Maldito Testamento
- AIIIII! QUE ÓDIOOOO!- uma ruiva enfurecida saiu do banheiro
- Calma Gina, infelizmente não foi dessa vez, mas sua hora vai chegar, amiga- disse Luna sentada na cama com o Profeta Diário nas mãos.
- É Lu, mas você sabe que eu estou tentando há muito tempo e isso está se tornando cada vez mais frustrante – disse Gina se jogando na cama.
Virginia Weasley era uma linda mulher de 25 anos, cabelos compridos, olhos castanhos corpo de dar inveja a qualquer mulher. Trabalhava em um alto cargo no Ministério da Magia. Luna Lovegood, que era sua melhor amiga desde o quinto ano, era uma mulher alta, loira, de corpo esbelto dona de uma famosa livraria no Beco Diagonal.
- Amiga, você sabe melhor do que ninguém que eu quero ter um filho mais do que tudo nesse mundo- disse Gina se afundando no travesseiro – e agora mais do que nunca, eu tenho um excelente emprego, ganho maravilhosamente bem e amo crianças, é pedir muito?
Gina estava tentando engravidar havia alguns meses, mas nada, nenhuma tentativa vingava, sua vontade de ser mãe falava cada vez mais alto, e sua frustração aumentava a cada vez que sua menstruação chegava. Gina fazia um tratamento com um renomado doutor especializado em fertilidade bruxa.
- Amanhã tenho uma consulta com o Dr. Mathyus – disse se aconchegando na cama – mas agora eu vou dormir mais um pouquinho.
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Na Mansão Malfoy, Draco não se sentia muito bem, e de meia em meia hora corria para o banheiro.
- Mas que... Droga... O.... merda.. - falava um loiro irritado ajoelhado frente ao vaso.
- É meu querido, a noite foi boa, e você nem me chamou – falou Blaise entrando no banheiro de Draco fazendo cara de magoado.
- Não enche Zabine... – falou irritado, saindo do banheiro.
Draco Malfoy era um dos homens mais cobiçados do mundo bruxo juntamente com Blaise Zabine, lindos, ricos, solteiros, gostosos, simplesmente deuses em forma de humanos.
Draco trabalhava no Ministério, apesar de não precisar, fazia isso apenas para manter a imagem de que continuava sendo do bem, o que era verdade e também mesmo não admitindo gostava do trabalho, também tomava conta dos negócios da família desde que seu pai morrera em Azkaban, e sua mãe de loucura. Tinha Zabine como seu advogado, auxiliar de negócios e seu melhor amigo.
- O que aconteceu?- perguntou Zabine se sentando no sofá perto da grande janela - Você está horrível cara, te azararam?
- Uma maldita comida de restaurante. Mande uma carta ao escritório avisando que não vou - atirando um pergaminho no colo de Zabine que mesmo indignado fez o ‘pedido’ do amigo.
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- Com licença.
- Entre srta. Weasley - disse Dr. Mathyus se levantando e indicando uma cadeira com a mão.
- E como estamos?
- Muito mal- disse Gina com lamento- infelizmente este não rendeu.
- Pois bem, eu já imaginava, por isso tomei minhas providências - falou repousando as mãos sobre a mesa.
- Providências?- perguntou Gina franzindo a testa.
- Gina, eu tenho uma consideração muito grande por você, nesses meses nada funcionou e por isso eu fiz uma pesquisa meticulosa sobre quem poderia lhe conceder um filho - disse olhando-a por cima dos óculos.
- Eu fiz uma lista - abrindo a gaveta e tirando um papel dobrado - Aqui tem o nome dos homens compatíveis e possíveis - disse estendendo o papel para a mulher – Mas lembre-se - recuando o mesmo para si - Quando escolher, seja cautelosa, aqui há pessoas casadas, comprometidas, poderosas até mesmo comprometedoras, sugiro que faça uma pesquisa antes de escolher... o suposto pai. – assim dizendo, estendeu o papel para Gina que rapidamente o tomou nas mãos.
Ela saiu apressada e minutos depois aparatou no Ministério.
- Oi Gina
- Oi Hermione - cumprimentando a amiga com um abraço.
- Que felicidade é essa?
- Depois eu te conto. Vem cá – se aproximou mais do ouvido da amiga- você sabe me dizer onde eu posso pegar informações profundas sobre a vida de uma pessoa?- perguntou levando uma mão ao queixo e outra na cintura segurando o papel.
- Claro. Existe um departamento que somente poucas pessoas tem permissão para usar, que tem tudo sobre todas as pessoas imagináveis ou não, infelizmente só pode entrar quem tem senha- falou contraindo a boca como sinal de lamento.
- E você tem essa senha não é? Afinal você é uma auror - falou como se aquilo fosse óbvio.
- É tenho, a senha é “sapinhos de chocolate sabor vômito” - cochichou.
- Ecaaaaa, mas por que de vômito?
- Porque são raros e ninguém gosta mesmo, nem eu – fazendo cara de nojo antes de entrar em sua sala.
- E... onde fica?
- No nível um, existe o Departamento de Serviços Auxiliares, na 11° porta a direita existe a sala dos “Arquivos Complementares”, é lá, fale com a Ruthy.
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- É, não fazem mais restaurantes como antigamente mesmo- falou Zabine se levantando- Mas temos coisas mais importantes. Recebi uma carta do seu tio Augusto, falando sobre assuntos importantes da família, principalmente do lado financeiro e quer que você vá a mansão dele, amanhã a noite. – disse lhe entregando um pedaço de pergaminho.
Draco pegou o pequeno pedaço e o fitou, mas não o leu. Porque o tio queria falar sobre o dinheiro? Afinal ele possuía a maior parte de toda a fortuna Malfoy, possuía mesmo, não possuía?
- Acho que esse velho ta ficando caduco, mas não o vejo faz tempos. Vamos ver o que ele tem a dizer.
- Vou com você e vou pedir para fazerem algum remédio, porque você continua péssimo.
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Gina pegou o elevador e seguiu ao primeiro andar, seguindo as instruções de Hermione, não demorou muito estava na 11° porta do lado direito. Na porta havia uma placa dizendo: “Arquivos Complementares, e logo abaixo:” Somente pessoal autorizado”.
Gina colocou a mão na maçaneta, mas a porta estava trancada. De repente ouviu um murmúrio e pode perceber que a maçaneta dourada criava olhos, nariz e boca.
-Senha, por favor?- perguntou a maçaneta com um longo bocejo.
- Ah certo, sapinhos de chocolate sabor vômito.
- Senha correta, espere um momento, por favor - disse a maçaneta. As feições da mesma sumiram e Gina pode ouvir autos estalos, indicando que a porta estava se destrancando.
- Boa noite - disse entrando na sala - Gostaria de falar com a Ruthy.
- Sou eu mesma minha querida - disse uma senhora gorda de feições gentis, tinha o cabelo preso em um coque alto e usava um vestido roxo de flores brancas que Gina pode jurar ser trouxa. - O que deseja?
- Bem eu preciso de informações sobre essas pessoas – disse colocando a lista em cima do balcão.
- Muito bem – disse Ruthy examinado o conteúdo do pape l- Todos bruxos, será mais fácil..hum..vejamos- deu a costa e seguiu para as intermináveis estantes com pastas e papéis, Gina se perguntava como a mulher conseguia se achar ali.
Não demorou nem quinze minutos e a mulher depositou um grosso bolo de arquivos no balcão.
- Olhe você tem dois dias para examiná-los e me trazer de volta, ouviu bem?
- Sim, muito obrigada.
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Era sábado e não fazia tanto frio como era de se esperar. Draco e Blaise chegaram à mansão, que era grande, bela e imponente, típico dos Malfoy.
- Olá tio, quanto tempo - disse Draco dando um leve abraço no tio.
- Você esta grande - disse um senhor de estatura media, nos seus 80 anos, olhos azuis e cabelos brancos.
- Este é Blaise Zabine, meu advogado e amigo.
- Muito prazer Sr. Malfoy - cumprimentou Blaise estendendo a mão.
- Tio, por que me chamou aqui? – disse Draco se sentando no sofá
- Desde que seus pais morreram você é totalmente responsável por 60% de toda a fortuna, porém - o velho se ajeitou na poltrona – antes de seus pais falecerem, nós reescrevemos o testamento juntando as duas partes.
- Mas eu sou o dono, herdeiro legítimo da parte deles. Eu tenho total direito e eu nunca soube desse testamento.
- Nos queríamos que você soube-se quando já não houvesse outra opção. Sabe Draco, eu estou chegando ao fim da vida e não me resta muito tempo.
- Mas que história é essa? Que opção? Que testamento é esse que nunca ouvi falar?
- Esse testamento só seria revelado caso você não o cumprisse antes.
- Como assim não o cumprisse antes?
- Se você o tivesse cumprido - falou o velho se levantando com a bengala - jamais saberia do testamento e seria o dono legitimo e único da fortuna mais a minha parte, mas como não o cumpriu o dinheiro continua sendo meu.
-SEU? COMO ASSIM SEU? EU USO, ESTÁ NO MEU NOME, NA MINHA CONTA! - gritou Draco se levantando.
- Isso tudo porque EU permiti - o velho disse muito sério frente a janela - Eu deixei você acreditar que era o dono na esperança que você cumprisse o testamento, e só poderá ser dono legitimo da fortuna quando cumpri-lo, do contrário tudo será meu.
- Mas... Mas... - Draco estava desconcertado, como sua fortuna não era dele? Que testamento era aquele? Draco sentia seu mundo desabar perante ele.
- Diga-me Sr.Malfoy - falou Blaise vendo o desespero do amigo – o que é necessário para cumprir o tal testamento?
- Casamento.
- CASAMENTO!?- Draco e Blaise falaram em uníssono com caras espantadas e se levantando das cadeiras
- Sim, Draco deve se casar antes de eu morrer - falou batendo a bengala no chão - E é claro de preferência com um herdeiro no caminho - falou com um sorriso nos lábios - se quiser o testamento esta naquela envelope.
Draco bufou e pegou o envelope de cima da mesa.
-Eu espero ansiosamente o convite de casamento
Draco saiu batendo a porta e pisando forte de volta a carruagem.
Draco não sabia o que fazer. Casamento? Draco não podia negar, não gostava de compromisso, era mulherengo, com quem se casaria? Pansy? Não, jamais aceitaria o divórcio e iria querer ficar com a metade da fortuna, certamente todas as mulheres possíveis iriam querer o mesmo, então quem? Quem aceitaria se casar com ele sem ser pelo dinheiro? Quem? - Maldito testamento! – praguejou.
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