Eu sempre estarei lá por ele



4 meses depois da batalha final. E cá estou eu, na plataforma 9 ½, pela sétima vez Estou aqui, esperando alguém.
Quem eu sou? Hermione Granger. O que estou fazendo aqui? Esperando o Expresso de Hogwarts que vai me levar para... Hogwarts, é óbvio.
Como eu estou? Bem, obrigada. Para ser mais precisa, maravilhosamente bem, como eu não estaria? Vocês não sabem como é ótimo não ter o maior bruxo das trevas, cujo principal objetivo era matar o meu melhor amigo (e eu te tabela), aqui nesse mundo.
E pra ficar melhor ainda, se é que isso é possível, eu tenho um namorado, o melhor de todos, o Ron. Depois de 7 anos a gente resolveu ficar junto, já não era sem tempo, não é?
Ah, tem também o Harry, o meu melhor amigo, aquele garoto que o Voldemort, o maior bruxo das trevas queria matar. Sabe, o Harry, a gente se entende tão bem, apesar dele ter uma pequena mania de perseguição, já que tudo o que acontecia com ele, ele achava que era o Voldemort, e que queriam matar ele, se bem que na maioria das vezes era o Voldemort, e queriam matar ele mesmo, mas tirando isso, ou melhor, mesmo assim, eu sinceramente não conseguiria imaginar minha vida sem ele, ele é a melhor pessoa que já conheci, e eu fico super feliz de saber que agora ele está feliz, sem o maníaco que quer matá-lo presente no mundo e namorando a Gina. A Gina, minha melhor amiga, se bem que é a única, já que os outros são Harry e Ron, se bem que o Ron não é mais meu amigo já há 4 meses.

Senti uma mão atrás de mim, segurando a minha cintura, só podia ser ele, aquele que consegue tirar minha concentração, que consegue me arrancar dos meus pensamentos mais profundos. – Oi Ron. – Disse baixinho, enquanto encostava nele.
- Mione. – Ele me virou devagar, de forma que eu ficasse de frente para ele, ainda com as mãos na minha cintura. – Tava com saudades. – ele passou uma mão em meu cabelo.
-Ron, a gente se viu semana passada. – Eu ri.
-É, mais um dia e eu não agüentava. – Ele fez uma cara como que se sua vida dependesse do fato de me ver.
-Ah, sei, concerteza. – Eu ri encabulada, ele tinha o poder de em deixar envergonhada.
-Mione, isso são é... quantas horas isso são?
-168. – eu falei automaticamente.
-Isso, eu sabia, só queria ver se você sabia também. – Ele riu sem graça.
-Claro, eu não duvido disso. – Ri.
-E porque que a gente tanto conversa ehm? – Ele perguntou, já segurando em minha nuca para me beijar.
-Gente! – Era Gina, interrompendo nas melhores horas. Ela vinha com um carrinho cheio de bagagem. – Ron, eu te disse para trazer sua bagagem, eu nem devia ter trazido a sua. Isso pesa, sabia?
Agora que eu tinha reparado, Ron estava de mãos vazias.
-Ah, e você escolheu justo a hora que eu ia beijar minha namorada para brigar comigo? – Ele passou um braço pelo meu ombro e nós nos viramos de frente para ela.
-Brigar não tem hora marcada. – Ela retrucou. – Ah, oi Hermione! – A ruiva abriu um largo sorriso.
-Oi Gina! E o Harry?
-Não sei, nem marquei horário com ele, daqui a pouco ele deve chegar. Faz tempo que a gente não se fala. – Ela ficou mais séria ao falar isso.
Eu percebi que ele não deviam estar tão bem, e que Gina precisa falar, e quem melhor que eu?
-Ron, faz um favor pra mim? – Pedi com um sorriso que sabia que ele não ia negar. – Vai lá fora, esperar o Harry?
-Tá. Mas eu quero um beijo. – Ele me virou de frente para ele. Eu fiquei vermelha, não sei porque sempre fico vermelha quando ele me pede um beijo, mas dei, dei um beijo rápido nele, não quero ficar o beijando na frente de todo mundo. Esperei Ron passar pela passagem e me virei para Gina.
-Então. O que ta havendo?
Ela olhou para suas mãos, depois para o chão, depois para suas mãos de novo.
-Ah, eu não sei, sabe Mione?
-Não, eu também não sei, se soubesse não estaria te perguntando. – Soltei rápido, mas ela me olhou de um jeito como se não fosse mais me contar nada. – Oh, desculpa, é muita convivência com Ron, sabe? Mas continua. O que ele te fez?- Ela Ainda estava olhando para suas mãos.
-Ele? Nada. Por isso é tão estranho sabe. É que, eu não sei, você sabe que esse é o meu relacionamento mais longo...O caso é que ele está atrás de mim o tempo todo, Você-sabe-quem foi embora e eu virei sua única preocupação, quero dizer, que bom que Você-sabe-quem foi embora, o que estou tentando dizer é que eu gosto de expressar meus sentimentos, mas não 24 horas por dia, sei que ele tem um vazio e quer preencher, mas eu não posso preencher todos os seus vazios. Entende? – Pela primeira vez nesses últimos minutos ela olhou nos meus olhos.
-Acho que entendo sim. Você não é perfeita e não vai preencher todos os seus vazios, é bem compreensível o que você está sentindo. Mas o que você está fazendo a respeito disso?
-Eu estou meio que dando uns “perdidos’” nele sabe? Eu estou me afastando, mas eu não queria ter que fazer isso. – Ela me encarou de novo.
-Sabe Gina. O Harry é a melhor pessoa do mundo, mas é uma pessoa um tanto quanto complicada, ele tem toda a razão de ser um pouco complicado, afinal ele passou por um bocado de coisas. O que quero dizer é que acho que você tem que falar isso pra ele. Que você quer espaço.
-Mas como eu falo isso pra ele? Ele não vai entender. Hermione, milhões de garotas morreriam por ele, não quero perdê-lo, sabe? Ele é um herói. Como se fala isso para Harry Potter? – Ela parecia esgotada. – Eu peguei em seu ombro.
- Primeiro, ele não quer ser o Harry Potter, ele é o Harry, e é assim que ele quer que você o veja.
E Gina, se ele gosta de você, você só vai perdê-lo se quiser.
Ela ia argumentar, mas Ron chegou junto com Harry. Gina deu um beijo no rosto de Harry e saiu dizendo que ia falar com Luna. É, realmente, ela estava afastada dele.
- Oi Mione! – Harry tentou abrir um sorriso.
-Ah, oi Harry! – Respondi e fui lhe dar um abraço. – Como você está? – Eu ficava tão feliz só em ver esse garoto, nossa amizade é algo inexplicável.
-Eu estou bem. E você? - A gente se soltou do abraço. – Ah, Eu vou bem também.
-Uhhm Uhmm. – Ron fez um som que queria imitar um tosse, mas que de tosse não tinha nada. Nós dois olhamos para ele. – Todos estão bem, e eu estou aqui segurando as bagagens do Harry.
-Desculpa Ron. – Harry pegou suas bagagens e colocou no chão. Ron mais do que depressa foi até mim e me deu um beijo, um beijo muito bom e muito comprido, aquele que eu amava, mas que não gostava nem um pouco que fosse dado na frente dos outros. Logo que ele me soltou, eu pude olhar para ele e fazer uma cara de “o que você pensa que está fazendo?”.
- Ron, o que eu te disse sobre isso. – O olhei nos olhos, ele me olhou como quando acabara de fazer alguma coisa que sua mãe não gostava que fizesse.
-Eu prometo que não faço de novo.
-Tá, é bom mesmo que não faça, não na frente dos outros. – Eu me virei para Harry.
-Por mim, sem problemas. – Harry disse enquanto levantava as mãos.
-Viu Mione, não tem problema por ele. – Ron foi me abraçando de novo.
-Mas pra mim, tem. – Agora a cara dele estava igual quando a senhora Weasley acabara de colocá-lo de castigo, percebi que exagerei, mas era fácil arrumar isso. – Ta, não precisa ficar assim também, vem cá. – Eu lhe dei um abraço e um beijo rápido. – Depois disso ele abriu um grande sorriso, como era fácil fazer ele sorrir.
O trem de Hogwarts apitou, eu e Ron fomos na frente, enquanto Harry foi atrás da Gina, para que ela o acompanhasse no trem.
Ron e eu achamos uma cabine bem lá no fundo do trem. Estava vazia, e logo que entramos Ron começou a fazer aquilo que eu só o deixava fazer quando estávamos sozinhos, começou a me beijar, um beijo mias profundo que o outro, depois de mais ou menos três minutos ouvimos a porta da cabine abrir, nos separamos imediatamente e desamassamos nossas roupas, era Harry, ele estava sozinho, somente ele e seu malão.
- Harry! A Gina já está vindo? – Perguntei, fingindo que ele não viu o agarramento entre eu e Ron. Ele foi se sentando de frente para nós – Ela preferiu ficar com a Luna e as outras amigas dela. – Ele não parecia uma pessoa muito feliz enquanto dizia isso.
-Ah cara, não esquenta, deve ser aquela semana que todas as garotas tem. A Mione fica toda brava quando tá naquela semana. Se bem que tiveram uns anos que parecia que ela ficava uns seis meses naquela semana. – Ele riu.
-Ronald! Eu não fico brava e eu não fiquei seis meses brava, tá? – Eu tentei falar o mais sério possível. Só aquele garoto conseguia dizer umas coisas dessas. Ele tinha o poder de fazer mesmo a pessoa mais infeliz do mundo sorrir por um momento que fosse, essa era uma das razões por eu gostar dele.
-Ah Mione, agora ele tá certo. Quando ele namorava a Lilá você não podia ouvir o nome Ron que tinha um ataque de nervosismo. – Harry riu também. Eu também ri.
-Mas é claro, eu não queria ele namorando outra pessoa que não fosse eu, muito menos ele ficar se agarrado com ela quando eu passava na frente deles. – Eu fiquei subitamente vermelha, eu nunca tinha falado dos meus ciúmes assim. Ron me abraçou.
-Que bonitinha. Mas eu só fazia aquilo porque pensava que você não gostasse de mim. Mas vamos parar de falar da Lilá, porque eu agora só sei falar em você. – Ele deu o sorriso mais lindo.
-Ron, você é brega, mas eu te adoro mesmo assim tá? – Sorri, segurei em seu queixo e lhe dei um selinho.
A gente passou um bom tempo conversando, na verdade Ron e eu passamos um bom tempo conversando, já que Harry praticamente não se manifestava, seus olhos pareciam tristes.
- Ron, faz um grande favor pra mim? Eu to com vontade de comer um sapo de chocolate, mas acho que a vendedora está lá no começo do trem ainda. Você pode ir lá comprar pra mim? – A verdade era que eu não queria sapo de chocolate nenhum, queria apenas ficar a sós com Harry para conversarmos sobre seu problema com Gina. Assim que Ron fechou a porta eu me virei para Harry.
-O que que ta acontecendo? – Perguntei de sopetão, ele olhou pra mim.
-Nada, nada ta acontecendo.
-Ah, claro. Harry, de verdade, você sabe que pode falar tudo pra mim. – Diante dessa frase ele pareceu se convencer, me olhou nos olhos e disse.
-É a Gina. – Eu fiz uma cara de surpresa, como se eu não soubesse disso. – Ela ta diferente, parece que não quer mais nada comigo, não sei. – Ele ficou em silêncio, percebi que era minha vez de falar.
-Olha Harry, você sabe que ela também é minha amiga, e eu posso te falar com toda certeza que ela realmente gosta de você.
-Mas então porque ela está agindo assim? Ela não quer mais passar o tempo comigo, eu não entendo. – Ele pareceu começar a se desesperar.
-Harry, você tem que pensar que você é o namoro mais longo dela, e de longe o cara que ela mais gostou, deve estar sendo difícil pra ela, é tanta coisa nova, entende?
-E pra mim? Tem muito mais coisas novas. Sabe Mione, agora que Voldemort se foi achei que minha vida fosse ser perfeita, só que ela está longe disso.
-Nenhuma vida é perfeita, por mais que você seja o cara mais merecedor de ter uma vida perfeita. – Eu peguei em suas mãos, que estavam sobre suas pernas, ele apertou suas mãos nas minhas.
-Brigada Mione.
-Pelo o que?
-Por tentar me ajudar, você não sabe como é bom saber que você sempre estará lá por mim. –Ele sorriu, olhando em meus olhos.
-É, eu realmente estarei sempre lá por você, porque eu sei que você estará lá por mim também. – Sorri de volta. – Olha, se precisar falar com alguém, você já sabe, como você disse, vou estar lá, para te ouvir.
-Brigada mesmo. –Eu levantei e o abracei, ele me abraçou de volta. Era tão bom abraçá-lo, eu me sentia tão segura, como se nada pudesse me atingir, e era tão bom ser amiga dele. Agora eu tinha certeza, ele estava certo, eu sempre estarei lá por ele.

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