A flor da pele
- Melissa?
- Sim doutor? Disse a pequena moça, franzina... Olhos muito pequenos, cabelos muito loiros.
- Precisamos aplicar a solução anti-séptica no tórax do paciente.
- Ok. Disse-lhe a pequena enfermeira.
- Senhor Potter, a principio em adultos aplicamos á anestesia local combinada com alguns sedativos. Caso o senhor sinta dor nos informe para que possamos lhe sedar corretamente evitando, assim qualquer tipo de dor ou desconforto.
Harry se encontrava em uma sala muito grande. Inteiramente iluminada. Aproximadamente uma meia dúzia de pessoas vestidas de branco. Harry odiava cheiro de hospital. Lembrava de Madame Pomfrey, ela sempre queria enfiar-lhe poções goela baixo. Tinha más recordações de Madame Pomfrey e do St. Mungus. Talvez seja daí que tenha tanta repulsa por esse cheiro.
Harry apenas confirmou com a cabeça para o médico alto e magro que se encontrava em sua frente.
Melissa vinha trazendo um líquido transparente dentro de uma vasilha de vidro em suas pequenas mãos. Parou ao lado de Harry para descobrir seu tórax. A pequena mulher parecia ter medo de olhar para Harry. Mas sem dúvidas pode perceber os lindos olhos cor de esmeralda.
Tirando o lençol delicadamente, ela começou a aplicar a solução no tórax do rapaz. Enquanto o doutor preparava-lhe a seringa com a anestesia. O médico anestesista era um homem muito gordo e baixo. Uma longa barbicha ruiva que fez Harry lembrar de Rony.
O homem sorriu para Harry e lhe aplicou a anestesia no lado esquerdo logo abaixo do ombro.
- Melissa traga os sedativos.
- Sim, sim doutor. A pequena moça caminhava com passos miúdos até a cama de Harry.
Harry sentiu-se embriagado alguns instantes após tomar os sedativos. A impressão que Harry teve foi que estava bêbado ou coisa parecida. Parecia que tinha tomado uísque de fogo demasiadamente.
O médico alto e magro se aproximou da cama olhando atentamente para Harry.
O procedimento não é tão demorado quanto os outros. O médico precisa separar os tecidos, onde criará um lugar para implantar a bateria do marcapasso. O sistema de marcapasso artificial consiste em um ou dois eletrodos e uma unidade de bateria. Os eletrodos (fios) são inseridos em uma veia localizada abaixo da clavícula. Com a ajuda de imagens de radioscopia vistas em tempo real em um monitor, o médico os coloca em seu átrio direito e ventrículo direito. As pontas dos eletrodos estabelecem contato com o músculo cardíaco, e transmitem o impulso elétrico que estimula as batidas do coração. As outras extremidades dos eletrodos são conectadas à unidade de marcapasso (chamado de “gerador”) que contém baterias e circuitos eletrônicos. O médico coloca esta unidade debaixo da pele, na parte superior do tórax.
Gina abria os olhos rapidamente, assustada com o vento gélido que inundava o quarto de hospital. Ao acordar teve a impressão que esquecera de algo muito importante.
Levantou-se depressa. Dirigindo-se para o armário na parede. Gina escolheu uma calça jeans bem clara e uma blusa preta. Tirou seu tênis da mochila e foi até o banheiro no fim do corredor.
No andar onde o era o quarto de Gina não havia banheiros nos quartos. Era o andar mais antigo do hospital, e por isso não foi adaptado como os outros á ter banheiros.
O banheiro no fim do corredor era igual a um vestiário. Era grande e todo coberto com azulejos brancos. Tinham dois bancos defronte á porta, e a pia que cobria toda a parede á esquerda.
Na direita tinha uma porta que dava acesso á parte das duchas. Gina gostou do banheiro. Era muito limpo e organizado. Sentada ao lado da pia tinha uma senhora muito magra, mas ao mesmo tempo muito baixa. Ela estava sentada em uma cadeira lendo um livro. A velha senhora só percebeu a presença da ruiva após alguns segundos.
- Ah, olá moça. Disse sorridente para Gina. – Bom dia!
- Bom dia, senhora.
- Me chame de Leila.
- Bom dia Leila. Gina ficou muito contente com a simpatia da mulher.
- Você vai tomar banho?
- Vou sim. Ah poxa vida, esqueci de toalhas...
- Ah minha querida, não se preocupe. Sou paga á trinta anos para dar toalhas para os pacientes desse andar.
- Nossa! Disse Gina pensando em como o trabalho da pobre mulher devia ser chato.
- É, e você deve estar pensando... Que trabalho tolo esse não?
Gina corou muito ao perceber que a mulher parecia ter lido seus pensamentos.
- Er... Desculpe, mas não estou acostumada com hospitais e...
- Nem esquente minha jovem. Esse trabalho é chato mesmo, e nada comum.
Gina sorriu para a mulher, que lhe retribuiu calorosamente. Observou á mulher caminhar até o final da sala, onde tinha um armário branco parecido com uma pia de cozinha.
- Aqui está menina, uma toalha limpinha, sabonetes, e um xampu neutro. Não sei por que eles compram esse xampu á trinta anos, mas vou dar um jeito de dizer para se atualizarem. Esse xampu é do tempo do Ari ri pistola.
Gina agora gargalhava muito com a descontração da mulher. É claro que ela não tinha nem idéia de quem era Ari ri Pistola, mas quem se importava não é mesmo? Gina sabia que era algo do mundo trouxa...
- Que indecência a minha não é? Nem perguntei seu nome... Acho que estou ficando velha...
- Gina...
- Perdão? Disse a mulher.
- Meu nome é Gina.
Gina estava tão contente com a pequena mulher que pareceu esquecer a longa noite que teve, a longa e tortuosa noite. Passou os olhos pelo espelho em cima da pia e pode perceber seus olhos inchados de tanto chorar. Chorar por Harry.
Gina sentia vergonha dela mesma por ter dito tudo aquilo para Harry. Mas, ela tinha essa personalidade, ela botava a boca no mundo se fosse preciso. E só depois então que iria se arrepender.
- Gina é um bonito nome. Acho deve tomar banho minha cara, daqui a pouco isso aqui lota e meu serviço fica mais excitante. Às vezes entra algum homem muito sexy aqui. E pode acreditar eu adoro esse trabalho por isso.
- Eu adoraria trabalhar assim também. Disse-lhe Gina, animada.
Passando pela senhora escolheu sua repartição e fechou a porta levemente.
A água agora escorria por seu corpo parecendo levar embora todo o sofrimento e a dor que mantinha guardado no coração. Talvez fosse melhor nunca ter conhecido Harry, no entanto Gina sabia que seu destino era viver aquele louco amor até o fim. Mas, não era só Harry que preocupava Gina. O dinheiro para a operação de Alvo era mais importante no momento. Isso fez Gina perder o sono durante a semana no hospital. E sem dúvidas isso era um grande problema.
A água morna acariciava o corpo de Gina assim como acariciava sua alma. Naquele breve momento ela se sentiu revigorada. Vestiu suas roupas e fez um coque nos cabelos.
Saindo da sala Gina viu a velha mulher na mesma posição que se encontrava quando entrou na sala.
- Oh querida não tinha visto você sair. – Teve um bom banho? A água não esfriou?
- Tive um banho ótimo. E se olhando no espelho pode constatar que seu rosto estava ótimo perto de antes.
- Vejo que está com um rosto bem melhor, você será liberada hoje?
- Ah é verdade, tinha até me esquecido. Vou sim, eu e meu filho.
A mulher deu um sorriso amigável e olhando para o relógio pigarreou e disse:- Eu se fosse você iria à cantina fazer um lanchinho antes da alta. Saco vazio não para em pé.
- É claro. Bom, Leila obrigada pela atenção e carinho. –Tchau.
- Tchau querida! Cuide-se
Gina caminhava em direção ao quarto para recolher suas coisas e no caminho sorria abobalhadamente.
Chegando perto do quarto pode perceber a movimentação por o vão da porta aberta.
- Gina querida, estávamos preocupados. Disse Molly correndo ao encontro da filha.
Gina estava feliz ao perceber que agora o quarto estava coberto de flores e pessoas sorrindo para ela. Mas não pode esconder a surpresa.
- Estava no banho mamãe.
Gina recebeu comprimentos de Molly, Arthur, Rony, Hermione, Lily, Alvo...
- Onde está Minerva gente? Disse Gina com espanto
- Er... Minerva está conversando com o doutor do Harry querida. Como você demorou um pouco o médico esteve aqui dando alta para vocês dois e dando as devidas recomendações.
Gina pode perceber o tom cuidadoso na voz da mãe, mas não conseguia... Não tinha forças para perguntar sobre Harry. Entretanto Hermione parecia ter lido os pensamentos de Gina e prontamente se anunciou.
- Gi, você pode me ajudar com uma coisinha aqui? Disse já saindo da sala.
Gina inocentemente seguiu a amiga até o corredor iluminado e totalmente branco.
-Gi...
Gina pode perceber Hermione tremendo, e a partir daí sentiu que algo de errado estava acontecendo.
- Gi... Er... Gi o Harry está muito mal.
Pra Gina aquele momento pareceu ser o último de sua vida, porém algo não tinha feito ainda a ficha cair...
- Como assim? Disse com veemência
- Minerva disse que ele reagiu mal ao marcapasso que implantaram nele...
- Marca o que? Disse Gina ansiosa
- Um parelho trouxa que se implanta perto do coração pra dar forças á ele, como se fosse uma bateria entende?
- Ah, sim!
- Harry esteve muito doente do coração durante esses seis anos, mas nunca procurou ajuda, e então chegou nesse estado.
Sei que você deve estar se perguntando: - “Nossa, mas o Harry é tão novo” só que essa doença é hereditária, ou seja, foi passada da tia Petúnia para Harry.
Gina não percebeu, mas estava suando frio, tinha um tremor nas mãos e lágrimas inundando os olhos.
- Mas... Mas e então Mi, o que farão?
Hermione respirou fundo e começou a chorar, não pode se conter.
- Gi, vão tentar... Vão tentar salvar a vida do Harry... Eu acho que vão operar ele dentro de meia hora... Er... Eu não tenho bem certeza...
- Mi, ele vai morrer?
- NÃÃÃO NÃO PODE!
Com o grito que Hermione deu Rony e o senhor Weasley saíram do quarto. Enquanto isso Gina saiu correndo pelo corredor sem rumo, sem fôlego, sem noção, sem o que pensar... Deixou-se levar pelo impulso...
Chegando ao corredor três esbarrou em alguém...
- Opa desculpe... Eu não...
- Gina?
Era Minerva... Minerva estava estranhamente pavorosa, um rosto pálido e sem expressão.
- Gina aonde vai assim com tanta pressa?
- Harry... Foi só o que os lábios trêmulos de Gina conseguiram dizer...
Antes que Minerva pudesse dizer algo Gina já estava no final do corredor, era um corredor pouco iluminado e frio, Gina foi fazer a curva e caiu em cheio no chão. Protegeu a cabeça com o braço, e ali no chão começou a chorar feito uma criança quando quer um brinquedo que o pai não pode dar.
Apesar da dor algo passava pela cabeça de Gina “Vamos! Levante, o quarto é logo ali, logo ali... Vamos Gina”.
Com a maior força de vontade do mundo levantou-se e foi em direção ao quarto de Harry. Na verdade Gina não sabia o porquê dessa atitude tão brusca e violenta de sua parte, mas, entretanto sabia que não podia perder Harry, não agora!
Felizmente para Gina, quem saia do quarto era o doutor alto e magro que a atendeu e fora tão simpático e atencioso.
Ele reconheceu Gina de longe e estranhou a atitude dela.
- Menina porque corre tanto?
- Doutor... A voz de Gina saia quebrada.
Ele percebeu que o braço de Gina sangrava... – Menina seu braço está sangrando, vamos fazer um curativo... Eu...
O doutor já ia caminhando quando Gina disse freneticamente
-Doutor!!! É um caso e vida ou morte, disse entre lágrimas.
O doutor então percebeu que Gina não estava brincando.
- Fale então.
- O Harry está acordado?
- Está sim, está passando o efeito dos sedativos e da anestesia local, ele vai ser operado dentro de instantes, seu caso... – Hei menina!
Gina já abrira a porta e apenas respondeu: - Caso de vida ou morte, por favor!
O médico não teve escolha, Gina já estava no quarto de Harry.
O quarto estava estranho, um odor forte entranhou no nariz de Gina.
Aproximou-se da cama calmamente, e Harry com o barulho tentou se levantar.
Quando os olhos cor de mel e os olhos verdes se encontraram, algo de sobrenatural aconteceu ali.
Uma luz branca cintilante pairou sobre os dois, como se fosse uma grande aura.
Nem Gina nem Harry perceberam, mas sem dúvida sentiram algo.
Gina chorava muito, e sangrava muito também. Se rosto estava com uma mistura de choro e sangue.
- Gi?
Harry olhava Gina de cima a baixo para tentar entender o porquê daquela situação.
- Gina o que é esse sangue? O que aconteceu?
- Nada, cai... Só isso.
- Não minta Gina. Disse Harry secamente.
- É verdade Harry, vim correndo e resvalei.
Harry agora sentia uma mistura de angústia, de medo, felicidade e apreensão.
Gina nem pensava em mais nada, ela sabia que se pensasse não teria coragem.
- Harry...
Agora as lágrimas iam cessando aos poucos, e a respiração voltara ao normal.
- Eu tenho uma coisa pra te falar Harry.
O estomago de Harry embrulhou suas entranhas agora pegavam fogo.
- Eu... Eu... Lembra do casamento de Mione e Rony?
- Claro que lembro.
- Pois é, lembra do que mamãe fez com a gente?
- Pediu para eu dormir no seu quarto?! Disse Harry meio abobalhado
- Exatamente... Então... Er...
- E você caiu por cima de mim, e fizemos amor?
Gina agora sentiu algo diferente na voz de Harry, algo frio e isso á fez ficar com um ódio súbito.
- É... Bem, eu...
Harry não agüentava mais a ansiedade, tinha que fazer algo...
- FALE GINA!
- Eu engravidei Harry... Eu engravidei de Gêmeos.
Harry endureceu suas entranhas agora queimavam em brasa. Tudo ao seu redor girava, o mundo parecia ter parado para Harry.
Mas Gina não podia esperar o mundo de Harry voltar para o eixo, não podia.
Antes que Harry se desse conta Gina já estava no corredor.
Harry não teve muito tempo para absorver os fatos, porque logo foi levado á sala de cirurgia por Melissa. Essa era sua chance de sobrevivência.
Gina sentia-se exausta. Parecia que suas pernas estavam moídas, sua cabeça parecia carregar 10 kg á mais.
Dividia um pequeno quarto com Alvo e Lílian. Não era nada tão apertado, mas, nada tão confortável. Era aconchegante e bem colorido.
Gina decorara o lugar com seu jeito. Muitas flores desenhadas na parede. Quase todos os móveis eram claros e bem cuidados.
Tinha uma cama e um beliche, um grande roupeiro, cobrindo toda a parede esquerda. Uma penteadeira e uma poltrona. Mas Gina gostava muito do lugar por que era sua cara, seu jeito... E passara por momentos mágicos ali.
O banheiro também era muito do estilo de Gina. Todo em tons pastéis. Bem arejado e iluminado.
Gina precisava um banho quente para relaxar. As matérias de poções estavam atrasadas por um mês e Gina tinha que se virar em cinco pra conseguir dar conta de tudo.
Três semanas haviam se passado e Gina não recebera noticias de Harry nem da família. Estava tão preocupada com o serviço que nem saia mais de Hogwarts. E pouco via Minerva. Neville estava de férias e não tinham mais contato. Hermione e Rony pareciam ter sumido até aquele dia...
- Comeram tudo direitinho?
Lílian e Alvo agora estavam sentados em frente á pequena TV ao lado da penteadeira.
Olhavam atentos aqueles desenhos cômicos...
- Ah, OII MÃÃÃÃE! Disse a menina já pulando no colo da mãe.
Alvo vinha logo atrás com um sorriso estampado no rosto. Parecia outra criança agora, trazia uma melhora visível.
Gina abraçou os dois e colocou-os em cima da cama, olhando-os com muita atenção.
- Mãe, chegou duas cartas pra nós.
Gina sentia as pernas tremerem, tinha certeza que era Harry, que ele queria xingá-la ou algo pior, poderia ser um berrante, ou sabe lá o que. Mas tinha certeza que era Harry.
Gina girou os calcanhares rapidamente, e logo pegou as duas cartas como se dependesse disso para viver. Estava tão ansiosa que tinha certeza que os meninos haviam percebido.
A primeira carta dizia: Remetente Molly Weasley.
Gina ficou feliz por ver que a mãe se lembrou de escrever. Abriu a carta mesclando um sorriso com uma lágrima.
Gin querida, as coisas aqui em casa estão muito bem. Seu pai descobriu como se faz para parar esses automóveis trouxas, acho que eles chamam de freio. E ele está mais feliz do que nunca!
Estou com muita saudade de Alvo e Lílian, e então eu e seu pai resolvemos reunir toda a família amanhã para um jantar de comemoração aqui na Toca. Se você não vir eu mando um berrante bem fiasquento, entendeu Gina?
Nós te amamos, mande um beijo para as crianças.
Molly Weasley.
Gina estava muito contente com as notícias, pois o pai estava trabalhando á anos nessa pesquisa, e enfim conseguiu.
- Mãe, de quem era?
- Da vovó amor. Respondeu docemente.
- EEEE, o que ela disse?
- Amanhã vamos jantar lá com toda a família.
A menina pulava em cima da cama com o irmão, enquanto as mãos de Gina tremiam como nunca.
Virou a carta lentamente temendo e ao mesmo tempo desejando o que estava escrito ali.
Quando não pôde mais evitar olhou para o remetente: Hermione e Rony.
Um ar de decepção percorreu seu corpo em fração de segundos, mas intermináveis. O estranho para Gina é que ao mesmo tempo uma excitação percorreu seu corpo.
Abriu a carta com ferocidade ansiando logo por notícias.
Querida Gina
Estamos escrevendo-lhe para dizer que estamos ansiosos pelo jantar de amanhã.
Estamos com saudade das crianças e de você também.
Então até amanhã.
Um beijo. Amamos você!
Os braços de Gina estavam suando frio, sua excitação estava indo embora como uma ventania.
Agora só restava o banho quente e a cama macia.
A porta batia com força, e Harry percebeu que não era Hermione.
- Entra cara.
Rony abriu a porta apreensivo, mas, depois de ver o amigo sorrindo logo descontraiu.
- E ai cara como se sente?
- To legal. Disse Harry pouco feliz.
A recuperação e a cirurgia de Harry haviam sido um sucesso. Nunca haviam feito duas cirurgias como essa em um paciente tão novo.
Rony percebeu que Harry estava ansioso para lhe dizer algo, achou certamente que Harry não iria mais no jantar da Toca.
- Você vem jantar Harry? Disse Rony já se levantando da cama ligeiro.
- Rony espere um minuto. Disse Harry girando as pernas e colocando-as no chão para poder se sentar.
Rony voltou rapidamente ao mesmo lugar. Olhou para Harry e engoliu á seco.
- Rony amanhã você vai comigo no banco?
- Er... Claro eu... Antes da janta na Toca. Mas... O que você vai fazer no banco cara?
- Vou comprar uma casa.
- Harry você não precisa fazer isso. Nossa casa é grande e além do mais foi sua e... E teremos o maior prazer de dividirmos com você assim como sempre fizemos.
- Muito obrigado Rony. Você é o meu irmão e sabe disso. Mas vocês dois são casados e precisam de privacidade. Não somos mais aqueles jovens que viviam sempre juntos. Agora cada um tem seu rumo.
- Mas cara...
- Rony, eu já fiz minha escolha. Preciso comprar essa casa. Não vou mais sair de Londres depois do que aconteceu, e além do mais a casa ao será minha.
- Como assim? Disse Rony surpreso.
- Apenas irei pagá-la, mas ela será no nome de Gina e das crianças. Harry baixou a cabeça logo após ter falado. Sentiu um vazio ao falar aquilo. Foi muito duro.
Rony ficou mudo por um minuto, pois não tinha digerido tantas informações assim.
Harry não saiu muito do quarto durante essas semanas e isso deixou Rony e Hermione preocupados. Eles acharam que Harry estava doente. Mas agora com tudo isso que Harry falara Rony finalmente começou a acreditar que a melhora de Harry era visível.
- Bom Harry se essa é sua escolha, pode contar comigo.
- Mãããããe o mãe que vestido eu vou colocar?
- Eu acho que você poderia colocar aquele rosa que a vovó lhe deu.
- Está bem.
- Alvo meu filho a mamãe passou aquela roupinha azul pra você. Coloque-a e venha cá para eu pentear seus cabelos.
Harry estava sentado na mesa da aconchegante casinha, que o fazia se sentir tão bem. A todo o momento ele olhava para a porta na esperança que a caçula Weasley entrasse.
- Harry você está ótimo já! Falou Molly
- Estou mesmo, novinho em folha. Disse em tom divertido.
Todos conversavam alegremente até que a porta se abriu ligeiramente dando passagem á mulher linda que fazia o coração de Harry disparar. Gina estava vestida como uma trouxa. Com uma calça preta bem colada ao seu corpo, o que mostrava bem suas curvas. Uma blusinha vermelha com decote em V que realçava os peitos bem formados e a medalhinha prata que tinha aparentemente 4 cm. Um sapato de salto alto preto e o cabelo em um coque levemente frouxo.
Harry sentiu o coração apertado quando á viu.
Gina trazia Alvo e Lílian pela mão. A menina estava com um vestido rosa muito bonito, que a deixava parecendo uma princesinha. Alvo estava com uma roupa azul que parecia roupa de homenzinho.
Os dois logo soltaram à mão da mãe e correram para o colo da avó e do avô.
Harry olhava descarada mente para a Weasley deixando ela encabulada quando encontrou o olhar do moreno. Gina em um impulso saiu correndo para a rua e Harry levantou-se com espanto.
- Ginaa!
Alvo e Lílian mencionaram se levantar, mas os avós não deixaram.
Harry levantou-se bruscamente e colocou as mãos na cabeça. Como pode ele ter visto tudo isso em um sonho?
Será que isso era um tipo de magia que ele tinha e não sabia? Será que era um aviso?
Sem se tocar correu até o jardim da toca deixando para trás todos com cara de espanto.
Caminhando em passos largos Harry correu ao encontro do vulto sentado no banco.
Gina estava com os cotovelos encostados no joelho e com a cabeça ente as mãos, chorando desesperadamente.
- Gina
A ruiva levantou o rosto com dificuldade. Olhou atentamente para Harry e parecia que havia se perdido.
- Gina eu preciso conversar com você. Harry tremia de cima á baixo.
- Eu não tenho nada para conversar Harry. Disse Gina bruscamente. – Acho que o que precisava saber já foi dito.
Ao contrário do que Harry pensou Gina não se moveu. Ficou ali no mesmo lugar parecendo estátua, não parecia nem piscar.
- Eu queria lhe explicar meus motivos...
- Harry eu compreendo que me deixar para virar auror em Manchester tenha sido sua escolha, e tudo bem juro que já superei.
Gina estava mentindo para si mesma, isso Harry pode perceber.
- Gina eu não deixei você porque quis eu...
- Você quis sim. Gina agora estava frente a frente com Harry. Olhando profundamente naqueles olhos verdes iluminados pela luz da lua. Harry estava lindo, charmoso. Havia se tornado um homem perfeito. Gina ardia de paixão cada vez que o via. Harry agora estava com os cabelos bem curtos e ainda assim arrepiados. Tinha um rosto lindo totalmente com traços masculinos fortes. Gina tinha certeza que muitas mulheres em Manchester caíam de amor por ele, e isso a deixava com náuseas.
- Gina eu precisava de um tempo para mim. Eu precisava me afastar um pouco dessa dor. Mas eu errei porque sem você minha dor só aumentou.
- Aé? Disse Gina sarcasticamente. – Então se foi pior porque você não voltou Potter?
Porque continuou lá então? É claro que você não estava nem aí para a pobre Weasleyzinha. Você já tinha usado e abusado dela mesmo.
- Não fale assim Gina. Por favor.
- Não seja hipócrita Harry. Você tirou minha pureza, e eu não vou negar que gostei. Gostei mesmo, tanto que ardia em desejo todas às noites que me deitava naquele colchão. E não vou negar que você é maravilhoso.
Harry agora olhava para Gina incrédulo. Não era ela quem estava falando aquilo. Definitivamente não era...
- Eu...
Gina ria com a cabeça inclinada para trás.
- EU NUNCA QUIS USAR VOCÊ.
Isso sem dúvida chamou a atenção de Gina, e ela prontamente voltou á olhar para Harry.
- Escute aqui. Ele segurou bem os braços dela, com a intenção de que ela não fugisse mais dele.
- Me solta. Disse Gina querendo chorar.
- Só se você prometer que vai me ouvir.
Ela só assentiu com a cabeça e choramingou baixinho.
- Eu fui embora para trabalhar Gina, fui embora também para me curar das feridas. Eu queria voltar. Morei sozinho em Manchester por seis anos. Sofri e chorei por você todas as noites. Ansiando por seu corpo. Tinha medo que você não me perdoasse. Mas não voltei por covardia, realmente achei que as culpas das mortes eram minhas, e não quis voltar por vergonha... Não contei para ninguém meu paradeiro em Manchester. Somente o ministério sabia, e então todos devem se perguntar: “como voltei”.
Sem dúvida essa era uma pergunta entre tantas que Gina queria a resposta.
- Me aposentei do ministério, já havia ganhado dinheiro o bastante ara me manter por muito tempo, as missões acabaram se extinguindo e por fim Hermione e Minerva conseguiram achar meu paradeiro.
- Como? Disse Gina baixinho
- Simples Minerva como tem poder no ministério fez com que a secretária do Ministro informasse meu paradeiro. Pois somente os dois sabiam. Como? Eu não sei, mas isso só pode ser coisa das duas, Hermione e Minerva. Então ela me convidou para dar aulas de DCAT em Hogwarts, e passei mal. O resto você já sabe.
Gina caiu como uma pedra em cima do banco. Voltando á posição original. Cotovelos nos joelhos e cabeça entre as mãos. Ficou ali por uns segundos até que olhou bem para o rosto de Harry e seguiu para a Toca.
- Gina?
- Me deixe Harry.
Quando por fim Harry chegou ao hall da toca Gina já tinha se sumido pelas escadas.
Molly olhava ansiosa para ele e os outros fingiam que não o tinham visto, para não causar constrangimento.
Alvo e Lílian estavam sentados no pequeno sofá verde olhando diretamente para ele.
Harry observou os dois querendo correr até lá e abraça-los forte e dizer que ele era o pai deles e que ele os amava. Será que eles já sabiam? Gina já teria contado?
- Harry?
Harry voltou a si ligeiramente. Olhou para o homem ao seu lado com um ar de preocupação.
- Oh senhor Weasley desculpe pelo transtorno eu realmente...
- Harry você á ama?
- Amo.
Harry se chocou com as próprias palavras, agora realmente se surpreendeu consigo mesmo.
- Então Harry vá atrás dela. Primeira porta á direita, vamos todos dormir. E deu uma piscada discreta para Harry.
Ele sem pensar muito deu mais uma olhada para as crianças e subiu as escadas.
Abriu a porta rapidamente antes que Gina o impedisse. Para sua surpresa a ruiva parecia normal. Estava de costas vestindo uma camisola branca.
- Abaffiato. Disse Harry ligeiro.
- O que está fazendo aqui Potter? Veio abusar mais uma vez de mim?
- Nunca mais repita isso, entendeu? Nunca mais. O tom de voz de Harry agora estava ríspido.
- Gina eu te amo, sei que não é fácil me perdoar. Mas entenda que não foi por mal essa minha escolha, não me julgue assim. E então porque você não deu um jeito para descobrir onde eu estava? Não era você que sempre dizia que deveríamos correr até o fim para encontrarmos o que queríamos?
- Eu não...
- Nós dois erramos Gina. Mas podemos consertar isso, você sabe que podemos. Deixe de ser inconsequente e pare para pensar em nossos filhos, eles precisam de nós. Precisam de uma família.
Ao ouvir “nossos filhos” Gina estremeceu.
- Então você acha que é simples assim?
- Não acho Gina, tenho certeza. Tenho mais certeza ainda de que podemos ser felizes juntos na nossa casa, e...
- Pera pera ai Harry, nossa casa?
- Comprei uma casa para vocês. Botarei no seu nome e no nome das crianças, assim como tudo que é meu. É uma escolha própria e não mudará independente de nossos destinos.
Antes que Gina pudesse argumentar Harry disse: - Você assinará e pronto.
Gina ficou muda, não percebia mais nada ao seu redor, tudo estava girando e confuso.
- Me perdoa Gina.
- Eu...
Antes que ela pudesse responder Harry segurou seu rosto com as mãos e disse com uma voz doce e rouca: - Querida, sempre fui seu. Nunca beijei mais ninguém nesses seis anos, nem olhei para outra. Acredito que não sei mais beijar. E se você quer saber eu era virgem também, e nunca esqueci nossa noite. Nunca. Ao dizer isso puxou Gina para perto de deu um beijo doce e apaixonado nela. Gina não se mexeu.
Se deixou levar pelo prazer e o calor de Harry.
As mãos dele percorriam por suas costa fazendo um caminho leve. Arrepiando todos os pelos do corpo de Gina.
- Eu não posso... Disse ela sem fôlego.
- Não pode por quê? Você me ama ainda, eu sinto isso. Eu te amo e te desejo loucamente. Quero amar você e te fazer a mulher mais feliz do mundo.
- Diz que me ama... Diz...
-Eu te amo Gina, eu te quero.
Harry agarrou Gina no colo e colocou-a em cima da cama. Baixou as alças da camisola levemente acariciando aquela pele macia e cheirosa. Querendo sentir todo o calor da ruiva. Tirando lentamente a camisola dela Harry foi percorrendo o corpo com beijos calientes. Revelando os belos seios rígidos da moça. Gina agora tirava a camisa de Harry rapidamente, revelando o corpo lindo e perfeito do moreno.
O calor e o fogo ardiam nos corpos, esse desejo sucumbia Gina e Harry.
Livrando-se das roupas do moreno Gina começou a passar as unhas pelas costas de Harry. E ele começou a gemer baixinho. Harry olhou para Gina e teve certeza de que podia continuar retirando a calcinha da ruiva.
Gina agora se contorcia de desejo com os beijos de Harry em suas intimidades.
Não agüentava mais esse desejo, precisava de Harry.
- Eu te amo. Sussurrava baixinho no ouvido da ruiva.
- Eu também.
Harry começou a penetrar devagarzinho para não machucar Gina, queria que fosse tudo como uma primeira vez, ou melhor, que a primeira. Queria que Gina se sentisse a mulher mais amada e desejada do mundo.
Gina queria ser amada também, queria todo o carinho de Harry. E entre beijos e caricias Harry já estava completamente dentro do seu amor. Os movimentos eram divagares e faziam os dois suspirarem de prazer. Gina agora foi por cima do amado para se sentir inteiramente abraçada, em determinado momento Gina sentiu o calor dentro do ventre.
Caíram exaustos na cama, abraçados e apertados como se fossem um só. Harry deu um doce beijo na testa de Gina e apoiou sua cabeça no seu peito. Ali permaneceram.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!