O RESGATE DOS DUMBLEDORE
Enquanto isso, longe dali, um ricochete forte lançava Luna Lovegood no meio da plantação do vizinho da rua dos Lineiros, no interior da cidade de NewCastle. Dino Thomas aparatou a tempo suficiente para segurar sua mulher nos braços.
– Eu fico imaginando quantas coisas lindas ele imaginava. Você viu sua forma? Que lindas borboletas - disse Luna com seu jeito tranqüilo e distante.
– Ainda bem que eu estava aqui para lhe salvar, não? - sorriu Dino.
– Você está bem, Luna? - disse Cho Chang, preocupada e logo aliviada ao aceno positivo de Luna – Acho que deveríamos parar por hoje. Sem o resto do pessoal, acho que não vai dar certo.
– Alguém tinha que levar as crianças, não é? E era a primeira vez do Alvo e da Rose. Se bem que confesso estar preocupado com Lucy. Será que ela chegou a tempo? Ela é tão desligada, às vezes. - disse Dino.
– Temos que deixar as crianças crescerem para serem adultos autênticos, sem muita proteção e influência de julgamento dos pais. Assim eles vão revelar seu verdadeiro caráter - respondeu Luna.
– Vamos fazer uma pausa? - sugeriu Larry Gouderman, também um auror. – Sem um bom descanso não teremos novas idéias e nós sabemos muito bem que Dumbledore era bom em idéias.
– Desde os acontecimentos daquele ano, quando as coisas voltaram ao normal e o testamento do diretor foi entregue pelos duendes de Gringotes a McGonagall, a gente tenta ultrapassar essa barreira de feitiços que Dumbledore criou. Sinceramente, acho que isso é tão forte que a gente nunca vai conseguir passar. Ele realmente levava a sério essa história de proteção familiar. - desabafou Tenessa Raufkof.
– Eu acho – disse Luna – que cada encanto tem um tempo certo para amadurecer. Era uma coisa que os professores falavam muito em Hogwarts. De alguma forma, Dumbledore sempre sabia das coisas no tempo certo. Talvez tenha um tempo certo para essas crianças também.
– Você tem toda razão, Luna - concordou Gouderman. – Acho que McGonagall também pensa assim, mas temos que continuar tentando todo o tipo de contra-feitiço, não é? Lembra quando Harry quase conseguiu, quando Hermione e Rony estiveram aqui, ajudando?
– Mas é meio frustrante vê-los trabalhando todo o dia nesta fazendinha, com seus poderes se manifestando e gerando confusão, sem eles saberem quem são. E ninguém vê a gente. Somos fantasmas em todo esse perímetro! - reclamou Raufkof.
– Hoje tem festa. Dá pra sentir o cheiro dos quitutes daqui.
– Credo, Larry! Você só pensa em comida!
– Ora, Tenessa, saco vazio não fica de pé, não é?
Decidida, Luna foi até a plantinha mais próxima, pediu licença e arrancou um galho repleto de folhas. Em cada uma ela lançou um feitiço e atirou a primeira folha que, ao encontrar na barreira de proteção, foi queimada. Foi bem no limite que ela resolveu sentar.
– Amorzinho, o que você está fazendo?
– Esperando, Dino.
– Esperando... o que, exatamente?
– O feitiço de Dumbledore terminar
Ele deu um leve suspiro.
– Então... - ele tentou disfarçar o embaraço – Quem vai preparar a comida de hoje? Vamos recuperar as energias e arquitetar novos planos.
– É bom tirar a cabana desse lado, não acham? - alertou Raufkouf – Se hoje vai ter festa, provavelmente vão chegar muitas pessoas. E não vai ser engraçado se elas tropeçarem em algo invisível.
Gouderman riu. Não pôde deixar de imaginar um trouxa caindo por cima do outro, tropeçando no nada e sujando as roupas com o barro da estrada. E os que tivessem mais sorte poderiam cair em cima de um cocô de cavalo. Hilário.
Dentro da casa, desde antes do galo cantar, a Sra Carter, sua irmã e as ajudantes estavam na cozinha preparando tudo para a festa. A Sr Ana Carter era muito bondosa e rechonchuda, com seu rosto redondo, de bochechas rosadas. Tinha mãos de fada para o trabalho doméstico e era muito amorosa com todos. Sua irmã, Anatéia, era a mais velha e solteirona. Tinha ficado para titia por escolha, já que achava que nenhum homem era digno da sua inteligência. Morava com Ana há 11 anos e ajudou na criação das crianças. Elizabeth era sua favorita, por ter um temperamento parecido com o seu. O cheiro gostoso que vinha da cozinha foi se espalhando pela casa, passando pela modesta sala com dois sofás, uma grande lareira e a TV recentemente trocada, pela mesa em que o Sr Carter agradecia pelo alimento em todas as refeições, até começar a subir as escadas em direção aos quartos, como quem dançava ao som de um balé clássico, com movimentos suaves para lá e para cá. A porta entreaberta do quarto do menino era um convite irresistível para a invasão de um cheiro tão inquietante. Como um animal que espreita de mansinho, o odor foi chegando cada vez mais perto da cama, desviando dos brinquedos de madeira, do trem armado no meio do quarto, da bola de futebol e dos aviões pendurados pelo teto que imitavam o céu cheio de nuvens e alaranjado pelo pôr-do-sol. Sorrateiramente, o cheiro alcançou o rosto do menino que, em um respiro profundo, acordou de sobressalto.
– É hoje, é hoje!
Levantou-se depressa e desceu as escadas. Seus olhos azuis estavam brilhando e os cabelos batendo nos ombros, negros e ondulados pareciam ter lutado a noite toda contra o travesseiro: estavam uma loucura.
– Bom dia, mamãe! Bom dia, tia! Oi, gente! Cadê o meu pai?
– Olha só que felicidade, Dona Ana! Parece que Jonathan vai explodir! - disse uma das ajudantes.
– Já fez seus deveres da manhã?
– Não, mãe.
– Então vá providenciar. Depois você ganha seu presente.
– Oba! - e subiu correndo as escadas.
– Aproveite e acorde sua irmã!
Entrar no quarto dela era entrar em zona proibida, com resultados terríveis. Principalmente quando não batiam na porta. E Jonathan NUNCA batia na porta. Sua irmã Elizabeth tinha feito a própria decoração do quarto, com a ajuda da mãe e da tia, sem falar no talento de carpintaria do pai. Todos os móveis eram de um lilás suave, que contrastava com o prata das molduras do armário e da cama, sem falar no teto que imitava o céu estrelado. Pendurado, estava o sistema solar. Logo ao lado, na escrivaninha, estavam seus experimentos de química e física, que lhe garantiram o prêmio da escola.
– Lizzie! Oh, Lizzieeee! Minha mãe mandou eu acordar você.
Dois olhos verdes despertam já incomodados com a luz da janela aberta por Jonathan.
– Por que você nunca bate na porta, John? - disse ainda meio sonolenta. - O que eu já te disse sobre entrar no meu quarto sem bater? Que saco!
Por pouco Jonathan não leva um abajur na cabeça.
– Foi minha mãe que mandou. Deixa de ser chata, Lizzie. Acorda que a mamãe ta fazendo os doces da festa.
– Sai logo do meu quarto!
Ela apontou para a porta, Jonathan revirou os olhos e saiu. Ele esperou por ela do lado de fora até ir para o banheiro escovar os dentes. Elizabeth amarrou delicadamente seu cabelo longo, ondulado e extremamente preto em uma linda fita amarela, sendo observada com carinho pelo irmão.
– Hoje é nosso aniversário, Lizzie. Vai estar cheio de gente por aqui!
Os dois pegam as escovas azul e verde, como a cor de seus olhos, com o cabo de borracha e o desenho do Big Bang e do Palácio de Buckingham.
– Eu sei disso. Todos os anos acontece a mesma coisa, com as mesmas pessoas.
– Você não gosta daqui, né? - passa a pasta na escova e devolve ao irmão.
– E quem gosta?
– Eu.
Os dois começam a escovar os dentes e continuam a falar com a boca cheia de espuma.
– Ai...você não tem futuro mesmo. Vai virar fazendeiro e viver da roça
– Claro. Você também! Pensa que eu não sei que você sai de noite pra ficar perto dos cavalos, lá no estábulo? Só não sei como você consegue sair sem fazer barulho.
– Bom, pelo visto eu faço barulho, né? Você me vê sair!
– Mas é porque somos gêmeos e temos ligação mental de gêmeos.
– Ai, faça-me o favor! Você não tem coisa para fazer, não? Pular da janela, ordenhar rebanho, quebrar aparelhos de televisão...
– Aquilo foi um acidente!
– Sei! - gargarejam e cospem ao mesmo tempo.
– Verdade! Eu não sei como foi acontecer. E nem sei se fui eu mesmo
– Claro que foi! Você é muito esquisito. Como da vez que você caiu da árvore e foi tudo em câmera lenta.
– Você também caiu do cavalo e não teve nada!
– Foi só sorte.
– Sei. Você viu meus óculos?
– Você perdeu de novo? Se duvidar você sentou neles mais uma vez. Uma hora dessas o papai não vai mais ter dinheiro para consertar os óculos e você vai ter que ficar míope para sempre!
– Há-há, engraçadinha. Ei, o último a se vestir come toda a porcaria do mundo!
– Você é tão infantil! Isso é coisa de gente boba!
– Mas a gente sempre brincou disso...
– E eu sempre ganhei. Tchau!
– Ei, não vale, Lizzie! Você saiu na frente! Você roubou!
Como um raio, Jonathan entra em seu quarto, veste a roupa que havia separado na noite anterior e escorrega pelo corrimão da escada para chegar mais rápido do que Elizabeth. Mas quando ele chega na sala, seu sorriso se transforma em uma expressão derrotada, pois sua irmã já está sentada no sofá, sorrindo para ele.
– Poxa, você demorou tanto!
– Eu não sei como é que você consegue fazer isso.
– O que foi, Lizzie? Por que seu irmão está com essa cara inchada?
– Ah, mãe! Ele não gosta de perder, é só isso!
– Mas você roubou!
– Não roubei não. Fui mais esperta. Diga pra ele, mãe, que as meninas se desenvolvem muito mais rápido do que os meninos
– Mãe! - reclamou John.
– Já começaram a brigar, tão cedo? - perguntou um homem robusto que entrava na sala e parecia preencher todo o espaço restante. Bill Carter era um homem duro e sério, que vivia para o trabalho e para a família. Lidava com seus peões como um carrasco e com seus filhos como um pai amoroso, porém contido. A honra era seu maior bem e a disciplina, sua diretriz. Não era de se duvidar da fama de modelo de família que ele possuía na região.
– Pai!
Em um salto, Jonathan saiu do sofá e foi parar nos braços do pai que o ergueu para cima, como se fosse um travesseiro de penas.
– Feliz aniversário! Para os dois. - disse olhando para Lizzie. – Por que não vamos lá fora e damos uma olhada no presente de vocês?
Não foi preciso dizer mais nada. Ambos saíram correndo para fora da casa. Uma estrutura de dois andares e alongada horizontalmente, com sótão e porão, pintados de salmão e bege, com as telhas de um vermelho rubro. A varanda na frente imitava uma das casas que ele havia visto na cidade: uma relíquia dos tempos da guerra. Quatro vigas sustentavam o telhado um pouco puxado para a frente e alongado no meio. Duas das vigas seguravam a estrutura nas pontas e duas na largura da porta, que ascendiam em um formato que se assemelhava à torre do Big Bang, onde ficava o Sótão do Relógio, como eles chamavam. Em cada lado desta estrutura ficavam as janelas dos quartos das crianças. A da esquerda era de Elizabeth e da direita, de Jonathan. Uma das mais bonitas casas da região, construídas pelo próprio Sr Carter. O que chamava a atenção dos garotos eram as duas pessoas ali na frente. Na verdade, era o que estava ao lado deles. Um trator pequeno, laranja, com as rodas traseiras enormes e o escapamento para o motor bem alto que, com certeza, daria para Jonathan dirigir; e um cavalo ainda jovem, com um pelo negro que brilhava e incríveis olhos verdes, separados por uma marca de nascença branca que parecia uma meia lua com a estrela no meio, se olhada com muita criatividade.
– Obrigado, pai! Obrigado, mãe! - disseram os dois.
– Vamos, tratem logo de dar uma volta neles, porque daqui a algumas horas começam a chegar as visitas! E tentem não se sujar, ouviram? Ouviu Jonathan?
Mas eles já partiam pelo terreno. Elizabeth foi a primeira a sair, afinal, montar em um cavalo não tinha muito mistério. Jonathan, ao contrário, teve que se adaptar aos pedais e ao volante. Era muito diferente dirigir com o pai do lado ensinando a ele do que fazer por conta própria. Depois de algumas barbeiragens de fazenda, ele começou a pegar a manha do trator e a dirigir com mais segurança. Dali a algumas horas, Jonathan já dominava perfeitamente a máquina. Foi Elizabeth que veio ao seu encontro, em disparada, no alto do morro na fazenda.
– Já ta se amostrando, né, Lizzie?
– Vem comigo!
– Eu não. Quero dirigir o meu trator!
– Ai, garoto! Vem comigo. Quero te mostrar uma coisa.
– Da última vez que você falou isso eu passei a maior vergonha na frente de...
– Eu sei o que aconteceu, mas não é isso, eu juro. É uma coisa estranha. Vem ver!
Jonathan desligou o trator e subiu no cavalo. Eles desceram a colina e foram até o grande carvalho ao leste da propriedade que dava para a estrada principal. Mais um pouco e eles dariam a volta em um círculo perfeito na fazenda.
– Ali!- apontou Elizabeth – Bem ali, no canto esquerdo da estrada. Você vê?
– Ver o que? Não vejo nada!
– Ali, ó! - insistiu. – No chão.
– No chão? Eu só vejo o barro da estrada.
– Olha direito, John. Eu sei que está ali. Eu só lhe chamei depois de ver três vezes. É como se fosse um pisca-pisca de natal. Ele aparece e desaparece. Continua olhando.
Meio desconfiado, Jonathan deu uma olhadela ao redor para conferir se não tinha ninguém escondido ou alguma armadilha que fizesse ele ficar sem calças de novo. Não havia ninguém e Lizzie continuava a olhar fixamente para o ponto indicado. Acreditando na irmã, Jonathan forçou o olhar naquela direção e ficou concentrado para ver qualquer coisa que aparecesse no chão. De repente, um vulto. E da mesma forma que apareceu, sumiu. Jonathan se desequilibrou e quase caiu do cavalo.
– Então você também viu! Sabia que eu não estava enlouquecendo
– Lizzie, o que é aquilo?
– Eu não sei.
– Será que é um anjo? Eu acho que era um anjo loiro - falou em tom de respeito.
– Anjos não ficam sentados no chão da estrada, Jonathan! - retrucou.
– Já sei, então!
– O que é?
– É um fantasma. O fantasma da mulher loira. - falou como um suspense de filme.
– O que? Você ta brincando!
– Vamos lá!
– O que? Nem pensar!
– Você tem medo de fantasmas, Lizzie? - zombou da irmã enquanto descia do cavalo. – Você precisa ter mais coragem, minha irmã. O que as pessoas vão falar se eu disser que você tem medo de fantasmas?
– Eu não tenho medo de fantasmas! - gritou.
– Então prova, ora! Desce daí e vamos até lá.
Desafiada pelo irmão, Elizabeth desceu do cavalo e amarrou a corda presa ao estribo em um dos galhos baixos do carvalho. Receosa, deu uma olhada para o local onde estava o fantasma e para o caminho que levava para casa. Ela nunca admitiria o medo de fantasmas, mas seu sexto sentido não achava que era uma boa idéia. No íntimo, ela sabia que aquilo ia causar alguma coisa. Ela apenas pensou na história da Betty Maluca que viveu na cidade e dizia que se comunicava e via os mortos. Definitivamente, passar o resto da vida vendo cadáveres com suas estigmas da morte não era uma idéia que lhe agradava. Mas a impetulância e a coragem do irmão a fizeram caminhar ao lado dele naquela direção. Jonathan adorou ver a cara de medo da irmã e ainda mais por provar que era mais corajoso do que ela. Lizzie que esperasse até o Halloween, porque ele já estava arquitetando um plano para dar o troco dos calções. Então a figura apareceu mais uma vez e eles pararam no meio do caminho. Dessa vez, ela olhava fixamente para eles.
– Eles estão chegando - disse em seu tom suave que jamais se alterava.
– Luna, você falou alguma coisa? Eu achei...oh, por Merlim! São eles? Gente! - gritou Cho e logo os demais saíram das tendas – Olhem aquilo.
Todos ficaram surpresos com as duas figuras paralizadas no meio daquele verde como se tivessem sido atingidos pelo feitiço impedimenta, olhando para eles como se tivessem visto um fantasma.
– Eles...podem nos ver? Mas isso nunca aconteceu... - titubeou Gouderman.
– Deve estar chegando a hora - disse Luna. – E deve ser hoje.
Luna jogou mais uma vez a folha azarada e ela rebateu no feitiço de proteção. Todos ficaram meio decepcionados. Ela tentou mais uma vez, e outra, e outra, até que a folha passou pelo campo.
– Abriu! - disse Dino e tentou passar também. Foi jogado longe.
– Accio, vassoura! - e Gouderman tratou de buscá-lo.
As crianças tomaram um susto tão grande que saíram correndo e gritando de volta para casa.
– O que foi que aconteceu? Por que Dino foi lançado longe? - perguntou Cho. – Você colocou algum feitiço de passagem nas folhas, Luna?
– Claro que não. Só coloquei um pouco de magia nelas, já que esse campo parece repelir toda a magia.
– Então...
Raufkof nem conseguiu continuar porque Gouderman já estava entregando para Luna um Dino um pouco chamuscado.
– Ele vai ficar bem.
– Está quase na hora - sorriu carinhosa para o marido e piscou para Raufkof. – Mas ainda não é a hora. Parece que vamos ter um pôr-do-sol diferente hoje.
Em pleno meio dia de outono era difícil prever o pôr-do-sol, mas todos já estavam acostumados com as excentricidades de Luna Lovegood. Não trocar de nome depois de casada era um deles. Não fazia bem ao karma e o mau karma atraía os nargulés. Enquanto isso, os Dumbledores chegaram no alto da colina, onde estava o trator de Jonathan.
– Você...você viu aquilo? Tem mais gente! Um deles bateu em alguma coisa e foi mandado pros cafundós e o outro....você viu no que o outro montou? - disse Jonathan ainda nervoso – Temos que contar para o papai que tem gente estranha ali
– Você ficou maluco, Jonathan? Ninguém vai acreditar na gente ou você acha que o papai não teria visto aquela cambada de gente estranha no meio da estrada? Ele sempre sai de manhã com a caminhonete, não é?
– O que é que a gente vai fazer?
– Vamos fingir que nada aconteceu.
– O que?
– John, parece que aquelas pessoas, fantasmas ou sei-lá-o-quê, não podem entrar. Então a gente finge que nem viu e agora ignora pra eles irem embora.
– Eu acho que eles não vão.
– Eu também acho, mas não quero achar.
– São ETs?
– ETs não voam em vassouras, John. Bruxas fazem isso
– Mas foi um homem, então foi um bruxo. Mas bruxos não existem, existem?
– Claro que não. - mas as palavras não saíram tão convincentes dos lábios de Lizzie. – Vamos para casa, John.
– Eles vão conseguir entrar, não vão? No meio da confusão da festa? Vão aproveitar que tem muita gente e vão raptar a gente para nos engordar e nos transformar em comida, não é? Como a história de João e Maria!
– Pára com isso, John! Credo! Vamos fazer o seguinte: vamos para casa e pesquisamos na Internet tudo o que a gente puder sobre bruxos, o que acha? Assim, pelo menos, vamos saber o que usar para nos defender.
– Como alho!
– Alho é para vampiros, Jonathan. Dãaa!
– Ah, é!
Por um momento foi possível esquecer o que viram e darem muita risada. Na volta para casa, contudo, cada um seguiu em silêncio, mergulhados em pensamentos. Durante o dia eles ajudaram a arrumar a casa e no restante do tempo se trancavam na biblioteca para fazer pesquisa no computador. Embora o Sr e a Sra Carter achassem um pouco estranho, acreditaram que eles estavam fazendo alguma pesquisa em relação aos novos presentes ou algo parecido. Todos os parentes chegaram na casa e eles tiveram que suspender a pesquisa. A festa rolou solta durante toda a tarde. No final, já no pôr-do-sol, as pessoas começaram a ir embora.
– Nossa, olhem só este céu! - disse o tio Venceslau, com seu bigode acizentado lhe cobrindo a boca. – Carmélia, venha só ver isso aqui!
E, em poucos instantes todos estavam olhando para o céu com seus tons rosa, laranja, e roxo, transpassados por um arco-íris e uma estranha faixa de luz verde, quase imperceptível.
– Você já viu algo assim, Bill? - Ana perguntou, admirada com o fato.
– Deve ser um sinal. - respondeu.
– Lizzie, querida, você que gosta tanto de olhar para o céu, o que seria esse fenômeno? - perguntou tia Anatéia para ela.
– Não sei, tia. Pode ser alinhamento do Sol, da lua, de planetas ou o reflexo de alguma estrela.
– Ou magia! - acrescentou Jonathan e todos riram.
– Sabe o que minha mãe dizia? - falou Anatéia para todos. – Que quando uma coisa rara acontece é o indício de que alguma coisa vai mudar.
Jonathan e Elizabeth trocaram olhares profundos. Tão sérios que Elizabeth sussurrou.
– Tudo vai mudar, Jonathan. E aposto que tem a ver com aquelas pessoas.
– Vão nos raptar?
– Não. Geralmente, nos filmes, quando uma mudança acontece é porque alguma coisa é revelada.
– E o que você acha que devemos fazer?
– Não sei. Mas é melhor não guardar a comida. Acho que daqui a pouco teremos visitas
– Eles podem voar em vassouras, Lizzie. Por que bateriam em nossa porta?
– Não sei, mas eles vão fazer isso.
– Como você sabe?
– Não sei como. Só sei, aqui dentro da minha cabeça.
– Você é estranha.
– Nós dois somos estranhos
Depois que todos foram embora, Ana, Anatéia e as ajudantes começaram a guardar as coisas e limpar a casa. Elizabeth e Jonathan chegaram com olhares de que precisavam dar um recado, mas não sabiam exatamente como fazê-lo.
– Podem falar! - Ana disse enquanto botava a mão na cintura. – Quem quebrou o que dessa vez? Crianças, vocês precisam tomar mais cuidado. Sabem como o pai de vocês fica profundamente irritado quando não assumem as responsabilidades!
– Não, mãe. Não tem nada a ver com isso. A Lizzie tem uma coisa pra dizer.
Ela olhou para ele incrédula.
– Isso é preparar o terreno? - murmurou.
– Desculpe.
– O que foi, Lizzie?
– Mãe... é bom não guardar as comidas... porque...porque nós teremos visitas.
– Algum amigo de vocês? Por que...oh, não, Lizzie. Não me diga que tem um rapazinho vindo...
– Não, mãe! Nem pensar! Eca! São pessoas... esquisitas
– Pessoas esquisitas? E de onde vocês os conhecem?
– Não conhecemos.
– Então, John, como sabem que eles vêm?
– É a Lizzie, mãe. Ela sempre sabe das coisas.
A Sra Carter olhou os filhos com o olhar desconfiado de quem sabe que estão escondendo mais alguns detalhes desta história. Mas como Lizzie nunca errou no julgamento de seu sexto sentido e isso sempre deixava os Carter prontos para qualquer visita inesperada, a Sra Carter resolveu atender ao seu pedido. Poucos minutos depois, a campainha tocou.
– Por que tocar a campainha, Cho?
– Você queria o que? Que aparatássemos no meio da sala, Gouderman?
– Boa...noite. - disse o Sr Carter, sem deixar de notar que as cinco figuras que batiam a sua porta usavam vestes estranhas para pessoas normais. – O que desejam?
– Gostaríamos de falar sobre as crianças - Luna anunciou.
– O que eles fizeram agora? Digam-me. Espalharam o feno de suas terras? Tiraram parte dos arames das cercas? Quebraram alguma coisa?
– Bill, calma. Desculpem nossos filhos, são apenas crianças.
– Podemos entrar? - Dino perguntou ao sr Carter.
– Por favor. - ele respondeu ainda desconfiado.
Na sala, estavam sentados Jonathan e Elizabeth, próximos à tia Anatéia. Os cinco se sentaram no sofá em frente, que estava repleto de guloseimas preparadas para novas visitas.
– Estão esperando alguém? - perguntou Luna.
– Acho que vocês. - disse a Sra Carter.
Gouderman tratou de ser logo categórico, afinal, não podiam perder muito tempo.
– Sra Eleanor, viemos aqui por causa de seu pai, Dumbledore.
Gritos de espanto e expressões de choque estavam dentro dos limites dos tipos de reação que os aurores esperavam. Mas o que veio a seguir, não estava.
– Receio – continuou a Sra Carter – que esta conversa não será tão simples. A Sra Eleanor Brian faleceu há 11 anos, quando os gêmeos nasceram. Nós, os Carter, os adotamos como nossos filhos
Os aurores se mostraram confusos com esta notícia.
– Mas o endereço que temos é o mesmo! - alegou Cho.
– Sim, porque Eleanor era minha empregada. - argumentou.
– Por isso não conseguimos contato com as crianças – compreendeu Dino – Elas precisavam completar 11 anos para saber
– Saber o que? - perguntou Elizabeth.
Cho tentou ser o mais breve possível e com muito tato.
– Sr e Sra Carter, peço encarecidamente que acredite no que vamos dizer a seguir. Não é uma brincadeira. Estas crianças são muito especiais porque elas nasceram com um dom. Há 10 anos nós tentamos entrar em suas terras, mas nunca conseguimos, até o dia de hoje. Isso porque ela foi mantida sob proteção de um poderoso feitiço. Nós somos bruxos, Sr e Sra Carter. E nós viemos porque estas crianças têm um lugar reservado na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. - disse com muito orgulho.
– Perdão? - Sr Carter perguntou incrédulo. – Isso não existe.
– Sim, existe, Sr Carter. Só que os tr...as pessoas que não são bruxos não sabem da nossa existência. Mantemos isto em segredo há milênios. - respondeu Gouderman.
– Atualmente têm existido fenômenos estranhos na presença das crianças? Lembro do Sr enumerar vários enquanto estávamos na porta. Esta é a manifestação de seus poderes. Elas precisam aprender a controlar isso. - disse Dino.
– Oi! Meu nome é Luna Lovegood. Como se chamam?
– Jonathan.
– Elizabeth.
– Vocês sabem do que estamos falando, não é?
– Acho que sim. - Jonathan respondeu rapidamente.
– Talvez isto ajude a vocês acreditarem em nós. Estava no mesmo envelope do testamento de Dumbledore, o avô de vocês.
Elizabeth pegou a foto rasgada e olhou para o irmão. Jonathan subiu as escadas correndo, empurrou a cama e folgou as tábuas do chão do quarto para revelar seu esconderijo secreto. Abriu a pequena caixa de sapato e desceu no mesmo instante, com um pedaço de papel nas mãos. No pedaço na mão de Elizabeth estava Érmia e Eleanor, ainda bebê e nas mãos de Jonathan a foto de Dumbledore. As duas encaixavam perfeitamente.
– É verdade o que eles dizem mãe. Olha! - e passou a foto para Sra Carter.
– E como é esta escola? - perguntou tia Anatéia que estava calada até agora.
– Ela é maravilhosa! Lá eles vão aprender a desenvolver habilidades de magia e irão se tornar pessoas importantes, sem sombra de dúvidas. Vão fazer grandes amigos e conhecer a nossa cultura. Viver muitas aventuras e aprender tudo sobre o mundo mágico e suas criaturas. - Cho explicou toda animada.
– Eles...são normais, certo? - perguntou Sr Carter.
– Claro que sim. - disse Dino.
– Mas depende de vocês se querem ir ou não. Não podemos forçá-los. Vocês querem vir conosco? - Raufkof fez a pergunta que eles mais temiam.
– Vamos aprender a voar em vassouras como vocês? - John perguntou ansioso.
– Voar em vassouras? - a Sra Carter e Tia Anatéia se entreolharam.
– No primeiro ano. - Dino respondeu sem cerimônias.
– Então eu vou! Né, Lizzie? Vamos, não é?
Mas ela permaneceu calada e séria, olhando para a foto que havia retornado as suas mãos.
– Esse...feitiço que vocês falaram...quem colocou? - Lizzie perguntou como quem já sabia a resposta.
– Alvo Dumbledore, seu avô. - disse Luna.
– Vai, Lizzie, deixa de ser chata! Vai ser divertido, uma aventura!
– Se ele sabia esse tempo todo onde estávamos, por que não procurou minha mãe? Por que não nos procurou? Por que ninguém apareceu? Por que... - aos poucos sua voz foi embargando e sua garganta deu um nó. Jonathan sentou ao seu lado e segurou sua mão.
– Elizabeth, o motivo pelo qual ele não entrou em contato foi porque um bruxo das trevas queria lhe fazer muito mal e, evidente, procuraria sua família se ele soubesse que Dumbledore tinha uma. Este foi um segredo que Alvo levou com ele, pois há 20 anos, ele faleceu. Como dissemos, assim que o mundo dos bruxos soube da existência de vocês, não medimos esforços para encontrá-los e falar sobre Dumbledore e tudo o que ele fez. Mas ele colocou um feitiço de proteção máxima, além dos conhecimentos de todos os bruxos que existem.
– Dumbledore era muito inteligente! - Luna completou Cho.
– Você pode descobrir muito mais sobre ele lendo nossos livros e estudando em Hogwarts, afinal, ele foi o diretor da escola durante muitos anos. - finalizou Cho. – Vocês serão muito bem recebidos!
– Vamos, Lizzie. Eu não vou sem você. Você é minha irmã. Nós temos que ficar juntos, sempre.
– Você lembra do céu de hoje, John? Uma revelação, uma mudança. As coisas vão mudar, John.
– A gente faz tudo ficar igual.
– E se não ficar?
– A gente dá um jeito de ficar igual no final.
Lizzie sorriu diante do otimismo de John, mas sabia que nem tudo é como a gente quer. Ela queria aprender, ela sempre estava em busca de algo mais. As coisas iam mudar e ela sabia dentro de si.
– Durante a viagem vocês contam mais sobre a história desse Dumbledore?
– Nosso avô, Lizzie!
– Ele é um desconhecido, Jonathan. Meus avôs são Wilson Carter e Bruce Carmichael.
Um sorriso se estampou nos rostos do Sr e Sra Carter e da tia Anatéia.
– Sim, podemos falar sobre Dumbledore, sempre! - respondeu Luna com seu jeito aéreo.
– Quando eles podem começar a ir para a escola? É interna? - perguntou o Sr Carter.
– Sim, é interna. E nós partimos imediatamente. Já estamos atrasados, inclusive. - respondeu Gouderman, checando seu relógio de bolso.
A Sra Carter ficou bastante preocupada.
– Imediatamente? Mas é noite! E as malas?
– A cerimônia começa daqui a algumas horas! Peguem algumas roupas para os dias livres que terão e não se preocupem. Nós já providenciamos seus livros e há tempos temos suas vestes. Precisamos apenas comprar as varinhas
– Varinhas?
O alarde foi total.
– Sim, como esta. - Luna mostrou sua varinha. – Para fazer isto: ebublio!
Da ponta de sua varinha saíram bolhas de sabão sob olhares admirados. No mesmo instante, Jonathan subiu correndo as escadas, acompanhado de Elizabeth. Na hora da despedida muito choro e abraços.
– Não se preocupem. Eles ficaram bem. - Cho tentou tranqüilizá-los. – Era o destino deles ir para Hogwarts. Vocês podem escrever para eles, sempre. E mandar coisas também. Fiquem com esta coruja como presente. É um mensageiro que sabe onde encontrar Hogwarts.
– Obrigada - respondeu uma Sra Carter chorosa.
– Para onde vamos? - John perguntou enquanto sentava na garupa da vassoura de dois lugares de Dino.
– Para o único lugar onde você pode encontrar varinhas de qualidade em toda a Inglaterra. No Beco Diagonal, na loja do Sr Olivaras. - respondeu.
Em uma hora, voando a uma boa velocidade, eles chegaram no Caldeirão Furado e entraram sem levantar suspeitas. Foram até o fundo e Luna deu leves pancadas em alguns tijolos. O que parecia algo aleatório, logo revelou-se uma senha para a entrada do Beco Diagonal, quando os tijolos abriram a porta. Gouderman foi na frente para acordar o Sr. Olivaras. Dentro de sua loja, olhou curioso e intrigado para as duas figuras idênticas que estavam em pé, curiosos com a loja.
– Desculpe por acordá-lo tão tarde, Sr. Olivaras. Mas eles não têm muito tempo.
– Luna, se você viesse me acordar eu estaria muito mais disposto. Tenho uma dívida com você, querida. Mas não podemos apressar as varinhas, não é? Ora, ora. Vocês são os Dumbledore, hum? Engraçado. Sempre me pareceu...enfim. Vamos começar por você, meu jovem. Pêlos de lince e lasca de cerejeira, 27,3cm, flexível.
– Mexa sua varinha, Jonathan - sussurou Tenessa Raufkof.
O efeito foi catastrófico. Todos os vidros da loja quebraram.
– Não, não. Vejamos esta. Coração de leão, 28cm precisamente, muito flexível.
Receoso do que poderia acontecer, Jonathan fez um curto movimento e faíscas queimaram sua mão.
– Episkey! - disse Cho.
Logo a mão de Jonathan ficou boa novamente, sob os olhos assustados e impressionados das crianças. E longos minutos transcorreram e muitos estragos foram feitos até que Sr Olivaras subiu na mais alta prateleira e trouxe uma varinha um tanto quanto verde.
– Talvez...esta. Tente
Esperando pelo pior, Jonathan moveu sua varinha e uma sensação quente e gostosa percorreu todo o seu corpo.
– Interessante. Muito interessante.
– O que é interessante, senhor? Por que experimentar tantas varinhas? - Jonathan perguntou intrigado.
– A varinha escolhe o bruxo, Sr Dumbledore. Nunca o contrário. Esta varinha que está em suas mãos é feita de pêlo de centauro e seiva de um salgueiro lutador, 27,9cm, muito flexível. É extremamente raro conseguir pêlo de centauro e retirar a seiva do salgueiro. Vamos esperar muitas coisas raras do senhor. Agora, senhorita, por favor. Tente esta.
O movimento da varinha ateou fogo em toda a loja. Os aurores lançaram o acqua eructo para apagar o fogo.
– Desculpe! - disse ao colocar cuidadosamente a varinha sobre a mesa.
– Vamos deixar os elementos do dragão longe de você, me parece. Tente esta. Pêlo de unicórnio e Elder.
A varinha simplesmente não fez nada.
– Hum, interessante. Veja, minha querida, é raro uma varinha não fazer nada. Eu lembro de todas as varinhas que já vendi para os alunos de Hogwarts e outras escolas até. Isto não ocorre com freqüência. Veja, esta varinha queria você, mas, por algum motivo que só você deve saber, ela resolveu não se manifestar.
– Não entendo.
– Um dia, quem sabe. Tente esta.
E ela tentou varinha após varinha e nenhuma ficava em sua mão. Sr Olivaras pensou que talvez ela também precisasse de uma varinha de centauro, por serem gêmeos. Um desastre. Ela quase atinge o irmão. E as tentativas foram sucedidas por muitos desastres. Sr. Olivaras não encontrava uma varinha para ela e isso o intrigava muito. Seria uma desonra ela sair de sua loja sem uma varinha.
– Talvez...muito pouco provável...tente esta
Era uma varinha opaca e velha. Ela tremeu em sua mão, depois se iluminou e um vento morno atingiu seu rosto, fazendo seu cabelo voar. Sr Olivaras ficou muito sério, de repente.
– De que é feita? - Lizzie perguntou.
– Esta varinha foi um teste de meu pai que nunca havia dado certo para nenhum bruxo da época. Parece, no entanto, que ela esperava por você. Contém pena de águia, fios de juba de leão, suor de texugo e escama do chocalho de uma cascavel.
Todos os aurores prenderam a respiração.
– E...?
– E isso significa, minha cara, que esta varinha possui cada um dos animais símbolos da escola de Hogwarts. Existe um motivo para não haver mistura de elementos tão distoantes. Nunca dá certo, como meu pai comprovou anos atrás. Ao que parece, basta esperar pelo bruxo certo. É claro, uma mistura com tantos elementos que não entram em equilíbrio não é muito forte, pois existe muita luta interna. Gostaria muito que me escrevesse contando os sucessos e as falhas de sua varinha. Interessante. Isto pode revolucionar as novas varinhas! Se eu puder pegar um pouco de pena de testrálios e misturar com escama de sereiano...
– O Sr Olivaras está começando a pirar. Vamos! - murmurou Cho.
– Isto paga pelas varinhas, Sr Olivaras. Obrigado e até a próxima. - agradeceu Gouderman.
– Crianças! - elas se aproximaram do balcão e ele murmurou. – Estas varinhas são muito especiais. Ambas. Garanto que perceberão isto. Espero grandes feitos de vocês. Hogwarts se orgulhará de varinhas tão especiais. Até mais
– Subam nas vassouras, rápido. A cerimônia vai acabar - disse Cho.
Comentários (2)
Obrigada, alexander15!Espero que continue gostando do que irá ler. Valeu!
2013-08-12Muito bom,parabéns!!!
2013-08-10