O Beijo e o Queijo
Harry chegou atrasado para o treino, e na beira do campo reparou que Olívio não estava presente.
- Mas heim... cadê o Olívio? – perguntou para Rony, que descia do ar.
- Chamado urgente de negócios, sabe-se lá o que ele quer. Mas deixou os treinos a meu encargo. – respondeu com voz de capitão.
- hum... – gemeu Harry – que coisa...
Harry abaixou a cabeça e pensou na noite anterior. E agora, o que faria sem Olívio por perto? Continuar com Cho Chang podia ser arriscado. Sentiu uma porrada na cabeça. Olhou e viu Mione, sorrindo com a mochila e o uniforme da sonserina.
- Você sabe o que é isso? – falou. Harry olhou sua mão. Era o pomo. O pomo?! Mione ria – Imbecil! A última pessoa que teve a estupidez de fazer isso foi Malfoy. E ele perdeu o campeonato por conta disso. Não seria legal. Seria?...
Harry olhou Hermione assustado. Assustado demais, com medo de que ela estivesse sabendo do que aconteceu na noite passada. Mas não tinha como, Mione não tinha como ler pensamentos ou qualquer outra coisa. Mas estava apavorado com a hipótese. Parecia uma traição. O porquê ele não sabia. Gelou quando Mione continuou a olha-lo.
- Que... que foi? – gaguejou Harry.
- Você não vai treinar, pateta? – perguntou naturalmente- vai ficar aí plantado?
- Ah... não... vou subir já já. Você não tem aula?
- Agora não – respondeu, em seguida olhou Rony, rindo – Ei, faça um treino decente, moleque! Ou vocês serão massacrados por nós na final!
Rony fechou a cara pra Mione.
- Se você veio aqui espionar nosso treino, não é bem vinha. Mesmo sendo você, Mione.
- Relaxa, Rony- falou, jogando a mochila perto de umas pedras ao lado de uma árvore no campo em que estava sendo o treino. Em seguida se sentou. – a única coisa que sei de quadribol é: “pegue aquela bolinha dourada”. Mais nada.
Harry riu e subiu no ar. Ao chegar lá em cima lembrou do que Cho falou sobre torcer. Pra quem ele deveria torcer? Sentiria-se culpado torcendo por Hermione. Mas se sentiria mais ainda se torcesse por Cho. Será que ela abriria mão mesmo da ‘torcida’ dele pela amiga?
Pouco tempo depois Mione já não olhava o treino, escrevia sem parar num caderno. Rony achava que ela anotava as táticas, Harry tinha certeza que era uma tarefa.
Harry reparou na mão direita de Hermione, na volta para o castelo, a mão que segurava uma parte dos livros.
- Ué... tirou aquele curativo, Mione?
- Ah, tirei – falou, olhando a mão direita. – nem ficou marca...
De fato, no dia anterior ela finalmente havia tirado as bandanas da mão direita, que escondiam a cicatriz em forma de raio desde a confusão na praça. Mas ao contrário da de Harry, aquela desapareceu sem problemas. Só demorou um pouco porque ainda era de uma maldição imperdoável.
- Bem, falta pouco pro almoço – falou Mione, olhando o relógio- hum... uma hora... dá tempo de ficar um pouco à toa. Acho que vou pra biblioteca.
- Ficar à toa? – murmurou Rony. – indo na biblioteca? Por favor, nem quando eu tenho trabalho pra fazer eu piso lá... Hum... vou tomar banho – ponderou, indo em direção às escadas da escola.- e coçar o saco até lá.
Mione balançou a cabeça enquanto Harry pousava os olhos em Cho, distraída. No alto da escada, debruçada na beira, “olhando o além.”
Ele esperou os amigos se separarem e sumirem de vista. Chegou silencioso atrás de Cho e levemente a cutucou com o dedinho. Quando ela se virou ele rapidamente lhe deu em estalado beijo.
- Oi.
- Você tá louco? – murmurou Cho, olhando os lados assustadíssima. – e se alguém...
- Olívio foi viajar – falou Harry sem se importar – você já sabia?
- Ah, não. Não sabia. Hoje de manhãzinha ele correu pra me avisar, foi meio às pressas...
- Você parece triste com isso...
- Claro que estou... mas também estou confusa com tudo. Deixa, passa.
- Pode ficar calma – falou, passando os braços pela cintura de Cho e a puxando para lhe dar um beijo na testa.
- Sinto um frio na barriga ao pensar no que poderia acontecer se...
- Hum... você conhece a história de Romeu e Julieta? – perguntou Harry. Cho não sabia, obvio, uma historia famosa no mundo trouxa, uma bruxa não saberia mesmo. - É uma história de amor triste e muito famosa entre os toruxas. Romeu e Julieta se apaixonaram perdidamente um pelo outro, mas suas famílias eram inimigas. Eram duas famílias nobres e grandes, e volta e meia um ameaçava o outro de morte. Mesmo assim os dois viveram esse amor impossível. Só que suas famílas descobriram o amor escondido...
Cho ergueu as sobrancelhas.
- E os dois se mudaram pra longe.
Harry terminou e Cho o olhou meio desconfiada:
- Tem certeza de que a história é assim?...
- Bom... – resmungou Harry, sem graça – você entendeu o que quer dizer. Isso é o que importa. Né não?
Ela ainda riu da cara dele. O corredor estava vazio. Nem mesmo um fantasma.
- Você não vai se trocar para o almoço não?
- Vou, mas isso eu faço depois. A partir de ontem meus segundos livres valem ouro.
E lhe deu um beijo. E mais um, e mais um, até que se esqueceu que alguém podia aparecer... e foi Cho que o empurrou levemente com a mão no peito:
- Seu louco, alguém pode nos ver.
- Já vi Lockhart usando um feitiço da memória – disse Harry, cínico – não deve ser muito difícil...
- Ordinário...
Harry voltou a encostar o nariz dele no de Cho quando o maior medo dos dois foi concretizado. Alguém veio do corredor próximo. Era Leah. Imediatamente os dois gelaram e arregalaram os olhos sem dizer um “a”. Leah parou, olhou Harry, olhou Cho, e desconfiou que alguma coisa estava errada. A essa altura Harry já suava frio. Então ela olhou dos lados e esticou os braços, fechando os olhos e tateando o ar:
- Oh, por favor, começou a murmurar, às cegas – ajudem essa pobre moça cega a achar o seu caminho de volta à...
Cho ficou meio surpresa com a reação da professora, mas Harry riu mais relaxado.
- Ah, Leah... – gaguejou, sem graça e corando - nós só estamos... estamos...
- Quem está? –perguntou Leah, com cara de tonta, olhando os lados. – não vejo ninguém aqui. Oh... como o Olho-Tonto faz falta nessa joça...
Harry ficou aliviado ao escutar aquilo, e bastante surpreso também. Se fosse Snape ou outro professor, eles estariam ferrados. Ela então passou calmamente pelos dois, mas, ao passar por Harry, inclinou a cabeça:
- Eu e Tiago fomos espertos o bastante para nunca usarmos a capa da invisibilidade quando... quando... bem,você já é grande o suficiente pra saber do que estou falando. – resmungou, balançando as mãos. - Por favor, não seja pego. Seu pai sentiria muita vergonha se o seu filho desse uma bobeira dessas. Se cuide, moleque.
E sumiu de vista. Harry ficou sem dizer nada. Cho ainda resmungou alguma cosia do tipo ‘não ir muito com a cara dela’. Mas Harry estava pensando no que a professora havia lhe dito.
As aulas do dia transcorreram normalmente. No almoço Rony comentou ao encontrar Mione que ela estava muito folgada. No dia seguinte Sonserina enfrentaria Lufa Lufa e ele teve de lembrar a amiga que ela era a apanhadora da casa e que seria natural haver um treino antes do jogo. Quando Gina deixou os amigos na mesa e foi para fora do salão passou por um grupo de sonserinos do sexto ano, e alguns deles tinha a peculiaridade de usar cabelo colorido, como uma convenção de metamorfomagos. Ela esticou o olhar pelos animados garotos e parou num dos mais altos, e provavelmente mais velhos, com dois brincos de argola prata na orelha, olhos verde escuro e um cabelo azul arrepiado, como um porco-espinho. Ela, sem se importar em entrar no meio dos sonserinos, se aproximou:
- Not?
O “azulzinho” olhou e desmanchou o sorriso aberto pras garotas, assim como os companheiros.
- Você é o Not, não? Artilheiro da Sonserina...
A imediata expressão de incômodo foi entendida como um ‘sim’. Gina não deixou de sorrir, mesmo sabendo que podia levar um feitiço na nuca.
- Eu sou... Virgin... Gina. Gina Wealsey, a artilheria da Grifinória.
- Hum... – resmungou Not, erguendo a sombrancelha, num claro gesto de nojo.
- Bom... – continuou – sabe, eu andei assistindo seus jogos... e, bem, você joga muito!
- Ahm... – Not olhou dos lados, e murmurou – tá.
- Gostaria de poder jogar com você de novo. – disse, cruzando os braços. Not parecia muito incomodado com a presença da menina.
- É... lógico que jogaremos. Vamos pra final, já é muito óbvio. Vamos massacrar vocês e fazer com que se arrependam de... ter entrado em campo.
Os amigos de Not deram risadinhas, mas Gina parecia adorar a situação:
- Bom... eu realmente espero que seja um bom jogo. Se vocês sobreviverem até lá. – antes que algum sonserino empurrace Gina pela provocação ela completou, feliz – Mas com a Hermione e você em campo, a Corvinal não é nada. Vou aguardar você.
- Hum... – Not respirou fundo, meio aliviado, passou a mão no cabelo arrepiado para trás e sorriu superiro, olhando-a ‘de cima’ - tá bom... gata. Pode ser que sim... pode ser que não.
Not saiu sem olhar pra trás. Os amiguinhos dele passarm por Gina fazendo gestos e macaquices, claramente irritando-a. Mas ela só tinha olhos pras costas do artilheiro. Gina sentiu que ele tinha alguma coisa de “não tão sonserino”. E ela ainda ia descobrir o que era.
Hermione, é claro, chegou atrasada ao treino, deixando Draco muito mal humorado, mas Krum achou graça ao vê-la correndo tentando segurar os quatro livros de matérias que precisava estudar e colocar o sobretudo do uniforme de quadribol ao mesmo tempo. No trajeto até o campo tropeçou, no mínimo, quatro vezes, perdendo um dos livros pelo caminho.
Draco estava visivelmente de mau humor e com sono.
- Rastejando pelos corredores nas madrugadas, Malfoy? – alfinetou Mione, parando no ar poucos metros ao seu lado.
- Estou fazendo nojento trabalho que pelos demônios você está livre de executar nesse ano. – murmurou bravo – se você ainda fosse monitora chefe não teriam aumentado nosso trabalho.
- Está vendo? – disse Mione, ainda zoando da cara dele – se você também fosse um nerd CDF saberia usar um Avada Kedavra e estaria na mesma folga que eu. Paciência agora. – e saiu rindo de Malfoy atrás do pomo.
Leah se jogou na poltrona da sala ao lado da do clube dos Duelos antes do jantar, no fim de mais uma exaustiva aula. Sirius estava encostado na mesa tirando as luvas, Lupin guardava as espadas enquanto Snape já havia saído da sala e não ficou para o “happy hour”, como sempre.
- Hum... Olívio Wood foi embora, Sirius? – perguntou Leah, jogada na poltrona, com as mãos na boca olhando fixamente a parede, como se a atravessasse distraidamente com o olhar. – hoje de manhã ele saiu às pressas...
- Acho que foi um chamado do Puddlemere, Leah – disse Sirius, olhando o teto, também distraído – deve ter sido alguma coisa de contrato com o clube dele... mas antes da Final ele volta, não perderia por nada a oportunidade de treinar seu ex-time pela ultima vez numa final...
- Tem razão...
- Ah, claro... – completou, rindo – ele não pode deixar a gracinha da Cho para trás. Ele faria questão de vir busca-la e leva-la de volta para a sede do clube dela.
- Hum? – resmungou, erguendo um pouco o corpo e o olhar para Sirius. – Ele ainda está com ela?
- Ué, claro. Olívio é apaixonado pela Cho, você não lembra do último campeonato que eles venceram e ele deu uma declaração de amor pra ela no meio do estádio lotado, com direito a feitiços de estrelas e flores?...
Leah não disse nada, voltou a olhar o chão e raciocinar.
- Mas... eu pensei que... eles não estivessem mais juntos...
- A troco de que? – perguntou Sirius, como se fosse uma declaração muito estúpida.
- Peraí... – voltou a dizer Leah, olhando Sirius – mas... Olívio não foi capitão, amigo de Harry na grifinória?
- Claro. Porque tantas perguntas?
- Na... nada não... - Leah então chegou à conclusão. E não ficou muito contente em saber da atitude e Harry. – Não... Harry não teria coragem de ter uma atitude dessas...
- Como? – perguntou Sirius, se aproximando – algum problema com Harry?
- Hum... não, Sirius... nada. É que... é estranho, o Olívio ser um grande amigo de Harry, e namorar a Cho Chang, que é uma paixão antiga de Harry...
- Normal da idade, Leah... – riu Sirius – vai passar. Tá cheio de gatinhas atrás de Harry Potter. – em seguida ele jogou as luvas em Lupin, e falou rindo – Ei, alguém aí já parou para se perguntar se Harry já reparou no piteuzinho que sua melhor amiga virou? Acho que ele é meio lerdo pra essas coisas.
- Azar o dele. – resmungou Lupin, também rindo, guardando as luvas de Sirius numa gaveta e trancando o armário com mágica. – Mas você como padrinho devia falar com ele e dizer para não perder tempo em Hogwarts e sair passando o rodo nas bonitinhas antes que ele se forme, como um bom e velho Potter. Senão... quantas você traçou no seu último ano, Sirius? Quinze? Isso mesmo? Me lembro direito, foram quinze? Foram... não foram dezessete porque Lílian estava com Tiago e Leah cortaria seu pescoço fora.
Sirius começou a rir, Leah balançou a cabeça e ameaçou ir embora se aquela palhaçada continuasse.
- Ué? – perguntou Sirius ao ver Leah saindo – vai sair só por causa da nossa piadinha?
- Não. – falou Leah calma, com as mãos nos bolsos. – Só esqueci que tenho ainda uns assuntos a tratar... com uma cliente.
- Ah ela vai treinar a Hermione, como eu treino a Gina. Hermione esteve treinando para o jogo de amanhã, por isso não veio. – falou Lupin. – Ela disse que amanhã vai falar com ela depois do jogo. Hoje talvez sejam os preparativos para a tortura. Hehehehe...
Sirius fez um “hum” como resposta.
Harry entrou tarde na sala da Grifinória, e deu de cara com todo mundo trabalhando a todo vapor em faixas e tintas verdes.
- Vai ajudar a gente? – perguntou Rony – Onde você esteve?
- Hum... – hesitou Harry – Passeando...
- Encontrou a Mione?
- Mione? Ah, não...
Harry olhou para trás na direção da porta da passagem da mulher gorda e falou calmamente:
- Ah, daqui a pouco ela vem aqui mandar a gente ir dormir porque é tarde e atrapalha o trabalho da monitora chefe da casa...
Todo mundo parou e olhou Harry. Ele se virou e não notou o que havia dito.
- Que foi? – perguntou.
- Você tem problema? – falou Rony - Harry, a Hermione não estuda mais aqui, besta. Ela é da Sonserina, esqueceu?
Harry ficou parado. Que idiota! Achar que a Mione ia entrar no salão comunal deles... ficar com a Cho estava deixando ele com a cabeça meio avoada.
- Bom... vou dormir... – falou, indo pro dormitório.
- Não esqueça do jogo de amanhã! – falou Rony – vamos torcer pra Mione, heim?
- Ah... sim...
- Só aquela menina pra fazer a Grifinória interia torcer pra Sonserina... – falou, olhando as faixas, suspirando com as mãos sujas de tinta na cintura.
Harry foi se deitar, ainda com uma sensação de que estava nas nuvens. Mas as nuvens sumiram quando seu sonho entrou em cena.
Ele estava novamente nos corredores escuros e gelados de hogwarts. Sua pele parecia um fantasma, ele tinha a consistência de um fantasma. Andou pelos corredores flutuando, era estranha a sensação. Pra variar, o lugar estava vazio e fantasmagórico.
De repente alguém o atravessou, correndo sem parar pelo corredor. Era Hermione.
- Mione?... – em seguida pôs-se a correr atrás dela. Ela usava uma roupa preta, corria sem parar, estava arranhada e suando, respirando ofegante, com uma espada nas mãos. Parecia estar fugindo de alguma coisa. – Tudo bem? Você me escuta??
Não escutava. Era como se ele estivesse numa penseira, dentro do diário de Riddle, era um mero espectador.
Hermione correu, até chegar num lugar que parecia uma capela ampla, sem saída. Parou ofegante no fundo dela e pôs as mãos nos joelhos para recuperar o fôlego. Harry se aproximou e percebeu que, em meio ao cansaço, ela tremia. Tremia de medo, e choramingava.
- Mione... – murmurou Harry, ele tocou os ombros dela para saber o que estava acontecendo.– Tudo bem?
Suas mãos se dissolveram como névoa e ele não a tocou. Ficou espantado quando escutou passos. Olhou para o fim do corredor, Mione também ergueu o olhar. Ele virou-se para a amiga, ela olhava o fim do corredor com um claro desespero. Reparou também que ela estava levemente mais velha. Não chegava a ser anos de diferença, só parecia um pouco mais madura. Também reparou que, apesar de visivelmente abatida, estava muito bonita à luz da lua. Os passos chegaram. Cinco pessoas encapuzadas, e Harry as conhecia muito bem.
- Encurralada, Granger. – murmurou um deles – chegou a sua hora, garota.
Antes que pudesse piscar, Harry viu os cinco avançarem em Mione. Ela, por sua vez, não recuou nem tentou fugir. Sacou a espada que carregava. E Fez a festa. No primeiro golpe, dado logo que desembainhou a espada – o battoujutsu- cortou o primeiro cara.
O segundo tentou atingi-la, mas ela girou o corpo e também o cortou. Ergueu a espada na hora em que o terceiro tentava lhe acertar a cabeça, e com uma das mãos mandou um feitiço na barriga dele, lançando-o longe. Os outros dois estavam parados, no mesmo lugar, sem terem tido tempo de tirar as espadas. Ela parou e os olhou. Eles deram um grito e ao mesmo tempo desferiram dois battoujutsu. Hermione não vez nada alem de avançar. Num rápido movimento que Harry só escutou “kaiten kembu”, Mione detonou os outros dois, numa magia que acertou os bruxos em 3 lugares.
Ela parou e continuou de pé, olhando o chão ofegante. O silêncio voltou ao lugar. Harry não tinha palavras que descreviam o que havia visto. Sem esforço nenhum Mione dera conta de cinco legítimos comensais da morte.
Mas também não teve tempo de dizer nada, Mione ergueu a cabeça na direção do corredor assusta e imediatamente um jato vermelho a atingiu em cheio, mandando ela tirar o reboco do fundo do lugar. E antes que Harry averiguasse a situação alguém e erguia pela cabeça, arrastando-a parede acima. Voldemort.
- Bah... que estrago você fez, menina... – murmurou, agarrando ela pela testa e a apertando contra a parede.
- Ghh.. tire essas mãos imundas de mim, seu... maracujá de gaveta. – gemeu Mione, cerrando os dentes.
- Hum... acha que pode alguma coisa, sua bobinha? Ninguém foi páreo para mim, nem Sirius, nem Dumbledore, nem Leah, nem Rony, nem Potter... nem você.
Harry sentiu as orelhas queimarem e avançou em Voldemort, mas os socos o atravessavam.
Voldemort pacientemente a segurava com a mão esquerda, e com a direita puxou da capa uma longa espada que Harry conhecia muito bem: a Espada dos Deuses. Ele pacientemente passou a ponta da lâmina sobre o rosto suado de Hermione.
- Está vendo? Esta é a Espada que vocês tanto lutaram para conseguir... agora comigo ela está, vocês nada irão fazer e o mundo será meu...
Harry tentava desesperado socar Voldemort, mas ele não sentia nada. Até que ele parou olhou já em desespero para Voldemort e Mione. O bruxo desceu a espada e olhou fundo os olhos de Hermione, sério.
- E, agora, garota, é a sua vez de morrer.
Harry prendeu a respiração. Voldemort ergueu a espada, pôs a sua lâmina a altura do pescoço de Hermione e zap – sem hesitar um minuto passou-a pelo pescoço dela, cortando como se fosse manteiga, tingindo uma boa parte do rosto de voldemort e de Harry do vermelho vivo de sangue.
A cena seguinte Harry não viu, porque deu um pulo da cama, acordado suado e ofegante. Olhou para os lados, seu corpo tremia como se estivesse com frio. Passou a mão pela testa.
- Ah, meu Deus... – murmurou, recuperando o fôlego. – de novo essa droga de pesadelo? Que diabos está acontecendo comigo?...
Nessa hora Harry sentiu alguma coisa peluda e de rabo em pé pular em sua cama ronronando e se esfregando nele. Era Bichento, que ainda se recusava em dormir com Hermione. Harry coçou a cabeça do bichinho.
- Ah, olá, Bichento... desculpe se te acordei... foi só um sonho ruim com sua dona...
Bichento se sentou e olhou para Harry, dando um miadinho.
Quando Harry acordou e olhou pela janela o campo de Quadribol já estava começando a ficar animado. Foi tomar café e não viu nenhum dos jogadores da Sonserina. Na saída perguntou informalmente para Cho se tinha noticias de Olívio. Ela respondeu que não tinha idéia, mas que talvez demorasse mais uma ou duas semanas para voltar. Ele, claro, achou ótimo.
Rony e Harry desviaram o caminho, correram pela volta do campo para encontrar Hermione. Na saída do vestiário da Sonserina, Crabble e Goyle os cercaram.
- A gente só quer ver a Mione, seu monte de músculos e cérebro atrofiado – resmungou Rony, tentando achar uma brecha.
- Ninguém entra aqui. – grunhiu Crabble. Vocês podem... espionar nossas táticas.
- Tátic... que táticas? – resmungou Rony – desde quando a Sonserina usa tática? Até parece que...
- Deixe eles entrarem, rapazes.
A voz veio da outra ponta do lugar, de Malfoy, que se aproximava calmamente e com o habitual ar de superior. Os “seguranças” se olharam.
- Eles não têm capacidade de assimilar nosso estilo de jogo. – debochou, levantando o nariz. – podem visitar sua... “amiguinha” Granger.
Rony daria um murro nele com o maior prazer, mas levando em conta a estranha atitude, era melhor não encostar nele - podia ser um doença contagiosa e fatal.
Harry sem olhar para os lados entrou no lugar. Os outros jogadores, mais novos, não se mostraram a fim de arranjar confusão ou expulsar os dois, apesar de estranharem. Por serem de anos anteriores e terem um mínimo de tolerância em relação à presença de Hermione eles pareciam dispostos e fazer a política da boa vizinhança. Mione veio de outra salinha ao fundo e se espantou ao ver os dois. Estava já de uniforme, mas sem o sobretudo, e colocava a “armadura” nos braços.
- Ué... o que vocês estão fazendo aqui? – perguntou.
- Viemos dizer “oi”. – sorriu Rony. Harry a olhou com uma pontinha de alívio ao vê-la bem, apesar de saber que tudo foi só um pesadelo.
- Ninguém quebrou as suas costelas ao tentarem entrar? – perguntou rindo – que estranho... isso é sério.
- Dois minutos para o jogo! – exclamou Malfoy aparecendo à porta do vestiário – Ponham as jaquetas, peguem as vassouras e vamos. – e olhou Mione, ignorando os outros dois. – Sem atrasos.
- Tá, tá. – falou, acenando com a mão para que ele fosse embora. Malfoy deu as costas e os outros jogadores saíram atrás. Mione virou-se para pegar a capa no banco e sair. – Bem, deixa eu ir. A gente se vê.
- Você vai ter uma boa surpresa quando sair. – falou Rony.
- Hum-Rum. – confirmou Harry – a gente espera que goste.
Hermione foi com eles até a porta, e antes de sair ficou olhando curiosa.
- O que é? – perguntou.
- Ah, surpresa. – riu Harry, lhe dando um beijo na bochecha em seguida – vai lá, e boa sorte.
- É, boa sorte. – Rony disse isso e esticou para lhe dar também um beijo, mas Hermione estava virada para Harry, e quando escutou Rony virou o rosto para olhá-lo. Então ele acabou lhe dando um selinho.
PLÁ! – Na mesma hora, involuntariamente, Mione virou uma porrada na cara do coitado do Rony, que levou a mão no rosto, gemendo de dor. Harry caiu na risada.
- AAI! Isso doeu! – gritou, olhando ela com a mão no lugar do tapa.
- Bem feito. – resmungou Mione.
- Por que você fez isso?!
- Porque você me beijou!
- E daí?! O Harry também te beijou!
- Ele não me beijou na boca.
- Mas... mas foi sem querer! Você virou a cara!
- Não interessa.
Rony continuou esfregando a mão no rosto e olhando dos lados atrás de um espelho gemendo “ai, cara... que merda... vai fiicar marca. Será que fraturei o maxilar?” Harry e Mione ficaram olhando o amigo, achando graça.
Malfoy gritou da entrada do corredor de acesso ao campo:
- Dá pra você vir ou hoje não tem apanhador pra Sonserina?
- Tô indo! – falou, dando as costas. Ela virou-se para os garotos rindo – bem, até depois do jogo. – e saiu, ainda rindo.
Rony continuou passando a mão no lugar do tapa inconformado. Harry o olhou rindo, enquanto iam pra arquibancada.
- Que... que retardada... – reclamou com a voz fina – foi sem querer!
- Deixa de ser tonto, Rony – riu Harry – ela te bateu de sacanagem.
- Mas que menina bruta...
- Vamos pra arquibancada.
Hermione foi a última da fila, e ao entrar no campo ficou em estado de choque. O lado da Grifinória, oposto ao da Sonserina, como sempre, estava carregada dos alunos. Só que cada um deles tinha uma bandeirinha verde. Uma torcidona organizada. Hagrid, não se sabe de onde, arranjou uma cabeça empalhada de cobra e enfiou de boné. Rony estava ridículo, arranjou uma faixinha verde pra cabeça que reluzia em néon: EU AMO SONSERINA. Os outros ex-colegas, Neville, Simas, Dino, todos também torciam freneticamente para ela, inclusive o resto do time da grifinória, que gritavam sem parar. Malfoy torceu o nariz ao ver a algazarra.
- Mas... que patético...
Fazendo o vôo de apresentação e ainda sem saber o que dizer sobre tudo aquilo, Hermione viu Madame Hooch se aproximar, sorrindo.
- Senhorita Granger... devo lhe dizer com toda a franqueza do mundo... a senhorita está sendo responsável por um marco na história do quadribol de Hogwarts.
- Jura? – sussurrou, ainda sem jeito.
- A única vez em que se viu a grifinória torcer pela Sonserina foi há uns bons trinta anos...
Madame Hooch se dirigiu ao centro do campo para começar o jogo. Draco estava incrivelmente irritado ao ver a grifinória gritando “vai sonserina” sem o mínimo de receio.
O jogo começou. Hagrid balançava a bandeirinha, tão pequena em sua mão que ele a segurava só com dois dedos. Harry lançou o olhar para o camarote dos professore e viu Cho seguindo os apanhadores com o olhar. O seu lugar ao lado estava vago, já que Olívio não estava presente. Perguntou-se se ninguém o deixaria sentar ali. Gina debruçou-se na bancada e esticou a cabeça para acompanhar Not.
- Olha aquele artilheiro, ele é o Not, eu tomei coragem rpa falar com ele hoje depois do almoço. – perguntou – Ele joga muito bem. Mas Malfoy não parece saber aproveitar o talento dele em campo. Devia deixar os profissionais darem as ordens em campo. Não os capitães.
Rony olhou Gina com cara de concha. Gina sorriu. Era uma indireta para o irmão também, que não gostou nem um pouco.
De fato, o jovem Not era um dos destaques em campo. Lino Jordan comentou que ele era uma das grandes revelações do ano para o Quadribol, assim como a caçula Weasley. Rony ao escutar o comentário agitou a bandeirinha para Lino:
- Claro que ela é uma grande jogadora! É minha irmãzinha!
O jogo não demorou muito. O time da Lufa-Lufa não tinha mesmo ninguém que sequer chegasse aos pés do time anterior, campeão da taça das casas. Além da vantagem dos pontos de gol, Hermione, é claro, pegou o pomo. Ele bem que tentou desviar, mas ela foi rápida o bastante para abaixar o corpo, esticar a mão e capturar a bolinha. Em meio à comemoração ela olhava o pomo:
- Rapaz, eu estou ficando boa nisso... – comentou para si mesma.
- Agora está muito fácil, só falta a Corvinal! – falou Not, chegando ao seu lado, já no chão. Mione riu e atrapalhou o cabelo arrepiado do garoto.
- Não conte com o ovo sem ver a galinha, Not! – falou Mione – a Corvinal tem uma profissional como apanhadora...
Em meio ao tumulto, Harry se aproximou de Cho.
- E aí? Gostou do jogo? - perguntou animado – Se eu soubesse o tanto que é bom torcer, não estaria jogando no time! – e riu.
- Hum... – murmurou Cho, meio sem interesse. – é... foi razoável.
- Ra... razoável? – protestou Harry – Você não acha que a Mione é uma ótima jogadora? E olha que ninguém nunca havia notado...
Cho pôs as mãos na cintura, olhou Harry todo animadinho e respondeu, com um sorrisinho de deboche:
- Talvez eu possa te provar o contrário. – Em seguida ela sorriu e deu dois tapinhas na cara de Harry, de despedida. – até mais.
Harry ainda ficou olhando Cho se afastar. Pouco atrás Leah os observava, com o olhar violeta fixado neles. Sirius chegou curioso:
- Ué?... Harry não tinha deixado de falar com Cho Chang depois daquilo?
- Hum... – murmurou Leah, saindo do lugar – acho que não temos tanta certeza... Quem sabe?...
- Quem sabe? – repetiu Sirius, estranhando.
Leah e Sirius foram em direção ao time da Sonserina, e ao ver Leah, Hermione correu e a agarrou pela cintura. Ela gentilmente pôs a mão na cabeça da menina.
- Leah! – exclamou uma contente Hermione – Quem bom que já saiu da Ala hospitalar... eu não te vi desde Azkaban...
- Pois é, menina... – falou, sorrindo – fiquei enclausurada naquele lugar. Mas já estou boazinha. E você?
- Estou ótima!
- Hum... então acho que já podemos iniciar os treinamentos da noite, não? Lembra-se do combinado?
- Ah... – falou Mione. Leah se referia aos treinos para que ela se acostumasse com os novos poderes, ainda não usados – Ah, claro. Estou ansiosa!
- Que bom, eu também. Em um mês você pisca e derruba o Sirius. – sorriu Leah.
- Ei, ei, ei! – protestou Sirius – que palhaçada é essa?...
- Hoje à noite, vou arranjar um “visto” para que você possa sair. É melhor treinarmos fora do castelo – falou Leah – pedi auxilio ao Hagrid, ele vai nos escoltar no que for preciso.
- Beleza... – falou Mione.
Ao cair da tarde Malfoy subiu os corredores resmungando, tinha que pegar o distintivo de monitor chefe e iniciar a ronda noturna.
Harry e Cho estavam andando por um corredor do outro lado do castelo, Harry acompanhava Cho até o quarto, e pela primeira vez eles conseguiram andar pelo castelo em paz de mãos dadas.
- Eu ainda não me conformo de ter desmaiado naquele jogo e não ter tido oportunidade de duelar pelo pomo direito contra a Mione...
- É mesmo uma pena – resmungou Cho de má vontade. Chegaram de frente à passagem para o quarto dela. – Bem... é hora de ir.
- Um... que pena... – choramingou Harry. – o chato do Malfoy deve começar a ronda dele daqui a pouco. Que sacola...
- É mesmo uma pena – completou automaticamente.
Harry deu um longo beijo em Cho, e depois a olhou com cara de safado e um pouco corado de vergonha:
- Você bem que poderia me convidar para entrar, não?...
- Ora, o pequeno Potter cresceu... – riu Cho – Se enxerga, menino.
- Como?...
Os dois ainda ficaram se olhando e sorrindo, esperando uma reação qualquer. Até que Cho completou se fazendo de inocente:
- Hum... quem sabe qualquer dia? De repente, não mais que de repente...
Harry riu e lhe deu outro beijo.
- Qualquer dia eu tiro minha capa da invisibilidade do armário e venho fazer uma visitinha...
- Ah, tudo bem... – riu Cho. Harry lhe deu mais um beijo, e ela pediu que ele fosse logo. – Agora vai...
- Até amanhã.
Harry saiu e Cho ficou olhando até que ele desaparecesse no corredor. Suspirou contente e entrou no quarto. Alguém apareceu da outra ponta do corredor, com cara de sonso e as mãos na cintura, balançando a cabeça:
- Tsc, tsc, tsc. Pobre Olívio Wood... tem galinho novo ciscando no seu terreiro... bom saber... – Era Malfoy, sorrindo todo contente.
N.A 1: Desculpem a demora. Essa semana agora vai ter EdD Brasil, pros HHs e não-HHs que acompanham a fic pelo fanfiction.net! Pode? EdD Brasil 44! E EdD 91 - contando capítulos corridos da série toda. É capítulo pra caramba!! O_O
N.A 2: E a EdD Brasil está chegando ao final, e quando acabar encerrará a mais longa fic da série, e penúltimo Eposódio. Depois, vem a EdD 5, Réquiem, que encerra a série toda, que já tem mais de 7 anos. Pode?
N.A 3: Bom, Harry se enrolando mais ainda com Cho. Isso, naturalmente, não vai dar certo! Até o próximo capítulo!
anúncio
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!