O regresso



- Bella? – Chamava uma voz doce. – Bella, filha... Acorda!
- Ahn? Desculpa, mãe... Disseste alguma coisa? – Perguntou Bella, acordando dos seus pensamentos.
- Disse, mas parece me que tu não ouviste nada do que eu disse... A pensares no Dean outra vez...
- Não o consigo esquecer, mãe! Eu bem tento mas não consigo... – Respondeu Bella com um suspiro derrotado.
Haviam se passado seis anos desde de que Bella se despedira de Dean, agora tinha dezasseis anos e andava na Academia de Beauxbaton, havia passado da menina inocente e frágil para a adolescente bela e segura. Os seus negros cabelos que outrora lhe davam pelo ombro estavam agora a bater-lhe nos cotovelos, os seus olhos mantinham a mesma tonalidade azul profundo parecendo duas safiras, a sua pele mantinha-se clara com as maçãs do rosto coradas e o seu corpo desenvolvera-se, tornando-se esbelto e elegante.
- Às vezes penso mesmo que nunca mais o voltarei a ver, mãe...
- Os Winchester aparecem quando menos esperamos... Sempre foi assim e creio que assim continuará a ser... – Respondeu Bellatrix sorrindo e saindo do quarto da filha.
- Será que também pensas em mim? – Pensou Bella olhando para o horizonte.
Noutro lugar...
- Dean!!! Acorda!!!! – Exclamou Sam agitando o irmão.
Sam com agora dezasseis anos, não havia mudado muito, os seus cabelos haviam crescido um pouco, estava consideravelmente mais alto ultrapassando até Dean que tinha vinte anos, os seus muscúlos começavam a definir-se dando-lhe uma estrutura algo musculada. Já Dean, embora um pouco mais baixo que o irmão, era mais musculado e isso era bem visivel, a sua pele estava mais bronzeada e os seus cabelos um pouco mais castanhos não haviam perdido alguma tonalidade dourada quando a luz do sol lhe batia na fronte.
- Que foi, Sam? – Questionou Dean em tom aborrecido por ter sido tirado dos seus devaneios.
- No pai ou nela? – Perguntou Sam descontriadamente.
- Quê? – Interrogou Dean não percebendo a pergunta do irmão.
- Estás a pensar em quem? No pai ou na Bellatriz?
- Nota-se muito?
- Eu conheço-te ok... Perguntares-me isso é a mesma coisa que nos passares um atestado de idiotice... Não me lembro de te ter visto pensativo por outro motivo que não fosse esse e algum problema na caça, Dean...
- Passados tantos anos e ainda não a consegui tirar da minha cabeça... Mas o pai também é um motivo que me preocupa...
- Não estamos a ir ter com ele agora??? – Perguntou Sam olhando inquiridor pro irmão.
- Sim mas já sabes que fazemos isto todos os anos geralmente sem ele mas ele disse-me que o sexto e o sétimo ano são alturas muito importantes para os jovens feiticeiros... Pelo menos na nossa familia.
- Porquê???
- Penso que é porque é a altura em que nos tornamos independentes... Maravilha... Chegamos! – Explicou Dean parando o carro.
Tinham estacionado à porta d’O Caldeirão Escoante, sairam do carro e após trancarem as portas entraram no bar. Caminharam até ao balcão e Dean disse:
- Olá, Tom! O meu...
- Está ali, menino... – Disse Tom, era um homem que tinha uma corcunda era alto e franzino, usava roupas de fato sobre uma bata de trabalho, os seus olhos eram escuros e era calvo.
- Obrigado! – Respondeu Dean afastando-se ao ver o pai.
Caminharam até ao pai, que se levantou de braços abertos ao ver o filho mais velho, comprimentaram-no e sentaram-se a seu lado. John não havia mudado muito, apenas a sua barba estava mais cerrada e começava a apresentar alguns pêlos cinzentos que se notavam no meio dos pêlos castanhos, no entanto, continuava um homem com um porte firme e forte.
- Pronto para ir comprar o teu material, Samuel? – Perguntou John acabando com a cerveja que estava a beber num último gol.
- Sempre... – Respondeu Sam num tom indiferente recebendo uma cotovelada de Dean.
Sairam do bar e dirigiram-se para as traseiras, onde John sacou da varinha e bateu com ela no muro em alguns tijolos, o muro estremeceu e abriu-se ao meio, empilhando-se os tijolos num arco que dava passagem para uma rua enviezada cheia de pessoas que apreciavam as montras das lojas de um lado e do outro da rua. No fundo da rua erguia-se um enorme edificio de mármore branco com a fachada odernada de colunas de estilo clássico, via-se várias pessoas entrando e saindo do edificio e no cimo da fachada podia ler-se: Banco Gringotts.
- Não precisamos de ir a Gringotts... – Disse John puxando Dean que se encaminhva para o meio da multidão. – Enquanto esperava por vocês fui lá!
Encaminharam-se os três pelo meio da multidão até à livraria Floreios e Borrões, onde entraram e iniciaram a sua busca pelos livros que queriam, dividindo-se na loja. Sam subiu as escadas e por lá iniciou a sua procura, vasculhava as prateleiras quando um doce aroma de flores encheu o ar, conhecia o perfume de algum lado mas não conseguia lembrar-se de onde, olhou para o lado e lá viu uma bela jovem de longos cabelos ruivos, pele clara com as maçãs do rosto rosadas e sarapintadas de pequenas sardas, não era muito alta e o seu corpo era elegante, trajava uma saia branca de linho, uma blusa da mesma cor, uma mala de tira colo branca e calçava umas sandálias que condiziam com o trage.
A rapariga pegara num livro, folheava-o com interesse e de repente, fechou-o e arrumou-o de novo na estante, então virou-se para o lado e olhou para o rapaz. Foi então que Sam pode ver os olhos da jovem, eram azuis esverdeados profundos tão profundos que juraria que se podia perder neles, mas ao mesmo tempo que admirava os olhos da ruiva reconheceu-a...
- Olá, Weasley! – Comprimentou-a Sam sorrindo maliciosamente.
- Winchester... O que é que fazes aqui? – Perguntou a rapariga que se chamava Kimberly Weasley.
- O mesmo que tu... Estou certo... – Respondeu Sam aproximando-se. – Então, Kimmy? É desta que aceitas sair comigo?
- Nem morta, Winchester! E o meu nome não é Kimmy!!! Para ti é Weasley!!!
- Hum... Kimberly Weasley Winchester e Samuel Weasley Winchester... Fica bonito, não achas? – Disse Sam aproximando-se dela e pondo-lhe a mão na cintura.
- ÉS DESPREZÍVEL!!!!! – Gritou Kim empurrando-o e ficando da mesma cor dos cabelos.
Sam riu-se e viu-a tirar a varinha de dentro da mala, no mesmo instante, Kim apontou-lhe a varinha ao rosto e respirava ofegante quando ele disse:
- Não eras capaz de me lançar feitiço algum...
- Queres apostar? – Perguntou Kim com a raiva a notar-se na sua voz.
- E sujares o nome da tua familia indo a julgamento? – Questionou Sam metendo-se com ela com muita calma mesmo tendo a varinha da ruiva apontada a face.
Ao ouvir a sua familia referida, Kim baixou a varinha juntamente com o rosto que voltara à sua cor normal, Sam sorriu e vendo-a virar costas disse:
- Bem me parecia... Vocês, Weasleys, dizem muita coisa da boca pra fora.
Kim que tinha virado costas para se ir embora, rodou o seu corpo nos calcanhares e deferiu um soco no meio da cara de Sam que se baixou agarrando-se ao nariz, então Kim riu-se e disse:
- Agora, Winchester, vais passar a pensar duas vezes antes de dizer alguma coisa acerca dos Weasley!
Voltou a virar costas mas dessa vez foi-se mesmo embora deixando o rapaz agarrado ao nariz, desceu as escadas e encontrou o seu irmão mais velho, Ron, a esperando no último degrau. Postou-se a seu lado com um sorriso de orelha a orelha e recebendo um olhar sério do irmão ouviu-o dizer:
- O que é que se passou lá em cima?
- Nada... – Respondeu Kim olhando sobre o seu ombro para as escadas com um sorriso de orelha a orelha ao ver Samuel descer as escadas com a mão no nariz.
Sam passou pela ruiva e foi ter com o pai e o irmão, Dean ao ver Sam com a mão no nariz perguntou:
- O que é que aconteceu?
Sam não disse nada, apenas fez um gesto com a cabeça indicando a ruiva atrás de si, Dean olhou e ao ver Kimberly, riu-se já sabendo o que se havia passado. John pagava os livros quando ouviu o filho mais velho dizer que ia com o irmão para fora da loja, já na rua, Dean disse:
- Julgei que sabias que os Weasley são muito tempestuosos...
- A Kimberly é diferente dos outros Weasley, Dean... É por isso que eu gosto de me meter com ela.
- Olha que os irmãos dela não são flor que se cheire, maninho! Eu andei com eles em Hogwarts, lembras-te?
- Quando eu entrei em Hogwarts, eles ainda lá andavam... Mas agora sem eles lá torna-se mais fácil de me meter com ela...
- Sammy, Sammy... É melhor ganhares juizo!
- Olha quem fala! Eu sou mais ajuizado que tu...
John saiu da loja e entregou o amontoado de livros a Sam, logo após John sair, saiu um homem alto de cabelos ruivos, pele clara com muitas sardas usando um fato gasto pelo tempo. Esse homem olhou para John furtivamente e o Winchester reconhecendo o homem disse:
- Bom dia, Arthur!
Arthur Weasley olhou para John mas nem se deteu em comprimentá-lo e seguiu o seu caminho levando a familia que o acompanhava atrás, Sam viu Kim afastar-se junto do pai e da mãe e aproximando-se do pai disse:
- Pai, o senhor conheçe Arthur Weasley?
- É uma longa história, Sammy... Uma longa história... – Respondeu John vendo Arthur afastar-se. – Vamos...
Deteram-se na Diagon-all durante o resto da tarde fazendo as suas compras e ao anoitecer instalaram-se n’O Caldeirão Escoante, pois no dia seguinte Sam partiria para Hogwarts. Era ainda cedo quando se recolheram aos quartos, mas era necessário que descansassem para estarem frescos no dia seguinte.
Na manhã seguinte, Dean foi o primeiro a levantar-se e a descer para tomar o pequeno-almoço. No rés-de-chão, Tom entregou-lhe uma mensagem do pai que dizia que tinha partido devido ao trabalho e que lamentava não ter ficado para se despedir de Sam na estação mas que lhe desejava boa sorte no ano escolar que se aproximava, logo desceu Sam que não se mostrou afectado com a noticia de que o pai não podera ficar para se despedir.
Tomaram o pequeno-almoço e às 10h40, já se encontravam em King’s Cross na plataforma 9 3/4, na frente do Expresso Hogwarts. Sam encontrára os seus amigos tal como já se haviam arrumado todos numa cabine, numa última visita ao exterior do comboio, despediu-se do irmão dizendo:
- Vemo-nos logo, Dean...
- Comporta-te, Sammy!!! – Gritou Dean vendo o irmão afastar-se no comboio já em andamento.
O comboio saiu da estação, desaparecendo pelo túnel e enchendo a estação de fumo, Dean saiu do lugar e foi até ao seu carro. Já dentro do carro, ligou o rádio e a primeira música que se ouviu foi uma dos Metallica, a sua banda favorita; ligou o carro e pôs prego a fundo, tinha um caminho muito longo para fazer e sabendo que tinha que estar no seu trabalho antes do fim da tarde... Era melhor apressar-se antes que o Expresso Hogwarts chegasse com os seus alunos...
Já no comboio...
- Tão, Sam? – Perguntou um rapaz de cabelos negros despenteados, olhos azuis claros profundos e pele clara. – O teu irmão vai continuar a dar aulas em Hogwarts?
- Ya, consta que sim... Diz que é um modo de sustento... – Disse Sam levando um feijão bertie-bott à boca.
- Tenho pena de vocês... – Disse um rapaz de cabelos loiros, olhos verdes esmeralda e pele clara. – Terem familiares a trabalhar na escola... Non quéria estar no vosso lugar... Tu, Willy, teres o teu pai lá a trabalhar como prof de voô e tu, Sammy, teres lá o teu mano como prof de apoio aos outros...
- O meu pai não me dá sermões... Mesmo que me comporte muito mal, eu tenho carta verde!!! – Disse William Black, o rapaz de cabelos negros.
- O Dean também me dá carta branca... Quem mais me chega a preocupar é o prof Lupin... – Disse Sam com um ar preocupado...
- Não vejo perquê... Ele parla connosco tal como o prof Sirius parla... – Disse o loiro.
- É exactamente por isso, Francis! Eles falam connosco de um modo... – Disse Sam
- Como se falassem com eles mesmos? – Perguntou Will.
- Exacto! É como se eles se vissem em nós e nos avisassem para não cometermos os mesmos erros...
- Tu tens razão... – Respondeu Will.
Cairam num silêncio incomodo em que Sam se levantou e se dirigiu à porta, abriu-a e preparou-se para sair quando Will perguntou:
- Vais onde?
- Dar uma volta... Ver o que se passa por ai...
Saiu da cabine e fechou a porta atrás de si, olhou para os dois lados do corredor e decidiu-se em seguir pela esquerda, continuou a andar pelo que lhe pareceram horas visto não haver movimento no corredor, até...
- Larga-me, Malcolm... – Ouviu Sam e reconheceu a voz como sendo a de Kim e apressou o passo até à origem da conversa.
O seu passo ía tão rápido que depressa se tornou em corrida... Chegou ao lugar e viu a ruiva sendo agarrada por um outro rapaz alto, musculado, de cabelos negros, pele pálida e olhos negros, Sam reconheceu o rapaz como sendo Roger Malcolm, um rapaz dos Heffleppuf. Andou até eles silenciosamente e então disse:
- Malcolm... E que tal largares a rapariga? – Disse Sam fazendo-os olhar para si.
- Mete-te na tua vida, Winchester... – Disse Malcolm olhando para Sam sem largar o braço da ruiva.
Kim olhava para Sam que sustentava um ar sério, enquanto caminhava na sua direcção, nos seus olhos podia ver uma faisca de raiva, algo que nunca tinha visto nos olhos do moreno. Por um momento, sentiu um estranho sentimento apoderar-se do seu peito, um medo profundo em que se podia afogar.
- Eu meto-me na minha vida quando eu quiser! E tu deverias seguir o teu próprio conselho... Larga-a! – Ordenou Sam olhando Malcolm directamente nos olhos.
Malcolm continuou agarrando Kim até que Sam, cansado de ver a desobediência de Roger, sacou da varinha e apontou-a à cara do Heffleppuf e disse com um tom ameaçador:
- Ou a largas ou eu juro por Deus que te lanço uma maldição que dure a vida toda...
Ao receber a ameaça, Malcolm largou Kim e saiu a correr do lugar. Vendo já o rapaz longe, Sam guardou a varinha e virou-se para Kim que esfregava o braço onde Malcolm a havia agarrado.
- Estás bem? Ele magoou-te? – Perguntou Sam aproximando-se da rapariga.
- Não, agradeço por me teres tirado daquele sarilho mas agora podes ir-te embora... – Respondeu Kim afastando-se.
- Espera... – Disse Sam agarrando-a pelo braço.
- Autch!!! – Exclamou Kim ao ser agarrada.
- Deixa-me ver como é que isso está... – Disse o moreno puxando-a para perto de si e arregaçando-lhe a manga da camisola.
Ao arregaçar-lhe a manga, viu-lhe uma mancha vermelha no sitio em que Malcolm a havia seguro, olhou para a zona vermelha e então olhou para a ruiva. Kim via o cuidado com que o moreno a tratava e um arrepio percorreu-lhe o corpo quando ele lhe tocou na zona magoada, Sam ao sentir a rapariga tremer sob o seu toque sorriu carinhosamente.
- Nunca julgei poder estar assim contigo... – Disse o moreno puxando de um lenço de pano que trazia no bolso, dobrando-o, colocou-o sobre o braço de Kim e dando-lhe um toque de varinha, tornou-o numa ligadura que lhe cobriu a parte magoada.
Depois de lhe puxar a manga para baixo, segurou-lhe a mão delicadamente entre as suas e olhou para a ruiva carinhosamente, Kim olhou-o nos olhos e uma enorme onda de carinho percorreu-a, não sabia porquê mas sentiu que era ao lado do moreno que queria estar. Os rostos aproximavam-se, quando Kim se lembrou... Era Sam, Sam Winchester, o rapaz que ela mais odiava na sua vida, o rapaz mais galanteador de Hogwarts... Empurrou-o e o seu olhar adquiriu um tom zangado com um brilho de fúria, Sam ficou a olhar para a ruiva não percebendo o que havia feito de mal, então compreendeu e abriu um sorriso malicioso e disse:
- Ias caindo... Ias fazer aquilo que tu própria não querias, não é, Weasley?!
- DESAPARECE!!!!! – Gritou Kim com a raiva a fluir-lhe na voz.
Ambos viraram costas e sairam deixando o corredor vazio, voltaram os dois para as suas cabines onde os seus amigos os esperavam.
Pouco depois, já estavam em Hogwarts, entrando pelo Grande Hall, em seguida, para o Salão Grande. Cada aluno sentava-se na respectiva mesa da sua equipa, depressa tanto as mesas como o Salão se encheram com risos e conversas.
Na mesa de Gryffindor, Kim sentara-se quase ao centro da mesa ao lado de Ginny, com quem era incrivelmente parecida, e mesmo na sua frente sentara-se Sam que sorria abertamente apenas com o propósito de a irritar, mas ao lado da ruiva havia-se sentado alguém que apagara o sorriso do rosto de Sam e iluminara o de Kim com um sorriso de orelha a orelha. Era um rapaz de cabelos negros ondulados quase ao nivel do ombro, olhos azuis escuros, pele clara e músculos defenidos, chamava-se Mick St. John e segundo constava pela escola era o namorado de Kim.
- Olá, princesa!!! – Disse Mick sorrindo e beijando Kim.
- Temos que conversar. – Sussurou Kim ao ouvido de Mick fazendo o sorriso do próprio diminuir rapidamente. – Calma, não é o que estás a pensar...
Todos se sentaram, esperando que o director, Albus Dumbledore, iniciasse o seu discurso habitual de inicio de ano... Dumbledore sentava-se no centro da mesa dos docentes, no seu lado direito encontrava-se Minerva McGonagall, Sirius Black, Remus Lupin, Dean Winchester e Rubeos Hagrid e do seu lado esquerdo, Severus Snape, o professor Flicwich, Madame Pince, Sybil Trewlaney e outros dois professores. Sirius era um belo homem de cabelos negros, pele levemente bronzeada, olhos azuis brilhantes e profundos que lhe davam um ar misterioso e sedutor; Remus era um homem bonito de cabelos castanhos claros, olhos ternos castanhos mel e pele clara; Sirius era professor de Voo e Lupin de DCAT.
Após a selecção dos novos alunos do 1º ano, Dumbledore olhou para todos com os seus brilhantes olhos azuis profundos e misteriosos sobre os seus óculos de meia-lua que ficam pendurados na ponta do seu nariz adunco e levantando-se, iniciou o seu discurso:
- Meus caros alunos, estamos prestes a iniciar outro ano lectivo! Como todos sabem, Lord Voldemort está quase a alcançar o máximo do seu poder mas Hogwarts não pode parar de fazer o que faz desde muito antes deste feiticeiro surgir: Ensinar! Educar mentes brilhantes para que limpem o mundo deste género de pessoas que julgam que o poder e a inteligência está na pureza do sangue e que outros não tenham inteligência e capacidade de chegar longe só por o seu sangue não ser tão puro como Voldemort afirma ter. – Olhou para todos e parou o seu olhar na mesa dos Gryffindor. – Não quero retirar o orgulho das outras casas nem dizer que são menos corajos mas peço-vos que olhem para a casa do valente Gryffindor, de lá saiu brava gente cujo sangue nem sempre é puro como o exemplo de Miss Hermione Granger que se formou no ano anterior, nascida muggle mas dotada de poderes mágicos e de uma grande inteligência... Luta agora do nosso lado para restabelecer a paz. E olhem para aqueles cujas vidas foram sacrificadas por essa mesma paz ameaçada por Lord Voldemort e para aqueles que se perderam às mãos dos seguidores deste feiticeiro negro lutando bravamente, olhem para as familas destruidas por este que diz fazer o que faz pelo bem da nossa Comunidade. Por tudo isto, eu vos peço que juntem as vossas forças para que consigamos vencer esta guerra entre a Luz e as Trevas! E agora devo pedir-vos desculpa pelo tempo que vos devo estar a fazer sofrer sabendo que estam todos famintos e sedentos por uma boa refeição... Portanto, podem saciar a vossa fome e a vossa sede no nosso delicioso banquete! Ah! Desculpem lembrar-me deste pormenor que vos fará sofrer durante mais um pouquinho. Queria pedir a Miss Bellatriz Black Lestrange que entrasse no Salão e que se juntasse a nós para ser seleccionada para a sua casa!
As portas do Salão abriram-se de par em par dando passagem à jovem anunciada por Dumbledore, Bella encaminhou-se entre as mesas de Gryffindor e Revanclaw até chegar à frente da mesa dos docentes, onde se sentou no velho banco de três pernas que sustentava o velho chapéu cheio de rebendos com um rasgão junton à aba que fazia lembrar uma boca, o Chapéu Seleccionador. Na mesa dos docentes, Dean e Sirius ao ouvirem o nome de Bellatriz levantaram a cabeça para a observar, Sirius com um ar curioso e preocupado no rosto e Dean com um ar incrédulo e até mesmo aparvalhado.
- Não é possível... Não... Não pode ser ela! – Pensou Dean olhando para a rapariga que se aproximava de queixo erguido e ar gélido e sério no rosto.
- É mesmo parecida com a mãe... – Pensou Sirius esboçando um sorriso.
Bella sentou-se no banco e a Professora McGonagall colocou-lhe o chapéu na cabeça e então ouviu-o dizer:
- Com que então, sempre tenho o prazer de seleccionar outro Black... Hum... És parecida com o último que seleccionei... Inteligente, dar-te-ias bem em Revanclaw, ahn? Não?! Sensata e, quem diria, Simpática... Com certeza em Heffleppuf não te darias mal... Corajosa e Valente, duas qualidades de Gryffindor, quem sabe não te desses lá bem. Sirius Black safou-se bem e o seu filho está se a safar... E por último, Ambiciosa e Audaz, não haja dúvidas que fazes juz ao teu sangue banhado pela graça de Slytherin... Estou certo de que vingarias em Gryffindor... – Disse o Chapéu calmamente.
- Gryffindor, não... Gryffindor, não... – Pensou Bella convincentemente.
- Gryffindor não, hein? De certeza? Poderias vir a fazer grandes feitos pela Humanidade e pela Luz... Mas se tens assim tanta certeza, que seja... SLYTHERIN!!! – Gritou o chapéu fazendo a mesa das serpentes romper em aplausos. – Mas lembra-te: nós somos as nossas escolhas!
Todos aplaudiram, menos Dean, que sabia muito bem que espécie de pessoas saiam daquela equipa. Enquanto, Bella caminhava para a mesa dos Slytherin, era acompanhada pelo olhar de Sirius que a observava com um ar atento e um tanto ou quanto curioso.
- Tal mãe, tal filha. – Disse Lupin, que estava sentado ao lado de Sirius, com um tom risonho na voz.
- Tiraste-me as palavras da boca, Moony... – Respondeu Sirius sorrindo calmamente enquanto pensava. – Adorava ter ouvido a conversa do chapéu seleccionador.
A selecção terminou e com um bater de palmas de Dumbledore, as mesas encheram-se de pratos com aspectos magnificos, os alunos começaram a comer e tão depressa como se tinham enchido os pratos logo ficaram vazios. E no fim da refeição, o director despediu-se dos alunos e ordenou-lhes que fossem para os seus aposentos, enquanto observava os alunos sairem, Dean levantou-se e dirigiu-se rapidamente atrás de uma certa morena que se misturava no meio da multidão.
- Corre, idiota!!! – Dizia uma voz na sua mente. – Meu grandessíssimo camelo, chama por ela! Sua grande besta!
Dean apressou o passo e ouviu Bella dizer a uma das suas colegas:
- Vai andando, eu já vou ter ao quarto...
- Sabes a senha, não sabes? – Perguntou-lhe a rapariga que tinha longos cabelos loiros, olhos azuis e pele pálida.
- Sim, Ammie... Vai andando! – Respondeu a morena sorrindo levemente e afastando-se.
Dean seguiu-a de longe pela multidão, sabia para onde ela se dirigia e na sua mente voltou a surgir a vozinha que lhe disse:
- Cabeça-dura, agora que estam sozinhos, chama-a!!!
- E se ela não me perdoou? – Perguntou Dean à voz.
- Desde quando pensas antes de agir? Vai e nem penses em te vires embora!!! – Ordenou a voz à qual Dean obedeceu prontamente.
- Bella! – Chamou-a, fazendo-a virar-se.
Os seus olhos cruzaram-se e então Dean pode ver um brilho passar pelos olhos de Bella que parecia querer sorrir mas não o fez e logo aquele brilho nos olhos se apagou e então Bella disse:
- Winchester! O que fazes aqui? – Olhou-o com ar carrancudo e pensou. – A mãe tinha razão...
- Eu... Eu sou professor aqui em Hogwarts! – Respondeu Dean com uma leve e quase imperseptivel ponta de nervosismo na voz.
Bella sentia-se feliz por voltar a ver Dean mas por outro lado sentia uma imensa vontade de gritar com ele por tê-la feito sofrer durante tantos anos e ao notar o olhar do homem sorriu e disse:
- E tinha a minha mãe medo que tu não chegasses longe... Superaste as minhas expectativas, Winchester...
- Bella, porque me estás a tratar por Winchester? Costumavas chamar-me Dean...
- Eu era uma criança nessa altura... Não sabia as coisas que agora sei... – Disse Bella de um modo frio e superior ao mesmo tempo que pensava. – Ele merece este tratamento.
- Eu devia saber que tu me irias tratar desse modo... – Disse Dean disfarçando o desapontamento. – Bem,... Mas que fazes aqui fora a estas horas? Já devias estar no teu dormitório.
- Queria falar contigo... Nada, vinha apenas ver o céu nocturno antes de descer... Disseram-me que não existem janelas nos dormitórios de Slytherin. – Respondeu Bella ainda com ar superior.
- Então é melhor ires te deitar... Amanhã tens aulas cedo.
- Boa noite, Professor Winchester... – Desejou Bella passando por ele e indo se embora.
- Boa noite... Bella... – Disse Dean mas já ela se tinha ido embora.
Olhou para o céu estrelado, onde a lua cheia brilhava iluminando a noite e foi-se embora para os seus aposentos.

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