou séria – As coisas não funcionam assim pai.


- Paola você sabe que eu nunca quis parecer cruel e que meus sumiços sempre foram muito bem justificados.


Paola balançou a cabeça e passou as mãos nervosamente pelos cabelos. Aquilo só podia ser uma piada e ela mataria Adam depois por fazê-la passar por tudo isso.


- Seus sumiços foram justificados? Ah sim, presentes caros e bonitos sempre significaram muita coisa pra mim, obrigada.


- Está vendo? Eu não errei tanto aos enviá-los. – Pierre disse como se estivesse coberto de razão.


- O senhor só pode estar de brincadeira, não é? – Paola perguntou com a voz alterada – Passou todos esses anos fugindo de mim e me culpando pela morte da mamãe. Nunca, nunca me disse nada que fizesse sentir melhor ou me encorajasse. Quando falava comigo, parecia estar ao lado de uma estranha e não se importava em mudar o tom frio que utilizava pra falar com seus subordinados. – ela riu mais uma vez – Seus presentes nunca me interessaram. Nenhuma jóia, roupa nova, viagem... Nada teve sentido pra mim.


Pierre engoliu em seco diante o discurso magoado da filha. Era a primeira vez que a via tão magoada e ferida, e só então se deu conta das burrices que havia feito. Philippa, sua filha mais velha, sempre tivera razão afinal. Ele era o pior pai do mundo.


- Paola, se puder me ouvir um minuto, eu posso explicar e...


- Explicar o que? Por que está aqui? – ela perguntou – Eu já entendi que o senhor veio porque meu amigo o convidou e naturalmente esperava que eu agisse de maneira carinhosa e gentil, como tenho fingido bem durante os dezesseis anos.


- Não é nada disso, me escute, por favor, eu...


- NÃO! – ela gritou e se colocou de pé. Algumas pessoas que estavam dentro da Casa de Chá pagaram a conta e se retiraram silenciosamente ao perceber que aquela discussão familiar duraria bastante tempo, pois não queriam parecer intrometidas.


- PAOLA!


- Onde esteve nos últimos dezesseis anos, papai? Onde o senhor esteve? O que foi que eu fiz pra me odiar tanto? Eu não a matei! Não foi minha culpa e acredite que se eu pudesse, voltaria no tempo e trocaria de lugar com ela! – Paola agora chorava – Onde o senhor esteve quando aprendi a falar ou a andar? Onde esteve todas as vezes que fiquei doente? Onde esteve quando eu precisei de alguém pra conversar? – ela respirou fundo para se controlar.
“Em toda a minha vida eu sempre me perguntei o que havia de errado, sabia? Suas viagens sempre demoravam tanto e o senhor nunca voltava a tempo para o meu aniversário, embora ordenasse para que fizessem as festas... E então uma vez eu o vi na biblioteca de casa, parado em frente à lareira, segurando uma foto da mamãe... Estava triste e perguntava por que ela havia morrido quando eu nasci. Foi só aí que entendi o motivo do seu ódio. A culpada era eu!”


Pierre se colocou de pé e contornou a mesa para ficar em frente a filha. Seu rosto era inexpressivo, embora seus olhos brilhassem pelas lágrimas que ele se recusava a derramar.


- Eu nunca odiei você, Paola! Eu nunca...


- Não? Então por que nunca me escreveu? Por que nunca enviou um cartão? Por que nunca esteve presente?


- Porque você é igual a ela! – Pierre respondeu de forma simples – As mesmas manias, o mesmo sorriso, os mesmos olhos... O gênio forte e inteligente... Tudo em você é igual a ela. – ele respirou fundo – Sua irmã sempre me dava broncas por isso. Ela sempre gritava comigo e me mandava cartas implorando para aparecer, mas eu não conseguia. A ignorava ou então fazia uma falsa promessa dizendo que iria até você e pediria desculpas, mas não conseguia. Eu era covarde demais para isso. Covarde demais para encarar você, já que todas as vezes que te olhava, me lembrava de sua mãe.
“Eu errei muito, eu sei. Admito que foi um absurdo não ter estado presente em todos esses anos... Também preciso confessar que se o seu amigo não tivesse me mandado uma carta, eu...”


- Espera! – Paola o interrompeu – O Adam fez o que? – ela perguntou chocada.


- Seu amigo me escreveu. Na verdade eu acho que ele relatou todos seus anos de vida naquele pergaminho, por Merlin, aquilo que é carta grande. Enfim, o seu amigo Adam intercedeu por você. Ele pode ser apenas um rapaz, mas acredite que sua atitude foi de um homem maduro. – Pierre explicou – Ele também foi bastante corajoso ao me chamar de idiota e covarde.


Paola piscou e balançou a cabeça, tentando absorver aquela informação. Ela sabia que Adam tinha armado aquele encontro, mas esperava que tivesse contado com a ajuda de sua irmã Philippa e não feito tudo sozinho.


- Está querendo dizer que...?


- Que aquele garoto se importa? – Pierre completou a frase da filha – Ah sim, claro! Ele se importa bastante com você e me fez o favor de dizer como você se sentia, já que você mesma nunca teria coragem! – ele respirou fundo – Filha, me escute! Talvez seja muito tarde para mim. Talvez eu não seja mais digno de perdão e mereça carregar essa culpa pelo resto da vida...
“O que eu estou tentando lhe dizer é que sinto muito, muito mesmo se lhe fiz pensar que era culpada pela morte de sua mãe, e pior, se a fiz pensar que eu a odiava. O meu medo tolo de encarar você e enfrentar o passado fez com que me afastasse e seu amigo me fez perceber isso. Será que pode me perdoar? Será que pode me dar outra chance para tentar ser um bom pai e recuperar o tempo perdido? “


Paola não respondeu. Simplesmente se aproximou do pai e o abraçou carinhosamente.


Emocionado, Pierre retribuiu o abraço, dando um beijo no alto da cabeça de sua filha. Era a primeira vez que fazia isso.


- Eu prometo filha, prometo que de hoje em diante serei um ótimo pai! – Pierre garantiu.


Sorrindo, Paola se afastou do abraço e o encarou.


- Eu amo você, papai!


- Eu também te amo, filha!


E então, mais uma vez eles se abraçaram.


Adam, que estava do lado de fora apenas espiando por uma fresta da janela, sorriu satisfeito com sua ação.


- É isso aí Krum! Finalmente você se tornou o bom garoto da história!


FIM DO FLASHBACK


 


 


- Por que eu comecei com o jornal? – perguntei, sem esconder meu sorriso – Por vocês. Por mim. Sem maiores enrolações, o único motivo de existir o “Elite de Hogwarts” é porque a própria “Elite” já havia sido criada, antes mesmos de vocês notarem.
“É intrigante, eu sei. Mas a verdade é que quanto mais vocês tentavam fugir, mas as pessoas olhavam e faziam comparações. Algumas desejavam ter a mesma popularidade, o que acredito não ser novidade para ninguém aqui. Outras sentiam admiração e queriam ser como vocês – não superá-los, é claro, apenas se compararem. Enfim, por mais que fechassem os olhos, todos viviam comentando. Foi esse o motivo que me levou a começar tudo, assim como foi esse o motivo que me trouxe hoje até vocês.”


Eles ainda me encaravam com certa descrença e eu começava a achar que estavam duvidando da verdade que estava sendo contada de forma descarada.


 


 



FLASHBACK
INSTANTES ANTES DO ENCONTRO NA TORRE DE ASTRONOMIA


A maioria dos alunos erguia as mãos pro céu e agradeciam por ter a rotina de exames finalmente encerrada. Toda aquela preocupação com horários e notas estava levando alguns a um ataque de nervos.


Durante o jantar, o clima era descontraído era predominante. Agora faltava pouco para as adoradas férias e eles só queriam relaxar.


Como sempre, toda regra há sua exceção, então era por isso que os Weasley/Potter, Scorpius, Vincent e Sophie não estavam tão tranquilos. O último dia dos exames significava a ida à Torre de Astronomia para o encontro com a “Garota Misteriosa”.


- Ok, vocês têm certeza disso? – Dominique perguntou aos primos – Quero dizer, nem sabemos quem ela é!


- Acho que é por isso que ela se chama “Garota Misteriosa” não? – Fred brincou – Fala sério, o que pode acontecer de errado? Estamos em maior número, o máximo que ela pode nos fazer é dar um bolo.


- E, se caso isso acontecer, nós saímos de lá dando boas gargalhadas! – Alvo garantiu.


Na mesa da Sonserina, Vincent, Sophie, Scorpius e Rose também estavam preocupados.


- Eu realmente não acho uma boa idéia irmos até a Torre! – Rose disse – Isso pode nos meter em encrencas.


- E meus queridos amigos, vocês acabam de ouvir a Monitora Chefe mais preocupada que Hogwarts já teve! – Vincent zombou – Qual é Rosecreide, não custa nada levantarmos nossas poupanças da cadeira e caminhar até a Torre ok?! Veja pelo lado bom! Se ela não estiver lá, ao menos gastamos as calorias.


Scorpius e Sophie riram, enquanto Rose permaneceu séria.


- Eu não sei... Só acho que...


- Você acha que precisa relaxar! – Scorpius a interrompeu – Eu nunca pensei que diria isso em toda minha vida Sonserina, mas Vincent está certo. Se a menina não estiver lá, nós damos a volta e pronto! Fim da história.


- E se for um menino? – Sophie perguntou de repente – A “Garota Misteriosa”, e se ela não for... Bom, e se ela não for realmente uma garota.


- Bom, se ela não for uma garota, é melhor vocês começarem a temer meninas, pois o “cidadão” vai tentar nos atacar enquanto estiverem distraídas. Ele não vai querer perder o “bofe”. – Vincent brincou e todos riram mais uma vez.


Na mesa da Grifinória, os únicos que pareciam realmente empolgados eram Louis e Luiza. Era a primeira vez que os dois participavam de algum segredo e ninguém os dizia que eram novos demais para isso.


- Já está na hora? – Luiza perguntou a Alvo.


- Ainda não! Por Merlin, não faz 5 minutos desde a última vez que perguntou. – Alvo riu – Eu vou avisar quando estiver na hora, ok?!


- Ok! – respondeu Luiza. – Olha lá, Nick! Seu namorado vem vindo. – ela apontou em direção à porta do Salão Principal onde Michael acabara de entrar.


Sorrindo e com as mãos no bolso, o sonserino caminhou até onde a namorada estava, totalmente relaxado.


- Boa noite, pessoal! – Michael os cumprimentou – Boa noite, amor! – ele se abaixou para dar um beijo rápido na menina.


- Boa noite! – Dominique sorriu – E então, fazendo o que perdido na parte Grifinória do salão? – ela brincou.


- Ahhh, nada demais. Eu só queria saber se minha namorada Grifinória não gostaria de dar uma volta pelo jardim antes do toque de recolher. Sabe como é, a noite está linda!


- Pois a sua namorada grifinória, aceita! – Dominique se colocou de pé e encarou os primos – Não se preocupem. Eu volto na hora! – ela os garantiu.


 


***


 


- A noite está mesmo linda! – Dominique observou, enquanto olhava pro céu estrelado.


- Não mais do que você! – Michael disse, com os olhos fixos nela – Sabe Dominique, eu nunca tive a chance de te agradecer.


- Agradecer? – ela perguntou confusa – Do que está falando?


Michael sorriu e acariciou o rosto da menina gentilmente.


- Eu nunca tive a chance de te agradecer por tudo que fez por mim. Por não ter sido a garota que no início eu pensei que fosse; por ter me mostrado que brincadeiras não levam a nada; por ter me feito te amar loucamente; e é claro, por ter me dado essa segunda chance... Obrigado por ter feito de mim uma pessoa melhor! – Michael disse, encarando fixamente os olhos azuis da menina à sua frente – Eu prometo que farei tudo por você! Que você sempre vai ser prioridade em minha vida e que eu nunca vou fazer nada que possa te magoar.


- Por que está dizendo isso? Quero dizer, a parte de ser sempre prioridade? – Dominique perguntou, lembrando-se imediatamente da conversa que ouvira na biblioteca. – Você sabe que precisa tomar decisões que te favoreçam também, não é? Sabe que nunca deve desistir de coisas importantes por mim, não sabe? Eu nunca ficaria chateada com você, se decidisse alguma coisa que fosse para o seu bem! – ela disse tudo muito rápido.


Michael riu e aproximou o rosto do dela, roçando levemente seus lábios.


- Me favorece muito ficar com você e nada pode ser mais importante do que isso! – Michael disse com convicção e a beijou gentilmente.


Dominique retribuiu o beijo da mesma forma, embora sentisse seu coração apertado pelo que acabara de ouvir.


- Eu te amo, minha Pequena Weasley! – Michael sussurrou.


Sem saber o motivo, Dominique o abraçou forte e escondeu o rosto em seu peito.


- O que foi amor?


- Nada, nada... É só que... Eu também te amo muito e faria qualquer coisa pelo seu bem! – Dominique garantiu e se arrepiou ao perceber a veracidade que suas palavras continham. – Eu realmente te amo demais! – ela o abraçou novamente, aproveitando bem aquele momento e aquela noite maravilhosa.


 


***


 


- É galera, está na hora! – disse Alvo, olhando pro relógio – Vamos logo conferir se estamos ou não caindo em uma pegadinha.


Sem precisar de um segundo aviso, os outros se levantaram.


Na mesa da Sonserina, Rose, Scorpius, Sophie e Vincent se colocaram de pé ao ver aquela movimentação, e partiram junto com os demais.


Era hora da verdade.




***


 



- Ok, quem vai entrar primeiro? – Roxanne perguntou.


- Melhor nós que somos mais velhos irmos primeiro. – Scorpius disse.


- Fala sério! Vocês pedem pra me ver fazendo piadas não é? – Vincent perguntou – Só deixe-me lembrar a vocês que isso aqui não é nenhuma tentativa de roubo a banco ou coisa parecida. Vamos entrar logo! – ele revirou os olhos e entrou na Torre de Astronomia, sendo seguido pelos demais.


Assim que todos estavam no local, olharam em volta, semicerrando os olhos pra tentar enxergar os pontos obscuros. Grande parte da torre estava imersa na escuridão. As partes iluminadas eram as que contavam com a luz do luar.


- Certo, acho que fomos enganados. – Lucy comentou, olhando em volta.


- Você acha priminha? – Fred perguntou dando uma risada – Eu já tenho certeza disso!


Rose revirou os olhos, impaciente.


- Vamos embora logo! Tá na cara que isso foi uma piadinha sem graça e que amanhã estaremos naquele jornalzinho de quinta, como vítimas da nossa própria curiosidade! – Rose disse e os demais concordaram.


Eles iam se virar pra sair, quando finalmente ouviram passos ecoando da parte escura da torre.


- Ora, ora, ora, meus queridos escolhidos! – disse uma voz vinda da escuridão – Por que a pressa? Pra quem queria me conhecer, vocês desistiram muito rápido.


Rapidamente todos se viraram e encararam a figura que agora estava parada na claridade.


- VOCÊ? – eles exclamaram juntos, sem esconder o espanto.


Aquela figura não poderia ser a Garota Misteriosa. Não mesmo.


FIM DO FLASHBACK


 


 


Impressionante. Quando estive anônima, todos pareciam acreditar em minhas palavras – ainda que escritas em um simples pergaminho. Daí, quando eu resolvo dar as caras e mostrar meu verdadeiro eu (sim, eu sei, foi bastante profunda essa frase!), eles decidem me encarar como se EU tivesse pirado. Fala sério!


- Bom, parece que vocês decidiram fazer essas expressões surpresa e não pretendem mudar tão cedo, não é? – brinquei, sabendo perfeitamente que isso poderia me gerar uma ida pra enfermaria – O jornal foi um meio de desviar atenção de todos nós para os demais estudantes. Éramos visualizados, focados, julgados... Por Merlin, somos apenas adolescentes, merecemos ter um pouco de paz na escola. Criar o jornal foi uma idéia louca e muito eficaz de fazer as pessoas se preocuparem com outras coisas a não ser “nós”.
“As notícias que eu levava, a disputa pela popularidade, enfim, tudo acabou dando certo ‘descanso’ e ajudou bastante na hora de desviar a atenção para outros assuntos. Fala sério, esse povo precisava notar que havia outras pessoas na escola e que o mundo não girava ao nosso redor. Modéstia parte, fiz um bom trabalho, já que tudo funcionou. Até a Victoire e o Tiago, disseram que...”


- Espera aí! – Lily me interrompeu. Não pude decifrar se a expressão em seu rosto era raiva, divertimento ou uma mistura dos dois. – A Vic e o Tiago sabiam disso?


Sorri e balancei a cabeça num sinal positivo.


- Sim. Eles souberam no último ano também. – expliquei – Ficaram meio chateados no começo, mas logo entenderam que tudo não passou de uma brincadeira e, pra ser bem sincera, até gostaram!... Pra ser ainda mais sincera, Tiago pediu que eu deixasse a ética de lado e aprontasse bastante com vocês, mas é óbvio que não segui tal conselho.


Eles novamente se entreolharam. Pude acompanhar suas expressões revoltadas, se tornarem confusas, um pouco contraditórias, até que finalmente relaxaram.


O pior já havia passado. Finalmente!


- Ok, ok, eu não estou dizendo que nós vamos perdoar você facilmente – Rose começou a discursar e eu soube de cara que teria que ouvir muita coisa – Ou melhor, não estou dizendo que eu vou perdoar você tão fácil, mas será que poderia me fazer o favor de explicar por que nunca nos contou que era a Garota Misteriosa, Dominique?


Suspirei. Era óbvio que eu esperava que alguém me fizesse tal pergunta, afinal de contas, encarar metade da sua família e se apresentar como a garota que escrevia em um jornal de fofoca, não era nada fácil. Mas, sinceramente, esperava que eles também fossem mais rápidos e entendessem o motivo que me fez permanecer em silêncio. Para mim estava tão claro! Mas querendo ou não, teria que explicar.


- Manter o segredo fazia parte da brincadeira. Não seria divertido se eu aparecesse até vocês e dissesse: “E aí pessoal, sabe aquela garota do jornal da escola? Pois é, sou eu. Ah, e por falar nisso, quando forem aprontar me avisem ok?! Facilita muito pra mim!” – revirei os olhos – Eu não poderia contar, porque tudo perderia a graça e além do mais, isso os colocaria em risco, se eu desse o azar de ser pega. Esconder minha identidade de vocês fazia a coisa mais engraçada e ainda os protegia.


- E por que decidiu nos contar agora? – Scorpius perguntou, tentando esconder a curiosidade. Aham, ele podia enganar qualquer um com aquela falsa capa de tranquilidade, mas não a mim.


Eu tive uma boa experiência sonserina esse ano, pode acreditar!


- Ah, vamos lá cara – Vincent me interrompeu antes que eu pudesse começar. Garoto rápido! – Não percebeu? Ela contou para os formandos e traíras Potter/Weasley e agora está nos contando porque vamos nos formar também... E isso faria sentido se estivessem presentes só você, a Sophie, o Alvo, a Rosecreide e eu... Uau, acho que acabei colocando por terra minha própria tese. – Vincent observou e então franziu o cenho, com uma expressão pensativa e me encarou – Fala sério baixinha, qual o motivo de ter nos contado?


- Eu fiz essa mesma pergunta agora pouco! – Scorpius rebateu.


- Eu sei. Mas tentei rebater sua pergunta com uma tese e no final percebi que não fazia nenhum sentido.


- Vincent, as coisas que você diz raramente fazem sentido!


E o blá blá blá havia começado. Era melhor eu interromper.


- O JORNAL “ELITE DE HOGWARTS” VAI ACABAR! – precisei gritar pra ser ouvida. Que horror!


Todos se viraram para mim com expressões chocadas.


Meu grito havia surtido efeito.


- Pois bem, agora que estão todos olhando, posso continuar. – disse tranquilamente – Decidi por um fim no jornal porque bom... Chega de fofoqueiros! Por mais que o meu jornal só levasse a verdade a todos, eu cansei. E vocês também vão embora, o que vai deixar as coisas por aqui mais tranquilas... Acho que já está na hora da garota misteriosa “evaporar”... E se eu for pesar tudo que me aconteceu, em especial aquela cena no Três Vassouras acho que preciso concordar que está na hora de dar mais atenção para minha vida e parar de tentar desviar os olhares.


Houve mais uma pausa, mas essa não durou muito. Instantes depois meus primos, irmão e amigos sorriram, e fizeram uma espécie de “monte” pra me abraçar.


Fui esmagada e isso deveria ser motivo de pena para Azkaban. Eles bagunçaram meu cabelo!


- Ok, ok, eu preciso respirar! – protestei, em meio aquele montinho assassino.


Eles riram e me abriram espaço.


Louis continuou abraçado a mim. Meu irmão sabe ser fofo quando quer. E eu que o chamo de pestinha!


- E então... Quando pretende dar um fim ao jornal? – Fred me perguntou.


Sorri, pegando novamente meu pergaminho e minha pena, que depois daquele abraço grupal jaziam no chão da Torre.


- Dêem uma última olhada no pergaminho, meus queridos! – disse incorporando a ironia que sempre utilizei para escrever – É o fim da Garota Misteriosa.




- Só isso? – Molly me perguntou, assim que terminei de escrever. – Está tão...


- Simples! – o coral de vozes soou novamente. Será que eles haviam combinado para falar juntos ou aquilo era reflexo do choque?


Eu ri.


- Ah, fala sério, o que vocês queriam? Dramas e despedidas longas? Deixem que pensem o que quiserem... Enquanto estiverem tentando entender o motivo da decisão, ao menos vocês terão paz para formatura. – expliquei.


Alvo se aproximou de mim, passou um braço por cima do meu ombro e disse tranquilamente:
- E então, esse vai ser mesmo o fim?


- Do jornal sim. Mas da minha história, ou melhor, da nossa história não! Afinal de contas, o fim é apenas o começo, não é?


E então, depois da minha magnífica afirmação pra lá de sentimental, todos sorrimos.


As coisas estavam certas... Finalmente! Agora só era esperar a formatura, e algo me dizia que muitas coisas aconteceriam naquela festa.


 


 


 


 


 


 


 


 


~~


 


 


 


 


 


 


 


 


 



N/A: Bom dia, meninas!


Eu ia dizer que demorei, mas em vista do meu último sumiço, esse até que foi curtinho.


Antes de dar os avisos mais importantes, deixe-me falar a respeito do capítulo. Eu sou uma pessoa bem crítica com as coisas que faço e, portanto, não serei falsa ao dizer que amei esse penúltimo capítulo. Confesso que realmente esperava produzir algo mais interessante, mas a coisa não saiu como eu planejei, então antes que perdesse a paciência e deletasse todos os arquivos, publiquei assim mesmo.


Sim, para a surpresa de muitos (ou não!) a Dominique acabou sendo a Garota Misteriosa. E aí, gostaram? Odiaram? Pretendem me azarar? HAUAHUAH Enfim, de todas as personagens da fic, ela sempre foi a que mais se encaixava no papel.


Não tenho muito que falar desse capítulo, em compensação sobre o próximo...


Antes de começar com as considerações, já deixo claro que NÃO HAVERÁ PRAZO PRA POSTAGEM DO ÚLTIMO CAPÍTULO. Gente, eu gostaria muito de dizer a vocês que tá tudo bem e que escrever tá sendo realmente fácil, mas a verdade é que só consegui postar o cap. 22 porque nas férias dei uma boa adiantada.


Eu não tenho como parar a minha monografia e escrever. Posso fazer isso vez ou outra, mas a pressão não tá me permitindo ter muita inspiração. É por isso que não vou prometer nada a vocês. Não tenho idéia de quando o próximo cap. ficará pronto, mas prometo que conforme for, eu venho lhes dar avisos e td mais.


Agora vamos falar a respeito do conteúdo do próximo capítulo. O último capítulo!


Muitas coisas serão fechadas no capítulo 23 que basicamente se passará na formatura. Acreditem quando eu digo que muitas coisas vão acontecer nessa festa!


Alguns personagens dão um adeus definitivo para fic, enquanto outros estão apenas começando sua jornada na história.


Agora é só esperar pra ver!


Desculpem-me por tantas demoras e, que venha o último capítulo!


AAAAAAAAAAAMOOOOOOOOO VOCÊS DEMAIS!!!!


Comentem ok?!


XoXo,


Mily.


 

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Comentários (1)

  • Anna Clara Weasley Malfoy

    Ahh quanta emoção pra minha cabecinha pequenaa >.< Dominique como a Garota Misteriosa O.o qu top amei esse cap. foi curto mais tudo bem e-e

    2012-06-14
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