Descobertas



Gina sentiu seus olhos arderem ao encontrarem em contato com a luz, que as grandes janelas descobertas emanavam.

Sentiu seu corpo leve e percebeu que usava seu baby doll, que tinha a blusa branca com detalhes listrados e o short curto, totalmente listrado, poderia ser meio infantil, mas Gina adorava.

Lentamente se sentou na cama arrumando os cabelos e se espreguiçando.

- Bom dia - falou Draco com um grande sorriso, jogando-se na cama ao lado dela.
- Bom dia – falou bocejando e então sorriu.
- E então, diga-me, como foi pra você acordar casada com Draco Malfoy – falou estufando o peito.
Gina soltou uma gargalhada gostosa, e ele a acompanhou.

- Quase duas da tarde, nossa. To faminta! - falou a ruiva esfregando a barriga – Você acredita que eu nem provei o nosso bolo, não consegui provar um doce muito menos o jantar?- disse indignada.
- É, nem eu. Vem, vamos à cozinha ver o que os elfos prepararam para o nosso primeiro almoço casados. – falou estendendo a mão para a ruiva.
- Vamos - falou segurando a mão do loiro que lhe deu um puxão, mas Gina puxou para o outro lado e o loiro caiu por cima dela. - Mas que marido fraquinho eu fui arrumar. Ainda bem que pulamos a parte em que o noivo traz a noiva no colo para o quarto. – disse entre gargalhadas.
- Ah, então você acha mesmo que eu sou fraquinho? Pois saiba que o quadribol me rendeu um ótimo corpo.
- Certo, corpo. Mas e a força? Aposto que nem garantiria me carregar.
- Oh, como ousas duvidar da minha capacidade, ruiva? – falando isso puxou a ruiva pelas pernas e a colocou nos ombros.
- AAAAAH, DRACO ME PÕE NO CHÃO AGORA! – uma ruiva gritava, entre socos na costa de Draco.
- Não mandei você duvidar. Agora você vai de carona até a cozinha.
- VOCÊ VAI ME DERRUBAR NA ESCADA, POR MERLIN, EU NÃO QUERO ME QUEBRAR TODA.
- Cairemos juntos, aliás, não cairemos. E pare de me dar socos, doem.

O loiro abriu a porta do quarto, seguiu pelo corredor e desceu as escadas, com a ruiva aos gritos. Ele apenas ria, estava divertindo-se. Chegando a cozinha ele a colocou em cima da bancada de mármore. E ela parou de gritar. Ele massageou os ombros e as costas.

- Nossa! Quase que eu não agüento chegar aqui. Você não é nada leve.
- Ah, e ainda me chama de gorda. E ai de você que me deixasse cair.
- Deixe de drama, ruiva. Você sabe que não é gorda, é perfeita. – falou passando as mãos pela cintura de Gina, enquanto a ruiva o segurava pela nuca. Ele virou-se para ela, e então começaram um longo beijo, o primeiro depois de casados, terminaram com pequenos tocar de lábios.

O loiro afastou-se e ajudou Gina a descer, e então pôde perceber que a ruiva estava vermelha.

- Vergonha de que? Estamos no direito de fazer isso.
- Não é isso. Apenas acho que estamos passando do limite do acordo.
- Ruiva, nós passamos do limite do acordo há muito tempo. Acho que essa não é nossa preocupação agora, e eu não a vi reclamar ou recuar quando eu tomei a iniciativa.
- Anh, certo. Vamos comer alguma coisa. Mais tarde quero visitar meus pais.
- Por Merlin. Você os viu ontem! Hoje o dia é nosso, amanhã você vai lá, abraça a todos, agradece os presentes e tudo mais, hoje não.
- Não adianta Draco. Prometi passar lá hoje.
- Ah não. Não vou deixar de ter meus privilégios por causa de 7 cabeças ruivas e uma testa rachada, uma lunática e uma devoradora de livros – falou jogando na cadeira e fazendo uma cara de emburrado.

A ruiva não se agüentou e começou a rir, não acreditava que Draco estava com ciúmes da sua família, ainda colocando apelidos em todos. Ela não pode resistir aquele bico e deu-lhe um selinho.

- Não vou demorar, prometo.
- Certo. Vou jogar xadrez bruxo com o titio. – falou rodando os olhos.


Draco abaixou o jornal e bufou impacientemente. Já passava da meia noite e nada de Gina. Onde diabos ela estava?
Estava sentando frente a grande lareira do quarto esperando que Gina aparecesse se acomodou na cadeira.

Gina quase tropeçou na lareira, se ajeitou retirando a poeira. Olhou pro grande relógio por cima da lareira, já eram duas horas. Foi então que viu, Draco dormindo com a cabeça pendendo para um lado, com o jornal sobre o colo. Gina se aproximou e se sentou no braço da poltrona, observou o loiro que dormia tranqüilo, passou alguns dedos pelos fios platinados, num leve cafuné. Como alguém pudera ser tão perfeito? A ruiva suspirou e se virou ficando de costas para o loiro. “ Por merlin, estou gostando desse loiro sonserino?” se perguntou. Não podia negar se sentia totalmente à-vontade com ele, se sentia segura quando ele lhe abraçava ou beijava, ele lhe fazia feliz e sem se esquecer que sentia atração, uma enorme e incontrolável atração pelo belo loiro. É estava gostando dele, queria ficar com ele, queria SER dele.
Levou a mão à testa. “Isso não pode estar acontecendo, esta totalmente fora dos planos” lamentou.

Então sentiu um braço lhe envolver. Draco a puxou a fazendo cair sobre seu colo e a acolheu colocando um dos braços atrás dela e a acomodou.
- Senti saudade - falou colocando uma das mãos na cintura da ruiva.
- É eu também – sorriu, sendo puxada pelo loiro para um beijo.
Beijaram-se profundamente, Draco a puxou mais pra si, ela acariciava a nuca dele e puxava seus cabelos levemente. Terminaram o beijo com selinhos.
- Tenho um pedido pra lhe fazer.
- Certo, fale. Posso pensar no seu caso.
- Minha mãe me convidou para passarmos o Natal na Toca, e eu disse que nós íamos. – disse fazendo uma cara um tanto engraçada, se fosse em outra situação.
- O QUE? Você confirmou?
- Confirmei, por quê? Você tinha planos? - falou se levantando e indo ao banheiro – Aliás, precisamos comprar os presentes de natal.
- Não, o tio não pode ficar sozinho na noite de natal - exclamou retomando o jornal.
- É eu sei, por isso é que ele vai conosco.
- Certo, se você conseguir convencê-lo a passar o natal com os Weasley, por mim, sem problemas. – deu um sorrisinho vencedor.
- Aposto que ele vai, ele está querendo ver nossa paixão esqueceu? Não vai perder uma oportunidade dessa.
- Ah. Droga! – xingou afundando-se na poltrona.

=

Na semana antes ao feriado Draco e Gina não se viram muito, devido ao fato de estarem ocupados com o grande movimento no ministério, típico da época, tão pouco, tiveram tempo para ‘namorar’.

Eram quase onze da noite, quando Draco abriu a porta da mansão e se surpreendeu.
A sala estava toda decorada com objetos natalinos, meias estavam pregadas encima na lareira, a escada era decorada com longas fitas vermelhas e verdes formando um grande laço no final de cada lado, logo ao lado da lareira havia uma grande árvore decorada com pequenos enfeites, bolas prateadas e vermelhas, pequenos anões e fadas, e estrelas que soltavam pó mágico e outros enfeites que Draco não soube identificar.
- Estava te esperando - apareceu Gina, segurando uma grande caixa. Usava uma calça jeans, e uma camisa pólo azul e rosa e tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, ele sorriu, definitivamente ela ficava linda de qualquer jeito.
- Nossa você fez tudo isso sozinha?- perguntou entrando na sala e observando melhor a decoração
- É, os elfos me ajudaram aqui e ali, mas a maioria fui eu - falou orgulhosa de si- Procurei no porão, mas não achei nenhum enfeite sequer de natal, então fui ao beco e comprei. Não gostou?
- Adorei - disse sorrindo – Estou morrendo de fome.
- Ah, eu fiz uma coisa pra você, pede da Dori que ela põe a mesa pra você.
Ele a olhou, agradecido pela preocupação, e pela demonstração de afeto.

Já passava da meia noite quando Gina terminou a decoração de natal, subiu as escadas lentamente, estava muito cansada.
Entrou no quarto fingindo não prestar atenção no loiro e foi logo tomar um longo e relaxante banho.

Estava terminando de passar creme nas pernas, quando viu uma blusa social de Draco pendurada atrás da porta, pegou e cheirou, sentiu o perfume do homem que dominava seus pensamentos havia um bom tempo, se sentou na pequena poltrona que havia no banheiro e abraçou a blusa, como queria que o dono a estive vestindo, bufou.
Olhou pela janela e viu que pequenos flocos de neve estavam começando a cair, se levantou e vestiu a camisa social branca. Curtiu aquela sensação por um momento, deixou um botão aberto, escovou os cabelos, passou um perfume e pode observar a combinação perfeita que fazia ao se misturar com o de Draco.
Saiu do banheiro lentamente, torcendo para que ele não ficasse chateado.
O observou afundado em papéis, Draco usava um óculos de lentes finas, com armação prateada, algo que o deixava com cara de intelectual e muito mais atraente.
Gina se sentou na cama cruzando as penas, de forma que Draco ficasse horizontalmente a sua frente, ele abaixou os papéis e a olhou.
- Você ta linda assim - sorriu acariciando a bochecha da esposa com a costa da mão.
- Você ta com uma cara tão cansada, é melhor dormir - falou retirando as cobertas.
- É, mas tenho que terminar de estudar esses relatórios da empresa.
- Amanhã vou ao beco diagonal com a Luna comprar os presentes pro Natal, você que ir comigo?
- Não sei, acho que não vai dar. Tenho que resolver umas coisas com o Blaise.
- Certo. Boa noite - se aproximou e lhe deu um selinho demorado, se virou e dormiu.
Se ela soubesse que havia um loiro velando seu sono...

(..)

- Luna - falou Gina para a cabeleira loira no meio da multidão.
- Gina - gritou Luna correndo para a amiga a abraçando fortemente. - Como anda a mais nova Sra. Malfoy?
- Aaah, muito bem – sorriu – Vamos, temos muitas compras a fazer e muito que conversar.


Estavam com as mãos cheias de sacolas, Gina havia comprado presentes para toda a família Weasley, para os amigos, tinha comprado até para o tio de Draco. Ainda não tinha comprado nada para Draco, não sabia exatamente o que comprar, o loiro poderia reagir de várias formas. Luna também tinha comprado muita coisa, incluindo presentes um tanto excêntricos. Resolveram parar para tomar um chá, estava frio demais, precisavam se esquentar e descansar. Foram a um novo pub, próximo a loja dos gêmeos. Fizeram seus pedidos, deixaram as sacolas de lado, e resolveram que era chegada a hora de conversarem, tinham bastante tempo.

- E então Gina, conte-me tudo desde a idéia de casar com o Draco, você ainda não me deu as devidas explicações.

- Lembra que um pouco antes de anunciar que ia me casar com ele, voltei ao consultório do Dr. Mathyus?

- Lembro, você tava arrasada porque mais uma vez não tinha conseguido engravidar.

Gina contou toda a estória desde os homens compatíveis até chegar a Draco Malfoy e sua não mais herança.

- Então quer dizer que você está casada com ele por causa da herança? Mas ele não é compatível?

- Exatamente, mas ele não sabe que eu me casei com ele por ele ser compatível, ele acha que é apenas pra eu descolar uma grana, quando o tio dele morrer e a herança ser realmente dele.

- Ele não achou estranho você topar na hora?

- Não, vai ver ele pensou que eu estava desesperada por dinheiro por morrer de fome. Mas ele mudou. Está carinhoso, atencioso, e nós temos que fingir que estamos apaixonados para o tio dele, embora eu não ache que estejamos fingindo mais.

- Ah, Gina. Eu acho que você tem que tomar cuidado, apesar dele não saber, pra você isso tudo é negócio. Embora vai ser demorado pro tio dele morrer, ele não parecia tão abatido no casamento.

- É, mas já que não estamos mais fingindo, acho que ele vai acabar cedendo e deixando o Draco com a herança. Mas acho que assim que engravidar, eu peço a separação. Eu gosto do Draco, mas eu não queria enganá-lo e eu acho que ele não vai aceitar ter um filho assim, tão rapidamente.

- Acho que você tem que sentar e conversar com ele. Não é certo ficar enganando-o.

- Ele se casou comigo por negócios. Eu me casei por negócios, vamos manter as coisas assim por enquanto. Se eu perceber que as coisas estão ficando sérias, eu o chamo pra conversar.

Mudaram de assunto e passaram horas a fio conversando animadamente, mas o que não perceberam era um moreno em uma mesa um pouco atrás da delas. Apenas ouvindo a conversa, ou melhor, ouvindo apenas o que falavam sobre Draco.

“Quer dizer que a ruivinha não é nada besta, sabia que ela não ia aceitar sem querer nada. Aposto que vai querer engravidar e usar disso para arrancar mais dinheiro do Draco.”

Blaise ouviu apenas a parte que lhe interessava na conversa, pediu a conta e saiu sem ser percebido pelas amigas conversando. Resolveu pesquisar mais um pouco sobre esse problema da ruiva, e nada melhor do que ir atrás do tal médico que ela comentou. Chegou ao escritório agitado, não acreditava que Gina Weasley podia ser tão sonsa.

- Beth, descubra pra mim quem é Dr. Mathyus, o que ele faz, onde trabalha, onde se formou e em que é especializado, tudo. Quero isso antes das quatro. – pediu para uma senhora que estava sentada num pequeno gabinete em frente a sua sala, nas empresas de Draco.

- Sim, Sr. Zabine.

O moreno entrou na sala, ponderando entre chamar Draco e descobrir junto com ele ou descobrir sozinho e depois desmascarar a Weasley. Sentou-se na enorme cadeira a frente da mesa, conjurou um copo e serviu-se de um pouco de Fire Whisky, estava nervoso, nunca sabia como agir nessas horas.

- Sr. Zabine – uma cabeça de cabelos grisalhos apareceu no vão da porta – Aqui estão as informações que o senhor me pediu.

- Ah, certo, certo. Pode trazê-las.

Blaise folheou o pequeno relatório sobre o doutor. Terminou os estudos em Hogwarts, formou-se na Academia de Medibruxos de Amsterdã, tinha 38 anos, era especializado em Infertilidade Feminina. Procurou pelo endereço do consultório e descobriu que era bem perto, resolveu que deveria dar uma passada por lá, quem sabe descobriria alguma coisa.

- Rua Himmel... Rua Munique... aah, é esse. – Blaise entrou num prédio alto e típico do local, olhou na tabela e constatou que o consultório era no 7º andar. – Com licença, o doutor Mathyus atende aqui?

- Atende sim, mas nesse instante ele está ocupado. – uma loira de belos olhos verdes, com um corpo com belas curvas, usando um uniforme de secretária, extremamente decotado virou-se e encarou ao moreno. O mesmo ficou estatelado com a beleza da secretária. – Posso ajudá-lo?

- Na realidade, pode sim. – a loira era gostosa, estava oferecendo ajuda e ele precisava de duas ajudas da loira, sorriu malicioso – Eu estou procurando por uma mulher que provavelmente é cliente do doutor. Será que nós poderíamos marcar um horário para conversarmos sobre ela? Eu posso passar aqui, depois do seu expediente.

- Pra falar a verdade, meu horário já terminou. – falou pegando a bolsa, e indo ao encontro de Blaise.

- Ah, certo. Aliás, Blaise – falou puxando a mão da loira e depositando um beijo.

- Prazer Blaise, Catherine. – corando levemente – Sobre quem você queria saber mesmo?

- Virginia Weasley. Atualmente Malfoy. Ela é paciente do Dr. Mathyus?

- Nós não podemos dar informações sobre os pacientes, você é amigo dela?

- Ah sim. Ela estava meio triste semana passada, resmungou algo sobre esse doutor enquanto conversávamos, mas não quis admitir nada. Estou preocupado na realidade. – disse fazendo uma cara que até Merlin acreditaria.

- Ohh, sim. Ela havia tentado engravidar, mas não tinha conseguido não é? – o moreno assentiu com um balançar de cabeça e a loira continuou – Você está realmente preocupado, mas não precisa se preocupar. Agora que a senhorita se casou, tudo vai dar certo.

- Como assim?

- Ela tem infertilidade, apenas algumas pessoas compatíveis são possíveis de engravidá-la. E uma dessas pessoas é o senhor Malfoy. Na realidade, ele era o único capaz, pois todos os outros da pesquisa eram casados.

- Pesquisa? A Ginny não me falou sobre essa pesquisa.

- Ah sim, o doutor fez uma pesquisa sobre as pessoas compatíveis com o tipo de Gina.

- Então, ela pesquisou tudo sobre ele antes de casar-se. É, senhorita Weasley, seus momentos de lady estão acabando.

- Como?

- Ah, nada. Que tal irmos a esse pub aqui? Me falaram que servem ótimas bebidas para esses tempos frios.

- Ah, pode ser.

“Certo, a senhorita fez uma pesquisa sobre as pessoas possíveis e o Draco foi o besta que caiu nessa. Claro, agora ela vai querer dar um golpe nele, mas eu vou ter uma séria conversinha com o apaixonado-Malfoy.”

Blaise sabia que tinha algo errado nesse casamento, e agora ele descobriu. A Weasley tinha aceitado rápido demais, e apenas por dinheiro. Mas ela não queria só dinheiro. Queria um herdeiro que lhe desse muito mais dinheiro do que o acordo pudesse oferecer. Parece que a máscara de Virgínia Weasley tinha caído.


( N/A) Demorei mas ta aqui....espero que estajam gostando....
comentem...
bjs

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