O órfão
O órfão
Harry parou no meio do corredor sentando-se, precisava pensar melhor sobre tudo, já estavam acusando Rony de tentativa de homicídio, isso já era demais. Hermione sentou ao lado dele afagando o seu cabelo.
“Um segundo Mione.” Harry levantou a cabeça do colo de Hermione repentinamente. “Na noite anterior, o Rony, ele disse Blaise.”
“Como assim ele disse Blaise?”
“Blaise, aquela menina...”
“Eu sei quem é Harry!” Hermione rolou os olhos, impaciente. “Ele disse Blaise e só?”
“É...” Harry pensou um pouco mais. “Ele estava estranho... me olhou de um jeito estranho. Depois abaixou a cabeça chorando e disse Blaise.”
“E esta menina dormiu na porta da Grifinória procurando por ele... ontem se não me engano.” Hermione disse reflexiva.
“Dormiu é?”
“Harry, não é possível!” Hermione rolou os olhos novamente. Harry era lerdo demais na sua opinião. “Todo mundo sabe que o Rony carregou esta menina pelo colégio a fora nas costas!”
“O Rony carregou Blaise Zabini nas costas?”
“Harry...” Hermione passou a mão pelo rosto impaciente. “Nós não vamos discutir o óbvio!”
“Ok...” Harry respondeu emburrado.
“Nós temos que procurar essa Blaise...”
“Por quê?”
“Harry!!” Hermione não agüentava mais a alienação do seu namorado.
“Pára de gritar comigo! Eu sei lá porque nós temos que falar com a tal mulher...”
“Pense Harry! Só pense! Rony obviamente tem alguma coisa com esta Blaise. Talvez ela saiba algo que nós não sabemos...”
“Tá. Então vamos...” Harry levantou-se estendendo o braço para Hermione.
“Rony eu sinto muito...” Blaise disse, chorando, agarrando-se nas vestes de Rony.
Tom Riddle olhou com desdém para baixo e a puxou pelo braço. “O que eu vou fazer com você?” o tom dele era ameaçador e Blaise sentiu um enorme medo percorrendo as suas entranhas.
Olhando para os olhos inchados de Blaise, Tom sentiu um aperto horrível no coração. Empunhou a sua varinha mas não conseguiu profanar nenhum feitiço. Lágrimas que não eram suas corriam pelo seu rosto. Ele concluiu que não poderia matá-la.
“Eu não posso te matar.” Tom disse friamente. “Mas você vai pagar por ter consumido o meu precioso tempo.”
Tom jogou Blaise contra as vassouras. Ela chorava compulsivamente. Agachada no canto esperando a morte chegar. Apesar dele ter dito que não a mataria ela podia sentir que ele desejava matá-la.
Tom riu maldosamente, virando-se para Blaise. Puxou devagar a sua varinha, apontando para a testa de Blaise. As lágrimas persistiam em cair dos olhos de Rony. Blaise não sabia o que pensar pois via tristeza nos olhos de Rony ao mesmo tempo que via ódio.
“Eu já sei o que fazer com você sua vadia.”
Draco acordou sentindo-se ainda um pouco fraco. Ajustou a sua escapula, dando um ligeiro estalo. Ele olhou para frente e viu que Ginny estava sentada na sua cama, repousando a mão no peito dele.
“Bom dia dorminhoco!” Ela disse carinhosamente.
“Bom dia...” ele respondeu sem jeito. “Eu dormi muito?”
“Pode-se dizer que sim.”
“Me desculpe.” Draco respondeu sem olhar diretamente para Ginny. Ele sabia que teria que fazer algo que lhe exigia mais forças do que ele tinha, e olhar para ela apenas dificultaria o processo.
“Algum problema Draco?” Ela passou a mão sobre as mechas pálidas do cabelo dele. Draco estremeceu os olhos já se arrependendo do que nem tinha dito ainda.
“Ginny...” ele começou com uma voz trêmula. Pegou toda a energia que lhe restava e simulou uma voz fria e indiferente. “Este caso que nós tivemos...” ele passou a mão no queixo. “Se é que posso chamar o que tivemos de um caso...”
“O que você quer dizer com isso Draco?”
“Que seja um caso...” ele continuou ignorando a pergunta dela. “eu quero terminar isso de uma vez.”
“Isso? O que nós temos se resume a um ‘caso’ e a um ‘isso’?” Ela falou com a voz trêmula premunindo as lágrimas que queriam descer.
“Não faça muito desta coisinha. Foi só um beijo. Só isso.” Draco tinha certeza que cada palavra sua feria Ginny como um punhal porém sabia também que aquilo lhe doía muito mais.
“Coisinha?” ele disse reflexiva. “Só... um... beijo?” ela repediu vagarosamente.
“É Ginny...”
“Você continua me chamando de Ginny...” Ela o olhou por um segundo esperançosa, com olhos molhados, esperando ver um olhar que o delatasse, que mostrasse que ele não estava falando sério.
“E onde você sugere que ela esteja Harry?” Hermione perguntou criticamente.
“Não sei, mas ela deve ir almoçar. Já está quase na hora do almoço.”
“É. Você tem um ponto. Vamos de uma vez para lá.”
Elas chegaram e viram todas as mesas desertas. Faltava um pouco ainda para o almoço. Os dois sentaram-se à mesa vazia da Grifinória.
“Você não pode contar o que não sabe não é mesmo, Blaise.” Blaise bufou de medo. Soltando um vento frio pela boca, temendo o pior.
“Obliviate!” Tom conjurou o feitiço e uma ponta esverdeada saiu de sua varinha penetrando no corpo de Blaise.
Blaise sentiu o impacto do feitiço. Logo o seu olhar amedrontado foi substituído por um olhar impessoal e impassível.
Tom sorriu friamente, jogou a sua capa para trás e deixou Blaise sozinha no armário. Ele foi até à biblioteca. Tinha que buscar algumas informações. Chegou lá e não viu ninguém, pode então procurar em paz, sem muitas perguntas, as suas respostas.
Draco por um momento fraquejou, desejando voltar atrás. Mas não o fez, sabia que o melhor para Ginny seria que ela o odiasse. Ele recobrou o seu tom imperativo. “Achei que se sentiria mais confortável Weasley, não fique tão comovida. Eu sei que sou lindo mas sua reação me deixa sem jeito.”
“Eu não entendo... achei que...” Ginny parou por um momento para pensar quão estúpida que ela estava sendo. Era óbvio que ele não a amava. “Mas então... porque você me beijou?”
“Bem...” Draco pensou por um tempo, tinha que refletir como responderia. “Parecia uma boa idéia na hora, sabe? Afinal eu estava indo morrer, beijar alguém não parecia uma má idéia.”
“Me beijar parecia uma boa idéia!?” Ginny levantou-se nervosa e logo em seguida sentou-se. “Você disse indo para morrer?”
“Droga, eu falei demais...” Draco pensou em voz alta.
“Você vai me falar tudo agora Draco Malfoy! Esta história está muito mal contada!” Ginny apontou o dedo para o nariz de Draco. Ele nunca admitiria mas se sentiu intimidado.
Blaise piscou os olhos como se tivesse acordado de um sonho. Olhou para as suas mãos vagarosamente como se tentasse reconhecê-las. Tocou o seu cabelo e enfim observou que estava em um armário de vassouras.
“O que raios eu estou fazendo aqui?” Ela se levantou tirando a poeira de suas vestes. Foi até à porta um pouco tonta. Passou pelo campo de Quadribol e viu os jogadores assobiando para ela.
“Dormiu bem Blaise?” Um deles gritou. E ela fez um gesto displicente com a mão.
Blaise escutou mais alguns comentários do gênero ‘Ela dormiu no armário de vassouras?’ e ‘Você viu como ela está horrorosa...não é nada sem toda aquela maquiagem.’. Ela procurou ignorar tudo o que ouvia mas um comentário chamou a sua atenção. ‘Você viu que o Rony entrou no armário à pouco? Não sei não mas... primeiro ela dorme na porta da Grifinória por causa do sujeito, agora isso?’
Blaise parou por um segundo tentando juntar as suas lembranças mas só sentiu uma grande dor de cabeça. Ela se sentia como se estivesse de ressaca, até estava um pouco enjoada. Não se esforçou mais para lembrar nada. Com certeza ela não se recordava das coisas que o menino disse mas preferiu dizer para si mesma que ele estava falando asneiras e nada mais que isso.
Ela ouviu um grande estrondo na sua cabeça. Quando olhou para cima viu que era o relógio de Hogwarts que anunciava a hora do almoço. Tapando os ouvidos ela foi para o Salão Principal.
Com a cabeça baixa e distraída em sua dor de cabeça, ela não reparou duas figuras a seguindo. Antes de chegar na mesa da Sonserina, porém, sentiu o peso de uma mão sobre um dos seus ombros. Em seguida outra mão segurou-a pelo outro ombro.
“Você vai vir com a gente.” Hermione disse no ouvido de Blaise.
Tom abriu diversos livros sobre uma mesa e procurou detalhadamente em cada um deles. Já estava cansado de folhear tantas páginas. Por fim, abriu um último livro e achou o que procurava. A receita do antídoto da poção do amor estava ali a sua frente.
Ele pegou um pergaminho e uma pena, como uma criança ansiosa. Anotou cada um dos ingredientes, já pensando aonde teria que ir para conseguir tais ingredientes. Tom obviamente conhecia os lugares mais obscuros para se encontrar coisas mais bizaras ainda. Tudo estava bem até ele anotar o último ingrediente. ‘uma mecha de cabelo da pessoa que fez a poção do amor’.
Tom rolou os olhos, respirando profundamente. “Pensei que estava livre daquela mulher...”
Draco simulou indiferença. O que irritou Ginny profundamente.
“Tom estava no seu corpo Draco Malfoy. Não tente me negar nada. Agora me explique o que Tom Riddle estava fazendo no seu corpo?”
“Pode-se dizer que foi um acidente de percurso...” Ele respondeu casualmente.
“Um acidente de percurso?” Ginny pressionou novamente sua mão contra o peito dele. Draco não pode deixar de dar um sorriso, adorava quando ela fazia aquilo. Mas Ginny não percebeu. “Você desenterra Aquele-qQue-nNão-dDeve-sSer-nNomeado e foi um acidente.”
Draco colocou a mão no queixo reflexivo. “É.”
“Então... eu não entendo... o que você fez exatamente?”
“Isso não te interessa.”
“Não me interessa?” Ela gritou irritada. “Eu quase morri ontem à noite e não me interessa?!”
“Não fale como se fosse a única pessoa que tivesse quase morrido!”
“O quê? Eu não vi você chorando sangue, Draco Malfoy.” Ginny cruzou os braços irritada.
“E eu não vi o seu corpo sendo tomado por Voldemort, Virginia Weasley!” Draco também cruzou os braços.
“Nós dois sabemos que se você...” Ginny recuperou o fôlego, ela sempre ficava sem ar quando estava nervosa. “se você não tivesse feito seja lá o que você fez nós não teríamos tido este... como você chamou mesmo... ACIDENTE DE PERCURSO!”
Draco parou para falar alguma coisa mas não encontrou palavras. Ficou vermelho instantaneamente, odiava ficar sem palavras, sendo que esta era apenas a segunda vez que isto acontecia.
“Sem palavras querido?” Ginny disse sarcasticamente. Colocando as mãos nos quadris.
“Não abuse da sorte Weasley.” Ele respondeu friamente.
“Agora eu sou Weasley de novo...” Ela sentou-se na cama e bufou impaciente. “Eu nunca vi alguém tão cabeça dura!” Ela pegou a cabeça de Draco e a bateu contra o travesseiro.
“Ei!” Ele passou a mão na sua cabeça. “Você obviamente tem uma tara sadomasoquista por mim, Weasley. Primeiro o balaço, agora isso. Imagino você na cama...”
Ginny ficou vermelha com o comentário. “Você nunca vai me ver na cama Malfoy! Nunca!”
“Como se eu quisesse...” Ele respondeu como uma criança mimada.
“Isso não importa...” Ela chacoalhou a cabeça e depois o olhou nos olhos. “Eu vou extrair tudo o que eu quero de você Malfoy. Por bem ou por mal. “ Ela se levantou, ajeitando a roupa.
“Ei! Aonde você pensa que vai?” Ele disse indignado. Sabia que depois do que ele tinha dito não a teria de volta mas desejava pelo menos a presença dela.
“Ver se eu arranjo um jeito de você falar seu... seu... impetulante!”
“Impetulante?” Draco estranhou. “O que você quer dizer com isso?”
Ginny colocou as suas mãos sobre os lábios de Draco, os lábios suaves e macios de Draco. Por um momento estremeceu, virando os olhos, mas se recobrou. “Eu já volto. Você não vai se livrar de mim tão fácilmente.” Ginny o largou, saindo rapidamente da enfermaria antes que ele pudesse revogar qualquer coisa, ela tinha muito medo de ceder ao charme dele, afinal, isso não era muito difícil.
“Como assim?” Blaise se virou.
“Quieta!” Harry falou pegando-a pelo braço. Hermione pegou o outro.
Blaise pensou em gritar e pedir ajuda mas depois de ter acordado em um armário de vassouras sem se lembrar de nada, Harry Potter e Hermione Granger escoltando-a parecia muito casual.
Eles se dirigiram para um beco bem isolado. Harry pressionou Blaise contra a parede, encarando-a friamente, enquanto Hermione verificava se não havia de fato ninguém ali.
“Ninguém Harry.” Hermione disse se aproximando.
“O que você fez com o Rony?” Harry perguntou sério.
“Não sei do que você esta falando...” Blaise respondeu virando os olhos. “Agora eu posso...”
“Quieta!” Harry apertou o braço de Blaise. “Existem duas maneiras de você responder, por bem ou por mal. É bem simples. Ou você me diz o que fez com meu melhor amigo ou eu... eu... não respondo por mim!”
“Ela não fez necessariamente alguma coisa com o Rony, Harry...” Hermione sussurrou por entre os dentes no ouvido de Harry.
Harry ficou um pouco sem ação, sem saber mais o que perguntar.
“Você anda vendo o Rony ultimamente?” Hermione se colocou à frente.
“Eu não sei...” Blaise abaixou a cabeça.
“Como assim você não sabe?” Harry interrogou-a duvidando claramente da resposta dela.
“Eu não me lembro.”
“Aonde você estava ontem?” Hermione prosseguiu.
“Não me lembro...”
“E anteontem?”
“Já disse que não me lembro!” Blaise gritou num soluço. “Eu não consigo lembrar de nada.”
“Isso não faz sentido nenhum!” Harry gritou, empunhando a sua varinha. “Você esta me obrigando...”
Hermione parou um pouco juntando o seu raciocínio. “Harry espere...” Ela pegou delicadamente na mão dele e ele guardou a varinha.
“Nós não vamos arrancar nada dela...” Hermione explicou. Harry permaneceu imóvel. “Pode soltá-la Harry...”
Harry relutantemente largou Blaise. Ela olhou para os dois criticamente e saiu pelo corredor. Harry e Hermione permaneceram calados até não poderem mais ouvir as passadas fortes de Blaise pelo corredor.
“Porque você deixou ela ir Mione?”
“Já disse... não podíamos tirar nada dela...”
“Mas... por quê?”
“Provavelmente ela está sobre algum feitiço de memória.”
“Como você sabe isso?”
“Não sei Harry. Ela parecia estar sendo bem sincera. Me parece lógico.”
“Mas você não pode ter certeza...”
“Não...” ela disse profundamente. “Mas não importa. Eu estava pensando em pegar um Veritaserum no estoque do Snape. Com ou sem feitiço de memória ela vai cuspir tudo para fora.”
“Você está falando do elixir da verdade...?” Harry perguntou e em resposta Hermione acenou positivamente. “Esta pensando em roubar?”
“Eu não colocaria nestes termos mas...” Hermione respondeu sem jeito. “É... estou pensando em pegar.”
Harry a olhou criticamente com um sorriso. “Hermione...” ela o olhou em resposta. “isso é roubar...”
Hermione só olhou para baixo. “Fazer o que não é...? Nós temos que fazer o que... temos que fazer.”
“Agora nós temos aula de poções.” Harry disse com a sabedoria de quem já tinha feito tudo de errado possível naquela escola. “Logo depois do almoço.”
Os dois escutaram barulhos pelo corredor e silenciaram-se. Viram uma menina com cabelos voando em torno do rosto, correndo em direção deles. Ela chegou até eles, recostando-se em seus joelhos, deixando que suas mechas vermelhas cobrissem o seu rosto.
“Olha aonde vocês se meteram! Vocês tem noção o tanto que eu demorei para achar vocês?” Ginny disse ainda ofegante.
Os olhos de Harry brilharam de felicidade. Num impulso ele abraçou-a, passando a mão suavemente pelo cabelo dela. “Eu estava tão preocupado Gin... tão preocupado...”
Ele a abraçava tão forte que Ginny se sentiu um pouco desconfortável. Porém estava feliz em ver que Harry se importava com ela. Ela deu tapinhas nas costas de Harry. “Eu estou bem Harry... estou bem.”
“Eu vim aqui para falar o que eu não falei aquele dia...” Ginny saiu do abraço suavemente.
“Você quer dizer porque você estava sobre uma Imperius...?” Hermione perguntou séria, um pouco incomodada pela proximidade do seu namorado com a Ginny.
“É...” Ginny olhou para baixo. Respirou fundo para dizer tudo de uma vez. “Tom tomou o corpo do Malfoy e na detenção ele me colocou sobre a maldição Imperius e eu tentei matar você Harry... em resumo... é... foi isso.”
“Então Tom está mesmo no corpo do Malfoy.” Hermione pensou em voz alta.
“Eu falei que aquela história de ser o Rony era um absurdo Mione!” Harry falou cheio de convicção.
“Eu não terminei Harry...” Ginny o interrompeu delicadamente. “Tom estava no corpo de Malfoy, mas ele foi para o corpo do Rony e...” ela respirou fundo. “e ele tentou me matar porque temia que eu contasse isso para você Harry...”
“E porque você não contou antes?” Hermione perguntou.
Ginny ficou vermelha, coçando a cabeça. “Bem eu...eu tinha medo que vocês matassem o Malfoy porque o Tom estava no corpo dele.”
“E porque você se importa se o Malfoy está vivo ou morto?” Hermione a pressionou ainda mais.
“Eu... eu... só me importo em... não ver ninguém morrendo! Só isso!” Ginny respondeu nervosa.
“Que seja...” Hermione não pareceu muito convencida. “Você sabe o que Tom Riddle estava fazendo no corpo do Malfoy? Já que agora vocês parecem tão íntimos...”
“Ei! Eu não sou íntima do Malfoy!” Ginny acentuou com desdém a palavra ‘íntima’.
Hermione permanecia indiferente, esperando a sua resposta. Então Ginny sem graça continuou. “Não... foi por isso que eu vim aqui... para que vocês me ajudem a fazer ele falar...”
Hermione rolou os olhos “Se você não conseguiu extrair nada dele porque nós vamos conseguir?” Impacientemente Hermione colocou o seu cabelo para trás. “Afinal ele é o seu namoradinho...”
“Ele não é meu namorado Hermione! Porque ele seria...?”
“Sei lá. Ele te salvou e tudo mais. Me parece muito romântico. Além do mais não é de hoje que eu vejo você encarando ele...”
Ginny olhou para baixo. “Espera um segundo...” levantou a cabeça, confusa. “Ele me salvou?”
“Não é possível que você não saiba Ginny!” Hermione gritou.
“Bem... eu não sabia...” Ela respondeu sem graça, porém feliz. Um raio de esperança surgiu novamente na sua mente. Se ele não se importava com ela porque a salvou?
“Então vamos falar com o sujeito...” Harry abraçou Hermione por trás e em seguida Ginny. E o trio foi até à enfermaria.
A Srta. Pomfrey implicou um pouco, principalmente por causa da Ginny, ela achava um absurdo ela ter levantado sem a sua autorização. Depois de muita conversa a enfermeira deixou que eles entrassem.
Draco estava deitado na cama, pensativo, quando ouviu um barulho vindo da porta. Pelas vozes ele reconheceu de imediato quem eram as pessoas. Tratou de colocar as cobertas e simular que estava dormindo.
Ginny viu Draco deitado na cama angelicamente e não pode deixar de sorrir. Sentou-se ao seu lado.
“Ótimo! Ele está dormindo...” Harry encostou-se na beirada da cama impacientemente.
Ginny afagou os cabelos de Draco. “Ele não está dormindo...”
Draco permaneceu imóvel. Ginny rolou os olhos. “Draco eu vi você dando uma piscadinha... pode parar de fingir.”
“Droga...” Draco abriu os olhos sentando-se na cama. “Quer me explicar que comitiva é esta Ginny?”
“Por que você voltou ao passado Malfoy?” Era a voz de Hermione.
“Como você sabe que eu voltei ao passado?” Ele perguntou confuso.
“Eu achava que você tinha voltado ao passado. Mas agora que você confirmou, eu tenho certeza.”
“Droga...” Draco rolou os olhos, impaciente.
“Você não respondeu a pergunta Malfoy...” Hermione se inclinou sobre a cama dele.
“E não pretendo...” Ele respondeu grossamente.
Harry pegou Malfoy pelo colarinho. “Eu acho que você não entendeu a gravidade da situação! O seu amiguinho que você trouxe do passado tentou me matar e tentou matar a Ginny!”
“E você acha que eu não sei Potter?” Draco empurrou Harry com as poucas forças que tinha. “Nunca foi a minha intenção trazê-lo para nosso tempo.” Ele virou-se para Ginny. “E eu já falei isso... foi um acidente de percurso.”
“Um acidente de percurso...” Harry começou a ranger os dentes. “UM ACIDENTE DE PERCURSO? Eu quase morri Malfoy! Você não me engana! Trouxe ele aqui só para me matar!”
“Você acha que é tudo em sua função não é mesmo Potter? Como se o mundo inteiro girasse em torno do seu umbigo!” Malfoy gritou, deixando sua voz rouca. “Isso não tem nada a ver com você! Nada!”
“Ele é meu inimigo Malfoy! Não é o seu! É obvio que isso tem a ver comigo!”
“Você acha que é o único que odeia Voldemort? Acha que é o único que perdeu os seus pais para ele?” Draco gritou sem pensar, puxando Harry pelo colarinho.
Ginny pousou as mãos delicadamente nos ombros de Draco. “Voldemort matou os seus pais Draco?”
Draco soltou Harry. Percebeu que já tinha falado demais. Todos o olharam esperando uma resposta, mas ele permaneceu calado.
“Você é um órfão?” Ginny perguntou delicadamente.
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