A Carta



Harry acordou com o barulho de sua tia jogando seu café da manhã pela portinhola. Conseguira dormir uma noite inteira! Não sabia se era porque depois da carta que enviara a Dumbledore, estava mais tranqüilo, pois sabia que iriam busca-lo logo ou se era porque estava cansado demais. Entre as duas hipóteses, ficara com a segunda. Pois estava realmente muito cansado.

- Seu desjejum!

Ele levantou rapidamente e apanhou a comida. Comeu com uma fome que há muito tempo não sentia. Nem era muito, mas as bolachas e o suco serviram pra disfarçar o estomago. Logo, logo, ele estaria na sede da Ordem da Fênix e assim comeria comida de verdade. E sentiu saudades da deliciosa comida que a mãe de seu melhor amigo fazia.

Quando tomou a ultima gota do suco, resolveu que se eles iriam busca-lo logo, era melhor estar apresentável para esse dia. Assim, abriu o malão e apanhou uma velha veste de bruxos que ganhara de alguma fã anônima no inicio dessas férias. Era um conjunto de calça, blusa e capa verde escuro. Nas pontas da capa, havia um bordado preto. Ele vestiu a calça e a blusa, deixando a capa de lado.

Passados dez minutos sua blusa estava molhada de suor. Resolveu vestir outra coisa, uma menos quente. Apanhou uma bermuda que fora de Duda e vestiu, juntamente com uma camiseta.

O único bom de ser mantido preso dentro do quarto e Harry desconfiava da causa disso (a conversinha que seus tios tiveram com alguns amigos de Harry, alguns dias atrás, na estação King’s Cross), era não ter que ver Duda e nem encarar os olhos desconfiados de seus tios.

Tec Tec

Um barulho na janela chamou sua atenção. Na janela estava uma bela coruja preta, muito parecida com sua própria, de olhos cor de âmbar, que o fitava. Adiantou-se para ela, achando que era uma resposta de Dumbledore. Pegou a carta e a coruja permaneceu na janela, como se esperasse alguma coisa. Harry olhou pra ela e logo depois abriu o envelope da carta. Assim que o fez a coruja alçou vôo. Ela tinha ficado esperando que Harry abrisse a carta.


Nenhuma época é apenas boa ou apenas ruim. O bem e o mal perpassam toda a historia da humanidade como dois fios de uma mesma meada. E freqüentemente se entrelaçam uns no outro.


Mais essa agora! Harry leu e releu a carta cinco vezes, antes de ter certeza de que era isso. Olhou o envelope, não tendo esperança de ver quem mandara e não achou nada. Leu novamente, como se para ter certeza de que era isso mesmo. A cada dia que passa sua vida fica mais e mais confusa, Harry Potter! Pensou.

Nada podia fazer quanto a isso. Deitou na cama e resolveu que a melhor coisa era esperar.





Já fazia dois dias desde que recebera a carta estranha. Depois disso nada de anormal acontecera. Tinha acabado de receber uma carta de Dumbledore, dizendo que estava indo busca-lo assim que o sol fosse descansar e o brilho da lua surgisse para iluminar a escuridão da noite. Ele ficara satisfeito, embora um pouco resignado pela demora.

Depois de guardar todas as suas coisas no malão, Harry pôs a espiar o dia pela janela. Estava preocupado com Edwiges. Muito preocupado. De sua face surgiu uma lágrima morna. Haveria acontecido algo a ela? E como se para responder a sua pergunta, a coruja despontou no céu, que se tornava escuro assustadoramente rápido. Só a imagem de sua coruja já fazia seu coração dar um pulo forte. Ela estava de volta! E teve vontade de gritar. Pulou de alegria. Chorou. E acariciou as penas da coruja cheio de amor, como nunca antes tinha feito.

- Onde esteve, Edwiges?

E encarou seus olhos, esperando por uma resposta. Nada. A coruja piou, baixinho, e bicou, docilmente, seus dedos.

- Nunca mais faça isso! Fiquei realmente preocupado...

E como se consentisse, a coruja piscou os olhos. Harry a colocou na gaiola, e ela começou a beber a água desesperadamente. Se estava com tanta sede, devia estar com fome também. Mas não havia nada pra comer ali. O próprio Harry estava morto de fome e ele sabia que se dependesse da sua tia, ele iria morrer de fome.

- Não tenho comida aqui, mas logo nos estaremos na sede e você vai poder comer.

A coruja piou baixinho.

Harry se sentou na cama. A noite já chegara. Havia poucas estrelas. O vento soprava baixo e frio. Ele ouviu um barulho vindo do andar de baixo. Levantou-se. Avançou até a porta e esticou a mão para abri-la. Estava trancada. Tentou de novo. Trancada. Voltou pra cama. Não precisava se preocupar, logo estariam ali para leva-lo.

Já se passara meia hora desde o ultimo barulho vindo lá de baixo. Harry já estava começando a se preocupar. Nada de Duda gritando, fazendo pirraça, rindo ou dos gritos de Tia Petúnia (Tio Valter estava trabalhando).

Resolveu que era melhor ir ver o que tinha acontecido. Hesitou a mão até a maçaneta. Fechada. Um toque-toque conhecido ecoou. Harry afastou-se da porta. toque-toque.A porta abriu.

Um rosto cheio de cicatrizes, com olhos desiguais, um pequeno e castanho e o outro grande e azul, entrou no quarto. Harry se afastou um pouco.
-

Potter. Pegue suas coisas e vamos.
-

Moody? Olho-tonto?

O homem encarou Harry uns instantes e logo depois desviou o olhar para a porta. Uma mulher, que parecia ter cerca de 30 anos, com cabelos longos e ruivos, pele branca, sardas que pipocavam em seu rosto rosa e olhos de um azul profundo, estava parada a porta.

A mulher adiantou-se até o garoto. E, ao ver a confusão do olhar de Harry, Tonks resolveu se divertir um pouco.

- Olá, Sr. Potter. Como você está?
-

Bem... – Respondeu o garoto, ainda olhando aquela figura bela e estranha.
Tonks deu uma gargalhada e se virou pra Moody.
-

Temos de ir, Olho-tonto. Desça e avise os outros que Harry está bem. -

Harry, ao ouvir o tom informal que a mulher falou, a reconheceu instantaneamente.

- Tonks?! Puxa...Você ta estranha.

- Quem você pensou que fosse? Dãããã!

Harry girou os olhos. Era difícil reconhecer uma metamorfomaga e ela parecia não saber disso.

Com um aceno de varinha, Tonks, da mesma forma que fizera no ano anterior, fez as malas de Harry levitarem junto com a gaiola de Edwiges. O garoto se apressou a pegar sua Firebolt.

Harry pode se ver livre daquele quarto que estivera fechado a semana toda (ele podia sair duas vezes por dia, pra ir ao banheiro). Olhou para trás, para porta que acabara de passar e com um sorriso, implorou silenciosamente que não tivesse que voltar para lá nunca mais.

- Harry? Anda, garoto! – Exclamou Tonks que observava Harry. Ele tinha parado a alguns passos depois da porta e olhava petrificado para ela. O que estaria pensando?
< - p>Harry?

- anh...Oi? Desculpe. Vamos.

Eles desceram as escadas e chegaram no corredor. Uns 15 bruxos os esperavam lá. Viu de longe Quim, Hestia e Diggory. Com um aceno de cabeça comprimentou os três de uma vez. Olhando ao lado, pode ver Fleur Delacour. A bruxa vestia um vestido preto, bem discreto, e seus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo.

-Olá, Harry! Tudo ben?

-Tudo!

Harry pode notar a melhora no seu inglês. Então, essas aulas não era só...divertimento. Pensou.

A garota continuava com o mesmo sorriso de antes, a mesma expressão. Harry foi surpreendido por ela, quando ela lhe deu uma piscadela irônica. O garoto não entendeu, mas retribuiu.

-Todos juntos aqui, por favor. Nos vamos por Het Ctjob.

-Que? – perguntou Harry.

-É um novo meio de tele-transportar. É bem parecido com portal, mas você pode usar este a qualquer momento, é só apertar o lugar certo.

Harry observou um bruxo moreno, de uns vinte anos, cabelos e olhos castanhos, pegar um colar roxo, cheio de flores vermelhas e com um pingente cristalino no meio, e logo depois falar:

- É melhor a Srta. Delacour e o Sr. Dervigeans, irem na frente, aparatando. Logo depois eu, Moody, Jordan, Diggory e a Srta. Tonks vamos com o Harry. O resto aparata.

- Certo! — Exclamou Fleur, com um ligeiro toque de entusiasmo na voz. Um estampido, e ela e um bruxo novo que estava à direita de Harry sumiram.

- Agora, venha cá Potter.

Harry deu alguns passos e parou em frente ao bruxo que segurava o colar. Ele não era muito mais alto que Harry.

- Você tem que entrar no circulo. Por nenhuma circunstancia se mova. Só quando chegarmos. Okay?

- Sim. Mas, que cír...? – A sua pergunta foi respondida sem ninguém proferir uma sequer palavra. O bruxo moreno a sua frente, tocou com a ponta da varinha o pingente cristalino daquele estranho colar e um círculo vermelho de dois metros se projetou ali no chão. Uma luz azul engolfou toda a sala e uma espécie de cápsula os engoliu. Todos entraram no círculo e o resto aparatou na mesma hora.

Harry estava com os cabelos e vestes sendo jogados para todos os lados, por causa do vento que aquilo produzia. Aquela era uma sensação boa, e, ao mesmo tempo, estranha. Parecia que aquilo exalava um incrível poder, pois, Harry não sabia como, sentia.

De repente a cápsula se fechou e eles sumiram da casa dos tios de Harry. Estava tudo escuro.




***


Estava tudo escuro, eu não conseguia ver nada. Não conseguia me mover, estava nas trevas. Tirem-me daqui! TIREM-ME DAQUI...






Nota da autora: Apesar de pequeno...Acho que não ficou tão mal assim. Pelo amor de Merlim, comentem!!! Sou movida a comentários e esse capítulo só saiu porque já estava pronto. Preciso urgentemente que comentem. Não vai mata-los, vai???

Se der, deixem ai nome de fan-fics que vocês gostam. To atrás de algumas pra ler...bjão!

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