Desmascarado
Apesar da tenra idade, ele já aprendera algumas coisas na vida. Por exemplo, que a gente tem que estar atento às oportunidades que o destino coloca à nossa frente. E que não basta estar atento a estas oportunidades, temos que estar preparados e termos iniciativa. Estes são, sem dúvida, alguns dos pontos primordiais para se ter sucesso, em qualquer empreitada que se pretende executar na vida. É, como se pode dizer, a receita do sucesso. Não apenas isto, é claro, mas tendo preparo e iniciativa, e a oportunidade esperada, já é meio caminho andado para o sucesso.
Por isto Harry estava sendo tão paciente. Ele sabia que se fosse afobado ou descuidado, colocaria tudo a perder. Mas não poderia perder aquela oportunidade. Durante o café da manhã, seu “tio” informara que teria que fazer uma pequena viagem à tarde, ao interior do país e que só voltaria tarde da noite ou na manhã seguinte. Harry vislumbrou nesta informação a oportunidade que aguardava para revistar o único local que faltava. Aquele onde tinha esperanças de encontrar mais alguma informação para elucidar o mistério que envolvia a todos.
Assim, ligou para Draco, agendando sair com ele à noite e convidando-o para jantar com ele antes. Isso lhe daria a desculpa ideal para deixar a casa após sua incursão, sem levantar grandes suspeitas. Sairia e não voltaria mais.
Pouco antes do horário combinado para a chegada do amigo, Harry organizou as poucas coisas que pretendia levar. Algumas roupas, livros e bens pessoais. Colocou tudo em uma mochila, junto com sua capa de invisibilidade. Guardou sua Chave-de-Portal no bolso da frente do jeans, a varinha no de trás e saiu do quarto. Certificou-se que Helga estava ocupada, preparando o jantar e só então se encaminhou para a porta do quarto de seu tio. Sacou a varinha e proferiu todos os feitiços que havia aprendido, visando desfazer qualquer proteção que houvesse na porta. Aguardou um pouco, e como não houve sinal de movimentação no andar abaixo, forçou a maçaneta e abriu a porta.
Como esperado, o quarto encontrava-se na penumbra. Gesticulou com a varinha, murmurando “Lumus!”, e uma claridade bem vinda iluminou o ambiente. Harry entrou, e um odor nauseabundo o atingiu, a ponto de obrigá-lo a cobrir o nariz com sua camiseta. Ignorando a repulsa que sentia, começou a vasculhar o local.
O quarto, ao contrário do que imaginara, era completamente despojado de luxo ou conforto. Possuía um estilo espartano, apenas um guarda-roupa encostado a uma das paredes, uma escrivaninha sob a janela e a cama, ao centro. Com cuidado, ele caminhou diretamente até a escrivaninha. Preocupado com o que poderia estar causando aquele cheiro horrível, abriu as gavetas e as revirou, sem nada encontrar. Depois, fez o mesmo com o guarda-roupa. Nada encontrou. Voltou-se para a cama, e mesmo receando o que poderia encontrar debaixo, abaixou-se e iluminou o vão escuro, procurando por algo. Mais uma vez nada. Incrédulo, começou a tatear as paredes, a procura de algum compartimento secreto ou oculto pela magia. Então, percebeu um vulto às suas costas. Virou-se rapidamente, a varinha apontada para o umbral da porta, onde a figura assustadora de Helga estava parada.
- Ele sssaaabeee! – Harry ouviu, mas a frase não foi proferida por ninguém. Mas Harry sabia que viera dela.
- Então mate-o. Eu estou indo para aí agora mesmo! – Ele ouviu a resposta, e a voz era indubitavelmente de Tom Riddle.
- Não se mova, Helga. Não quero feri-la- Harry apontou a varinha em direção ao coração da mulher – Não tente nada, entre no quarto e encoste-se à parede.
Helga pareceu obedecer, dando dois passos para dentro do cômodo. Então, foi como se seu corpo explodisse e uma serpente gigantesca saltou em direção a Harry, que surpreso não teve reação rápida o bastante. A cobra mordeu-lhe a coxa esquerda, e então começou a enrolar-se em seu corpo, tentando esmagar-lhe. Prendeu seu braço esquerdo, e só graças a agilidade do rapaz foi que conseguiu erguer o direito, onde estava a varinha. Horrorizado e sob fortes dores, Harry viu a criatura se enroscar até a altura de seu tórax, onde ela cravou as presas. A dor, lancinante, despertou Harry de seu torpor. Desesperado, ciente de que em segundos ele seria totalmente subjugado, apontou a varinha para a cabeçorra que estava a um palmo de sua cabeça e gritou.
- Estupefaça!
O tiro, à queima-roupa, atingiu o olho da criatura, que explodiu, lançando uma matéria gelatinosa sobre o rapaz. A cobra afrouxou o aperto, ele não sabia se em decorrência do feitiço utilizado ou da dor pelo ferimento. Tão pouco ficou para descobrir o motivo. Empurrou, com toda a sua força, o roliço corpo, jogando-o no chão, ainda se contorcendo. Quase perdeu o equilíbrio, devido aos ferimentos, mas manteve a objetividade. Mirou a janela e desferiu outro feitiço.
- Bombarda!
Viu que o animal começava a se recuperar e sem titubear se lançou pelo buraco aberto, indiferente com o que havia do outro lado. Como estavam no segundo andar, ele caiu sobre o telhado da varanda que circundava a propriedade. Rolou e caiu no chão, o que só piorou ainda mais a dor no corpo. Levantou-se com dificuldade, procurando uma rota de fuga. Então viu o portão se abrir, dando passagem a um carro, que ele reconheceu com alívio.
- Draco! – Gritou ele, acenando.
O carro acelerou, parando a seu lado e o rapaz saltou, olhando abismado para a cena. Harry sangrando profusamente, mancando em sua direção e a lateral da casa com um enorme buraco.
- Harry! O que aconteceu com você?
- Volte para o carro! – Gritou o moreno, seguindo o mais rápido que conseguia para a porta do carona e entrando – Entre logo se quiser continuar vivo!
- Harry, você está muito ferido. O que houve? Quer que eu chame alguém? Onde está Helga? – Draco estava visivelmente preocupado. Entrou de volta no carro e nem deu importância ao baque seco, indicando que algo grande havia caído no chão.
- Nós temos que sair daqui, Draco. Ou ela nos matará. Rápido, por favor. – Disse Harry, olhando pelos espelhos retrovisores buscando pela cobra.
- Ela quem, Harry? De quem você está falando? – Insistiu Draco.
- Dela! – E Harry apontou para fora.
Draco se virou e deu um grito. Rente a sua janela estava a maior cobra que ele já vira na vida. Ela tinha um olho vazado, ainda sangrando, mas parecia não se importar. Estava se levantando e assim que atingiu a altura da cabeça do rapaz, deu um violento bote contra a janela, trincando-a. Sem mais discussão, enquanto ela preparava outro golpe, Draco acionou o motor. O segundo bote atingiu o vidro, porém em outro ponto, o que foi a sorte deles. Com o golpe o vidro se estilhaçou todo, mas permaneceu no lugar. Mais um ataque e a criatura entraria no carro. Antes porém, Draco conseguiu arrancar. Deu um cavalo de pau, jogando a lateral do carro sobre a serpente, que foi jogada longe e seguiu em direção ao portão. Mas este não estava livre. Saindo, não se sabe de onde, surgiu Rabicho, com uma varinha na mão. Draco olhou para Harry incrédulo, aguardando orientação, seus olhos tão arregalados quanto o medo possibilitava.
- Não pare! – Ordenou Harry, abrindo a janela e ele também sacando uma varinha. Apontou para os portões, logo atrás de Rabicho e gritou – “Reducto!”
Os portões explodiram, e Rabicho na sua imensurável corajem pulou para o lado, abrindo passagem para que o carro escapasse. Olhando pelo retrovisor, Draco o viu se levantar e correr para um dos carros.
- Ele vem atrás de nós. – Anunciou.
- Precisamos despistá-lo! – Disse Harry, sentindo uma pressão cada vez maior no peito e uma dificuldade imensa em respirar.
- Harry, o que está acontecendo? Que cobra era aquela? Ela te mordeu? Por que seu motorista está nos perseguindo? O que você fez com os portões?
- Não dá para explicar agora, Draco. Se eles nos alcançarem estaremos mortos, nós dois. Precisamos fugir, e eu sobreviver, é claro. – E Harry abriu a camisa, avaliando os ferimentos em seu peito. Havia quatro perfurações profundas, que já estavam começando a ficar pretas pela ação do veneno.
- Jesus Cristo! – Gritou Draco, ao ver o estado do amigo – Precisamos ir a um hospital, Harry.
- Não. Ele nos encontraria facilmente. – Respondeu Harry, enquanto uma imagem perturbadora o assolava. Uma figura negra cruzava os céus de Londres, chegando na mansão Riddle – Ele está vindo. Riddle está atrás de nós.
- Ele não pode estar nos perseguindo, você não disse que ele estaria fora da cidade hoje? – Perguntou Draco, enquanto fazia uma curva fechada a pelo menos cem por hora, enquanto procurava algum sinal de perseguição.
- Precisamos arranjar um lugar seguro para usar a chave. – Harry começava a sucumbir ao veneno. Sentia-se febril e prestes a perder a consciência, mas se assim permitisse, ambos estariam mortos.
- Usar o quê? – Indagou o loiro, enquanto faziam outra curva e seguiam rumo a uma ponte sobre o rio Tâmisa.
Instintivamente ele olhou novamente pelo retrovisor e viu uma nuvem negra se aproximando velozmente. Teve a impressão de ver uma pessoa mesclada às trevas.
- Mas que merda é essa? – Perguntou, enquanto a massa emparelhava com o carro. Ele olhou para ela e viu o rosto de um homem, que aos poucos foi sendo substituído por um rosto ofídico extremamente pálido com olhos vermelhos e fendas no lugar do nariz. Apavorado, ainda conseguiu balbuciar – Se...Senhor Ri...Riddle?
- Pare o carro, Draco. E talvez eu permta que continue vivo. – Disse Voldemort – Só quero matar Harry, não preciso matar você também.
- Não! É mentira! – Gritou Harry, jogando seu corpo sobre o de Draco, varinha em riste – Bombarda!
O feitiço atingiu a janela já estilhaçada, lançando-a sobre o rosto de Voldemort, que pego de surpresa acabou ficando para trás. Harry jogou seu pé sobre o de Draco no acelerador, aumentando ainda mais a velocidade, enquanto eles entravam na avenida que dava acesso à Ponte de Londres. Parecia que iam conseguir atravessá-la sem maiores problemas, quando uma explosão sacudiu o carro. Voldemort lançara um feitiço que atingira a parte traseira, que agora estava em chamas. Logo o fogo atingiria o tanque de combustível. Draco deu outro cavalo-de-pau para acessar a ponte e novo feitiço passou raspando, atingindo um poste, que tombou sobre a rua, atingindo um ônibus de dois andares cheio de turistas.
- Se ele nos acertar de novo, estamos mortos! – Gritou Draco, apavorado.
Harry pensou rapidamente. Não tinham como fugir, em cima da ponte seriam alvos fáceis e o carro logo explodiria. Uma idéia desesperada passou por sua cabeça e ele ordenou.
- Jogue o carro na água! Agora!
Draco olhou para ele, certo de que estivesse louco. Mas Harry não esperou que este concordasse, segurando o volante e girando-o em direção á proteção da ponte. Neste momento, mais um feitiço os atingiu, justo quando subiam no meio-fio, o que os catapultou para o alto, sobre a mureta de proteção e lançando-os para as águas geladas do Tâmisa.
Não tiveram tempo sequer para pensar no que estava acontecendo. Primeiro, houve o forte impacto na água. Imediatamente a seguir, o carro começou a afundar, sendo inundado por todos os cantos.
- Vamos morrer! Vamos morrer afogados, Harry! – Gritou Draco, sucumbindo ao desespero.
- Não! Não vamos. – Sussurrou Harry, que mal conseguia manter a consciência, enquanto buscava o clips no bolso da calça, pegando-o e apertando com força na mão que segurava a varinha – Draco, segure-se com toda a sua força em mim. Não me solte por nada, está me entendendo? – Não esperou o ontro concordar, entrelaçou seu braço no do amigo, agarrando-o com força – “Sede da Ordem!”
Seus corpos bateram com força em um piso frio. Draco sentiu uma forte sensação de enjôo, mas logo passou. Olhou em volta e percebeu que estavam em uma estranha cozinha, que agora tinha o piso completamente molhado pela água que viera com eles. Virou-se para perguntar a Harry onde estavam, mas não deu tempo. Este tombava de borco no chão e começava a ter comvulsões. Apavorado, temendo pela vida do amigo, Draco o puxou para seu colo, na tentativa de contê-lo.
- Socorro! Alguém nos ajude! Precisamos de ajuda! – Gritou ele, rezando para que houvesse alguém naquela casa. Felizmente ouviu o som de passos, mais precisamente de gente correndo.
- Harry! – Gritou a primeira pessoa que entrou, uma jovem loira, extremamente bonita com sotaque francês – Ma Cherrie! – E voltando sua cabeça para tráz, gritou – Rápido! Harry está ferido.
Em seguida, jogou-se no chão ao lado dos rapazes, tomando Harry dos braços de Draco e analisando a gravidade dos ferimentos. Logo a seguir uma turba entrou desgovernada pela cozinha, com tanta urgência, que Draco teve que pular e ficar de pé, para não ser pisoteado, enquanto todos acudiam Harry. Com excessão de um rapaz, que estacou na porta e ficou lhe encarando.
- Maldito seja, Malfoy. – Disse ele, apontando-lhe uma varinha.
Um raio vermelho foi a última coisa que Draco viu antes da benção da inconsciência dominá-lo. Ainda teve tempo de rezar para que tudo aquilo que acontecera fosse um sonho e ele acordasse, tranquilamente, em sua cama na manhã seguinte.
- Neville! – Repreendeu Lupin, que também examinava Harry – Precisávamos interrogá-lo.
- Agora não, Remus. Você não reconhece estes ferimentos? – Perguntou Kingsley.
- Você acha? – E Lupin examinou mais atentamente as feridas, concordando em seguida – Tem razão. Já vimos isto antes, em Arthur.
- O que foi? O que ele encontrou agora? – Perguntou Gina, que chorava ajoelhada no chão, ao lado de Harry.
- Estas marcas são de presas. Ele deve ter sido atacado por Nagini, a cobra de Voldemort. – Disse Lupin, preocupado – Precisamos levá-lo para cima, iniciar imediatamente o tratamento.
- Nós levamos! – Prontificaram-se os gêmeos, pegando Harry e saindo em direção aos quartos, sendo seguidos por Minerva, Molly e Papoula.
- Se Nagini o atacou... – Começou Moody, que até então assistia a tudo, calado.
- Significa que Harry foi descoberto. Riddle agora sabe que não o controla mais. – Emendou Lupin.
- E virá atrás de nós. – Apontou Arthur – Percy! Ele agora corre perigo.
- Eu vou atrás dele, pai. Trago-o de qualquer jeito, mesmo que tenha que azará-lo. – Anunciou Gui, já tomando o rumo da saída.
- Irei com você. – Fleur o seguiu, varinha já em punho.
- Eu também. Estou louco por um pouco de ação. – Disse Kingsley, seguindo-os.
- Vou subir para tentar ajudar em algo. – Gina enxugava as lágrimas, mas foi barrada por Lupin.
- Já tem gente demais lá em cima, Gina. Daqui a pouco vou ver se posso ajudar também. Preciso que você faça outra coisa para mim agora. – Disse ele.
- Mas eu quero ficar ao lado dele. Acho que posso ajudar. – Choramingou ela.
- Outras pessoas precisam da sua ajuda agora, Gina. Precisamos avisar nosso pessoal na África do Sul o que aconteceu. Eles podem estar em risco também.
- Droga! Rony, Mione e Carlinhos! Como pude esquecer deles? – E agora ela tinha o semblante carregado de culpa.
- É natural, não se culpe. Você pode entrar em contato com eles, avisando sobre o ocorrido e pedindo para que voltem imediatamente? – E um sorriso triste surgiu no rosto cansado do lobisomen.
- Claro! Vou agora mesmo. – Respondeu Gina, um brilho diferente nos olhos.
- Vou com você. – Anunciou Tonks, saindo atrás dela.
*****
Aparataram na rua, em frente ao prédio onde Percy morava. Rapidamente subiram até seu apartamento, vasculhando em volta para certificarem-se de que não estavam caindo em uma emboscada. Chegando à porta, Gui tocou a campainha insistentemente e de dentro veio a voz de seu irmão, exaltada.
- Estou indo! Calma! – Ele finalmente abriu a porta, assustando-se ao ver quem estava parado ali – Gui! O que faz aqui?
- Não tenho tempo apara explicar agora, Percy. Pegue suas coisas, apenas o essencial e venha conosco. – Disse o rapaz, enquanto empurrava o outro de volta para dentro do apartamento e abria passagem para seus companheiros também entrarem.
- Como é? Nada disso, não vou a lugar algum. Aqui é minha casa, não tenho razão alguma para sair assim, às pressas. – Retrucou Percy, observando Kingsley correr até a janela e ficar observando entre as cortinas e Fleur ficar com a porta entreaberta, observando o corredor – Quem é esta gente? O que está acontecendo?
- Já disse. Agora não dá tempo de explicar. Tem gente querendo ferir nossa família, devem estar em nossa casa neste exato momento. – Gui passou pelo irmão, seguindo em direção ao quarto, na intenção dele mesmo fazer sua mala – Assim que descobrirem que não tem ninguém lá eles virão atrás de você.
Iniciou-se uma discussão acirrada entre os dois, enquanto Gui preparava as malas do irmão. Quando ele saia do quarto, já com a mala nas costas e um Percy roxo de raiva atrás, Shacklebolt virou-se para os dois.
- Chegaram! Quatro Comensais acabaram de aparatar na rua. Precisamos sair imediatamente, se não quisermos um confronto.
- Por mim esperamos. – Disse Fleur, sem tirar os olhos do corredor – Estou louca para fazer alguém pagar por ter me separado de meu Gui.
- É muito arriscado, Fleur. Percy não pode se defender. Além do mais, prometi a nosso pai que o levaria, não temos tempo para briga agora.
- Tem razão, Weasley. Vamos embora. – Concordou Quin, pegando um bibelô que estava sobre uma mesinha de canto e transformando-a numa chave. Ordenou que todos a tocassem e fugiram instantes antes da porta ser arrombada pelos Comensais.
*****
Não partiram de imediato. Makoto resolver sair e apurar como estava a situação na cidade, voltando pouco tempo depois, informando que Bella e Rodolfo haviam espalhado homens pela cidade a procura dos três. Elizabeth foi até a recepção e pagou a conta, entregando também o valor referente à estadia dos outros, mas enfeitiçou o recepcionista para que ele não se lembrasse sobre quem ou quando isto ocorrera. Então reunirão suas coisas e através de uma chave deixaram a África do Sul. Foram direto para a Cidade do Cairo, no Egito, de onde os aurores poderiam contatar seus superiores com maior segurança. A missão deles era segredo, visto que era de conhecimento de todos que Voldemort possuia espiões em todas as esferas de poder. O único a saber de todos os detalhes da missão dos dois era seu superior, um bruxo alemão chamado Hans Grubber. Makoto entrou em contato com ele e na hora do almoço ele já estava presente, discutindo o que fariam a seguir. Apoiou totalmente a idéia de Makoto e Elizabeth acompanharem os três. Logo, novas identidades falsas foram providenciadas e as passagens compradas. Antes de embarcarem, Mione mandou uma mensagem a Londres, informando o número do vôo e nome que estavam usando, solicitando que Moody se encontrasse com eles no aeroporto, pois não estavam sozinhos.
Quando o avião pousou, a noite fria de inverno já imperava em Londres. Desembarcaram e quando chegaram ao salão, viram que havia na verdade um comitê de recepção aguardando por eles. Estavam Shacklebolt, Moody, Remo, Gui, Arthur e os gêmeos. Assim que se aproximaram Mione perguntou, aflita.
- O que aconteceu? Harry está bem?
- Aqui não, Granger. – Ralhou Moody, fitando Makoto em seguida e abrindo algo que deveria ser um sorriso – Willians, não é?
- Olá, Olho-Tonto. Fiquei sabendo que estão pretendendo dar uma festa por aqui e me convidei. Esta é minha parceira, Elizabeth Montgomery. – O homem cor de ébano apertou a mão que Moody lhe estendia e indicou a jovem.
- Sim, uma grande festa. Mas o homenageado não gosta muito de surpresas, vive querendo descobrir o que planejamos para ele. – Moody entrou na brincadeira, também falando em código – Ele acaba de tentar despachar nosso mestre de cerimônias. Se o rapaz não fosse esperto...
- Nós sabemos que a situação é crítica meu amigo. Estamos aqui para ajudar no que pudermos. – Garantiu Willians, com pesar.
- Toda ajuda é bem vinda, desde que seja sincera. – Shacklebolt apartou, olhando para Elizabeth.
- Minha amiga é americana, filha de mãe inglesa. A mãe dela foi assassinada por Comensais anos atrás, durante uma visita que fazia a parentes aqui. Tem todas as razões para se juntar à causa.
- Muito bem. Vamos conversar melhor em casa. – Decidiu Moody – Vamos embora.
Pouco depois o grupo estava parado em frente ao número dez do Largo Grimmauld. Moody entregou um pergaminho com o endereço escrito aos dois forasteiros e logo a sede da Ordem surgiu na frente deles. Entraram sem perder tempo. A casa estava silenciosa, então seguiram em fila indiana até a cozinha, onde uma tristonha Molly terminava de preparar o jantar.
- Meus filhos! – Gritou ela ao ver os rapazes atravessando a porta. Correu para eles, abraçando um com cada braço – Eu estava apavorada, graças a Deus que estão bem.
- Nós estamos muito bem, mamãe. Pode nos soltar agora. – Pediu Carlinhos, sentindo-se sufocar e extremamente vermelho de vergonha.
- Hermione! – Continuou Molly, pulando no pescoço da jovem, que sorriu e deu alguns tapinhas leves em suas costas.
Seguiram-se uma série de cumprimentos e apresentações. Então entrou Gina, de cabeça baixa e olhos vermelhos. Ao ver os irmãos, tal qual a mãe pulou sobre eles, abraçando-os com força. Depois abraçou Mione, e então ambas não conseguiram se conter. Choraram, abraçadas.
- Por que, Mione? Por que ele sempre tem que voltar coberto de sangue? Mais morto do que vivo? – Perguntou Gina entre as lágrimas.
- Não sei, Gina. Sinceramente não sei. – Respondeu a amiga – Como ele está?
- Quando chegou, estava tão ferido, tão pálido e tendo convulsões, que achei que estava morrendo. Mas ainda está vivo. Mal, mas vivo.
- Podemos vê-lo? – Pediu Mione, voltando-se para os demais.
- Ainda não, Mione. Ele está em estado muito grave, mas estamos fazendo o possível para salvá-lo. Papoula disse que não é apropriado agora, na fase mais crítica, muita gente a seu redor. Pode prejudicar ainda mais o seu estado.
- Vocês estão falando de Harry Potter? O que aconteceu com ele, afinal? – Perguntou Elizabeth.
- Sentem-se todos. – Pediu Molly – Vamos jantar enquanto conversamos.
Todos se ajeitaram ao longo da mesa e enquanto as panelas eram dispostas, talheres ajeitados e pratos começavam a ficar cheios, Lupin resumiu o que havia acontecido.
- Ontem à noite Harry surgiu no meio da cozinha, amparado por Draco Malfoy. Estava muito ferido, foi picado na coxa e no peito. Pela característica dos ferimentos e do veneno que encontramos em sua corrente sanguínea, temos quase certeza de que foi atacado por Nagine, a cobra de Lord Voldemort.
- Então quer dizer que Voldemort sabe que não estamos mais sob seu controle? – Apontou Mione imediatamente.
- Exato. Por isso pedimos a vocês que abandonassem a missão e voltassem urgentemente. Também resgatamos Percy, apesar dele não estar muito satisfeito em estar na nossa companhia.
- Malfoy é aquele cara-de-fuinha, não é? O louro oxigenado? – Perguntou Rony – O que fizeram com ele?
- Ele mesmo, Rony. Nós o interrogamos esta manhã, usando um pouco de Veritasserum, mas ele também não se lembra de que é um bruxo. O que conseguimos extrair de informação sobre o que aconteceu foi que ele estava indo buscar Harry para saírem e quando ele entrou no terreno da mansão viu Harry, já ferido, tentando fugir. Eles entraram em seu carro e foram atacados pela cobra, que também estava ferida. Harry derrubou os portões e eles escaparam. Quando pensaram que estariam seguros, uma nuvem negra, que tomou a forma de Riddle surgiu e os atacou, lançando o carro no rio Tamisa. Harry então deve ter acionado a chave de emergência, entrando em coma logo em seguida. – Explanou Lupin.
- Ainda confirmamos tudo vasculhando suas memórias. O rapaz é inocente, pelo menos desta vez. – Completou Moody – Mas é filho de Comensal da Morte, não podemos simplesmente deixar que parta.
Terminaram de jantar em silêncio. Então, quando Fleur e Molly retiravam a mesa, Mione perguntou.
- O tal Malfoy já jantou?
- Não querida. Vou preparar um prato para ele agora. – Respondeu Molly.
- Se a senhora quiser eu posso levar. – Prontificou-se ela. Estava curiosa para ver o rapaz, alguém que fora seu inimigo no passado. Será que alguma nova lembrança seria despertada?
- Claro! Tudo bem. Mas tome cuidado, ele não é confiável. – Molly preparou a refeição e estendeu para ela – Estaremos na biblioteca, aguardando que volte. Precisamos saber com detalhes como foi a sua missão.
- Eu vou com você. – Rony levantou-se, seguindo a seu lado.
- Não preciso de guarda-costas, Ronald. Vou apenas entregar um prato de comida a nosso “prisioneiro”. – Disse Mione, revirando os olhos.
- Vou assim mesmo. Não podemos confiar no cara, não é mesmo? – Rony deu de ombros, ignorando a opinião dela e a seguindo.
Subiram as escadas em silêncio, parando em frente à porta indicada. Mione bateu levemente e não aguardou resposta, entrando em seguida. Draco estava sobre a cama, encostado ao dossel e nem se mexeu enquanto ela se aproximava e colocava a bandeja com sua refeição sobre o criado-mudo ao lado. Rony ficou parado na entrada, de braços cruzados e varinha na mão.
- Trouxe seu jantar. – Disse Mione, após depositar a bandeja e dar dois passos para trás.
- Não estou com fome. – Respondeu ele friamente.
- Você precisa se alimentar, senão pode acabar ficando doente. – Insistiu ela – A comida está maravilhosa, a srª Weasley é ótima cozinheira.
- E o que importa se fico bem ou não? Sou prisioneiro aqui, nenhum de vocês se importa comigo. – Ele deu de ombros, ainda sem se mexer do lugar.
- Você não é prisioneiro. Pelo menos, não tecnicamente. – Justificou-se ela – Ainda estão discutindo sua situação. No momento, o mais importante é o Harry.
- E como ele está? – Draco finalmente se moveu, levantando-se de um pulo, ficando de frente para Mione. Rony adiantou-se, mas parou ao perceber que ele não ia fazer nada – Ninguém me traz notícias dele desde ontem.
- Continua em estado grave. Não pudemos vê-lo, mas temos esperança de que melhore. Ele é uma pessoa muito persistente. – Respondeu ela, abaixando a cabeça. Não acreditava nas próprias palavras – Queria lhe agradecer pelo que fez. Se não fosse por você, certamente ele estaria morto agora.
Draco finalmente sorriu, relaxando um pouco.
- Sabia que você é a segunda pessoa a me agradecer? Só a senhora ruiva esteve aqui e disse o mesmo. Os outros, acho que gostariam de me esfolar vivo. Não sei por que não o fizeram ainda.
- Você precisa entender que para a maioria, você e sua família são nossos inimigos declarados. – Justificou Mione.
- Você acredita mesmo nesta história maluca? – Riu ele, de forma debochada – É um absurdo.
- Acredite, Malfoy. É verdade. E pelo que Harry nos disse, seu pai permitiu que a sua memória fosse apagada também. – Rony pronunciou-se pela primeira vez.
- Meu pai não faria isso comigo! – Esbravejou ele para o ruivo, colérico.
- Talvez ele não tenha tido escolha, Draco. – Apontou Mione.
Draco ficou olhando para os dois por um tempo, então voltou a se sentar e pegou seu jantar.
- Eu me lembro de você. – Disse, depois de alguns minutos, apontando para Mione – Não foi você quem a gente quase atropelou uma vez?
- Isto mesmo. O que se mostrou, mais tarde, uma grande sorte. Aquele encontro, tão casual, acabou trazendo Harry até mim. Foi graças a ele que nos reencontramos. – Sorriu ela, lembrando-se do ocorrido.
- Mione, estamos sendo esperados para a reunião. – Cortou Rony, que ainda mantinha um semblante sisudo.
- Certo! Boa noite, Malfoy. Temos que apresentar nosso relatório agora. Amanhã, se tiver notícias sobre o Harry eu te aviso.
Dizendo isso, a jovem deu meia volta e deixou o quarto, Rony vindo novamente em seu encalço.
- Posso saber o que foi aquilo? – Perguntou ele, enquanto desciam as escadas.
- Aquilo o quê? – Perguntou ela, fingindo inocência.
- Hermione, você estava dando em cima do cara? – Rony a segurou pelo braço, forçando-a a parar e olhar para ele.
- Eu não estava dando em cima de ninguém, Ronald! E mesmo se estivesse, isto não seria da sua conta. – E Mione puxou seu braço num gesto de impaciência, continuando seu caminho.
- O cara é nosso inimigo, caso você não se lembre! – Continuou ele, visivelmente irritado – É um absurdo você dar em cima dele.
- Não, eu não me lembro dele ser nosso inimigo. O que sabemos foi o que nos disseram. Nós mudamos, todos nós. Talvez ele também tenha, não temos o direito de condená-lo pelo que fez no passado. – Finalmente ela se cansou, virando-se e espetando um dedo em seu peito, enquanto falava – E se quer saber, o acho bem bonitinho. Não vejo problema algum da gente ser amigo.
- Você não pode estar falando sério! – Rony praticamente gritou – Você realmente quer ser amiga daquela... Daquele... Daquilo?
- Não sei. – Respondeu Mione, agora com um sorriso travesso no rosto – Ele pelo menos me tratou com educação e respeito. Não me agrediu nenhuma vez até agora.
Deixou Rony plantado na escada e seguiu para a biblioteca, onde a reunião acontecia. Moody e Lupin terminavam de contar aos recém-chegados tudo que se passara desde que Voldemort lançara o feitiço. Ela entrou e se sentou ao lado de Gina. Logo depois Rony entrou, pisando duro e se sentou ao lado de Carlinhos, do outro lado da sala. Gina o observou e então se virou para a amiga, questionando-a com o olhar, ao que Mione simplesmente deu de ombros. Logo eram chamados para seu relatório e finalmente expuseram a todos o que havia acontecido na África do Sul. Ao terminarem, Moody se voltou para Makoto.
- Agora é sua vez, Willians. Conte-nos como andam as coisas fora da Inglaterra e o que vocês estavam fazendo, vigiando a mina.
- Muito bem, Moody. – Começou ele, levantando-se e pigarreando, para limpar a garganta – A Confederação está muito preocupada com a situação. Desde que o Ministério literalmente caiu nas mãos de Voldemort, estamos acompanhando, tentando descobrir o que está havendo, quais são seus planos.
-Infelizmente, nenhum dos homens que foram enviados para investigar a situação retornou. – Complementou Elizabeth – Simplesmente desapareceram, não sabemos se estão mortos ou foram convertidos à causa dele.
- Exato! Portanto, não tínhamos informações precisas sobre o que aconteceu aqui até agora. O que temos acompanhado é a movimentação de Riddle fora da Inglaterra, por toda a Europa. – Ele tomou um gole de água e continuou – Temos certeza de que ele está em vias de conquistar o governo trouxa da Inglaterra. Está financiando um candidato e as eleições estão próximas. Assim que conseguir o domínio completo do país, ele deve se virar para o restante do continente.
- Também chegamos à mesma conclusão. – Observou Lupin.
- Identificamos vários negócios dele espalhados pela Europa e Estados Unidos. – Disse Elizabeth – Temos atuado, tentando impedi-lo ao máximo de expandir seus negócios, mas é muito difícil. Ele usa empresas de fachada e Testas-de-ferro para representá-lo.
- Nitidamente está se preparando para uma grande investida. Não sabemos como ele conseguiu dominar este país, mas acreditamos que sua intenção seja fazer o mesmo com a comunidade européia. – Os dois revezavam-se ao dar as informações, fazendo com que os ouvintes alternassem a vista de um para o outro, sucessivamente – E além.
- Por isso estávamos investigando a mina. Um de nossos homens, antes de desaparecer, conseguiu a informação sobre o paradeiro dos Lestranges, então fomos designados para lá. Não descobrimos muita coisa, mas pelo menos nos encontramos com seus garotos. – E Elizabeth deu um sorrisinho, ao fitar o trio que encontrara na viagem.
- Não somos garotos! – Carlinhos empertigou-se, assumindo o tom vermelho característico de sua família.
- Ela não teve a intenção de ofender, Carlos. Desculpe! – Rapidamente Makoto interferiu, olhando atravessado para a parceira, continuando a conversa – Com isso, nossos superiores nos ordenaram que os acompanhasse, para que pudéssemos ter uma noção de como andam as coisas por aqui e nos colocássemos à disposição para ajudar no que for possível.
- Acreditem, foi uma ótima notícia saber que havia gente se rebelando contra o domínio do Lorde das Trevas. – Disse Elizabeth – Isto nos dá um pouco mais de tempo.
- Tempo? Tempo para quê? – Perguntou Minerva.
- A Confederação, baseada nas informações que temos, teme um ataque ao restante da Europa, semelhante ao que aconteceu aqui, como já dissemos. Então, está decidida a se antecipar a Riddle. Se não conseguirmos apresentar qualquer outra solução para o problema, eles estão dispostos a atacar a Inglaterra antes que sejam atacados.
O silêncio que tomou conta da sala era palpável. Ninguém disse nada por um bom tempo, sem querer acreditar no que haviam acabado de ouvir. Então Gui tomou coragem de colocar em palavras o que todos estavam pensando.
- Então quer dizer que a Confederação dos Bruxos pretende declarar guerra contra a Inglaterra?
- Se não houver outro jeito, sim. – Confirmou Elizabeth.
- A idéia era fazê-lo em breve, assim que tivéssemos alguma informação sobre o porquê de Comensais estarem tão interessados em diamantes. Mas agora, ao saber de vocês, e de que Harry Potter havia escapado do controle de Voldemort, resolveram aguardar um pouco mais.
- Quanto tempo temos? – Perguntou Arthur, imediatamente.
- Até a eleição do primeiro ministro trouxa. – Disse Elizabeth – Ou seja, oito meses.
- Isto não é muito, não é mesmo? – Suspirou Rony, balançando a cabeça.
- Não poderemos esperar mais. O risco é muito grande. – Makoto respondeu, também com um suspiro.
- Mas e quanto às pessoas? Digo, todos os inocentes que estão sendo manipulados por Riddle? O que acontecerá a elas em uma guerra? – Perguntou Mione, ainda sem querer acreditar no futuro sombrio que antevia frente às notícias.
- Precisamos pensar no bem maior, Hermione. Imagine o que pode acontecer caso Voldemort domine a Europa. Será uma questão de tempo para tentar dominar outros países e continentes e isto certamente resultará em uma guerra gigantesca, com bruxos do mundo inteiro envolvidos. Seria uma chacina muito maior. – Apontou Lupin – É muito mais sensato detê-lo aqui e agora. As perdas serão infinitamente menores.
- Exato! – Anuiu Elizabeth – Sabemos dos inocentes, mas não temos opção. Por isso é tão importante que encontremos um jeito de impedir tudo isso e deter Voldemort antes da eleição do ano que vem.
- E agora vem uma pergunta realmente importante para todos aqui. – Makoto retomou a palavra – O que fazer agora? O que vamos fazer para deter Lord Voldemort?
- Neste momento, o principal é a recuperação de Harry. – Lupin nem pestanejou, não havia nada mais importante para ele do que o bem estar do filho de seu grande amigo no momento.
- Mas e depois? O que vocês pretendem fazer? – Insistiu Elizabeth.
- O que temos em mente depende de Harry. Então não nos resta muito a fazer senão aguardar que ele se recupere. – Moody disse – Era nossa idéia inicial, só a deixamos de lado por insistência do próprio Potter.
- Vocês não estão depositando confiança demais neste rapaz? – Perguntou Makoto, com cuidado – Sei que ele, no passado, já derrotou Voldemort uma vez. Mas isto foi antes, certamente as coisas mudaram agora e depositar todas as nossas fichas em Harry Potter me parece uma insensatez.
- Conheço este jovem desde que nasceu senhor Willians. – Minerva se levantou de sua cadeira, apoiando as mãos espalmadas sobre a mesa, olhando diretamente para Makoto, tentando manter a calma. Mas era visível o movimento de suas narinas, pulsando ferozmente, o que indicava a força que estava fazendo para se conter – Fui sua professora em Hogwarts, assim como de seus pais. E posso lhe garantir que Harry Potter é um grande bruxo. Um dos maiores que conheci até hoje, e acredite, conheci convivi com os maiores.
- Desculpe professora, não estou querendo dizer que ele não seja bom bruxo. Mas daí a acreditarmos que ele tenha capacidade de derrotar o maior bruxo das trevas dos últimos séculos... Bom, aí já é um pouco demais. – Retrucou o auror Sul Africano.
- Makoto, ele é. Acredite! – Remus disse, com simplicidade – O que vocês não sabem, assim como a maioria da comunidade bruxa, é que Harry vem enfrentando Voldemort diversas vezes no decorrer dos anos. E se ele não o venceu de forma definitiva, pelo menos tem conseguido frustrar a maioria de seus planos. Foi assim aos onze anos, aos doze... Voldemort conseguiu recuperar seu corpo quando ele tinha quatorze, mas foi valentemente confrontado quando invadiu o ministério e Harry tinha apenas quinze anos, com a ajuda destes valorosos jovens aqui presentes. – E Lupin indicou os cinco companheiros de Harry na empreitada – Mas, logo após Voldemort conseguir eliminar Dumbledore, e antes que qualquer um de nós conseguisse se recuperar do baque, ele desferiu um novo ataque. E mesmo agora, sem se lembrar de seu passado, Harry resolveu lutar. Resolveu se arriscar pelo bem da comunidade bruxa.
- Em poucas semanas e com treinamento intenso, Harry já recuperou boa parte de seus poderes mágicos. – Minerva voltou à carga – Além disso, durante seu último ano em Hogwarts, Harry estava tendo aulas exclusivas com Alvo. Certamente com a intenção de prepará-lo para enfrentar Voldemort. Precisamos recuperar o que lhe foi passado neste período, estes ensinamentos podem ser decisivos para evitarmos a guerra que está prestes a nos assolar.
- Não tínhamos informação alguma sobre estes confrontos. – Observou Elizabeth.
- Dumbledore achou mais prudente manter em sigilo. – Respondeu Quin – Não seria bom para o garoto se tivesse muita atenção sobre seus feitos. Já não foi fácil para ele enfrentar os colegas de escola e a comunidade local, imagine se tivesse se espalhado ainda mais.
- Muito bem. Vamos aguardar a melhora do rapaz e ver como as coisas se encaminham. – Decidiu Makoto – Isso se ele se recuperar. Qual é o prognóstico?
- Harry ainda está em estado crítico. – Mme Pomfrey se pronunciou pela primeira vez – Os ferimentos são graves, teve um pulmão perfurado pelas presas do animal e seu veneno foi injetado diretamente em sua corrente sanguínea. Já tratamos de um caso idêntico anos atrás, quando Arthur foi picado pela mesma serpente. O agravante desta vez é o fato dele estar tomando, já há algum tempo, algo para impedir que as poções que o Lorde das Trevas lhe ministrava fizessem efeito. As doses contínuas de erva Moi estão impedindo que qualquer poção que lhe ministremos faça efeito. Também impedem que o veneno o mate, mas ficamos sem ação até que seu efeito termine. E isto só deve acontecer entre hoje à noite e amanhã.
- Ficaremos de olho nele. Assim que o efeito passar deve piorar bastante, se não estivermos perto corremos o risco de perdê-lo. – Completou Minerva, levantando-se da mesa – Por isso não podemos nos demorar mais. Papoula, vamos.
A reunião foi encerrada em seguida, com todos se recolhendo, com exceção de Moody, Lupin, Tonks e os dois recém chegados, que desejavam maiores informações sobre os confrontos entre Harry e Voldemort. Também aproveitaram o momento para acertar como poderiam ajudar. Uma vez que não eram conhecidos pela comunidade bruxa, se encarregaram, junto com Tonks de investigar como estavam as coisas na manhã seguinte.
Conforme previsto, a manhã começou tumultuada. Harry piorara bastante pouco antes do amanhecer, o veneno se alastrando por sua corrente sanguínea rapidamente assim que a erva Moi deixou de fazer efeito. A febre aumentou tanto, que tiveram que mergulhá-lo em uma banheira com gelo durante alguns minutos. Depois conseguiram ministrar um coquetel de poções e aos poucos, no decorrer do dia, sua condição se estabilizou. Mantiveram plantão ao lado de sua cama todo o tempo, sempre os bruxos mais experientes.
Apenas no dia seguinte, já no início da tarde, é que foi permitido que ele recebesse visitas. Todos estavam ansiosos em vê-lo, apesar de ainda não ter despertado. Gina entrou junto com Rony e Mione. E a visão não poderia ser pior. Harry estava lívido, completamente sem cor. Parecia já estar morto, e este pensamento lhe causou um arrepio na espinha. Outros entraram com eles no quarto, mas ela não deu importância a quem era. Concentrou sua atenção no moreno, que apesar de estar dormindo, parecia ter um sono agitado. Suas órbitas visivelmente giravam de um lado para o outro sob as pálpebras, sua respiração era irregular e seus músculos estavam tensos.
- O que ele tem agora? Ainda é o efeito do veneno? – Perguntou Mione, também percebendo a agitação do amigo.
- Não sabemos do que se trata. – Respondeu Minerva – Provavelmente está tendo algum tipo de alucinação, ou apenas pesadelos. Não é um efeito ao tratamento. As poções que ministramos estão tendo os resultados esperados, ele estava se recuperando conforme previsto até meia hora atrás, quando começou isto.
- Não são alucinações nem pesadelos. – Disse Gina, adiantando-se e tocando a mão de Harry – Ele está em apuros. Não está sozinho.
- Como assim não está sozinho? – Perguntou Fred, uma das pessoas que estavam no quarto.
- Tem alguém com ele. Na mente dele. – Gina não fazia a menor idéia de como sabia daquilo, mas tinha certeza – Ele precisa de ajuda.
- Gina, do que é que você está falando? – Mione segurou o braço da amiga, preocupada.
- Não dá tempo para explicar, Mione. – Respondeu ela, livrando-se da amiga e dando a volta à cama, enquanto continuava – Eu preciso ajudá-lo. Preciso adormecer agora mesmo. Dêem-me alguma poção para o sono, um soco, qualquer coisa. Mas tenho que dormir já!
As pessoas ao redor estranharam a reação da jovem, mas neste momento Harry começou a convulsionar, e um filete de sangue escorreu por sua narina direita. Temerosa, Minerva fez um sinal para que Gina se deitasse ao lado de Harry na cama, enquanto Mme Pomfrey pegava um frasco de sua bolsa e estendia para que ela bebesse. Mal teve tempo de engolir o líquido verde e espesso e Gina sentiu sua consciência se esvair.
Ela não sabia o que fazer ou como fazer, a única coisa que sabia era que precisava se concentrar em Harry para poder ajudá-lo. Sabia que ambos tinham algum tipo de ligação, mas não tinha a menor idéia de como funcionava ou se seria útil naquele momento. Até então, o máximo que haviam partilhado eram algumas lembranças. Concentrando-se nele, Ela sentiu a escuridão absorvendo-a, sentiu-se só e desamparada por alguns instantes e então começou a ouvir conversas novamente e então abriu os olhos. Estava agora em uma casa em ruínas, numa pequena vila, provavelmente no interior da Inglaterra. Harry estava caído no chão do que seria a sala de estar, prostrado de joelhos, sua varinha caída próxima e Voldemort em pé, onde deveria existir uma porta. Gina estava na cozinha, e antes que fosse vista se escondeu e observou melhor para entender o que se passava.
- Então você realmente conseguiu romper meu feitiço, Potter! – Dizia Voldemort, olhando com desprezo para o rapaz – Muito curioso o local que escolheu para me enfrentar e morrer. Onde tudo deveria ter acontecido desde o começo, a casa de seus pais.
- Não sei do que você está falando, “tio”. Mas sei que não vou morrer hoje, não importa o que faça. – Respondeu Harry, erguendo a cabeça e fitando-o de maneira desafiadora.
- Potter, Potter! Por que teve que se lembrar? Não tinha uma vida boa e frívola, ignorando seu passado? Por que teve que se rebelar? – Um sorriso sinistro riscou o rosto alvo e ofídico do homem, um sorriso que não chegou a seus olhos, que permaneciam frios – Agora, só lhe resta uma opção. Revele-me quem mais está com você e onde eles estão e lhe prometo uma morte rápida e indolor.
- JÁ DISSE QUE NÃO! – Gritou Harry em resposta – Não vou dizer nada. Você está dentro da minha cabeça, não pode me matar aqui.
- Ah, mas aí é que você se engana, meu rapaz. O que acontecer com você aqui, em sua mente, se refletirá em seu corpo moribundo. Nagine fez um ótimo trabalho, você já está bastante debilitado. Tanto que me permitiu invadir sua mente. Agora, só me resta concluir o serviço. Mas antes, quero os nomes e localização de todos aqueles idiotas que fazem parte da Ordem da Fênix.
- Não! – Insistiu Harry.
- “Crucio!” – Bradou Voldemort, e Harry voltou a cair, seu corpo se debatendo violentamente. Gina sabia que no plano físico, o mesmo acontecia com seu corpo.
Ela decidiu intervir, pois Harry não suportaria muito mais. Sem saber como, sua varinha estava em sua mão. Resoluta, saiu de seu esconderijo e lançou um feitiço contra aquele ser monstruoso.
- “Bombarda!” – Gritou, mirando o batente da porta, que explodiu e lançou Voldemort longe. Ela se aproveitou do momento e correu até Harry, pegando em seu braço - Harry levante-se. Vamos, você precisa reagir.
- Gina? – Estranhou ele, olhando para a garota enquanto tentava se levantar – Como?
- Nossa ligação. Mas isto não importa agora, precisamos expulsá-lo de sua mente antes que ele o mate. – Respondeu ela.
- Ou melhor, que eu “OS” mate, não é mesmo minha jovem? – Perguntou Riddle, que já se recuperara e estava olhando para os dois, a apenas alguns metros deles – O que, afinal de contas, você está fazendo aqui? Como conseguiu?
- Vim ajudar o Harry. – Respondeu ela desafiadoramente – E como, nem eu mesma sei.
- Mais uma que eu deveria ter eliminado quando tive oportunidade. Mas ainda há tempo de consertar isto e será agora mesmo. – E agora Riddle parecia impaciente, obviamente não esperava a intromissão de Gina em seus planos – “Crucio!”
Gina conhecia aquela dor. Já sofrera com a maldição, mas ministrada por outra pessoa. E nada se comparava à dor que estava sentindo agora. Ficou cega e caiu, tentando se proteger, mas ciente de que nada que fizesse pudesse minimizar o que sentia. Seu corpo físico também sentia os efeitos, e assim como o de Harry convulsionara a pouco, agora era o dela. As pessoas que estavam no quarto não podiam fazer nada senão aguardar, tinham medo que ao despertar a ruiva algo pior pudesse acontecer.
- Pare! Deixe-a em paz. – Gritou Harry, que com muito esforço lançou um feitiço contra Voldemort, que facilmente o rebateu, mas com isso libertou Gina.
Agora ele a ajudou a se levantar, preocupado.
- Não devia estar aqui, Gina. Você está bem?
- Tudo bem. Mas Harry, precisamos expulsá-lo de sua mente. Ou ele o matará. Matará-nos. – Respondeu ela, enquanto Voldemort assistia a conversa dos dois, divertido.
- Estou muito fraco. Não consigo. – Respondeu Harry.
- Estou aqui para ajudá-lo. Nós dois juntos conseguiremos. É a sua mente, você é mais forte que ele aqui. Basta se concentrar.
Harry sorriu e estendeu a mão para entrelaçar na da jovem, o mesmo ocorrendo no plano físico. O sorriso desapareceu do semblante do Lorde das Trevas, que atacou com furor. O casal ergueu suas varinhas e um escudo prateado os protegeu. Em seguida, Harry disparou um raio prateado, um feitiço não verbal, que atingiu seu oponente no peito, lançando-o de costas para fora da casa e de sua mente. Imediatamente a paisagem mudou, passando a ser campos floridos, à margem de um lago imenso, com um castelo grandioso um pouco afastado. Eles agora estavam sob uma frondosa árvore, ainda de mãos dadas.
- Obrigado pela ajuda. – Agradeceu Harry – Acho que agora consigo sozinho.
- Tudo bem. – Respondeu ela – Trate de voltar rápido, todos estão preocupados com você. Querem saber o que aconteceu de errado. Como Riddle descobriu sobre você e tudo mais.
- Certo! Você explica esta parte? Estarei com vocês assim que puder.
- Claro! – Garantiu ela, soltando sua mão e vendo tudo a sua frente se desvanecer. Fechou os olhos e quando os abriu, estava deitada na cama ao lado de Harry.
- Gina! – Chamou sua mãe, visivelmente aflita – Você acordou finalmente, minha filha. Como se sente? Está bem?
- Calma, Molly. – Repreendeu Minerva – Deixe a menina se recuperar primeiro.
- Eu estou bem, mamãe. – Sorriu Gina, abraçando sua mãe – E Harry também.
- Mas o que aconteceu, Gina? Ficamos muito preocupados com vocês dois. – Arthur disse, tentando esconder a ansiedade e alívio na voz, sem muito sucesso.
Gina respirou fundo e começou a narrar o que acontecera.
Harry só despertou no dia seguinte. Estava extremamente fraco e não foi permitido que ele se desgastasse falando. Alimentou-se e acabou dormindo novamente. Apenas no final da tarde seguinte, praticamente uma semana após ter sido ferido foi que finalmente ele foi liberado para receber visitas. O quarto ficou lotado. Depois dos cumprimentos e apresentações, Lupin deu voz à pergunta que todos queriam fazer. O que havia acontecido?
Harry pensou por um instante e ao invés de responder, perguntou.
- Onde está Draco? Como ele está?
- Malfoy está bem. Está detido em um dos quartos. – Respondeu Neville.
- Poderiam trazê-lo? Gostaria de lhe agradecer, ele salvou minha vida. E acho que também necessita de muitas explicações.
Relutante, Neville saiu em busca do rapaz. Voltou momentos depois, inserindo Malfoy no ambiente, que olhou assustado para a quantidade de pessoas que ali estavam. Então viu Harry recostado em alguns travesseiros na cama, adiantou-se e sentou-se a seu lado.
- Você me deixou preocupado, Harry. Que loucura é esta em que você se meteu? E me meteu também? – Perguntou, visivelmente aliviado em ver o estado do amigo.
- Vou explicar. – Foi só o que Harry respondeu, apertando a mão que Malfoy lhe estendia.
O loiro se levantou e procurou um lugar para ficar, achando um ao lado de Mione, que sorriu ao abrir espaço para ele.
- Como a maioria de vocês já sabe, resolvi voltar para a mansão Riddle pois tinha um lugar onde não havia procurado ainda. Um lugar onde achei ser possível encontrar novas informações sobre o que estamos enfrentando. – Começou ele.
- Que lugar era esse Harry? – Perguntou Rony, não conseguindo refrear sua curiosidade.
- O quarto de Riddle! – Harry disse de um fôlego só. Como esperado, todos ficaram mudos, esperando que ele desmentisse o que acabara de dizer – Achei que seria um ótimo esconderijo, caso ainda houvesse algo que ele quisesse deixar muito bem escondido.
- Você está falando sério, Potter? Voltou para lá apenas para invadir o quarto de Riddle? – Perguntou Quin.
- Cara, eu não acredito! – Não resistiu Elizabeth, que na noite passada havia deixado um pouco a formalidade e pedido a todos que a tratassem por Beth – Não conheço ninguém que tenha coragem sequer de ficar na mesma sala que o Lorde das Trevas e você, além de espioná-lo em sua própria casa ainda invade o quarto dele? Você é louco!
- Louco e irresponsável. – Cortou Mione, assustada – Harry, tem noção do absurdo que cometeu?
- E ainda por cima é sem palavra. – Na voz de Gina havia apenas mágoa, decepção – Você havia prometido não fazer isto. Não se arriscar assim, levianamente.
- Cumpri minha promessa, Gina. Não fiz nada de maneira impensada. Eu sabia exatamente o que estava fazendo, passei todo este tempo lá justamente planejando como faria para invadir o quarto dele. – Justificou-se Harry.
- Pelo visto não planejou tão bem assim. – Retrucou ela, começando a ficar vermelha. Era visível que estava ficando irritada.
- Eu tinha que fazê-lo. Será que você não entende? – Sem perceberem, ambos se esqueceram de todos ao redor, a discussão agora era apenas entre eles.
- Não, eu não entendo! – Respondeu ela, cruzando os braços em frente ao corpo, numa demonstração de impaciência – Me explica!
- Ok! É o seguinte. – Suspirou ele, também demonstrando impaciência. Ajeitou-se melhor na cama e continuou – Quando invadi o escritório dele e encontrei aquela passagem, que me levou aos pergaminhos, me passou pela cabeça que onde mais ele poderia esconder informações importantes? Onde mais poderia estar escondido algo tão importante que não pudesse ser encontrado por ninguém?
- Então você teve a brilhante idéia de procurar no quarto de Lord Voldemort! – Gina concluiu o que ele ia dizer – Brilhante idéia.
- Não seja sarcástica, Gina. Fiz o que achei certo. Não podemos descartar nenhuma possibilidade. – Harry agora também começava a se irritar mediante a posição da ruiva.
- Sou obrigado a concordar com ele. – Makoto se pronunciou, chamando a atenção de todos, que até então estava centrada no casal – Potter pensou racionalmente, como um Auror infiltrado faria. Ele era o único em posição de investigar. Não poderia desperdiçar a oportunidade.
- E o que foi que ele encontrou, então? Para que valeu o risco? – Perguntou Gina, irredutível.
- Infelizmente não encontrei nada. Eu sabia que era uma apenas uma possibilidade, mas achei que valeria a pena tentar. – Harry admitiu, agora um tanto envergonhado.
- A intenção foi boa Potter. Se tivesse encontrado algo, como o artefato que Riddle usou para lançar o feitiço, agora estaríamos numa situação bem mais confortável. – Desta vez foi Moody quem falou – Uma pena não ter encontrado nada.
- Ou seja, se arriscou a toa. Você quase morreu, Harry. – Gina insistiu – Duas vezes. Em decorrência dos ferimentos acabou baixando a guarda e ele invadiu sua mente, quase o mata através de sua mente.
- Mas afinal, o que deu de errado? Você disse que tinha tudo planejado, que estava tomando cuidado. E mesmo assim quase acabou morto. Então, o que saiu do controle? – Perguntou Rony, tentando aliviar um pouco a situação do amigo.
- Como eu disse, estava aguardando a melhor oportunidade para revistar o quarto. Naquele dia, Voldemort estava fora da cidade, não sei exatamente onde. Ouvi-o avisando Helga enquanto tomávamos café da manhã. Então, marquei de sair com Draco à noite e pedi pra Helga preparar o nosso jantar. Daí arrumei minhas coisas, pois não tinha intenção de continuar lá, independente do que acontecesse. – Começou a explicar Harry – Pouco antes do horário que combinei com Draco, enquanto Helga estava fazendo o jantar, fui até a porta dele, desfiz os feitiços de proteção e entrei. O quarto tinha um cheiro horrível, e só agora entendo o que era. Era cheiro de répteis, cheirava a cobras.
- Então, literalmente você entrou num ninho de cobras. – Brincou Rony, calando-se logo em seguida ao receber um olhar feroz de sua mãe.
- Nagine estava escondida dentro do quarto? – Perguntou Tonks, não conseguindo conter a ansiedade.
- Não, o quarto estava vazio. – Retomou Harry – Já estava terminando de revistar, quando fui surpreendido por Helga. Eu até já esperava por isso, estava com a minha varinha na mão, ia azará-la e fugir quando tudo aconteceu.
- O que, Harry? – Mione torcia as mãos, também impaciente.
- Helga falou. E depois simplesmente explodiu. E no lugar dela apareceu a cobra. Fiquei tão surpreso, que fiquei sem ação por um momento. Também se aproveitou do fato de eu estar a ouvindoela falar com Riddle, para dar o bote e tentar me matar.
- Helga era uma cobra? E você a ouviuela conversando com seu tio? – Draco perguntou, incrédulo.
- Riddle conhece magia das trevas como ninguém. Não é surpresa conseguir algo deste tipo. – Observou Lupin – É totalmente compreensível a sua surpresa, nem mesmo eu esperaria por algo deste tipo.
- E alguém pode me explicar como eu consigo entender o que uma cobra fala? – Pediu Harry – Isto é uma loucura, na hora pensei que estava alucinando.
- Esquecemos de falar sobre este assunto com você, Harry. Achamos que era informação demais. – Minerva tomou a frente, com seu ar austero – Você adquiriu alguns poderes do Lorde das Trevas quando foi atacado por ele, ainda bebê. Entre estes poderes, o dom de se comunicar com as cobras.
- E ninguém achou que seria importante eu saber disto? – Perguntou ele, chateado – Poderia ter sido útil, vocês não acham?
- Certamente, Harry. – Disse Lupin – Não imaginamos que algo assim pudesse acontecer.
- E então, será que convenci de que não fui imprudente desta vez? – Harry perguntou para Gina – Que o que aconteceu estava totalmente fora do meu controle?
- Digamos que você apresentou uma justificativa pertinente. Mas isto não significa que eu não esteja decepcionada com você, Potter. – Respondeu a ruiva, encaminhando-se para a porta – Conversamos melhor sobre isto depois.
Assim que Gina saiu Harry suspirou. Algo lhe dizia que aquele assunto ainda não estava encerrado.
- A ruivinha não é fácil, hein Harry. – Disse Malfoy, também se preparando para deixar o quarto – Agora ficou claro por que não quis saber de mais nada com a Cho.
- Não enche, Draco. – Respondeu Harry, mal humorado – Precisamos conversar.
- Não hoje, senhor Potter. – Cortou Mcgonaggal – Já abusamos de seu estado e agora você necessita descansar.
- Conversamos depois. Não vou a lugar nenhum mesmo... – Draco deu de ombros e saiu do quarto, acompanhado por Neville.
- Tome esta poção e descanse, Harry. – Papoula estendeu um copo com um líquido escuro para ele beber.
- E agora? Vamos invadir Hogwarts, como havíamos combinado? – Perguntou Harry, enquanto sorvia a poção.
- Eu não acredito! – Explodiu Makoto, com uma estrondosa gargalhada – Estou sendo obrigado a começar a acreditar no que Lupin e Olho-Tonto me disseram sobre você, meu rapaz.
- Como? – Perguntou Harry, confuso.
- Você acabou de acordar, depois de enfrentar os poderes do Lorde das Trevas por duas vezes seguidas no prazo de uma semana e mal escapar com vida e qual é uma das primeiras coisas que quer fazer? – E Makoto parecia realmente divertido com aquilo – Você já planeja confrontá-lo novamente, invadindo um local dominado por Comensais da Morte e dos mais bem protegidos do mundo bruxo. Estou começando a imaginar que talvez você possa mesmo ser páreo para ele, Potter.
- É, esta missão está começando a ficar interessante. – Completou Beth.
Os demais que ainda estavam no quarto sorriram e enquanto Harry se deitava, Lupin respondeu sua pergunta.
- Descanse. Você precisa se recuperar. Então vou lhe dizer o que precisamos fazer para invadir a escola. O inverno está aí, logo chegam as férias de final de ano e este será o momento ideal para agirmos.
Harry concordou e logo depois dormia. Sequer notou quando o quarto se esvaziou.
N / A: Olá pessoal. Espero que o capítulo não tenha ficado massante, muito cheio de diálogos e tal. Na verdade, acabei cortando alguns e deixando para o próximo.
Bom, com este capítulo, eu meio que Encerro uma fic da primeira fase, uma trouxa "fase dela". A partir do próximo, mergulharemos cada vez mais no universo mágico, ao qual já estamos acostumados. Mas sem cair na rotina, ou pelo menos é esta a minha intenção.
Pra começar, como ficou claro, não Visitaremos Hogwarts cap próximo e veremos como a escola está. Mais alguns personagens aparecerão, podem esperar. Agora, respondendo aos comentários:
Prika: O método usado pela Mione não é lá nenhuma novidade. É uma das diversas formas de criptologia desenvolvida decorrer dos anos não. Mas claro que só ela, dentro daquele grupo, idéia esta teria.
Rhaorhao: Está aí neste capítulo suas respostas. E não é um apoio bem, o que deram enguias. Está mais para uma condição, não é? Ou vai ou racha.
Gui: Satisfeita uma curiosidade sua? Espero que tenha gostado também deste.
Mago: valeu pelo comentário. Adoro escrever sobre estes dois, logo teremos mais e mais situações Envolvendo-os.
Priscila Louredo: Priiiii Bixxxcoito. Oi, tudo bem contigo? E as crianças? Então, como eu disse acima, adoro escrever sobre esses dois. E se você acha que o Rony já surtou com o Carlinhos, aguarde os próximos capítulos. Estou com pena do Ruivo ... Bom, realmente faltou um beijo entre Aqueles dois, mas isto não tarda. Ia rolar neste, mas tinha muita gente no quarto. Aguarde. E obrigado por acompanhar a fic. Grande beijo.
Dani: O coração ainda está ok? Espero que sim. Então, a idéia inicial era terminar o cap 08 quando Harry e Draco surgem na sede da Ordem, mas achei que o PAC ficaria muito extenso então resolvi Transferir para este. Assim como este estava programado para terminar mais adiante, já às vésperas da invasão da escola, e acabei optando por terminar neste ponto.
Também sinto muita falta dos Weasleys no original da JK. E pode ter certeza de que continuarão aparecendo bastante, na medida do possível. Adorei seu post, bjs muito obrigado por tudo,.
Maria Lucinda: Não se preocupe com a demora ou em deixar de comentar. Sei que a loucura do nosso dia a dia nos consome por inteiro. E que bom que está gostando da fic, espero que tenha gostado também deste cap. Bjs.
Ilyatur: Valeu cara. Também espero conseguir atualizar com maior freqüência. Até agora está tudo indo bem, estou conseguindo Manter um bom ritmo, atualizando uma fic um mês cada. Espero que este Manter ritmo pelos próximos meses.
Rômulo: Valeu companheiro. Que bom que não te decepcionei. Eu mesmo fiquei preocupado No início, com receio de como a fic seria aceita. Mas agora estou muito satisfeito com o caminho que ela está tomando ea aceitação das pessoas. Esta semana o contador bateu a marca de mil leitores, o que me deixa muito orgulhoso. Grande abraço.
E aqui vai um pequeno spoiler para quem está acompanhando a outra fic que estou escrevendo, Harry Potter e os Cavaleiros do Santo Graal; Pra quem gosta de Sirius e Lupin, o próximo capítulo estará recheado dos dois. Vamos poder ver em ação os dois marotos.
Mais uma vez obrigado a todos que estão acompanhando a fic, comentando ou não. E até o próximo capítulo.
Beijos e abraços
Comentários (1)
Muito boa a fic, e bem diferente tb, continua logo!!!!!!!!!!
2012-02-04