A mecha vermelha



A mecha vermelha








Tom deu os últimos ajuste na sua ‘lista de compras’. Demorou muito no processo de pesquisa porque Blaise ainda ocupava praticamente toda a sua mente. Ele suspirou impacientemente, não agüentava mais a imagem daquela mulher na sua cabeça e a dor profunda que renegá-la trazia.

Ele sabia que era proibido aparatar nos chãos de Hogwarts, que ele seria detectado, melhor dizendo, Rony seria detectado. Pensou um pouco sobre o assunto e concluiu que não haveria problemas, afinal, era só comprar os ingredientes fazer a poção, tomar a poção e matar Harry. Tudo muito simples. E pegar um outro corpo depois, de preferência, este já estava um pouco gasto, na modesta opinião de Tom.

Tom empunhou a sua varinha, profanou o feitiço e se encontrou exatamente aonde desejava ir, na porta de entrada da Casa dos Gritos. Tom lembrou-se que quando era criança acreditava que ali era apenas uma casa assombrada, depois veio a descobrir que era uma sede de contrabando ilegal, com acesso permitido apenas para os que sabiam proferir a senha correta, e não eram muitos.

Chegou na porta de entrada. Puxou a cabeça de uma gárgula e falou a língua das cobras olhando nos olhos da gárgula. A porta se abriu devagar, rangendo. Tom olhou ao seu redor e viu que nada tinha mudado, até as teias de aranhas pareciam ser as mesmas de seu tempo.

“Capitão!” Lá dentro só havia um fantasma e Tom o chamou desta forma.

O fantasma se aproximou com um sorriso torto. “Em que posso te ajudar...” o fantasma com vestes de pirata encarou o corpo de Rony, estranhando um pouco. “meu rapaz?”
















“Não...” Draco respondeu, mentindo, obviamente.

“Draco...” Ginny o criticou docemente.

“E pare com esta voz doce... você não vai conseguir nada com ela!” Ele respondeu emburrado.

“De qualquer forma você já disse que Voldemort matou seus pais.” Hermione afirmou.

“Não exatamente! Eu disse que Harry não é o único que teve os pais assassinados por ele. E isso é fato, ele não é!”

“Mas Draco você quis dizer que...” Ginny argumentou.

“Eu sou muito preciso com as minhas palavras, Virgínia Weasley, não subentenda as coisas. Não existem entrelinhas nas minhas palavras.” Draco a interrompeu;

“Você decorou essa fala?” Ginny perguntou com uma cara estranha, lembrando-se que não era a primeira vez que ela ouvia ele falar aquilo.

“Achei uma frase boa...” Ele começou a justificar.

“E tem entrelinhas nas suas palavras Draco!” Ginny colocou as mãos nos quadris. “E o assunto do lábio? Eu tinha que subentender que qualquer coisa...”

Ginny foi interrompida por Harry. “Em que ponto da conversa sobre Voldemort nós passamos para lábio?”

“Potter tem razão.” Draco cruzou os braços.

“Para falar que o Harry tem razão... você realmente não parece gostar muito do tal assunto do lábio...” Hermione comentou maldosamente.

Draco ficou vermelho. “Acho desnecessário tocar no assunto do lábio, só isso...” Ele disse virando-se para Ginny.

“Como se eu quisesse falar nisso...” Ginny resmungou.

Hermione parou por um momento analisando a situação. “Vamos... nós não vamos tirar mais nada dele.”

Harry desencostou da cama e Ginny deu meia volta, virando de costa para Draco.

“Então é isso?” Draco gritou articulando os braços enquanto os três andavam em direção a porta. “Vocês vêm até aqui me interrogam e vão embora?”

Ginny parou por um instante antes de sair pela porta. “É.” Virou-se novamente, encarando-o “Tchau.” E fechou a porta.

“Ótimo... ótimo” Draco resmungou quando viu que os três já haviam saído. “Agora Potter, o herói e seus legítimos comparsas vão resolver o grande mistério... meu mistério... por sinal.”

















“Eu tenho uma lista.” Tom deu a lista para o fantasma e ele a tomou em mãos. Leu calmamente.

“Ovos de Ashwinder congelados?” O fantasma o fitou por um momento e Tom o encarou indiferente. “Isso é muito caro meu rapaz, é um item raro...”

“Eu sei. E enquanto ao dinheiro não se preocupe, vou lhe passar o número da minha conta e você verá que dinheiro não é o problema.”

O fantasma acenou um pouco desconfiado. “Se importa de passar o número primeiro rapaz...?” Ele acentuava os sons de s, alongando a sílaba.

Tom rolou os olhos, se ele estivesse no seu próprio corpo já tinha conseguido tudo o que precisava. “54845-ASD”

O fantasma arregalou os olhos e começou a gaguejar. “Mas esta é a conta do Lord...”

“Exato... se importa de me arrumar os ingredientes? Eu estou com uma certa presa.”

O fantasma abaixou a cabeça, acenando positivamente, assustado. Foi para de trás do balcão e começou a coletar cada um dos ingredientes que havia na lista sem fazer mais perguntas.

















“Ginny, nós temos poções agora e precisamos roubar um frasco de Veritaserum para dar ao Draco e à Blaise. É melhor você ir para a sua aula se não vamos parecer muito suspeitos.” Harry disse casualmente enquanto andavam no corredor.

“Uma Veritaserum para Draco eu entendo, mas para Blaise?”

“É.” Hermione respondeu com simplicidade. “Desconfiamos que o seu irmão tinha uma espécie de caso com ela, talvez ela possa nos dar algumas informações. Mas o Harry tem razão, Ginny, é melhor você ir...”

“Tá bom... já que todo mundo acha que eu tenho que ir... eu vou.” Ginny resmungou.

Ginny parou no corredor enquanto os dois andavam com pressa pelo corredor.

“Nada pessoal Ginny...” Harry virou a cabeça.

Os dois sumiram no horizonte. Ginny ficou ali parada por uns instantes. Finalmente podia digerir tudo o que Draco tinha dito. Assimilar cada expressão que ele fez, cada gesto e tentar encontrar uma mentira, algo que pudesse livrá-la de toda a dor que a consumia.

Deixou uma lágrima correr pelo seu rosto. Respirou fundo tentando juntar forças e conter lágrimas. Não deixaria Malfoy ver que ele tinha lhe abalado desta forma. Tentou transformar a sua tristeza em raiva, o seu amor em orgulho ferido.

Não, ela não iria a aula. Não importa se o Malfoy agora era um órfão ou que ele estava doente, nem mesmo lhe importava o fato de que ele salvou a sua vida na noite anterior. Apenas sentia a imensa dor que cada uma de suas palavras tinham causado, e era só nisto que pensava.

Ginny deu meia-volta, caminhando, com passos firmes, para a porta da enfermaria.
















Draco esfregava seus olhos, respirando profundamente. Recordando das besteiras que tinha feito e, principalmente da faca que tinha cravado em seu próprio coração. Ferir Ginny daquele jeito foi uma das coisas mais difíceis que teve que suportar. Passou as mãos sobre os seus cabelos pálidos, contendo a sua tristeza e a sua ânsia de correr para Ginny e dizer que ele não estava falando sério, que estava apenas com medo...

‘Meu amor é uma doença...’ ele pensou. ‘quem eu amo morre.’ E Draco não poderia permitir que Ginny morresse por sua causa. Não seria a primeira mulher que ele amou que morrera, a morte de sua mãe foi muito mais do que ele poderia suportar.

Draco viu a porta escancarando e uma tempestade de cabelos ruivos vindo em sua direção. Por um momento ficou feliz...

“Você acha que eu não posso viver sem você?” Ginny falou com uma voz séria e profunda que Draco nunca tinha ouvido. E que não gostou de ouvir.

“Ginny eu...” ele respondeu sem reação.

“Você vai ver...” Ela respirou fundo. “Você acha que eu não seria nada sem você ao meu lado... mas você vai ver... de alguma forma... de alguma maneira...”

Draco tentou pegar na mão de Ginny mas ela não permitiu.

“Você acha que destruiu a minha fé no amor...Você acha que depois de tudo o que você fez eu nunca vou poder achar meu caminho novamente... mas você vai ver...”

“Ginny...”

Ela o ignorou. “Eu vou ficar sozinha... não preciso de você e sei que vou sobreviver”

“Ginny...”

Ela fechou os olhos e continuou a falar tudo o que tinha programado falar. “Você acha que é forte mas é fraco... É necessário mais força para chorar e admitir derrota do que para profanar tudo o que nós tivemos juntos...” Ela virou o rosto, temia que se o encarasse por um segundo sequer choraria.

Draco segurou nas mãos dela fortemente e não deixou ela ir. “Ginny...”

Ela puxou sua mão com força. “Você vai ver... eu não preciso de você.” Virou-se de costas e saiu da enfermaria sem olhar para trás. As palavras dela ecoaram na mente de Draco.
















“Eu estava pensando Harry... acho melhor pegarmos a Veritaserum à noite... não tem como pegá-la agora... o Snape vai estar no meio da aula.” Hermione concluiu logicamente.

Harry deu uma risada superior. “Em questões de roubo, Hermione Granger, eu dito as regras.”

Hermione rolou os olhos. “E o que você sugere Harry Potter?”

“Simples... eu brigo com o Snape, ele obviamente vai me chamar para conversar, eu distraio ele e você vai no estoque e rouba a poção. Mais simples impossível.”

“Mas eu vou ter que cruzar a sala para chegar no estoque Harry! E você sabe disso. Como pretende distraí-lo? Não é como se uma conversinha fosse distraí-lo o suficiente...” Hermione cruzou os braços.

“Mione não se preocupe, em matéria de distrair o Snape eu sou profissional e você sabe disso.”

Hermione não respondeu nada, ela tinha que admitir que Harry realmente sabia como tirar o professor de Poções do sério, também, após tantos anos de rivalidade...
















O fantasma saiu finalmente de trás do balcão carregando uma sacola cheia.

“Aí está meu caro...” o fantasma esperou que Tom lhe revelasse seu nome mas só recebeu um sorriso torto em resposta. “pois bem rapaz, aqui está. É só pegar o número que você me forneceu e tirar o débito correto?” o fantasma lhe testou.

“Chega de testes, Capitão. E de perguntas também. Sabes muito bem que estamos negociando produtos ilegais e não basta simplesmente debitar na minha conta. Está zombando da minha pessoa?”

A voz de Tom era ameaçadora e o fantasma não tornou a contestá-lo. Apenas forneceu a papelada para Tom assinar. Para se comprar produtos ilegais era necessário emitir uma espécie de nota que se colocava uma lista de produtos legais, afinal o Gringotes era um banco muito rigoroso, todo o cuidado era pouco.

Tom assinou rapidamente o papel e abriu com um gesto simples a porta de entrada, saiu e a fechou rapidamente. O fantasma olhou assustado para a assinatura que viu, nunca acreditou que a veria novamente, deu um sorriso maquiavélico e guardou a nota junto com as demais.
















Após fechar a porta, Ginny soltou as lágrimas que ela tinha segurado. Não acreditou que tinha tido coragem para falar tudo o que ela falou para o Malfoy. Ela estava com o orgulho ferido e queria machucá-lo como ele a machucou. Mas quando viu o olhar dele, teve vontade de retirar todas as palavras que tinha dito.

Desconfiava cada vez mais que Draco a amava sim e que estava tentando se afastar dela por algum motivo. Mas ela não conseguia entender. Sabia, porém, que com algumas gotas de Veritaserum ele diria tudo, até os seus mais profundos segredos se ela assim quisesse.

Ginny limpou as lágrimas vigorosamente.“Pare de chorar sua fraca.” Murmurou para si mesma. Ergueu-se, como se nada tivesse acontecido e resolveu ir para a porta da sala de Poções, se Harry e Hermione iam roubar algo de seu interesse ela tinha que supervisionar.
















Harry e Hermione andaram rapidamente pelo corredor. Harry com um olhar confiante e Hermione um tanto quanto insegura.

“Atrasados...” Snape os recepcionou na porta. “Agora a Srta.Granger anda faltando aulas, chegando atrasada...” Ele olhou criticamente para Hermione e ela abaixou a cabeça ofendida. “Assim como o Sr.Potter, atrasos e mais atrasos.”

Harry olhou fixamente para Snape. Ele sabia que este gesto arrogante era uma das coisas que mais irritava o seu professor. Snape empinou o nariz, de fato irritado.

“Entrem.” Snape falou arrastadamente. “Potter...”

“Sim?” Harry virou-se com um sorrisinho arrogante e sarcástico.

“Você fica comigo no fim da aula.”

Harry suspirou, simulando indignação. Em seguida olhou para Hermione com um olhar de ‘não-disse?’.
















Tom desapartou e foi para a biblioteca, de onde veio. Apressou-se para fora, sabia que em breve Dumbledore seria informado que Rony Weasley apartou dentro de Hogwarts. Não seria um problema já que Tom estava no corpo de Rony, mas isso poderia atrasar os seus planos, chamar mais atenção do que gostaria, atenção principalmente daquele que Tom evitava a qualquer custo, Dumbledore.

“Blaise... Blaise... Blaise...onde você está desta vez?” Tom resmungou para si mesmo. Começou a pensar com calma, naquela hora Blaise deveria estar em aula.
















Harry ficou grande parte da aula encarando Blaise. Ela olhava para ele de canto de olho, incomodada. Ele não pode deixar de pensar quão perto ela estava, se eles pudessem prendê-la de alguma forma no final da aula, para que ela não sumisse. Mas era impossível, ele estaria distraindo Snape e Hermione roubaria a poção. Harry começou a pensar que foi um erro não ter trazido Ginny, ela poderia ter segurado a Blaise, então tudo estaria perfeito. Ele bateu a sua mão contra a cabeça, pensando quão burro ele era.

“Algum problema Harry?” Snape comentou sarcasticamente.

Era a oportunidade perfeita. “Tenho um problema sim.” Harry respondeu encarando o professor.

Snape inclinou-se sobre a mesa de Harry. “E qual é o problema Sr.Potter? O seu ego é grande demais para ocupar esta carteira?”

Harry arregalou os olhos. Sabia que tinha irritado Snape mas não sabia que tinha o irritado tanto.

“Perdeu as palavras Potter? Qual é o problema?”

“O meu ego é grande? Pois que seja. Pelo menos eu não sou um perdedor, ridículo. Você é e sempre será a marionete que meu pai brincava.” Harry riu maldosamente. “Você se lembra Snape quando ele lhe virava de cabeça para baixo? Deixando todos rirem de você?”

Os olhos de Snape foram ficando molhados e vermelhos. Harry viu que tinha pegado pesado demais.

“É inegável a sua semelhança com o seu pai Potter. A mesma arrogância, até o sorriso imbecil você herdou do seu pai.”

“E com orgulho.” Harry não desejava ofender ainda mais Snape mas agora que já tinha começado.

“Orgulho, Potter, não vai te levar a lugar nenhum...” Snape desapoiou da carteira de Harry. “Veja aonde levou o seu pai... para a morte.”

Harry levantou fervoroso, agora a questão era pessoal.

“Sente-se Potter.” Snape disse virando-se de costas. “Nós continuamos a nossa conversa no final da aula...”

“Não posso esperar.” Harry respondeu duramente.
















Ginny chegou na sala de poções e sentou-se na porta. Encostou a cabeça na parede, batendo-a levemente e esperou.
















Tom resolveu ir em todas as salas possíveis. Primeiro transfiguração.

“Rony Weasley, o que você esta fazendo no corredor agora? Não deveria estar na sua aula de Poções?” Era Minerva quem lhe falava, ela estava logo atrás dele.

‘Poções...’ Tom pensou calmamente com um sorriso malicioso nos lábios.

“Rony?”

Ele escondeu o sorriso e virou-se com a cara mais inocente que pode. “Eu me atrasei...”

“Mas isso é óbvio... e Sr.Weasley os seus atrasos não estão passando despercebidos pelos nossos olhos. Sem contar as detenções que você faltou.”

“Sinto muito professora.”

“Depois nós conversamos.” Ela o fitou severamente. “Agora vá para sua aula.”

“Não se preocupe... eu vou.”
















A aula de poções estava praticamente no fim e Harry batia os dedos freneticamente com as mãos. O sinal tocou.
















Tom ouviu o sinal e se apressou.
















Ginny ouviu o sinal e se levantou, viu vários estudantes saindo, dentre eles Blaise. Ela a segurou pelo braço com força. Achou que seria uma boa idéia segurá-la afinal eles teriam que usar a poção nela também.

“Se importa de ter uma conversinha comigo?”

“Na verdade eu me importo.” Blaise respondeu com franqueza, já estava cansada de ser agarrada pelo braço.

Ginny não teve como argumentar, não poderia obrigar a menina à força. Pensou em segui-la mas achou melhor não. Olhou para dentro da sala.
















Blaise seguiu por um tempo andando no corredor devagar. Estava pensando muito em um menino de cabelos ruivos, ela tinha fleches de memória com ele, mas cada vez que tentava aprofundar tinha enormes dores de cabeça. Parou por um momento e sentou-se no corredor, queria organizar seus pensamentos e queria organizá-los agora.
















Harry andou com passos firmes até à mesa de Snape. “Você não tem o direito de falar qualquer coisa sobre os meus pais, comensal!”

“Sim eu fui um comensal Harry. Mas você sabe o que o seu pai foi?”

Hermione viu que Harry e Snape estavam muito entretidos em sua conversa. Andou devagar até encontrar a porta do estoque, entrou tentando fazer pouco barulho. Quase espirou, a sala estava muito empoeirada. Procurou pela poção. Snape podia ter todos os defeitos do mundo mas era de fato muito organizado, ela não teve dificuldade de achar o pequeno frasco da veritaserum. Hermione fitou a poção translúcida por uns segundos e viu que a quantidade era mais do que o suficiente para duas pessoas.

Ouviu um barulho e guardou o frasco no bolso. Quando saiu do estoque viu uma carteira quebrada jogada no chão. Harry e Snape estavam com as suas varinhas empunhadas. Ela correu para fora da sala e trombou com a Ginny.

“Entre!” Hermione pegou Ginny pelo braço, empurrando-a para dentro da sala. As duas se encostaram na parede. “Acabei de inventar um bom motivo para chamar a atenção do Harry.” Hermione comentou nervosa.
















Tom chegou na porta da sala de poções bufando e não viu ninguém. Passou a mão no cabelo indignado. Aproximou-se um pouco mais para ver se ela ainda estava na sala. Viu Harry e Snape apontando suas varinhas um contra o outro. Deu um sorriso malicioso ‘Espero que Snape não o mate. Ele é meu.’, pensou. Sentiu um impulso de entrar na sala e matá-lo de uma vez, porém uma onda de lágrimas cobriu o seu rosto, Blaise ocupava sua mente de tal forma que ele não conseguia nem pensar nem agir propriamente.

Saiu correndo pelo corredor, talvez ela não tivesse ido muito longe. E realmente não tinha, ele viu uma menina ruiva agachada em um canto do corredor. Chegou até ela e estendeu a sua mão. Ela olhou inocentemente para cima e sorriu, dando a sua mão para o Tom.

“Você vem comigo.” Ele a puxou pelo braço.

Ele foi arrastando ela pelo corredor. Blaise tentou se soltar mas a cada tentativa ele apertava mais o seu braço.

“Aonde você esta me levando?” Ela perguntou assustada.

“Para um lugar que possamos ficar sozinhos.” Ele sorriu para ela maliciosamente.
















Hermione e Ginny viram que alguém tinha inclinado a cabeça para dentro da sala, mas não puderam identificar quem era pois esta pessoa saiu muito rápido. Antes que Ginny pudesse pensar em qualquer coisa Hermione a empurrou para frente e Ginny tropeçou em uma carteira. Harry e Snape encararam-na sem desapontar as varinhas um para o outro.

“Ah... eh...” Ginny balbuciou.

“Harry! Eu sei que você esta me traindo com ela!” Hermione gritou.

Ginny e Harry arregalaram os olhos. Hermione fez um olhar de desconfiem-e-entrem-no-jogo.

“Ah...” Ginny começou. “Como você descobriu?” Virou-se para Hermione, simulando uma voz surpresa, pessimamente representada.

“Você não me engana sua vadia eu vi vocês!”

Ginny continuou a dissimulada discussão. “Vadia? Eu sou muito melhor do que você sua géniazinha frígida!”

“Eu não sou frígida!”

“Harry acha que você é...” Ginny comentou displicentemente.

“Harry?!” Hermione gritou virando-se para Harry. A este ponto tanto Snape quanto Harry já tinham guardado suas varinhas, ambos abismados com a cena.

“Ham...” Harry balbuciou, era um péssimo ator. “Mas você é ruim de cama Hermione...” ele disse pausadamente, como se precisasse pensar muito para responder.

“O quê??” Hermione gritou realmente ofendida. Foi na direção do Harry, rangendo os dentes e andando rápido, empunhando a sua varinha e jogando todas as carteiras ao seu redor para longe. “Harry Potter!” Pegou Harry pelo colarinho. “O que você quis dizer com isso?!” Sua voz era como a de um demônio enfurecido.

“Ah... desculpa?” Harry respondeu sem saber o que dizer. Em resposta só ouviu um grunhido de Hermione.

“Potter você poderia resolver os seus problemas amorosos fora da minha sala...” Era a voz arrastada de Snape. “Por favor... ”

Hermione largou Harry. E ele ajustou a sua gravata, ela praticamente o matou sufocado.

“Nós estamos saindo Snape.” Hermione encarou Harry nos olhos e puxou-o pela gravata, saindo da sala.

“E eu vou relatar o seu estrago para o diretor, Granger...” Era novamente a voz insuportável de Snape.

Hermione parou um segundo, fechando os punhos e serrando os dentes. Saiu da sala escancarando a porta. Ginny olhou um segundo para a porta e depois para Snape, saiu então meio desconcertada da sala.
















“Você não vai me levar a lugar nenhum!” Blaise juntou a pouca coragem que tinha para se desprender de Tom.

“O quê?” Tom riu displicentemente.

“Eu não vou...”

“Não é uma opção.” Ele comentou se fosse óbvio. Segurou-a pelos cabelos e arrastou-a pelo chão.

“Ai! Pare com isso!” Ela começou a gritou. Ele soltou a cabeça dela com força. E ela bateu a cabeça no chão.

“Escute garota. Você pode vir por bem, por médio mal ou por mal. Eu ainda estou no médio mal, mas se quiser posso te levar por mal de uma vez.”

Blaise permaneceu imóvel. Ele então puxou ela pelos cabelos novamente e ela teve que conter seus gritos de dor. Viu que chegaram no gramado do campo de quabribol, a grama espessa raspava-lhe a carne e as vestes. Blaise percebeu que sua saia tinha sido picotada pela grama e os pedaços de tecido ficaram jogados pelo caminho.

Tom a jogou dentro do armário de vassouras que agora estava sem nenhuma vassoura. Ela olhou ao seu redor e viu um caldeirão com um poção borbulhante.

“Agora se não se importa...” Tom ergueu Blaise pelo braço e tirou uma faca de seu bolso. Blaise fechou os olhos sentindo sua morte chegar, rezou como nunca tinha rezado antes. Ele num movimento rápido cortou metade do cabelo dela e ela caiu no chão.

Blaise tocou o seu couro cabeludo, vendo que quase todo o seu cabelo tinha sido cortado. “Seu louco!” Ela gritou sem pensar.
















Ginny ouviu os gritos de Hermione ecoando pelo corredor. “O que você quis dizer com aquilo?!”

“Hermione, eu só estava fingindo como você pediu.” Ele respondeu em voz baixa.

“Mas... mas... porque você disse aquilo?” Hermione falou agora mais triste do que zangada. Harry pegou-a pelos braços, abraçando-a. “Mione... eu não teria como saber se você é ruim de cama... nós nem fomos para a cama...”

Hermione empurrou-o. “O quê!?”

Harry esfregou a cabeça freneticamente, percebendo que tinha falando besteira de novo.

“E nem vai Harry Potter! E nem vai!”

Ginny detestava se intrometer em brigas de casal, mas a situação exigia. “Gente... nós temos que interrogar Blaise... lembram-se?”

“É claro.” Hermione respondeu em um tom profissional. “Vamos.” Fez um gesto rápido com a mão e Harry e Ginny a seguiram calados.

Seguiram reto pelo corredor chegando até o campo de quabribol. Hermione que estava na frente abaixou-se sobre o gramado. Ginny e Harry agacharam-se ao seu lado.

“Olhem isso...” Hermione ergueu um pedaço de tecido marrom rasgado.

Ginny pegou-o e colou junto a sua saia. “E o mesmo tecido do uniforme.”

Hermione levantou-se e apontou para o armário de vassouras. “O rastro vem de lá.”
















“Calada!” Ele pegou uma pequena mecha de toda a cabeleira que tinha cortado e jogou na poção.

“E você nem precisava de todo este cabelo...porque você cortou tanto?” Ela perguntou desolada. Antes ele tivesse matado-a, mas como pode cortar o seu precioso e tão exaustivamente bem tratado cabelo?

“Porque era mais prático.” Ele respondeu com simplicidade, misturando mais alguns ingredientes.

A poção tomou uma cor escarlate. Tom não pode conter um sorriso nos lábios. “Finalmente...” ele pegou um frasco e o encheu com a poção, tomou tudo de uma vez só. Sentiu um calor descendo-lhe pela espinha e aos poucos percebeu que sua mente estava livre, ele poderia ser ele mesmo novamente.

Mesmo inebriado em seu êxtase Tom ouviu a porta abrindo. Virou-se rapidamente e viu Harry, Hermione e Ginny entrando. “Olha só quem veio até mim... eu nem precisei te procurar Potter.” Tom olhou para Hermione. “E você trouxe todo mundo. Sua preciosa namorada e a minha Ginny...” ele virou-se para Ginny. “Eu não lhe matei direito da outra vez? Prometo matar você de verdade agora.”

Hermione deu um passo para trás puxando Harry e Ginny pelos braços.

Tom puxou Blaise do chão colocando a faca que tinha utilizado a pouco contra o pescoço dela. “Não tão rápido Potter. Você não deixaria um pobre inocente morrer... não é mesmo herói?”















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