O MEDO...
A chuva caia lá fora, na rua dos Alfineiros. Ali, na quarta casa, um jovem franzino observava as gotas escorrerem pela janela, olhava para mesmo não a enxergando, olhava para o vazio, sem rumo, sem saída, sem luz, a luz se fora...
A luz que o guiara todo esse tempo, que o iluminava em meio as trevas estava apagada. Dumbledore, seu grande mesmo, seu grande amigo... aquele que admirava já não vivia, estava sozinho, ninguém mais poderia defende-lo.
A morte de Alvo Dumbledore era demais para aquele jovem, que o via como um pai, muito mais que um exemplo. A dor consumia toda a sua vida, sua vontede de viver, agora que via que mais um havia ido embora, quantos mais o deixariam? Seus pais... Sirius, Dumbledore... nunca mais os veria, nunca mais...
Este sentimento estava o consumindo desde que voltara para “casa”. A uma semana atrás ele se despedia de Hogwarts e de Dumbledore, e desde então vagava sem rumo do quarto para a cozinha. O que faria agora? Ele sabia o que tinha que fazer, mas nunca imaginara-se tão longe de ser capaz.
Edwiges sua inseparável coruja piava fraco na gaiola reclamava de fome? Talvez, mas com certeza via que seu dono estava perdido, como se tivessem apagado todas as luzes em meio a caverna, sem ter onde tatiar, assim O-menino-que-sobreviveu sentia-se.
Ainda faltava duas semanas para seu aniversário... dia 34 de julho se aproximava se arrastando... uma fúria dominava seu peito, não queria esperar. Dumbledore pedira... mas não podia, sentia isso. Já passara da meia noite... ainda acordado com medo dos sonhos... na escrivaninhas manchetes rabiscadas destacavam ainda a morte do Professor, enquanto outras mostravam assassinatos que ocorreram de forma questionável, dizia o ministro.
Deu comida para a única amiga há dias e voltou para a cama fechando os olhos e depois de alguns minutos virando pra lá e pra cá, conseguira enfim dormir.
Voava pelos campos tranqüilos, o sol raiava no céu como a muito tempo não fazia, Seu coração disparava quanto via ao longe seus pais e Sirius rindo e o esperando ao lado do grupo Dumbledore sorrindo um olhar de ternura por entre seus oclinhos de meia lua.
Então, a cena começou a mudar. O céu até então claro e bonita tornava-se agora escuro e frio. Um vento forte começava a bater enquanto Harry continuava a voar em direção a seus pais, notavelmente abalado pelo fenômeno. Preocupado...
Então aconteceu, centenas de comensais da morte aparataram ao redor do grupo e Harry ao longe voava cada vez mais rápido, mas já sabia... não daria tempo.
Milhares de raios partiam em direção a seus pais, Sirius, Dumbledore... nunca escapariam. E então, com uma lágrima escorrendo em seu rosto ele viu os quatro caindo abalados no chão um grito de angústia disparou de seu peito ao mesmo tempo que uma gargalhada ressoava, uma gargalhada fria, e assim ele acordara e aquele grito de angústia agora abalava o silêncio da casa dos Alfineiros número 4. Arfando, completamente encharcado de suor mais uma vez... não agüentava mais.
Uma coisa crescia em sua mente, quase que forçado levantou um olhar maligno em seu rosto. Sabia que Voldemort havia sim dado aquela gargalhada, onde quer que estivesse.
Algo dentro de si dizia... estava na hora de mudar. Mudar de verdade, e era isso que faria.
- Edwiges este é o único jeito. O único jeito de vencer ele... –olhava para a coruja sem o olhar doce de sempre, agora em sua face apenas uma expressão decidida.- Apenas sendo tão poderoso quanto ele, de qualquer forma.
Olhou mais uma vez para a janela, a chuva engrossara. Convencera-se, Snape estava certo, não duraria nem um minuto na frente do Lord das Trevas, não daquela maneira. Por isso, precisava mudar. Não poda mais ser aquele rapaz que acertava as vezes, e que tinha ajuda de todos os lados, não podia mais contar, não tinha mais Dumbledore, não tinha mais ninguém agora ele devia ser...
Sua cicatriz formigava agradavelmente, como poucas vezes fizera.
Não perderia tempo. Caminhou até sua mala, Edwiges observava temerosa.Depois de procurar encontrara. O livro do Príncipe... nem sabia por que havia pegado do esconderijo, algumas coisa dizia que seria útil, e agora sabia que estava certo. Abrira ele e folhava calmo, a mesma expressão de determinação na face, e agora um sorriso diferente daquele doce que sempre teve passava por seu rosto.
Sabia que naquele livro continha muitas informações, informações de um lacaio de Voldemort, que desde sempre buscou poder, e era disso que ele precisava. Lutaria agora para obtê-lo, assim como Voldemort, assim se tornaria maior que ele.
Raios de sol iluminavam a casa dos Alfineiros, número 4. A brisa leve chegava calmamente fazendo assim aquele dia tornar-se incrivelmente agradável. No quarto do menino perturbado como as pessoas da rua o chamavam, a janela entreaberta, não foi fechada durante a noite.
O jovem agora de em pé ao lado de sua cama finalizava seus afazeres. Em cima da cama uma mala, antes grande, agora pequena. A mala de Hogwarts fora enfeitiçada assim ficando mais leve e pequena, porém com um espaço imenso no interior.
O quarto havia sido depenado, a maioria das coisas guardadas no malão. Poucas coisas jogadas pelos cantos, cartas do dia de seu aniversário antes embaixo da tábua solta no assoalho, onde retirou um bom número de livros antigos.
Sua vassoura, Firebolt ao lado na cama, qualquer um diria que estava prestes a sair, e realmente estava.
O menino escrevia uma breve carta na escrivaninha, uma expressão dura em sua face, como se tivesse sofrido muito até ali, e ele sabia que tinha, mas tudo acabou aquela noite, nunca mais. Já estava maduro quanto aquilo, agora era partir para mais e mais, não ia parar. Não podia.
A coruja em seu poleiro olhava tristemente para seu dono, sabia que algo havia mudado, que ele não devia fazer aquilo, que na realidade ele não queria, mas parecia não poder parar.
Um pio carinhoso soltou da ave quando viu seu dono se levantar com um envelope e o lacrar, trazendo para ela, olhando ela sério, sem o carinho sempre demonstrado, sem a ternura que aqueles olhos verdes passavam.
-Edwiges, essa carta você deve entregar para Rony e Hermione. Os dois vão estar juntos, é claro.- Olhava para a janela enquanto falava, continuando a pensar muito distante.- Hoje, quando eu me for você a levara. E depois disso, pode ficar com eles... eu voltarei daqui um tempo, enquanto isso não vou querer intromissões.
Olhou pra ela agora autoritário, ela piou aborrecida.
- Ai tem tudo que eles precisam saber, então era isso velha... – Desviou um breve olhar pra ela, e um misto de expressões passaram em seu rosto, indecifrável. - amiga.
Se virou e já descia as escadas rapidamente, não iria mais se demorar. Na cozinha a família Dursley se reunia. Ao chegar todos o olharam com desgosto ao verem as vestes surradas que usava, uma capa negra o cobrindo por completo, vestido como bruxo, nunca aceitariam.
- Moleque, o que pensa... – Começou seu tio, já ficando vermelho.
- Escute. – Aquele tom frio fez o homem parar, nunca vira o menino daquela forma. Harry passava os olhos pelos de sua tia, sem se importar. – Partirei hoje, agora. Nada mais me prende a esse lugar.
- Mas... pensei...- A tia o olhava assustada, mais uma vez ele tinha certeza que ela escondia o que sabia.
- Eu voltarei antes do meu aniversário. Voldemort mandara seus servos para cá, eu virei encontrá-los, seria bom que vocês não estivessem...
- Olha aqui moleque, você não vai me dizer se devo ou não estar na MINHA casa!
- Então que fique, mas se sua família e talvez você morrer no dia, o problema será seu.
Saiu rodopiando a capa, sem mais um olhar pra eles, já subia as escadas. Chegando ao quarto viu que Edwiges já fora.
- Edwiges... – Entrou balançando a cabeça negativamente, a coruja provavelmente queria que alguém o impedisse, mas isto não iria ocorrer. Ela nunca chegaria a tempo.
Sem mais hesito apanhou suas coisas, com um toque de varinha fez uma alça crescer na mala, colocando-a entre suas costas, com a vassoura em mãos caminhou para a janela já aberta.
Surpreso viu uma coruja na janela entrando em seu quarto e deixando um pergaminho cair em sua mão, logo o abriu.
Notificação por uso de magia ilegal.
O senhor Harry James Potter acaba de ser registrado como infrator por uso de magia ilegal antes de completar a maior idade.
Já cometido este erro outras vezes...
Desviou o olhar do pergaminho com pressa e logo se atirou na vassouro, segundos depois já estava no ar rumo ao céu, e logo atrás o pergaminho virava em cinzas no chão de seu quarto...
Enquanto voava pensava em tudo que já tinha acontecido nesses anos de batalha. E principalmente das lições que Voldemort e os comensais haviam lhe dado. De Snape dizendo que sem fechar a mente não teria chance, Belatriz ensinando ele a soltar um verdadeiro e aterrorizante Crucio. Absorto nessas idéias que agora ele rumava para uma missão que poucos enfrentariam, a busca do conhecimento e do poder, até o limite.
O céu da toca há muito tempo não estava tão bonito. Os passarinhos alegres cantavam enquanto gnomos na grama brigavam entre si. Isto era o que observava uma jovem de cabelos ruivos no parapeito da janela, mas longe isso era o que ela pensava.
Harry Potter, o rapaz que não saia de sua mente, mesmo já passando uma semana desde o último encontro, as lágrimas a pouco deixaram de correr. Na cozinha, um belo café da manhã era servido, onde os outros Weasley acompanhados de Hermione se serviam.
Viviam talvez os últimos momentos naquele lugar, a Toca seria com certeza um grande alvo para Voldemort, logo teriam que se mudar para a nova sede da Ordem da Fênix, que agora se mudaria do centro de Londres.
- Vamos Gina, o café está na mesa. – Chamou mais uma vez uma estressada Sra.Weasley.- Essa menina...
Rony olhava atento para Mione a sua frente, a observando, admirando internamente. Ela tomava café com calma, enquanto fitava as noticias do Profeta.
- Alguma coisa de ruim ai?- Perguntou para quebrar aquele clima, que de nada o agradava.
- Não, não... Scrimgeour deve estar abafando, como sempre... – Uma nota de desaprovação em sua voz.
- Ah... – Rony desviou seu olhar rapidamente para o queijo próximo ao ver ela o olhando. – Quanto tempo falta ainda Mione?
- Bem, faltam cerca de 13 dias Rony.- Mione suspirou triste.- 13 dias para podermos ver o Harry...
- É...
Sra. Weasley mexia magicamente em sua panela observando o quintal quando falou mais alto do que pretendia, ao avistar um ponto branco no céu vindo em sua direção.
- Aquela não é a Edwiges? – Disse mostrando.
Rony e Hermione logo se adiantaram para ver, e um clima de suspense se formou ao afirmarem. A coruja vinha voando rápido como em poucas vezes. Entrara pela janela aberta e logo jogara a carta para os dois piando apressada.
- Mas o que será... – Disse Rony olhando para a coruja, enquanto Hermione já abria a carta.
Rony, Hemrione.
Olá, como estão? Enfim... mandei esta carta para notificá-los, que acabo de sair de casa para descobrir algumas coisas.
Não pretendo voltar tão sedo.
A busca pelo poder começou, e só parará quanto eu o tiver, e Voldemort o temer. Espero que fiquem bem por enquanto, não se arrisquem, de nada adiantará, vocês sabem.
Quanto me achar apto a voltar o farei, e encontrarei vocês, não se preocupem quanto a isso.
Estou bem, melhor do que nunca.
Adeus, até em breve.
Harry Potter.
P.s: Ganhei uma notificação do ministério... tsc...
- O que deu nele? – Perguntou Rony abismado após a leitura de Hermione. Nós olhos da menina lágrimas de preocupação começavam a brotar, a Sra. Weasley agora olhava para os dois, chocada.
- Não sei Rony, não sei...
Os olhares dos dois se encontraram e se reconheceram, e logo um abraço apertado deram, a preocupação que apenas aumentaria agoniando seu peito.
Ao mesmo tempo em que a porta da toca era aberta e por ela entrava o Sr. Weasley acompanhado de Remus, Moody e Tonks, todos olhando a cena pasmos.
Caminhava lentamente pelas ruas de londres, acabava de sair da antiga casa dos Black. Lá como imaginou, havia uma grande quantidade de livros, e objetos de magia negra, objetos que não conseguiram jogar fora.
Sabia que o quarto de Regulos nunca mais foi aberto, lá encontrou os livros de artes das trevas. Livros que os comensais tinham que conhecer, livros que agora ele conhecia.
Regulos fora muita espero, confessava Harry. Ao ligar a associação das características ofídicas de Voldemort, com a criação de uma Horcruxe, usando sua cobra.
Harry ficou feliz ao perceber que Regulos não era um simples lacaio de Voldemort, ele almejava mais muito mais, e por isso morreu, Voldemort não saberia compartilhar.
Entrou na Travessa dos Trancos, escura e sombria como sempre. Uma loja imponente chamava atenção em meio a tantas outras. Borges e Burkes.
Ele caminhava imponentemente pela apertada rua. Outrora assustado e intimidado pelos bruxos que ali estavam, agora era sua imagem que intimidava.
A imagem de um bruxo com uma grandiosa capa que o deixava completamente oculto, um olhar misterioso deixava se mostrar, um olhar perigoso.
Com passos lentos porém decididos entrou na escura loja. No balcão seu dono senhor Burkes, o olhava de cima abaixo. Segurando sua varinha embaixo do balcão, desconfiado.
- Boa noite, posso saber o que deseja? – Burke o olhava com um misto de curiosidade e cautela, um sorriso malicioso se formou no rosto do visitante.
- Largue essa varinha, não vai usá-la, agora. – O sorriso abriu quanto viu o choque do vendedor, tolo.
- Eu perguntei o que quer. – Burke fez menção de elevar sua varinha, e neste movimento ela se perder de sua mão, estava agora caída em meio as estantes. No ar a de Harry pairava firme apontada para o coração do bruxo.
- O que você quer? POR QUE ELE TE MANDOU? – O velho se descontrolara, apavorado.
- Com medo de Voldemort?- O homem suou frio ao ouvir aquele nome, Harry estava satisfeito. – Eu não vim em seu nome. Ele não é o seu maior problema.
- Estupefaça.
O raio vermelha cortara o pequeno espaço que os separava e logo o bruxo estava caído no chão, desmaiado.
- Acorde.
Os olhos do velho Burkes aos poucos se abriam. Se via agora acorrentado sentado em uma velha cadeira, reconhecia o fundo de sua loja.
- Quem é você?
- Você tem, pude notar neste tempo em que ficou ai dormindo. Um incrível material negro, material que muitos dos maiores comensais ficariam tentado em ter. – Encarou o homem mais uma vez frio, apenas o brilho de seus olhos era visto.
- Eu perguntei QUEM É VOCÊ?
- Quer mesmo saber? – Abaixou o capuz, seu rosto aos poucos aparecia, e parecia chocar o velho.
- Você aqui, pede para morrer deste jeito garoto.
- Você realmente acha que está em condições de ameaçar? – Apontou novamente sua varinha, faíscas ameaçadoras saindo dela, um olhar frio e penetrante.
- Calma... calma... o que você quer afinal?
- Eu, fiquei sabendo, que há tempos atrás... você deu emprego a um jovem, um jovem hoje que se denomina, Lord Voldemort. Isto é verdade?
- Não, você...
- Resposta errada. – Um corte profundo surgiu na face do homem, o sangue escorria e a dor o fez gritar.
- Não importa o que faça... ele pode ser muito pior.
- Isto é o que veremos... - Mais um corte aparecia em seu rosto calmamente sua pele era aberta, mais um grito abatia a sombria Travessa do Tranco.
- A situação é mesmo delicada. Potter se foi e não temos nem uma pista de seu paradeiro. – Moddy olhava a todos sério, enquanto seu olho mágico girava em confusão.
- Eu não consigo compreender por que Harry faria uma coisa dessas. – Lupin olhava para Hermione e Rony, tentava encontrar neles as respostas para as perguntas.
- Vocês tem certeza que ele não comentou nada?
- Claro que não, nós havíamos combinado de buscá-lo em seu aniversário... os tios dele não falaram nada que ajude? – Hermione aflita perguntava, quatro dias e nenhuma noticia de seu amigo.
- Não, não... mal nos escutaram, e já falaram que ele tinha se ido para nunca mais voltar. O quarto dele estava vazio apenas algumas coisas largadas nos cantos. – Lupin de todos parecia o mais abatido, mais do que o normal.
- Que coisas? – Rony perguntou inseguro, suas mãos entrelaçadas com a de Hermione num aperto forte.
- Um álbum de fotografia, e cartas, cartões de aniversário... – Moody falav enquanto tirava as coisas e depositava em cima da mesa.
Uma lágrima caia do rosto de Hermione enquanto via uma foto dos três sorrindo na capa do álbum.
No porão escuro um velho continuava preso na cadeira, abatido, parecia prestes a morrer, a cabeça apoiada nos ombros. O autor de tal cena chegava novamente ao aposento e com um raio da varinha animava o homem que o olhava com raiava, medo.
- Burkes... acho que não tem mais nada para fazer aqui. – O olhou mais uma vez firmemente. – Suas informações... foram, devo admitir muito boas. E tudo que pude aprender e entender nesta sua loja, incrível.
- Quer dizer que vai embora...? – Um fino sorriso se formava naquele rosto pálido, tanto tempo sem sorrir.
- Sim. Retirei alguns livros que preciso estudar mais profundo, espero que não se incomode. Não vou querer nenhum artefato, ainda não me são útil.
- Como ous...
- Acredito, que Tom Riddle não gostaria de saber o que se passou aqui. – Mais uma vez o medo voltou ao rosto.
- Você não...
-Não. Mas estou começando a entender, como seria fácil ele descobrir. A mente das pessoas é algo tão frágil, enfim começo a entender. Snape estava certo.
O olhar de ódio que passou por seu rosto, novamente o homem suava frio a sua frente.
- Como não quero que ele saiba o que faço, vou te dar essa chance.
-OBLIVIATE!
Caminha pelo Beco Diagonal, apanhou um jornal, provavelmente de um dia atrás. Lá escrito em letras garranchosas, mais um grande ato de Voldemort, AZKABAN quebrou, os comensais todos soltos. O ministério mais uma evz perdido, um fantoche nas mãos do Lord.
Caminhava distraído, pensando no que o grande ministro estaria pensando agora. Então avistou longe uma loja escura, fechada a tábuas.
A loja de Olivaras... a tanto tempo desaparecido, o que Riddle queria do artesão? Com este pensamento Harry se guiou e sem hesitar já estava dentro da loja.
Observava tudo com cuidado, o mistério que sentiu há sete anos atrás, quando entrou ali pela primeira vez não mudou. As varinhas continuavam sem suas prateleiras, intocadas. Andou entre elas, observando tudo com muito cuidado, a magia presente naquele lugar era incrível, dava para sentir.
Subiu as escadas do aposento, chegou ao que acreditava ser a casa de Olivaras, entrando sem hesitar, explorou o lugar rapidamente com os olhos,a te que eles se focaram, na porta entreaberta do que parecia ser o quarto, uma caixa... “Segredos”. Estava ali as respostas...
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A brisa fria da noite percorria por toda a Londres. Em Surrey, mais precisamente na Rua dos Alfineiros, o frio era ainda mais extremo. O inverno castigava os jardins bem cuidados dos pacatos moradores do bairro.
Era noite do dia 29 de julho, o relógio marcava 23:30. O frio trancava as pessoas dentro de casa, mais uma madrugada passava tranqüilamente. Na sala da casa número quatro, da Rua dos Alfineiros, os Dursley olhavam o último noticiário, com desagrado viam que os ataques sem explicações, os ataques anormais continuavam a acontecer, cada vez mais intensamente. Duda, já em seu quarto jogava um de seus novos jogos de computador.
Tudo parecia tranqüilo, o relógio batia seus Tic e tacs, calmamente, e assim o tempo ia se passando. Postado no outro lado da rua, em meio as folhagens, um pequeno vulto quase irreconhecível.
Harry Potter, mais uma vez pisava na rua que por muito tempo fora infeliz. Esperava, logo mais ele sabia, estariam ali os lacaios com a intenção de o capturar. A partir dali o jogo começaria a mudar de lado. Uma capa preta o cobria até a cabeça, agora que já não era mais vista, se ocultou novamente, a capa de invisibilidade de seu pai realmente era incrível.
Olhou para o pequeno relógio de pulso que usava, estava na hora, quase nada mais restava em um minuto aquela rua seria preenchida por estampidos e caos.
Apertou firmemente a varinha em suas mãos. O frio intensificou, ele já sabia o motivo. Então, subitamente diversos estampidos fora ouvidos e cerca de 8 comensais surgiam agora na calçada da casa número 4. Olhavam diretamente para a janela onde supostamente ele estaria. No céu um batalhão de dementadores se confundia com as nuvens como era costume agora, dificilmente o frio saia de Londres, o terror e o medo eram impostos todos os dias por Voldemort.
- Vamos logo pegar o moleque, o Lorde não vai permitir falhas. – A voz esganiçada de Lúcio Malfoy se fez presente, cortando mais uma vez o silêncio. Porém, muito menos arrogante que antes, estava fraca.
- Ora Lúcio, se o Lorde esta tão avesso a falhas, é culpa sua que não para de cometê-las. Mas... - Olhou friamente para ele, frio como nunca. – Hoje não falharemos, a liderança não é sua.
Macnair, o carrasco de Bicuço se pronunciou. A disputa pelos comensais era ridícula, a desunião, eles iriam ruir.
- Nem você Macnair, então ponha-se no seu lugar. – Belatriz Lestrange, mais a frente do grupo. Um sorriso de satisfação em seu rosto, era visível que a líder daquela empreitada era ela, e a sensação de poder nítida em sua face, já louca.
- Então Vamos. – A voz rouca e fria de Rodolfo Lestrange também surgiu.
Atravessaram a soleira do portão. Então, atrás dos lacaios da morte, uma explosão surgiu, um brilho extremo agora ofuscava a visão dos comensais, enquanto surgia um grande e forte Cervo que galopava imponente para o céu, nunca gostara de Dementadores.
Uma capa jazia no chão, quanto ali diante deles e escondido pela luz que aos poucos cessava, Harry Potter os fitava firme e imponente, tanto quanto o cervo.
- Erraram, ao pensar que entrariam na minha casa sem permissão. – Sua voz saiu firme como nunca, o ódio explicito em todas as sílabas.
Belatriz soltou a famosa gargalhada histérica. O olhava por debaixo do capuz, o sorriso em seu rosto cada vez maior e doente.
- O criancinha acha que pode brincar – Maliciosa como sempre, mais uma vez a gargalhada letal. – Agora não tem Dumbledore, criança. Podemos continuar aquela lição. Afinal, o bebê tem que saber se defender... CRÚCIO!
Harry demonstrara-se preparado para aquilo, e com um giro desaparatou, surgiu a dois metros de onde estava, um sorriso sinistro em sua mente, os comensais o olhando curiosos, e zombeteiros.
- Sim, mas agora a aprendiz será você.- Lançou-lhe um lançar frio, e pode notar a feição de outros comensais mais atrás gelarem.
- Ora Potter, cale a boca fedelho! CRÚCIO.
Um aceno de varinha e um escudo foi transfigurada em sua frente, um escudo de madeira que ao receber o jato vermelho, explodiu. Uma pequena camada de poeira no lugar. Porém, Harry Potter não era mais visto ali.
- Onde ele está?- Lúcio Malfoy parecia preocupado, deu um passo a frente olhando para os lados.
Todos os comensais fitando o escuro, mas nada.
-Apareça fedelho!
Ao som daquelas palavras ele surgiu, sua varinha pressionando o pescoço de Belatriz, os demais comensais foram empurrados levemente no acontecido.
O medo como em poucas vezes preencheu os olhos da mulher.
- Minha vez, Bela. Crúcio. – A voz saiu firme e em um segundo a comensal estava no chão arfando e se contorcendo os gritos de dor ecoando pela rua, os demais comensais olhavam a cena abismados.
Assim como começaram os gritos cessaram, Harry virou as costas novamente para a casa e os enviados e caminhava pausadamente para a rua, enquanto ouviu a respiração falhada da comensal, satisfeito.
- Viu Belatriz, que belos súditos tens aqui. Nem sequer tentaram para a maldição, eles te veneram tanto, não?
- Como ousa Potter?- Lúcio Malfoy o olhava furioso a varinha tremendo em sua mão de raiva, novamente o garoto virava e encarava o bruxo nos olhos.
- Aprendeu... a brincar não é Potter.- Belatriz já de em pé o olhava com ódio, ainda arfando voltava a apontar sua varinha para ele.
- O tempo está realmente melhor agora.- Sem dar atenção para as palavras da mulher ele analisava o céu. Poucas nuvens agora ali, seu Patrono tinha feito um bom trabalho, o céu de Surrey limpara, os dementadores expulsos.
- Está bem Potter, acabou a brincadeira. Vamos te levar ao Lorde, e hoje mesmo você morrerá!
Belatriz depositava toda sua fé naquelas palavras, apontou novamente sua varinha assim como os outros sete comensais.
- Acredito eu, que não. – Elevou sua varinha a eles, firme.- É mais provável que a vocês morram hoje, do que o contrário.
- Hora seu... AVADA KEDAVRA! – Uma jato verde disparou da varinha de Rodolfo, mas já era desviado por outro comensal que o olhava em fúria.
- O Lorde disse, não. Devemos levá-lo, vivo. – Lúcio Malfoy... se rebaixara tanto. O medo de falhar era tanto, a varinha ainda tremula em suas mãos, fora de controle.
- Então, vamos encurtar isso aqui... vou deixar vocês para o ministério. – A atenção novamente voltada para ele.
Com dois acenos de varinha, dois feitiços não verbais. As Varinhas de Lúcio e Rodolfo voavam pela escuridão quando em sua mente a palavra Expelliarmus soava forte.
- Incêndio!- Ainda no vôo as varinhas pegando fogo brilharam antes de caírem em cinzas.
-NÃOO!- Um olhar inexpressivo vagava no escuro.
Lúcio Malfoy agora aterrorizado, imaginando o que ganharia graças aquilo, a humilhação vinda de Voldemort e os demais companheiros, sua varinha... se foi.
-Ora seu fedelho, você foi longe demais! – Partiu correndo sem razão, corria na direção de Harry inconsciente do tamanho erro, estava sem varinha.
- Estupefaça.
Seu corpo caía ao chão num baque surdo, a varinha de Harry elevada na altura do coração dos comensais a sua frente, firme como nunca.
- Quem é o próximo?
-MATEM-O! – Belatriz também chegou a seu limite, a raiva por ver todas aquelas humilhações subia em sua mente, ela não era uma pessoa muito equilibrada, Harry sabia disso.
- AVADA KEDAVRA! – Jatos verdes cortaram a escuridão, ao mesmo tempo que a mente do menino novamente brandava.
-Levicorpus.
O corpo de Lúcio numa guinada impressionante estava em sua frente, puxado pelo calcanhar, e sem nem saber o que acontecia agora era arremessado longe com o efeito dos seis raios mortais, caia na rua mais atrás, morto.
A fúria dos comensais era nítida, eles sabiam o que aconteceria se falhassem, e sabiam que isto estava acontecendo.
- Estupefaça! – A voz irritante da mulher que junto com outros assistiu a morta de Dumbledore, brandiu.
Mais um giro de sua varinha e uma barreira prateada quase invisível se formou em sua frente, o feitiço sendo dissipado facilmente.
- Aleto, não a tinha notado. Sorte sua, mas agora ela acabou!
Quando mais jatos de diversas cores surgiam em sua direção ele sumia. Aterrorizado os comensais ficavam, tinham perdido o controle.
Voltou ao lado dos comensais, num súbito momento um veloz raio vermelho surgia e estourava no peito de Aleto que voava e caia desmaiada no jardim.
-Crúcio !
A dor enchia cada poro de seu corpo, a angústia. Não podia ter deixado os sentimentos influenciarem... agora caia se contorcendo no jardim de sua casa. Belatriz havia conseguido, torturava mais uma vez Potter, o Lorde gostaria de saber, o sorriso voltava a seu rosto.
Então a dor cessou. Ofegava no gramado, a varinha mantinha-se firme em sua mão, a dor aos poucos aliviando. Tentava com muito custo levantar, enquanto não tirava os olhos de sua agressora, os comensais novamente unidos.
- Você ainda é um pirralho Potter.
- Você vai começar a sentir medo desse pirralho Belatriz!
- Não me faça...
Parou, apavorada observando o raio voar voraz e sedento em sua direção, o gracioso brilho verde refletindo em seus olhos. A força da explosão fez fechar os olhos, foi jogada metros de distância. Mas, estava viva, conseguia novamente levantar, ainda surpresa, estava bem.
- Você nunca conseguiu conjurar a maldição da morte Potter, eu já te disse... tem que querer matar, tem que gostar de causar dor e sofrimento.
- Eu já aprendi, Bela. – Disse firme olhando para o lado dela, o olhar d a comensal seguiu o seu, ela via jogado no asfalto seu marido, Rodolfo Lestrange estava morto, recebeu a maldição em seu lugar, morreu.
- NÃO! AVAD... – Parou, seu braço esquerdo doía.- Droga... –
Então, os comensais desapareceram, aquilo evidentemente era o chamado de Voldemort, ele sabia o que acontecia, o destino deles seria pior do que os que agora jaziam no chão da Rua dos Alfineiros.
Harry observava os corpos no gramado, com acenos de varinha os trazia e os juntava em frente a casa cordas invisíveis os amarravam, dois mortos e uma comensal abatida, o ministério ficaria curioso.
Não sentia-se feliz pelo que conseguira, um vazio em seu peito, via seu caminho trilhar, agora seria daquele jeito... não havia escolha.
Novamente partia em sua busca...
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Nota do autor: Por favor, preciso de comentários.
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