O Salgueiro Lutador paralisado
Olha, sinceramente, eu acho que me superei... depois vocês me contam. Obs: resolvi postar a fic interira de uma vez,
assim até eu cansar, progressivamente eu vou colocando mais.
O Salgueiro Lutador paralisado
Rony saiu desnorteado do armário de vassouras, sem acreditar que tinha conseguido deixá-la, ele nunca tinha conseguido
antes. Mas ainda assim ele lamentava, o seu coração não queria deixá-la. E quando ele pensou que a situação não podia piorar
começou a chover e ele fez das lágrimas do tempo as suas, disparou em prantos, sentando-se no meio do gramado.
Por trás ele ouviu os passos de Blaise Zabini e desejou sumir, sabia que não agüentaria mais nada. Antes que ela pudesse
disser qualquer coisa Rony se levantou.
“Chega!” Ele gritou. “Chega...” disse agora soluçando. Ela foi em sua direção com uma mão estendida mas ele a tirou. “Não!
Você nunca mais vai me encostar!”
“Rony eu...” ela visivelmente estava tentando se desculpar, mas ele estava muito fora de si para perceber.
“Eu disse: NÃO!” Ele a encarava nos olhos agora, a segurou pelos braços o mais forte que pode. Blaise viu algo que pensava
que jamais veria, ódio, ódio brotando dos olhos de Rony Weasley, ela nunca pensou que ele fosse capaz de odiar. Com o aperto
em seus braços ela gruniu de dor.
“Eu nunca mais vou falar com você. E não vou mais para o armário de vassouras com você... não me espere amanhã, não me
espere nunca mais.” ele falou sem gritar desta vez, com uma voz rouca. “Saiba que estas são as últimas palavras que eu dirijo
a você Blaise.”
Os olhos de Blaise se encheram de lágrimas mas ele se quer a olhou nos olhos novamente, virou-se de costas e a deixou ali,
sozinha...
Ginny não conseguia dormir, não podia parar de pensar na conversa com Draco, era difícil dizer se a conversa tinha sido
boa ou ruim, ele era um mistério para ela.
A verdade é que ela não podia esperar mais para vê-lo, temia que ele pudesse estar nervoso com ela, mas isso não quebrava
as suas expectativas. Abriu os olhos vagarosamente, com medo de que o dia não tivesse amanhecido ainda, mas, para sua sorte,
o quarto já estava completamente iluminado. Ela se levantou, trocou de roupa e desceu para o café.
Todos os corredores estavam vazios, aparentemente ela estava atrasada. E de fato estava, não havia ninguém tomando café.
Ela viu ao longe Harry conversando com Hermione, queria ir até lá mas não achou que seria uma boa idéia, talvez eles
estivessem se reconciliando ou algo do gênero. Resolveu então esquecer do café da manhã e se apressou para a sua aula de
Trato das Criaturas Mágicas.
“Nós vamos contar para todo mundo Harry? Que estamos juntos...” Hermione assinalou docemente, principalmente à parte do
‘Estamos juntos’.
“Claro, quer dizer... não vamos colocar uma placa néon na testa, mas as pessoas vão ver e aí vão saber.” Harry coçou a
cabeça, olhando-a de baixo para cima, Hermione sorriu, ela adorava quando ele fazia aquilo.
“O que você acha que o Rony vai dizer?” Harry disse em um tom sério.
“Não sei… Eu não reconheço ele mais. Ele anda tão sério. E ele era meio apaixonado por mim há um tempo atrás... de
qualquer forma, porque ele não veio para o café da manhã?”
Harry olhou para baixo com pensamentos perdidos em seus olhos. “Não sei Mione... ele estava dormindo quando saí...”
“Harry! A nossa aula de Herbologia!” Hermione gritou. Antes que Harry pudesse disser qualquer coisa ela o puxou pelo
braço, como ela normalmente fazia, algumas coisas não mudam jamais...
Ginny estava correndo o mais rápido que podia, Hagrid não ligaria, mas ela sim, odiava chegar atrasada. Acabou tropeçando
em alguém e quase caiu, mas a pessoa a segurou e a colocou de pé. Ela olhou para cima, sentiu primeiro aquele cheiro de ervas
finas que já lhe era familiar e depois reconheceu aqueles olhos cinzas que a perseguiam em seus sonhos.
“Calma Ginny.”Draco sorriu para ela. E ela sem fala apenas o olhou, ele disse Ginny, com todas as letras, nada de Weasley,
simplesmente Ginny…
“Eu disse alguma coisa errada?” Ele fez uma cara irônica largando os ombros de Ginny. “Te vejo mais tarde.” Sorriu
novamente andando para trás, fez um aceno com a mão e virou de costas. Ela nem piscou.
Mais tarde ela lembrou que tinha uma aula e saiu correndo de novo.
Não tinha ninguém nas salas de Herbologia. Harry continuou procurando, como se fosse achar alguém debaixo da mesa.
Hermione rolou os olhos impacientemente. “Vamos embora Harry... eles estão no Salgueiro Lutador...”
“Por quê?” Ele perguntou de fato curioso.
“Sprout nos falou que nós iríamos estudar o Salgueiro nesta aula... Harry! Você não presta atenção na aula?” Hermione
respondeu nervosa. “Me admira eu ter esquecido... como pude esquecer?”
“Eu acho que estou fazendo você perder o seu juízo Hermione...” Harry disse calidamente.
“Harry Potter contenha-se! Eu não estou perdendo o juízo...”
“Vamos pra lá então.” Harry foi até a porta esperando-a. Ela acenou e os dois foram até o Salgueiro. Antes de qualquer
coisa eles viram uma multidão pasma, que nem se movia direito. Ninguém notou a presença dos dois de tão perplexos que
estavam.
“Neville” Harry sussurou no ouvido de Neville, e ele nem se moveu. “Neville!” Harry sussurou mais alto. Em resposta ele se
mexeu como se tivesse levado um choque.
“O que está acontecendo?” Harry perguntou.
“O Salgueiro Lutador e a floresta...” ele estava tremendo. “estão paralisados.”
Harry olhou pasmo para Neville e Hermione o empurrou para a frente. E eles viram, o Salgueiro não se movimentava, a
floresta parecia morta.
“Crianças, vocês estão dispensados...” Prof. Sprout fez gestos para que todos fossem embora, mas Hagrid apareceu com
alguns alunos do 6th ano e a interrompeu . “Prof. o que aconteceu aqui?”
“Nós não sabemos... dispense os seus alunos também, nós precisamos...” Sprout olhou ao seu redor e lembrou que todos os
estudantes ainda estavam ali. “Só os dispense.”
“Vocês estão dispensados.” Hagrid disse resumidamente. Ninguém se mexeu e então ele começou a gesticular “Vamos!” e mexer
com as mãos. Todos se foram, contrariados, com exceção de Harry, Hermione e Rony, que também estava ali.
“Hagrid…” Hermione ia começar a fazer mil perguntas mas foi interrompida.
“Não Hermione. Fique fora disso.” Ele disse o mais forte que pode.
“Mas...” Hermione tentou novamente.
“Sem mais Hermione.”
Com isso ela virou de costas nervosa, puxando Harry pelo braço.
“Esperem por mim.” Uma voz triste vinha de trás, era o Rony. Harry e Hermione se entreolharam e pararam.
“Oi Rony.” Harry respondeu com um sorriso educado.
“Alguma coisa errada?” Rony questionou sem querer saber a resposta.
“Não, nada!” Harry e Hermione responderam em coro.
Nos corredores todos só falavam do Salgueiro Lutador. Ginny aparentemente era a única que não se importava, pelo menos era
a única que não falava no assunto.
“Estão falando que foram os centauros…” ela ouviu um menino do primeiro ano da Grifinória comentar. Ela já tinha escutado
as suposições mais bizarras. Alguns sugeriam até que o Salgueiro tinha sido assassinado. Era tão ridículo, porque é que
alguém mataria o Salgueiro? E quem se importava? Ela não agüentava mais esperar pela hora da detenção e não queria pensar em
mais nada. Se culpava um pouco por isso, mas desde o incidente com o diário sempre estava com medo de tudo, levou anos para
superar isto e não iria decair agora.
“Hermione…” Harry a chamou. Eles estavam andando pelo corredor para a próxima aula.
“Sim Harry?”
“Você acha que o Salgueiro Lutador tem alguma...”
“Harry!” ela disse rangendo os dentes e batendo em suas costas. “Depois nós conversamos sobre isso...”
“Sobre o quê?” Rony perguntou.
“Nada Rony, nada.” Hermione respondeu olhando para baixo. Rony nem se importou, entrando na sala.
“Não na frente do Rony, Harry!” Ela falou aliviada.
“Você acha que ele...”
“Eu não acho nada Harry.” Ela disse triste. “Depois, esta bem?”
“Claro.” Ele a olhou de cima em baixo e entrou na sala, Minerva já estava esperando.
Ginny sentou-se à mesa, desconfortável na sua cadeira, olhando para o seu prato sem fome, mexendo os seus dedos na mesa
freneticamente. O tempo simplesmente não passava, demorou uma eternidade para chegar a hora do jantar e demorava ainda mais
para chegar a hora da detenção.
Rony, Hermione e Harry comiam silenciosamente. Ninguém disse nada deste que eles sentaram ali. Então Hermione quebrou o
gelo:
“Nós temos que ir Harry, para a nossa detenção.”
Mas foi Rony que respondeu. “Está muito cedo” Sua voz estava triste e distante como já lhe era comum nestes últimos dias.
“Mas têm tantos… troféus.” Harry não sabia mentir, ele fazia uma cara quando mentia que não conseguiria convencer nem um
menininho de 5 anos.
Mas aparentemente convenceu Rony. “Então se apressem!” Rony sorriu educadamente, olhando para cima sem necessariamente
olhar para eles. Eles riram educadamente em resposta, aqueles sorrisos já tinham se tornado uma hipocrisia nojenta. Harry e
Hermione viraram-se de costas aliviados.
“Agora nós..” Harry começou, mas foi rapidamente cortado por Hermione.
“Na sala dos troféus Harry, lá nós teremos a privacidade que precisamos.”
Rony olhou ao seu redor, todos se divertindo, comendo e sorrindo e ele estava perdido, como sempre, em seus pensamentos e
em sua tristeza. E lá estava ela se divertindo, comendo e sorrindo como todos, aquilo o deixava doente. Ele se acabando em
prantos e ela feliz. Rony centrado em seus devaneios nem reparou que Blaise o observava.
Cansada de cutucar a mesa, Ginny levantou-se, sem dar uma palavra de satisfação a seu irmão, simplesmente porque não
percebeu que ele estava ali. Iria de uma vez para a biblioteca, não suportava esperar mais um minuto.
Chegando na biblioteca o seu coração começou a pulsar mais forte, pensando que talvez ele já estivesse ali. Mas tudo o que
ela ouviu foi o som do vento batendo contra a janela e tudo o que viu foi uma biblioteca escura, ela estava sozinha. Pegou
algumas velas, acendeu e começou a limpar os livros freneticamente.
Draco olhou para a mesa da Grifinória. Ela não estava mais lá. Ele estava observando-a já fazia um certo tempo, se
deliciando com o transparente nervosismo dela. “Provavelmente ela foi se livrar desses hormônios...” ele pensou com um
sorriso sexy de canto de lábio.
“Do que você esta rindo?” Blaise o perguntou com uma certa malícia em sua voz. Draco odiava ter seus pensamentos
interrompidos, ele piscou os seus olhos impacientemente, a olhou criticamente por um instante e levantou da mesa. Blaise em
breve teria um ataque, portas batendo na sua cara, sendo ignorada, ninguém podia tratá-la assim, afinal ela era Blaise
Zabini.
Draco foi para a biblioteca, lá talvez teria paz para pensar sozinho e já estava quase na hora da detenção de qualquer
forma. “Ginny depois de resolver os seus problemas hormonais vai vir...” ele fez outro sorriso sexy de canto de boca,
ajustando o seu cabelo.
Ele chegou na biblioteca e viu que ela já estava lá limpando e organizando os livros rapidamente, ele encostou-se em um
canto e a observou admirado, ela estava tão concentrada, ele a invejava neste ponto, dificilmente ele conseguia se concentrar
daquela forma.
Draco se aproximou devagar, parou no ombro dela e para não perder o costume suspirou em seu ouvido:
“Ei Ginny…você veio mais cedo…de novo…” Ela estremeceu, mais do que o normal desta vez.
“É… eu não tinha nada para fazer… aí, então… aí eu vim.” Ela gaguejou entre as palavras. Draco sorriu para si mesmo e
sentou em uma cadeira. “Pára!” Ele disse com um tom autoritário. “Você esta me cansando.”
“Então olhe para o outro lado Malfoy!” Ela tentou usar o mesmo tom autoritário, mas ele não funcionava para ela.
“Eu te chamo de Ginny.” ele falou como se estivesse computando dados. “E você ainda me chama de Malfoy...” colocou a mão
no queixo inclinando-se para frente e concluiu. “Não me parece lógico.”
Ginny virou-se para responder mas Draco continuou a falar, ignorando-a. “Eu deveria fazer uma espécie de escândalo agora,
alguma coisa do tipo...” Ele olhou diretamente para ela. “Eu não sou o meu pai sabia? Você já chama o meu pai de Malfoy!” Ele
a imitou fazendo uma voz de mulher.
“Mal… Draco…” seria difícil acostumar com aquilo. “Desculpa...eu acho.”
“Você se desculpa por tudo... que diferença faz...” ele fez uma voz quase infantil.
Ginny riu e Draco rolou os olhos. “E eu odeio quando você começa com o negócio de rir...” ele fez uma voz completamente
infantil desta vez, de criança que fica triste quando não consegue o doce que quer.
Ginny sentou-se na frente dele, com os olhos molhados, ela tinha o costume de chorar de rir. “É meio bonitinho...
desculpa.” Ela disse ainda contendo o riso.
“Bonitinho?” Ele estranhou o comentário. Ela sempre podia surpreendê-lo, justamente quando ele jurava que tinha tudo sobre
controle.
“É... você olha pra baixo, mexendo os dedos, suas bochechas ficam ligeiramente avermelhadas e você faz uma coisinha com o
lábio.” Ela respondeu naturalmente em um tom suave.
“Coisinha com o lábio… certo.” ele colocou a mão na testa e levantou olhando para ela. “Vamos cortar o assunto do lábio,
tá bom?”
“Tá…” ela respondeu escondendo um sorriso.
“Eu estava pensando… você esta certa… eu não te odeio…” Ele começou. “Mas odeio o seu irmão!” Ele avisou.
“Quer dizer que você gosta de mim.” Ela comentou esperando um aceno positivo.
“Não!” Draco a encarou encostando-se na mesa que estava ao lado. “Eu sou muito preciso com as minhas palavras, Virgínia
Weasley, se eu disse que eu não te odeio eu quis dizer apenas que eu não te odeio, não subentenda as coisas. Não existem
entrelinhas nas minhas palavras”.
“Gosta sim...” Ginny falou com a voz baixa quase que para si.
“Você esta me chamando de mentiroso?” Ela o olhou com o olhar um pouco molhado e ele olhou para baixo para não ter que
encará-la. “De qualquer forma eu falei para você largar o assunto do lábio.”
“Eu larguei o assunto do lábio!”
“Não largou Ginny…” ele passou a mão fortemente no seu cabelo, nervoso. “Você não consegue subentender nada Ginny?”
“Você acabou de falar que não tinha entrelinhas em suas palavras!”
Ele parou um momento para pensar. Ela tinha um ponto, mas ele jamais admitiria um erro seu. “Desisto!” Ele disse batendo
na mesa.
“Ótimo!” Ela gritou levantando-se da cadeira, deixando algumas lágrimas correrem o seu rosto.
“Ótimo!” Ele gritou levantando-se, e foi então que viu que os olhos dela estavam inchados com lágrimas correndo pela sua
face. Ele aproximou a sua mão para limpá-las mas ela a tirou, virando o rosto e saiu aos tropeços da biblioteca.
“Ginny!” Ele gritou quando a viu saindo da porta. Por um segundo deixou que a sua mente entrasse em conflito com o seu
coração e pela primeira vez em muito tempo ele escutou o segundo.
Harry e Hermione chegaram na sala de troféus e finalmente Harry pôde falar:
“Certo Mione! Aqui estamos, agora fale!” Ele estava completamente ansioso.
“Eu estava pensando sobre o Salgueiro Lutador e sobre quem fez aquilo e porquê.” Ela esperava que Harry fosse dizer alguma
coisa, mas como ele não disse nada ela continuou. “Provavelmente foi feito de noite, de manhã um aluno seria facilmente pego,
a não ser é claro que não seja um aluno... de qualquer forma vamos supor primeiro que é alguém da escola, um aluno, alguém
que voltou tarde para os dormitórios... poderia ser qualquer um... mas eu tenho minhas suspeitas sobre...” Hermione respirou
profundamente.
“Você não confia mais nele…” Harry complementou.
“E nem você.”
“É difícil, o Rony está tão diferente...” Harry sentou no chão batendo a sua cabeça contra a parede. “Eu não consigo
pensar em mais ninguém...”
Hermione sentou na frente dele, cruzando as suas pernas com as dele, ele riu com uma expressão triste.
“Mas vamos ser racionais... nós nem sabemos que tipo de magia foi feita... e qual foi o propósito.” Hermione soava como
ela mesma agora, com o seu tom detetive. “E coisas estranhas sem motivo aparente nos leva geralmente para...” ela fez um
gesto e Harry completou a frase. “Voldemort...”
“Exato…”
“Mas é completamente impossível, eu matei ele com as minhas próprias mãos ano passado.” Harry ficou sério repentinamente,
ele odiava tocar nesse assunto.
“Mas talvez… de alguma forma…”
“Eu vi ele morrendo Hermione. Eu vi seu sangue jorrando em meus braços, eu vi a vida dele sumir de seus olhos, eu senti o
pulso dele Hermione Granger... ele está morto.”
“De qualquer forma nós temos que inspecionar o local.” Hermione sugeriu, levantando-se, mas Harry pegou em sua mão. “Mas
não agora Mione... durante toda a minha vida eu fiquei desvendando pistas e arriscando a minha vida... arriscando a sua
vida... chega Hermione. Por hoje pelo menos, chega...” os seus olhos imploravam para que ela se sentasse. “nós vamos
descobrir... só não vamos descobrir agora. E já que nós não contamos para o Rony que estamos juntos este é um dos raros
momentos que podemos ficar juntos... por favor Hermione... nós esperamos tanto tempo...” Ele a implorava e ela não podia
dizer não.
“Claro, amanhã nós vemos isso…” não tinha como dizer outra coisa...
“Ginny!” ele gritou novamente. Correu para fora da biblioteca e a viu no fim do corredor, chorando encostada em uma
parede. Ele foi até ela.
“Ginny... me desculpe...” em resposta ele só ouviu soluços. “Por favor...” ele a pegou em seus braços e ela não relutou em
ir.
“Não tem problema Draco... eu deveria saber...”
“Deveria saber o quê Ginny?” a voz dele era tão suave que ela não teve coragem de dizer que ela deveria saber que ele não
prestava, que só a faria chorar, porque sabia, no fundo sabia, que não era verdade.
“Que você não é sincero no que diz... você disse que não gostava de mim mas...” ela falou finalmente, depois de uma longa
pausa. “Porque você veio?” Ginny levantou a cabeça e ele pode ver o seu rosto vermelho inchado, com olhos fundos, mesclando o
verde de seus olhos com a vermelhidão de sua pele.
“Você é linda...” ele disse sem pensar. “Até com os olhos inchados e o rosto molhado... você continua linda...”
Ela o olhou surpresa. Draco inclinou o seu corpo sobre o dela, colocando-a contra a parede. Levantou o rosto dela e a
beijou suavemente, primeiro na bochecha esquerda, contornando todo o seu rosto, buscando cada lágrima que ela chorou por ele,
secando com seus lábios uma a uma. Ela revirou os olhos e ele foi buscar as lágrimas que haviam caído em seu pescoço.
Ginny segurou os cabelos de Draco deixando que ele a beijasse toda se ele assim desejasse. Depois que todas as lágrimas
estavam secas ele finalmente desprendeu seus lábios da pele de Ginny, com muito esforço. Colocou o seu rosto a centímetros do
dela e por um segundo observou aqueles grandes olhos verdes que ela tinha e viu que ela implorava a mesma coisa que ele
desejava. Draco fechou os olhos e a beijou, um beijo longo que o tempo jamais poderia contar.
Ele não havia mentido. Ela estava ali sozinha, novamente, estava agora, sempre, sozinha. Sentada na porta do armário de
vassouras, Blaise concluiu que tinha exagerado. Pegou em seus braços sentindo as marcas que ele tinha deixado na noite
anterior e chorou de remorso.
Talvez ela tinha o perdido para sempre, talvez por querê-lo demais e desejá-lo da forma errada, da maneira errada. Sabia
que não havia volta, que não o teria novamente... mas não poderia perdê-lo, não suportaria perdê-lo.
Blaise Zabini levantou determinada, com certeza em seus olhos, sabia o que fazer...
Mais uma vez, lá estava, na Floresta Proibida, desta vez não haveria falhas. Depositou o seu caldeirão novamente no chão,
pegou sua mochila e repetiu todo o processo da noite anterior. Fez tudo o mais rápido que pode, sabia que os centauros talvez
estivessem vigiando a área.
Nunca foi o seu plano paralisar a floresta e o Salgueiro, aquele foi um lamentável incidente que só viria a chamar mais
atenção do que ele gostaria. Parou de pensar no que havia ocorrido. Pegou um copo e o encheu com a poção que já estava
pronta. Seu coração palpitava de medo, tinha planejado isso mas agora pestanejou por um segundo.
Virou o copo sem pensar, sua visão sumiu, entrou em uma cortina bege que envolveu todo o seu corpo, o sufocando, parecia
correr milhas a uma velocidade inimaginável, quando se soltou da cortina bege que aparentemente se dissolveu, ele viu que
tinha dado certo, ele tinha chegado no lugar certo.
Viu uma figura alta se aproximar, um homem de cabelos negros e olhos azuis. Draco Malfoy concluiu então que havia chegado
no lugar certo mas no tempo errado...
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