Beijos
Sim, tinha sido uma linda e perfeita primeira vez... tantas vezes sonhada, desejada e realizá-la foi o melhor. Hermione lembrava ter sentido uma dorzinha, mas Rony era muito compreensivo e sensível com ela.
Na verdade Hermione sentia que cada primeira vez com Rony eram vezes surpreendentes.
A primeira vez que haviam se beijado, naturalmente ela tinha tomado a iniciativa. Estavam no meio do que prometia ser a última batalha de uma grande guerra. Aquela era a batalha que definiria tudo, então era lutar até vencer ou morrer.
No meio da última batalha que se iniciava Rony havia demonstrado aquilo que mais Hermione amava nele... sua sensibilidade por justiça! Rony queria proteger os elfos... pareceu que seu amor e paixão e desespero que já estavam borbulhando à flor da pele há meses, haviam vazado, transbordado. Hermione correu para ele, enquanto deixava os objetos que segurava escorregarem de seus braços, e o agarrou.
Meu Deus... o mundo tinha parado, ou talvez estivesse correndo em meio a lindos fogos de artifício.... era difícil ter certeza. A paz que sentia se equilibrava com o desejo voraz de entrar mais fundo em Rony... mas a final era difícil dizer quem era o Rony e quem era ela, Hermione. Sentia um prazer desesperado e um amor cheio de paz ao mesmo tempo, enquanto sentia seu corpo grudado ao corpo dele, sentia seus seios amassados no peito dele pela força do abraço, sentia as mãos dele segurando com força suas costas pois, a final, ela não estava pisando no chão... talvez estivesse flutuando nas nuvens... e ela mergulhava as próprias mãos abertas nos cabelos macios de Rony... fazendo aquele perfume das mechas ruivas atingir com mais intensidade suas narinas, mesmo que seu nariz estivesse roçando o nariz de Rony naquele momento e suas línguas estavam se conhecendo vorazmente, pois já sabiam que se amavam e, para demonstrar isso, se acariciavam em cada ínfima parte macia...
Será que Hermione escutava música, talvez flautas tocando docemente... não, era um som de harpa! Agora Hermione sabia que os contos de princesas que escutara durante toda a sua infância trouxa, quando falavam do beijo do verdadeiro amor eram verdadeiros, mas na prática era mil vezes melhor!!
Mas de muito longe, mais muito longe, Hermione escutou a voz de Harry dizendo algo sobre uma guerra. Lentamente ela voltou a si, conforme a sensação divina (sim, era essa a palavra!) ia abandonando-a aos poucos. Era incrível que as pessoas ainda quisessem guerrear quando existia tanto amor dentro dela! Era meio absurdo, contudo...
O resto daquela noite não foi tão glorioso quanto aqueles radiantes momentos, embora aqueles radiantes momentos tenham sido verdadeiros estímulos para Rony e Hermione não perecerem durante a batalha e continuarem enxergando um raio de sol querendo passar por toda aquela densa e negra névoa. O pior momento foi a possível morte do Harry... mas aquilo tinha passado! Tinham sido vitoriosos quando finalmente o dia raiou, a pesar de toda a dor que teriam que enfrentar... mas restou o alívio de os três terem chegado juntos vivos até o fim.
Isso possibilitou muitas outras primeiras vezes com Rony! Como a primeira vez que “ele” a beijou.
Saindo do escritório de Dumbledore naquela manhã de vitória, a pesar de muito abalados, Harry, Rony e Hermione se dirigiram à Sala Comunal da Grifinória, sem necessidade de se falarem.
Os três entraram na Torre vazia e foram direto para o dormitório masculino, também vazio.
Antes que pudessem se deitar, no entanto, Hermione acenou a varinha e as camas de Harry e Rony se juntaram. Os três se sentaram.
- Monstro. – chamou Harry.
- Meu senhor venceu! – gritou Monstro, aparecendo no dormitório e dando tantos vivas e reverências para os três, que os fez rir. – Venceu o Lorde das Trevas! Trouxe paz à Hogwarts! Como Monstro pode servi-lo?
- Por favor, Monstro, traga-nos sanduíches, bolos e sucos e – olhou para os melhores amigos – três pratos e três copos.
Eles ficaram, por muito tempo, sentados comendo e sem mencionar o que tinham acabado de viver ou as perdas avassaladoras de Fred, Remus e Dora que sabiam ter que encarar quando despertassem.
Aos poucos eles terminaram de saciar a fome e se revezaram para tomar banho. Foi maravilhoso! Algo que os acalmou mais e, então de camisola, Hermione adormeceu no meio dos dois garotos e eles não demoraram muito tempo acordados também... Harry segurou a mão da amiga enquanto dormia e Rony acabou encostando a cabeça de Hermione em seu peito e entrelaçando uma de suas pernas cumpridas nas pernas dela... absolutamente encantado que os três estavam vivos e que ela tinha salvo a pequena bolsinha com todos os seus pertences (incluindo os pijamas que vestiam agora) estufando-a na meia novamente. E ainda mais encantado de tê-la tão perto... pra sempre...
Rony foi o primeiro a despertar. Do seu lado estava Hermione com os cabelos espalhados pelo travesseiro e pelo seu rosto levemente inclinado... seu colo subindo e descendo levemente com sua respiração.
Rony olhou para o Harry, que estava esparramado do outro lado de Hermione, arfando profunda e lentamente. Rony voltou a olhar sua amada Hermione e se pegou constatando como amava aqueles dois: o seu melhor amigo e sua melhor amiga... ou sua mulher? Levemente levou uma mão para o rosto dela e afastou seus cabelos.
Hermione suspirou e abriu os olhos. Era o paraíso acordar e a primeira coisa a ver são os profundos olhos azuis de Rony mergulhados em seu rosto. Ela sorriu enquanto ele lhe acariciava os cabelos.
Ignorando a presença adormecida de Harry, Rony se curvou para beijá-la. Novamente não era o momento, mas isso fazia ser exatamente o momento certo e perfeito.
Hermione sentiu a mão de Rony entrar em seus cabelos, vindo de sua nuca. Seus próprios dedos subiram pelos braços dele até seus ombros e de lá até sua cabeça. E as línguas já estavam saudosas uma da outra... Hermione acariciou uma das orelhas de Rony com as pontas dos dedos... sentiu ele segurar seu rosto com as duas mãos... ela sentiu falta de ar, mas não queria interromper o beijo , então soltou uma espécie de ganido e logo depois Rony a ergueu com leveza pelas axilas sem desgrudar seus lábios dos lábios dela e a encostou na cabeceira da cama.
Quando Hermione levou as mãos às costas de Rony em uma espécie de carinho voraz, houve uma série de estampidos e um baque. Rony e Hermione se desgrudaram e, ambos sentiram o sangue que borbulhava em seus corpos correrem para suas faces, corando-os enquanto constatavam que Harry havia acordado, olhado para o lado, visto aquela cena, se afastado o máximo que pode com o susto e, então, cair da cama. Agora se levantava resmungando meio magoado e meio risonho:
- Não interrompam por mim! Vocês têm a minha benção... quero dizer, não estou aqui. – disse meio aborrecido, olhando para seus amigos corados.
- Não, Harry... desculpe. – murmurou rapidamente Hermione.
- Ah! Qual é Harry. – disse Rony vermelho, mas muito risonho – Caso você não tenha reparado, Hermione e eu tivemos que agüentar por muito mais tempo depois de destruir o diadema.
Os três caíram na gargalhada de novo. Foi como depois de fugir do Gringotes... por um tempo ficaram lá, gargalhando até suas barrigas doerem, até faltar o ar... rindo de sua vitória, de sua felicidade a pesar de toda a dor que viria na hora de se despedir de seus mortos amados, rindo de seu alívio, rindo de sua amizade eterna e linda e leal e rindo da piada de Rony.
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