Beco Diagonal.



Os dois foram até um bar muito sujo. Emily prestava atenção em cada movimento de seu suposto professor. Um homem aproximou-se, mas Flitwick, o professor, disse, num tom calmo.

- Só vim levar a Srta. Brook para o Beco Diagonal, Tom –

Emily o seguiu a distância, desconfiada. Ele abriu uma porta e logo, no lugar em que estavam, não havia saída visível. Ele puxou a varinha e apontou os tijolos como se os contasse. Um buraco se abriu na parede. Um buraco que foi aumentando de tamanho até se tornar um grande arco. Havia uma rua atrás daquele arco.

Disfarçando bem seu espanto, Emily acompanhou o homem por toda parte na compra dos materiais escolares. Compraram livros, caldeirões, penas, pergaminhos, tinteiros e muitas outras coisas. Deixaram para o final a compra da varinha.

Emily entrou, junto ao professor Flitwick, numa loja onde havia escrito, com letras douradas: Olivaras: Artesão de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C.

- Bom dia – Cumprimentou um homem magro. E então se referiu a Emily.
- Vieram comprar uma varinha, suponho.

A garota confirmou com a cabeça. Ele tirou uma fita métrica longa, com números prateados do bolso e perguntou com que braço ela iria segurar a varinha.

- Esquerdo – Ela respondeu.

A estranha fita métrica começou a tirar medidas do braço esquerdo de Emily, mas ela não deu atenção.

- Aquelas estantes. É lá que estão as varinhas?

- Sim, é sim. – Respondeu o homem.

E logo, pegou uma delas e entregou a Emily.

- Veja essa. – Disse o Homem
- Teixo, pêlo de unicórnio, trinta e um centímetros, ligeiramente flexível. –

Emily pegou a varinha e soube que deveria ser aquela varinha. Sentia como se ela fosse parte de sua mão, então, sacudiu-a e um jato de água saiu pela ponta. Ela sorriu.

Ele pegou novamente a varinha, a guardou de volta na caixa e entregou-a novamente a Emily. O Professor Flitwick pagou a varinha e os dois se retiraram da loja.

Emily tomou, sozinha, um trem para voltar para sua cidade natal. As aulas só começariam no primeiro dia de setembro e ainda era vinte e sete de julho.

Entrou, alegre, no orfanato, tentando não fazer barulho, foi para o quarto, que dividia com outras cinco garotas. Deitou-se na cama e leu seus novos livros até adormecer.

Acordou no dia seguinte, sentindo-se muitíssimo bem. Nem mesmo o fato de ter acordado e perdido o café da manhã a desanimou. Passou o dia todo limpando e organizando o orfanato, sonhando acordada com Hogwarts, imaginando como seria morar lá, nem viu o tempo passar.

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