O Clube de Duelos



––––CAPITULO QUINZE––––

O clube de duelos

–Vocês o que?!? –exclamou Tiago no meio da sala comunal da Grifinória, quando Kyo lhe contou o que aconteceu noite passada na ala hospitalar.

–Fala baixo! –disse Kyo, entre os dentes. –Você acha que ela vai gostar de saber que eu te contei isso?

Kyo saíra só saíra da ala hospitalar depois de muitas tentativas de convencer Madame Pomfrey de que ele já estava bem, todas vãs. Foi Sarah quem lhe deu o passe de saída , quando lhe levou uma poção fortificante que deixou Kyo meio “elétrico”.

–Foi mal! –se desculpou Tiago. –Não deu pra segurar mas, cara, você beijou ela mesmo?

–Nós dois nos beijamos... –explicou Kyo, corando –quando eu me dei conta já tinha rolado.

–E o que ela fez depois?

–Ficou me encarando, ela tava encantada...

–Mais nada?!?

–A Madame Pomfrey apareceu e enxotou ela, não deu pra fazer nada.

Kyo deu de ombros, Tiago não pode conter uma grande gargalhada.

–Que foi? –perguntou Kyo, se sentindo ofendido.

–Foi seu primeiro beijo, não foi? –riu-se Tiago.

–É, mas e daí? Eu sempre fui um cara muito isolado.

–É que... sei lá, é engraçado pensar nisso.

–Você é doente...

Kyo e Tiago começaram a rir sem parar, nem mesmo eles sabiam porque.

–Eu posso saber o que é tão engraçado? –perguntou uma voz severa logo atrás deles.

Sarah carregava uma pilha de livros, agora Kyo tinha um motivo para rir: a cara da garota se esforçando para carregar todos aqueles livros.

–Nada Nara, Sarah, estamos rindo de besta, é só isso... –disse Tiago em meio a risos.

–Ah, e eu sou muito besta... –disse a garota, asperamente.

–Sarah, você quer ajuda com os livros? –perguntou Kyo, se levantando para pegar os livros que estavam com a garota, ainda rindo muito.

–Valeu, tava meio pesado mesmo. –respondeu a garota, entregando metade dos livros para Kyo.

Ela se largou em uma poltrona no meio dos garotos, ela suspirou lentamente e abriu um dos livros.

–Vocês não vão fazer o dever de adivinhação? –perguntou Sarah.

–Não, já fizemos. –disse Tiago, calmamente, tentando parar de rir.

–É, fizemos ontem de manha, na ala hospitalar. –concordou Kyo.

–Como é que é? –se espantou Sarah. –Vocês já fizeram o dever de casa?

–É, por que? Não podemos? –brincou Tiago.

–Se quiser podemos te emprestar. –disse Kyo.

–Não, obrigada, prefiro fazer sozinha.

–É só inventar um monte de desgraças, toda professora engole isso. –disse Tiago.

–Então tá explicado por que vocês já fizeram, vocês nem estudaram o orbe! –exclamou Sarah.

–Ah, qual é, não tem como ver nada nessa sua bola de vidro! –zombou Kyo.

–Há, há, há...

Tiago e Kyo se entreolharam e voltaram a rir. Sarah os olhou com reprovação.

–E então Kyo, foi bom? –perguntou Tiago, em tom de zombaria.

–O que? –perguntou Kyo, se fazendo de besta.

–Não se faça de besta, criatura! Você e a...

–Ah, foi muito bom, acho que é a melhor sensação do mundo! –disse Kyo, com um sorrisinho sonhador.

–O que? –se intrometeu Sarah.

–Nada. –disseram Kyo e Tiago em uníssono.

–Vocês provavelmente estão falando do beijo de Kyo e Ananda. –disse a garota.

Kyo e Tiago olharam surpresos para ela. A garota riu maliciosamente.

–Vocês acham que só os garotos se gabam de seus beijos? –zombou ela. –A primeira coisa que ela fez, quando chegou no dormitório, foi nos contar.

–Nos contar? –repetiu Kyo. –Como assim? Pra quem ela falou?

–Pra mim, a Pubia, a Nancy, a Jéssica e Uandalini. –respondeu Sarah, voltando sua atenção para o livro a sua frente.

–Ela contou pra Uanda? –perguntou Kyo, apavorado.

–Contou por que?

–Bosta! Bosta! Bosta! –exclamou ele, socando a mesinha.

–Que foi? Não era pra ela contar pra Uanda? –perguntou Tiago.

–Não!

–E por que não? –perguntou Sarah.

–Porque eu gosto dela! –Kyo socava a mesinha com cada vez mais força.

–Serio? –perguntaram Sarah e Tiago em uníssono.

–É, mas que merda, viu!

–Kyo, então por que você beijou a Ananda? Só pra se divertir?

–Não, ela é muito legal, muito mesmo, mas rolou sem querer, quando eu me dei conta já estava lá, tudo acontecendo...

–Você encheu ela de esperança, sabia? –repreendeu Sarah.

–Mas foi sem querer, eu nunca ia beijar ela por querer, não assim! –Kyo estava começando a se enfurecer.

–Ah, então é assim? –disse uma voz estridente as suas costas –Você me beija depois diz que não queria?

Kyo se virou e viu Ananda, os olhos da garota estavam cheios de lagrimas, algumas escorriam pelo rosto fino dela. Kyo sentiu-se enfurecido consigo mesmo.

–Não, não é assim... –começou ele.

–Não enche, Kyo Hunter! –exclamou ela, saindo correndo, Kyo teve vontade de correr atrás dela.

–Não, Ananda, espera!

Mas Sarah lhe segurou pela manga da capa, ele olhou para trás, contrafeito.

–Deixa eu ir atrás dela! –exclamou ele.

–Não, ela precisa chorar um pouco sozinha, você vai deixa-la mais triste. –disse Sarah, severamente.

–Mas...

–Senta! –exclamou a garota.

Kyo sentou-se, a contragosto. Olhando feio para Sarah, a garota lhe olhava de uma maneira muito esquisita.

–Que droga, eu tenho que explicar pra ela! –Kyo tentou argumentar.

–Depois, agora ela não quer nem ouvir a sua voz.

–Tá, tá bom...

Kyo afundou completamente no sofá. Sarah o olhou com reprovação.

Eles ficaram ali sentados sem fazer nada por mais de uma hora, nem Tiago nem Sarah conversavam com Kyo, o garoto ainda parecia estar muito aborrecido. Sarah e Tiago falavam sobre alguma coisa relacionada com a tv trouxa. Quando Kyo estava quase dormindo alguém o cutucou.

–Kyo, o Malfoy te mandou. –era Uandalini, ela lhe entregou um bilhete. –Eu vou ser sua madrinha.

–O que? –exclamou Tiago, –O Kyo vai duelar com o Malfoy?

–Espera ai, deixa eu ler...

Kyo mal conseguiu entender aquela caligrafia de malfoy, era um incrível garrancho.

Hunter,

Você pode não se lembrar mas já estamos no meio de outubro e seu prazo de duas semanas já se esgotou. Estou te esperando às cinco horas no clube de duelos, a sala ao lado da escadaria de mármore caso você não saiba, traga o maior numero de pessoas para ver sua humilhante derrota.

Willian Malfoy.

–Que droga, o Malfoy levou a serio! –exclamou Kyo, olhando para Uandalini.

–Levou, esse moleque é completamente doido! –disse Uandalini, dando de ombros.

–O que ele levou a serio? Do que é que vocês estão falando? –dizia Tiago, olhando de um para o outro.

Kyo lhe entregou o bilhete, para que lesse junto com Sarah.

–Mas por que ele mandou o recado para você e não para mim? –Perguntou Kyo.

–Mas ele mandou pra você, é que a Edwiges apareceu no seu dormitório, não aqui...

Uandalini tapou a boca como se tivesse dito uma grande besteira.

–O que você estava fazendo no meu dormitório? –questionou Kyo. –Espero que não roubando mais meias.

–Não, não estava. –a garota se apressou em dizer. –Mas e ai? O que você vai fazer, duelar?

–Ah, se vou! –disse Kyo, se erguendo. –Eu estava mesmo afim de descontar a minha raiva em alguém! O Malfoy é perfeito!

Kyo se ergueu na intenção de descer, mas Sarah lhe chamou a realidade:

–Kyo, ainda são três horas!

–E daí? –disse o garoto sacando a varinha.

–E daí que o Malfoy disse as cinco. –disse Tiago.

–Ah, então eu vou dar uma lida no livro de feitiços. –disse Kyo, abrindo sua mochila.

–Você não pretende aprender um feitiço em três horas? –perguntou Uandalini, ironicamente.

–E por que não? –perguntou o garoto.

–Esquece... –a garota saiu andando, sacudindo a cabeça.

–Kyo, –chamou Tiago –quando foi que o Malfoy te desafiou?

–No bilhete diz, há duas semanas. –respondeu Kyo, sem dar muita atenção.

–Tá, mas a que horas? –insistiu Tiago. –Porque, tipo assim, nós passamos o dia inteiro juntos a mais de dois meses...

–Ah, foi à noite, eu e a Uanda estávamos voltando para a torre e...

–À noite?!? –exclamou Sarah. –Você e Uanda estavam andando pelo castelo à noite?

–É, e sai? –comentou Kyo.

–Nada, –disse a garota, em tom de deboche –não é de se estranhar dois adolescentes andando por um castelo à noite, sozinhos...

–Sua mente é muito poluída... –disse Tiago. –Mas diz ai, o que vocês estavam fazendo?

–Nada, eu dei uma escapada durante a noite e trombei ela, sem querer. –explicou Kyo.

–Bonito... muito bonito... –disse Tiago, em tom de reprovação.

Kyo se afundou mais uma vez na poltrona, pensando em como seria um duelo, principalmente um duelo contra Malfoy. Sem querer ele acabou adormecendo.

Kyo estava tendo um sonho muito estranho. Estava num salão amplo, de frente para Malfoy, um tinha a varinha apontada para o outro, Kyo se preparou para usar um feitiço quando teve uma enorme surpresa, todos em Hogwarts de repente tinham as varinhas apontadas para ele, até mesmo Sarah, Tiago e Uandalini. À frente de todos estava Dumbleodore, um olhar muito estranho nos olhos do diretor de Hogwarts. Kyo tentou gritar para alguém ajuda-lo, mas parecia que todos estavam surdos, Uandalini se aproximou dele, bem devagar, os olhos marejados.

–Desculpe... –disse ela encostando a varinha no peito dele. –Avada Kedavra!

Uma luz verde muito forte lhe invadiu os olhos, ele não podia ver mais nada, sentiu sua vida se esvaziar de seu corpo, estava morrendo

Ele acordou suando frio, a cicatriz em sua testa ardendo, apertou os olhos e olhou a volta, a sala comunal estava vazia. Tinha alguma coisa para fazer, mas não se lembrava o que, viu o bilhete que Malfoy lhe mandara sobre a mesinha com as coisas de Sarah. Ele leu-o e olhou desesperadamente para seu relógio, eram quatro e cinqüenta, tinha dez minutos para descer doze andares.

Disparou pelo retrato da Mulher Gorda, deixando-a xingando o ar, por tê-la derrubado. Kyo não sabia como iria fazer, mas precisa descer tudo aquilo no tempo, não queria parecer um covarde na frente de Malfoy, muito menos se ele levasse metade da Sonserina para ver o duelo. Tinha mais dois minutos e três andares pela frente, descia as escadas pulando três degraus de cada vez. Quando finalmente chegou no saguão de entrada estava em cima da hora. Passou voando pela porta ao lado da escada de mármore e seu coração parou.

Não estava numa saleta qualquer, como pensara que seria, era uma espécie de estádio, uma arquibancada como a do campo de quadribol rodeava uma espécie de ringue que ficava ao meio. Ele não podia ver os rostos das pessoas na arquibancada pois o lugar era muito escuro, archotes iluminavam o centro, onde provavelmente ele duelaria com Malfoy. Este estava sentado numa banqueta no canto oposto do ringue.

–Pensei que não vinha Hunter! –zombou ele quando viu Kyo.

Ele girava a varinha entre os dedos, com um sorrisinho nos lábios, sua irmã, Carla, estava ao seu lado. Também tinha a varinha em punho.

–Eu não ia perder isso por nada! –exclamou Kyo.

–É, eu também achei isso... –disse Malfoy, seu sorriso se alargando.

Kyo deu mais uma olhada a volta. No meio da multidão escondida, ele viu alguém se movendo, vinha em sua direção. Forçou um pouco o olho e viu Uandalini se aproximando.

–Uanda, –disse ele –cadê o Tiago e a Sarah?

–Estão na platéia, só os padrinhos e duelistas nona área de duelo. –disse ela.

–E o que está acontecendo, toda a escola está aqui? –perguntou Kyo, apavorado.

–Parece que sim, acho que o Malfoy oficializou o duelo.

–E...

–E isso quer dizer que o duelo vale pontos, o vencedor ganha vinte pontos para sua casa, o perdedor perde a mesma quantidade.

–Ah, legal, então quer dizer que alem de ser humilhado na frente de toda a escola eu ainda vou perder pontos?

–Da pra confiar no seu taco?

–Não mesmo!

Nesse momento Dumbleodore entrou no ringue, ele andou até o centro do mesmo e, com a voz magicamente ampliada, disse:

–Boa tarde, meus queridos alunos e alunas de todas as casas de Hogwarts. Hoje iremos presenciar um duelo entre dois amadores, Kyo Hunter e Willian Malfoy. Esperaremos uma batalha justa e limpa, e que vença o melhor!

Quando ele terminou archotes iluminaram toda a arquibancada. Kyo pode ver cada rosto de cada aluno da escola, alguns riam , outros estavam em profundo silencio, na fileira mais próxima Tiago e Sarah torciam por ele, Ananda ao lado deles, seu rosto decididamente fechado.

–Que bosta, a Ananda ainda tá brava comigo! –disse Kyo, aborrecido.

–Não pense nisso agora, tá bom, se concentra em acabar com o Malfoy. –disse Uandalini, tentando acalma-lo.

–O que os padrinhos fazem?

–Substituem os duelistas que morrem!

–Então quer dizer que se eu vencer o Malfoy vou ter que enfrentar a Carla?

–Não, só se você matar ele.

–Ah, agora eu estou mais calmo... –zombou ele. –E quando acaba esse duelo?

–Quando um de vocês desmaiar, desistir ou morrer.

Kyo assentiu com a cabeça, pegou sua varinha e alongou os dedos, alongando-os.

–Duelistas em suas posições! –exclamou Dumbleodore.

Kyo se endireitou, afrouxou a gravata arregaçou a manga e seguiu em direção ao ringue, Malfoy também seguia naquela direção. Por mais incrível que pudesse parecer Kyo perdeu todo o medo no momento em que pisou .Eles se encontraram no centro.

–Cumprimentem!

Malfoy ergueu sua varinha na altura do rosto, Kyo fez o mesmo, ele abaixou sua varinha rasgando o ar, Kyo o seguiu.

–Seu primeiro duelo, Hunter? –perguntou Malfoy.

–É, por que? –respondeu Kyo, serio.

–Nada, está com medo?

–Não mesmo!

–Afastar! –ordenou Dumbleodore.

Automaticamente Kyo se virou e deu alguns passos para trás.

–Comecem!

Tanto Malfoy quanto Kyo se viraram no mesmo instante, Kyo apontou a varinha imediatamente para Malfoy e exclamou:

Rictusempra!

Finite Incantatem!

O feitiço de Kyo explodiu no ar, lançando centenas de fagulhas ao ar. Malfoy sorriu e contra-atacou:

Tarantalegra!

Flipendo! –exclamou Kyo e o feitiço de Malfoy se dispersou no ar.

Malfoy fungou e resmungou alguma coisa inteligível para Kyo. Ele se endireitou, a varinha firme em sua mão.

Serpensortia! –exclamou Malfoy.

Da porta da varinha o garoto saiu uma fumaça negra que caiu pesadamente sobre o chão. De repente uma serpente negra avançava na direção de Kyo. O garoto sentiu um leve pavor, olhou para a serpente que avançava sibilante em sua direção.

–Fique ai, parada... –sibilou Kyo para a cobra.

Se Kyo achava que já tinha visto coisas estranhas o suficiente em Hogwarts, se enganara. A cobra simplesmente parou e ficou olhando para ele enfeitiçada.

Letalo Feralea! –exclamou ele e a serpente se reduziu a cinzas.

–Onde você aprendeu isso? –perguntou Malfoy, espantado.

Serpentes como cria-las e destruí-las, a biblioteca é um bom lugar para passar as noites, sabe...

Fumus!

Uma cortina de fumaça surgiu em volta de Kyo, que não pode ver mais nada que estivesse a mais de um palmo de seu nariz.

–Mas que merda é essa? –perguntou Kyo.

–Você acha que é o único que costuma visitar a biblioteca, Hunter? –zombou Malfoy, de algum lugar à direita do garoto.

Kyo tentou se concentrar em qualquer barulho que Malfoy fizesse. Mas o garoto era muito silencioso, parecia deslizar.

–Droga, cadê você, Malfoy? –se perguntou Kyo.

–Vamos Hunter, você pode fazer melhor do que isso! –Malfoy deu uma gargalhada. –Petrificus Totallus!

Kyo sentiu seu corpo endurecer rapidamente, quando se deu conta estava completamente duro, a varinha na mão. Malfoy surgiu em meio a fumaça, que se dissipava, sorria.

–É Hunter, pensei que você melhor adversário... –zombou Malfoy –Tsk, tsk, tsk.

Kyo tentou fazer força para se soltar, mas tudo o que conseguiu foi perder o equilíbrio e cair aos pés de Malfoy.

–Agora eu me emocionei, –disse Malfoy –o garoto que sobreviveu, caído aos meus pés? Isso é uma honra.

Kyo sentiu a fúria lhe subir a cabeça, sempre tentara conter sua fúria, com medo de agir sem pensar, “Que se dane!” pensou ele, “Se eu matar Malfoy vai ser só lucro!”. Ele olhou para Malfoy, nesse momento não lhe preocupava mais perder para Malfoy, tudo o que queria era não ser visto por Uandalini ou Ananda, ali, caído aos pés de Malfoy.

Kyo sentiu o feitiço de Malfoy ceder, estava ficando fácil se mover, ele sentiu que já podia erguer os braços, sem que Malfoy percebesse, ele se ergueu devagar.

–...muito bem, Hunter, vamos acabar com isso... –começou Malfoy.

Flipendo! –exclamou Kyo e uma rajada de vento fez com que a fumaça que Malfoy criara se dissipasse por completo.

–O que..?!? –gritou Malfoy. –Como..?

Kyo olhava para o outro com tanta fúria contida nos olhos que achou que seria capaz de vencer o duelo com apenas aquele olhar. Malfoy recuou ao olhar diretamente naqueles olhos.

–Vamos acabar com isso, Malfoy? –perguntou Kyo.

–Como quiser! –disse Malfoy com falsa coragem.

Kyo se preparou para atacar Malfoy, seus olhos nos dele, mas Malfoy fora mais rápido:

Estupefaça!

Kyo foi atingido no peito por uma forte luz verde. Sentiu seu corpo sendo lançado para longe e bater com força na parede. Caiu como uma pedra no chão, quase inconsciente, sentiu o calor de um filete de sangue escorrer pela sua testa. Ele tentou se levantar mas uma dor horrível se espalhava pelo seu corpo. Dumbleodore se ergueu e rumou na direção de Malfoy.

–Temos um vencedor! –disse ele sem empolgação –Parabéns, Sr. Malfoy.

–Obrigado, professor. –disse Malfoy, presunçoso.

–Como premio pela sua destreza como duelista eu concedo a Sons...

–Espera! –Exclamou Kyo, levantando com certo esforço.

–Sr. Hunter? –disse Dumbleodore, assombrado. –O que foi?

–A-ainda não acabou, –disse Kyo –se estou certo eu preciso estar desacordado ou desistir para acabar o duelo!

–Sr. Hunter, você não precisa continuar, já se mostrou um esplendido duelista. –quem falara agora fora Snape, que saíra do meio da platéia.

–Eu quero terminar esse duelo! –exclamou Kyo, tropeçando sozinho.

–Kyo, você não tá em condições de continuar! –disse Uandalini ao seu ouvido.

–Deixa ele, Longbotton! –exclamou Malfoy, sorrindo. –Se ele quer apanhar mais um pouco, fazer o que?

–Muito bem Sr. Hunter, termine seu duelo, –disse Dumbleodore, Kyo sentiu uma nota de encorajamento na voz dele –já que insiste...

Kyo se aproximou de Malfoy, não sabia porque, mas sorria, queria sorria, achava que ficaria bem se sorrisse.

–Por que você tá sorrindo, Hunter? –perguntou Malfoy. –Não se tocou que já perdeu?

–Um feitiço! –exclamou Kyo.

–Que?

–Vou te vencer com um só feitiço!

–Há, há, essa eu pago pra ver!

–Cinco Galeões ao vencedor?

–Beleza!

Kyo se afastou de Malfoy, de costas, ele deu uns cinco passos.

–Um! –disse Malfoy.

–Dois! –dessa vez foi Kyo.

–TRÊS!!! –disseram, os dois virando ao mesmo tempo.

Kyo e Malfoy apontaram as varinhas um para o outro. Malfoy até começou a invocar um feitiço, mas parou ao ouvir o que Kyo falava:

Estupef...

Expelliarmus!

Malfoy ficou paralisado, esperado ser atingido pelo feitiço de Kyo. Mas nada aconteceu, Malfoy apenas ficou olhando para a cara de Kyo, com cara de bobo, não muito diferente de Kyo. A maioria das pessoas que assistiam o duelo começou a rir de Kyo, que se sentiu o pior idiota do mundo, até que Malfoy também riu:

–Putz, esperava mais do que um feitiço falhado de você, Hunter! –zombou Malfoy. –Vamos dar um fim nisso!

Malfoy começou a reerguer sua varinha quando Carla gritou:

–Willian abaixa!

Não deu tempo, no momento em que Malfoy se virou para falar com sua irmã ele foi arremessado vários metro para trás e sua varinha saiu voando de sua mão, indo parar certeira na mão de Kyo, que não entendeu nada. Todas as pessoas que riam de Kyo pararam instantaneamente, principalmente os da Sonserina.

Dumbleodore se ergueu e rumou na direção de Kyo, com um largo sorriso. Kyo viu Carla tentar acordar Malfoy, que, assim como ele, tinha um filete de sangue escorrendo pela testa.

–Parabéns, Sr. Hunter! –exclamou Dumbleodore, sorridente. –Você provou ser um excelente duelista!

Kyo olhou para Dumbleodore.

–Como recompensa pela sua vitória eu lhe concedo vinte pontos para a Grifinória! –exclamou Dumbleodore.

–Obrigado... –disse Kyo, de repente sentiu como se sua energia tivesse sido completamente drenada e caiu desmaiado.

Pela segunda vez em uma semana fora parar inconsciente na ala hospitalar.

Quando Kyo acordou já eram cerca de nove horas, Uandalini, Tiago e Sarah estavam ao seu lado.

–Puta, ele deve estar mal! –exclamou Tiago. –Madame Pomfrey disse que ele acordaria antes das oito!

–Acho que é só cansaço. –comentou Sarah, sem tirar os olhos do livro que lia.

–Espero. –resmungou Uandalini.

–Não, ele tá só o pó! –insistiu Tiago. –Olha só pra cara dele!

–Não tanto quanto você! –disse Kyo, surpreendendo a todos!

–Kyo! Cê tá legal? –perguntou Tiago, apreensivo.

–Acho que bateram minha cabeça num liquidificador! –disse Kyo.

–Num liquidifica-o-quê? –perguntou Tiago.

–É aparelho trouxa, Ti, deixa pra lá, tá? –explicou Sarah.

–Ahn...

–Como você tá, Kyo? –perguntou Sarah, tão apreensiva quanto o amigo. –Nada quebrado?

–Só meus ossos, nada de importante! –Kyo mal agüentava a dor de cabeça.

–Como você aprendeu a usar o Expelliarmus? –perguntou Tiago. –Eu lembro que quando você tentou da outra vez não funcionou!

–Tecnicamente desta vez também não funcionou! –corrigiu Sarah.

–Não desanima o cara! –exclamou Tiago. –Só saiu com um pouco de efeito retardado!

–Tá certo, um pouco de efeito retardado! –concordou Sarah.

–Mas como você usou? –insistiu Tiago.

–Eu não sei, achei que devia arriscar! –explicou Kyo.

–E arriscou bem... –começou Tiago, quando Madame Pomfrey apareceu para enxota-los.

–Vamos! Todos para sua sala comunal! –disse ela, com severidade.

–É bom vocês irem, ela é imbatível! –aconselhou Kyo.

–Isso mesmo Sr. Hunter! Me ajude! –disse ela, orgulhosa.

–Ah, Madame Pomfrey, a Uanda pode ficar mais um pouco? –perguntou Kyo.

–Sim, Sr. Hunter, pode, mas não se demore, ouviu Srta. Longbotton? –disse ela severamente.

Sarah e Tiago riram, olhando um para o outro.

–Cuidado, ouviu Kyo? –zombou Sarah.

–É isso ai, olha essa sua boca! –brincou Tiago.

–Tá, tá bom! –disse Kyo.

Os dois foram embora, Uandalini se sentou na poltrona ao lado dele, olhando para os biombos que rodeavam o leito.

–Fique sabendo que eu não sou a Ananda e não vou deixar você me beijar! –disse ela, quando reparou que Kyo estava olhando para ela.

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