Um Novo Começo
Capítulo 1 – Um Novo Começo
Era uma linda manhã, o verão já dava seus últimos sopros mais o clima ainda era ameno. O jardim da Toca exibia um verde claro contagiante e um clima de paz invejável. Rony estava sentado em um dos bancos brancos que ficavam ao redor da garagem da casa. Estava concentrado em seus próprios pensamentos. No dia seguinte voltaria a Hogwarts para completar seus estudos, interrompidos no ano anterior, um ano conturbado, tinha sido o ano da guerra, um ano que ele nunca mais esqueceria. A guerra tivera um fim, mas o preço cobrado fora muito alto. Lágrimas começaram a brotar em seus olhos e ele nem percebera que alguém havia parado a alguns passos ele e o observava atenta.
-Amor, tudo bem com você? – Perguntou Hermione sentando-se ao lado dele no banco.
-Estou sim Mione, só estava pensando no... – não conseguiu terminar, as lágrimas agora já eram intensas.
-Também sinto a falta dele Rony, todos nós sentimos, mas hoje é um dia feliz – ela disse se levantando – Vamos para Hogwarts amanhã, você precisa se animar.
-Não consigo – Admitiu Rony arrasado – Penso no Harry todo o tempo, não sei como você consegue, sinto tanto a falta dele, ainda não acredito que ele não está mais conosco.
Agora Hermione já não conseguia exibir o sorriso encorajador que praticara antes de sair para os jardins a fim de animar o namorado. A verdade é que ela também se sentia triste, arrasada por dentro pelos fatos ocorridos a menos de um mês. Harry havia morrido, na batalha contra Voldemort, o mal havia sido derrotado, mas mada seria como antes. No último instante, Aquele-que-não-devia-ser-nomeado tinha conseguido tirar deles o que lhes era mais precioso, a vida de seu melhor amigo.
-Rony, sei que é difícil, também sinto que uma parte de mim se perdeu aquele dia, mas se o Harry te visse assim, ele não ficaria feliz, nunca – exclamou ela olhando o rosto choroso do ruivo.
-Eu sei Mione. Perdoe-me por não ser mais forte, mas ainda não consegui me acostumar, ele, ele vai fazer tanta falta.
-Pra mim também, Rony, pra mim também.
Naquele momento, Rony levantou os olhos azuis e focalizou o rosto de Hermione por trás das lágrimas.
-Te amo Mione – disse sem rodeios – obrigado por estar comigo.
-Estarei sempre com você Ronald, também te amo, Vamos entrar agora, sua mão deve estar anciosa para nos empanturrar de comida – disse divertida.
-Bom, com um argumento desse, não tem como negar – disse Rony já mais risonho – não vamos deixar a Sra. Weasley esperando.
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A redação do jornal Week, com sede em Londres era um local muito movimentado, pessoas iam e vinham com uma rapidez contagiante e, no meio desta bagunça se encontrava um rapaz de mais ou menos 18 anos de idade, cabelos negros e olhos incrivelmente verdes escondidos por um par de óculos de aros negros e desengonçados. Também, possuía uma cicatriz em forma de raio que chamava a atenção de quem passava por ele. O rapaz parecia assustado com o movimento, mas ao mesmo tempo, ansioso. Permanecia sentado, observando um quadro que estava a vista na recepção quando foi abordado por uma jovem.
-O senhor é o Sr. Falcon?
O rapaz se levantou rápido na intenção de responder.
-Sim, Mark Falcon ao seu dispor, a Srta é?
-Sou Danna Connors, secretária do Sr. Homes, ele irá recebê-lo agora – ela disse sorrindo simpática, ele era bonito e ela não pôde deixar de notar – me acompanhe, por favor.
O rapaz a acompanhou sem demora, passou por um corredor longo até chegar a uma porta na qual estava escrito “Jeff Connors – editor chefe”. A moça bateu duas vezes antes de ser autorizada a entrar. Sentado estava um homem de meia idade, cabelos já quase totalmente grisalhos e de estatura baixa. Antes que Mark dissesse alguma coisa, Danna tomou a frente da conversa.
- Senhor, este é Mark Falcon – disse eficiente – precisa de alguma coisa?
- Traga-nos um suco Danna, por favor. – disse Jeff – sente-se sr. Falcon – disse olhando Mark nos olhos.
-Obrigado senhor – respodeu Mark
Quando Danna fechou a porta da sala, Jeff tomou a iniciativa.
- Sabe, devo admitir que estranhei a ligação de meu filho Matt, não me deu muitos detalhes, então acho melhor saber da fonte, como vocês se conheceram?
- Bom senhor, devo confessar que nem eu mesmo sei direito o que aconteceu, não tenho lembranças do que aconteceu antes de acordar no hospital com seu filho ao meu lado. Ele me ajudou em minha recuperação e depois que sai do hospital. Me ajuda desde então, inclusive pedindo para que o senhor me recebesse aqui hoje.
-Lamento por você garoto, mas você não tem nem idéia do que aconteceu antes de sua permanência no hospital?
-Nada senhor – respondeu Mark – As únicas lembranças que tenho já são depois de ter acordado.
-Bom, e onde você está morando?
-Novamente admito que devo a seu filho, ele arranjou um apartamento aqui em Londres e tem me ajudado até que eu consiga um emprego.
-Bom, e você sabe que tipo de trabalho se faz em uma redação? Se lembra se tem experiência em algum tipo de trabalho?
- Infelizmente senhor, se tenho alguma experiência, não me recordo – Afirmou Mark já pensando “esse emprego já era”.
-Ok então, já que mesmo que você tenha experiência ela não vai ser útil agora – disse Jeff fazendo piada – creio que começar por baixo seja o mais prudente. Vou colocá-lo como assistente de um de nossos repórteres, está disposto a fazer este trabalho?
-Claro senhor – respondeu Mark sem conseguir conter o sorriso – será uma honra.
-Muito bom então – disse Jeff feliz ao ver a empolgação do rapaz – Danna – chamou pelo telefone – Venha aqui.
Não demorou muito e Danna já estava na porta trazendo os sucos, que serviu em seguida perguntando – chamou senhor?
-Sim Danna, o Mark aqui será o novo assistente do Vincent, por favor, leve-o até a mesa dele e apresente-os sim?
-Claro senhor, me acompanhe Mark.
-Obrigado senhor Homes – disse Mark apertando a mão do chefe
-Me chame de Jeff garoto, agora você trabalha aqui lembra?
-Está bem Jeff, obrigado novamente – disse Mark já a porta do escritório fechando-a em seguida.
Danna andava a frente, uma mulher bonita, de face suave e olhos azuis, cabelos loiros e corpo bem modelado. Estava ansioso, nervoso “será que se daria bem neste trabalho?” pensou “espero que esse Vincent seja legal”.
-Chegamos senhor Falcon – disse ela tirando-o de seus desvaneios – Este é Vincent o’Brien – disse ela virando-se para um homem de uns 30 anos, alto e de cabelos bem pretos – Vincent, este é Mark Falcon, seu novo assistente.
-Obrigado Danna – disse Vincent – olá rapaz – disse ele amistosamente se dirigindo a Mark – é muito bom ter ajuda agora, venha, vou lhe mostrar a redação.
Mark agradeceu a atenção de Danna e seguiu Vincent pelo andar preenchido pela redação, a movimentação era alucinante, mas muito atraente ao mesmo tempo. Ele achou tudo fascinante e, ao voltarem a mesa que dividiria com Vincent perguntou.
-Mas, e aí? Já temos alguma reportagem pra fazer?
-Não, hoje não, afinal você acabou de chegar, mas já temos algo para amanhã. Haverá a inauguração de um novo trem, lá na estação de King’s Cross, o Jeff acha que seria um bom começo pra você então...
-Ótimo, já estou ansioso – disse Mark sem conter o entusiasmo.
-Valeu então, te vejo amanhã, você já está liberado por hoje, amanhã, às 7 da manhã, aqui ok. Vamos sair daqui mesmo.
-Valeu Vincent, serei pontual, obrigado por tudo – disse Mark se despedindo com um aperto de mão.
-Foi um prazer cara, te vejo amanhã.
Mark saiu do prédio quase dando pulos de alegria, pegou um táxi e chegou ao apartamento alugado por Matt. Ele ainda não tinha idéia de como agradeceria ao médico por tudo que estava fazendo por ele. Quando tinha acordado a cinco dias atrás de um coma não tinha idéia de quem era e o médico fora tão prestativo, o estava ajudando desde então. Teria que fazer alguma coisa por Matt em breve para agradecer.
Ao abrir a porta dó conseguia pensar em como um bom banho e a sua cama eram atraentes. Se trancou no banheiro e ficou em baixo do chuveiro por quase uma hora. Quando terminou, vestiu-se com uma roupa folgada e deitou-se na cama pensando em como era sortudo por ter um amigo que se importava.
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A milhares de quilômetros de Londres, um homem estava sentado em um aposento bem iluminado por archotes de aparência antiga e gasta, a sala onde ele estava se encontrava clara e aconchegante e não refletia em nada o humor do seu ocupante. Ouviu-se uma batida na porta e um outro homem, encapuzado, entrou no aposento e disse sem demora:
-Mestre, o terceiro chegou agora e relatou que não houve novidades na procura do garoto, o que devo fazer, mando um quarto?
O homem que estava na cadeira não respondeu imediatamente, virou-se para o recém-chegado e disse:
-Você tem duas semanas pra me trazer Harry Potter, não me interessa como nem quem vai fazer isso, ou você termina o trabalho ou sofrerá as conseqüências.
O homem encapuzado não esperou por mais uma palavra, virou-se e saiu pela porta apressado, tivera sorte desta vez, achou que não sairia daquela sala vivo, mas sabia bem o motivo, tinha que achar o Potter rápido, ou então poderia se considerar um homem morto.
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