Lyra Bass e a Lenda do Pó



Capítulo VIII


Lyra Bass e a Lenda do Pó


Quilômetros a frente da cabana onde alojara-se Voldemort, perto do rio Amazonas, dois índios brincavam nas águas.Um segurava uma vara de pescar feita com bambus, enquanto o outro apenas banhava-se nas águas.
-Guaru, pára de brincar na água.Vai espantar os peixes!-ralhou Xingu.
-Mais eu quero brincar!Vai atrair os botos!-choramingou Guaru.
-Não tem botos nessa região.Além do mais, o pajé vai brigar conosco senão trouxermos os peixes que ele pediu.
-Ah, tudo bem.
Nesse exato instante, um vendaval jogou os meninos de volta na água.Se os dois não tivessem fechado os olhos, veriam uma figura de cabelos cor-de-fogo e pés virados para trás correndo o mais depressa que podia.Este penetrou na mata fechada indo à nascente de um rio, lá encontrou uma bela figura de cabelos verdes decorados com estrelas-do-mar, seus olhos eram azul elétrico e a pele tão morena quando a terra.Cantava uma bela canção em língua estranha enquanto penteava seus cabelos com um pente adornados com pérolas.Possuía uma cauda de peixe, as escamas de um azul esverdeado.
-O que o traz aqui, Curupira?-perguntou a sereia.
-Trago noticias, minha cara Iara.Leve-as a Dumbledore, é sobre o homem que ameaça a humanidade.
-Acaso, me acha uma sereia de entregas?-perguntou sarcasticamente Iara.
-Não, acho você uma mulher-peixe esperta demais para não cumprir com o acordo que fez ao bruxo do nariz quebrado.
Um tanto contrariada, a mulher-peixe concordou com leve aceno com a cabeça.
-Está bem, levarei até as minhas primas que habitam o lago da escola onde ele leciona.Ande, seja rápido ou mudo de idéia.
-Serei breve.Diga que o homem a quem procura acabou de instalar-se, matou os moradores, eu nada pude fazer para espantá-los antes que ele chegasse.Mais fiquei invisível assim que senti a presença estranha e fui até lá, escutei o que o homem dizia, ele tem planos para mais um ataque e acredito que seja perto daqui.Ainda está bastante fragilizado, mas uma mulher ficou ao lado dele.
Iara, mergulhou no rio e transformando-se num lindo peixe e partiu nadando pelos córregos.
-Guaru!Guaru!Eu pesquei um peixe!
O pequeno índio puxava com todas as suas forças o peixe que pescara, mal sabia ele que se tratava da mãe das águas que não gostara nada de ser capturada, dada a importância que tinha de levar até as suas primas.Saltou da água transformando-se numa bela mulher assim que tocara na terra.
-Ora, mais que atrevimento!Escutem aqui, tentem me aprisionar novamente que os transformo em pedras e levo para o fundo do meu rio!-gritou Iara.
-Oh, não!Pescamos a Iara!-gemeu de medo Guaru.
-Hum...se não estivesse ocupada, faria isso, mas tenho uma missão.Agora corram antes que eu mude de idéia.E não andem no outro lado do rio, há uma presença maligna naquele lugar que pode ferir vocês.Avisem ao seu pajé sobre isso.Vão!
Os dois índios embrenharam-se na mata o mais rápido que suas pernas permitiram correr.Enquanto Iara voltando a sua forma de peixe, mergulhou novamente o rio em direção a uma longa viagem.


Na manhã seguinte a chegada dos alunos ao Castelo, Harry acordara com o som dos passos de Neville e Dimas, ambos vestidos e prontos para descer.Rony ainda dormia quando Dimas jogou um travesseiro em seu rosto, que o fez acordar em sobressalto.
-Dormindo demais, Rony!-debochou Simas saindo as gargalhadas.
-Idiota!-resmungou Rony levantando-se de mau humor.
Assim que os dois ficaram sozinhos nos dormitórios, Rony se aproximou de Harry e lhe disse aos sussurros:
-Eu mal consegui dormir pensando na conversa entre você e Dumbledore.E ai, o que aconteceu?
Antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa, Hermione entrou já vestida no dormitório e fizera a mesma pergunta a Harry.
-Hermione, isso é jeito de entrar? Ainda estamos de pijama!-reclamou Rony.
-Mil desculpas, mas não posso esperar mais para saber sobre a conversa do Harry com o Dumbledore.Além do mais, tem pouca gente lá embaixo, ninguém me viu subir.Anda Harry, nos conte o que houve!
-Bom, ele me disse o porquê dos sonhos que eu ando tendo com Voldemort.Basicamente, eu estou lendo a mente dele, compartilhando os seus pensamentos.
-Que coisa mais macabra!-disse Rony com os olhos arregalados.
-E tem um jeito disso acabar?-perguntou Hermione.
-Tem.Vou ter aulas de Oclumência com Snape.A primeira aula começa hoje, as 19:00hs.
-Não desejo uma aula extra com o Snape nem para o meu pior inimigo!
-Temos que esquecer isso, Rony.É para o bem de Harry, então vá mesmo, pratique o máximo que puder.Talvez seja perigoso, imagine se Voce-sabe-Quem descobrir!
-Ele estava em Jerusalém nesses últimos dias, mas mudou-se para um novo esconderijo.Arken esteve lá, investigando sobre o possível local onde estaria escondida a Arca da Aliança, mas segundo Dumbledore, era falsa.E Voldemort já tinha descoberto antes deles.
-Bem, vou descer antes que um dos meninos suba e me veja aqui.Se vistam o mais rápido possível está bem, não tenho certeza, mas ouvi um comentário da professora Mcgonagall e nossa primeira aula será de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Os dois rapidamente vestiram seus uniformes e desceram as escadarias dos dormitórios encontrando Hermione, Brighid e Gina que os esperavam.No Salão Principal, todas as mesas já estavam cheias de comidas deliciosas produzidas pelos elfos domésticos.
-Há elfos aqui?-perguntou Brighid.
-Sim, eles arrumam, cozinham, fazem tudo no castelo.Em geral, ninguém os vê, a não ser que você vá a cozinha.-explicou Gina.-Hermione tentou libertá-los uma vez, não lembra Hermione?
-É passado, Gina.Eu realmente tentei libertá-los, mas infelizmente, eles gostam da vida que tem.Conversei com Dumbledore e ele me disse que os daqui são bem tratados.
-Eu queria conhecer um.
-Um dia, eu levo você a cozinha.-prometeu Hermione.
As corujas, como sempre, entraram pelas janelas altas do Salão deixando seus pertences aos estudantes e os horários das aulas.Brighid demorara um pouco para se acostumar com aquilo, os boatos da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas mostraram-se verdadeiros e seria a primeira aula dos meninos do sétimo ano, Gina e Brighid teriam aula com Minerva de Transfiguração.
Após o café da manhã, excelente por sinal como todas as refeições em Hogwarts, os alunos de Grifinória e Sonserina seguiram para a aula que teriam juntas as duas turmas, como de costume desde o primeiro ano.
-Não sabia que Brighid estudaria com Gina no sexto ano.-disse Harry a Hermione e Rony quando os três se dirigiam para a sala.
-A professora Mcgonagall disse a ela antes de ir se deitar ontem à noite.-explicou Hermione-Eles avaliaram segundo a idade dela, mas Brighid terá que fazer um grande esforço para acompanhar a turma.Emprestei alguns livros a ela, acredito que irá ajudar.
O clima de ansiedade por conhecer o novo professor espalhava-se por todas as carteiras já ocupadas, como também apreensão, seria um novo funcionário do Ministério da Magia? Ou um bruxo lobisomem como Lupin?
-Essa demora está me enlouquecendo!-resmungou Rony.
-Concordo com você.Devíamos ter começado a quase meia-hora!-disse Hermione consultando o relógio de pulso.
Harry mantinha-se a parte da conversa entre Rony e Hermione a respeito do atraso do novo professor.Observara disfarçadamente um estranho Malfoy sentado algumas carteiras a sua frente.Enquanto Crabble e Goyle jogavam bolinhas de papel abobadamente nos outros, o garoto loiro mal olhava, mantido sua atenção no livro que lia distraidamente.Um dado momento, uma das bolinhas de papel acertara seu olho.Malfoy segurou a gola de Crabble, com seu olhar frio e penetrante disse para o amigo:”-Não faça isso!”, Crabble empalidecera no exato instante, nem ele muito menos Goyle voltaram a jogar bolinhas de papel.O que mudara em Malfoy? O que fizera modificar sua natureza esnobe?
Alguém saíra do aposento no alto da escada.Era uma mulher, olhos castanhos e cabelos que batiam na cintura, a pele tão negra quanto a terra, alta e magra.
-Bom dia, classe.Eu me chamo Lyra Bass e serei sua nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Ela tinha um jeito de falar diferente, talvez fosse uma bruxa estrangeira.Suas vestes esvoaçavam à medida que caminhava.
-Suponho que todos estejam se perguntando o porquê do meu sotaque ser diferente.Eu não sou inglesa, nasci no Brasil mas fui criada em Jerusalém.Mudei-me há pouco tempo para Inglaterra e Dumbledore contratou-me para lecionar nesta escola.É um prazer conhecê-los, agora, gostaria de saber o nome de cada um.
Um por um, os alunos se apresentavam a Lyra, na vez de Harry, eles disseram o seu nome já esperando a reação de surpresa que as pessoas costumavam fazer.Porém, Lyra apenas sorriu e olhou para Rony, o próximo a se apresentar.Havia algo de peculiar em Lyra, sentiu Harry, como uma espécie de aura que lhe revelava ser uma bruxa extremamente poderosa.Quando o último aluno pronunciara o seu nome, Lyra levantou-se da cadeira onde sentara-se.
-Muito bem.Eu pensei em várias coisas com as quais podia apresentar em nossa primeira aula.Tantos conhecimentos que eu quero transmitir durante esse ano, contudo, acho que a melhor forma de começar será através de uma historia.
-Uma historia, professora?-indagou debochadamente Pansy Parkinsson-Somos alunos do sétimo ano, não primeiro!
-Sim, Srta.Parkisson.Concordo, plenamente de que todos vocês estão no último ano desta escola.Mas, digo que a historia da qual vou lhes contar trará muito mais soluções do que problemas, se souberem ouvi-la.
“Há milênios atrás, quando trouxas e bruxos compartilhavam a mesma filosofia, a ciência que os guiava chamava-se Alquimia.Obviamente que no mundo bruxo essa ciência tivera mais sucesso, principalmente, com a Pedra Filosofal criada por Nicolau Flamel.A palavra Alquimia vem do árabe “Al-khimia”.Sabe-se que “Al” em árabe designa Ser Supremo, o Todo Poderoso ou Al-lah.É considerada a ciência de Deus desde os tempos mais recuados, ou seja, a química de Al.
Na Alquimia árabe existe uma lenda bastante antiga, proposta por um bruxo árabe, Marrash Ghandja, o primeiro alquimista bruxo do mundo mulçumano.Chama-se a Lenda do Pó.
No começo, quando não havia Universo, apenas um minúsculo ponto, uma grande explosão espalhou poeira e rochas formando o que chamamos hoje de espaço.A explosão não originou somente planetas, estrelas e galáxias como conhecemos, ela também criou uma substancia viva, o Pó, capaz de transformar qualquer criatura em que nela penetrar.Segundo Marrash, fora o Pó que dera vida aos bruxos e há outros tantos mundo como o nosso espalhados pelo Universo, todos eles de origem do Pó.Só que muito mais mágicos do que sequer possamos supor nossa inteligência.”
-Como assim outros mundos, professora?-perguntou Hermione que mal piscava os olhos prestando atenção em cada palavra que saia da boca de Lyra.
“Uma vez, Marrash escreveu no seu diário que Al-lah o revelara um mundo criado pelo Pó, era uma noite quente de verão e Marrash pegara no sono enquanto observava as estrelas no Jardim de seu Palácio.Descreveu como um ambiente completamente igual ao nosso, com pessoas, plantas e prédios, carros, aviões, porém, com uma diferença: não existiam bruxos e trouxas, e sim, pessoas com uma alma compartilhada que assumia a forma de um animal, a quem chamavam de daemons.
É claro, todos caluniaram as afirmações de Marrash.Poucos mostraram interesse pelas suas afirmações.”
-O que são daemons, professora?-perguntou Hermione.
-De acordo com a mitologia grega são elementos da natureza.Assim, há daemons do fogo, da água, do ar, da terra.Seu temperamento liga-se ao elemento que o origina.Não se fala em “bem” ou “mal”.Um mesmo daemon pode apresentar-se “bom” e “mal” conforme as circunstancias.Ele segue atrás de cada homem durante toda a vida, olhando-se por cima do ombro, de sorte que só é visível para os que estavam a sua frente.Muito bem, deve de casa: eu quero um resumo de tudo o que absorveram nessa aula e digam suas opiniões, se acreditam ou não no Pó e na possível existência de outros mundos.O aluno da melhor redação ganhará uma surpresa.


Na aula de Transfiguração, a professora Mcgonagall ensinava aos alunos do sexto ano a transformar objetos em outros apenas com a força do pensamento, os chamados feitiços não-verbais.Era uma aula bem difícil, os escolhidos por Mcgonagall para tentar sequer modificaram um centímetro da cadeira de madeira que, com um gesto de varinha, a professora transformara em um sofá de couro.
-Ah, Merlin!Se Mcgonagall me escolher estarei em apuros!-cochichou Gina para Brighid-Tentei várias vezes ontem à noite e mal consegui modificar o cômodo do dormitório.
-Você tem mais chances do que eu.Nunca fiz magia em toda a minha vida e tenho que recuperar seis anos de um dia para o outro.Tenho duvidas se vou conseguir dar conta.
-É verdade.Mas você vai conseguir ou não estaria aqui.Ou não teria escapado de Voce-sabe-Quem.
Brighid sorriu.E fez força para não chorar, a simples menção daquele nome a fizera relembrar da invasão, a morte, a descoberta sobre quem era e o que seu poder fazia.Parara de olhar nos olhos das pessoas, afim de que o episódio no antigo colégio não se repetisse, principalmente, os olhos de Harry.Brighid nunca encontrara tons de verde iguais aos seus, mas Harry e sua gentileza e amizade que oferecia a Brighid a fazia sentir-se segura.
De repente, Brighid deixara de ouvir as vozes de Mcgonagall e dos outros alunos.Outra voz penetrara em seus ouvidos e ela não sabia de onde vinha.
“Há milênios atrás, quando trouxas e bruxos compartilhavam a mesma filosofia, a ciência que os guiava chamava-se Alquimia...”
Mas como isso era possível? De onde vinha essa voz? E porque ela a estava escutando?
“...Na alquimia árabe existe uma lenda bastante antiga, proposta por um bruxo árabe, Marrash Ghandja, o primeiro alquimista bruxo do mundo mulçumano.Chama-se a Lenda do Pó...”
Uma imagem projetara-se na sua frente tomando conta de tudo ao seu redor.Já não havia mais sala de aula, professora Mcgonagall, Gina e os outros alunos.Era cheio e ao mesmo tempo vazio, complicado para explicar ou demonstrar.Uma explosão gigantesca espalhara-se atingindo o infinito, rochas e mais rochas chocavam-se entre si e um calor forte e denso os envolvia, porém, nada machucava Brighid que permanecia flutuando no que parecia ser o completo nada.”É um sonho, só pode ser um sonho.Dormi durante a aula.Não é real”, pensou Brighid.
“A explosão não originou somente planetas, estrelas e galáxias como conhecemos, ela também criou uma substancia viva, o Pó, capaz de transformar qualquer criatura em que nela penetrar..”, continuava a voz.Algo se aproximou de Brighid, voava ao seu redor esvoaçando seus cabelos, de fato, um pó branco rosado parecia brincar com ela.
“Segundo Marrash, fora o Pó que dera vida aos bruxos e há outros tantos mundo como o nosso espalhados pelo Universo, todos eles de origem do Pó.Só que muito mais mágicos do que sequer possamos supor nossa inteligência.”.O pó branco que brincava com Brighid assumiu a forma de uma mão, segurou e puxou a mão de Brighid levando-a para longe da claridade e condensada massa, percebeu a menina antes de partir, que era o começo do que hoje chamamos de Sol.
“Uma vez, Marrash escreveu no seu diário que Al-lah o revelara um mundo criado pelo Pó, era uma noite quente de verão e Marrash pegara no sono enquanto observava as estrelas no Jardim de seu Palácio.Descreveu como um ambiente completamente igual ao nosso, com pessoas, plantas e prédios, carros, aviões, porém, com uma diferença: não existiam bruxos e trouxas, e sim, pessoas com uma alma compartilhada que assumia a forma de um animal, a quem chamavam de daemons.”
O pó a levou para uma galáxia já formada, com seus planetas, satélites e um imenso Sol que os aquecia.Pensou ser a Via Láctea, contudo, tinha algo diferente neste lugar que ela voava.Não viu os anéis de Saturno, Júpiter não parecia ser tão grande quanto diziam os cientistas.O pó começou a chegar mais perto de um que parecia ser a Terra, com exceção de ser completamente cercada de verde, com poucos prédios e edifícios, mais tinha o imenso oceano.Tocaram uma terra fofa e coberta de grama, um rio a frente dava para uma cachoeira.
-Que lindo!Mas é a Terra?-perguntou Brighid examinando o lugar.-Quer dizer, lembra a Terra mas eu acho que não é.
O pó assumira a forma de um menino dessa vez, um garotinho com vestes semelhantes às de um cigano.Ele negou com a cabeça, mostrando que não se tratava do planeta Terra, e sim de outro lugar.Segurando na sua mão, a levou por entre as pastagens atravessando o rio e entrando na floresta.Lá, Brighid encontrou crianças pequenas brincando com animais que mudavam de forma a toda hora.Eram como as crianças terráqueas, com a diferença de que cada uma delas tinha um animal que as acompanhava.
-Eu não entendo.-disse Brighid.
“Uma vez, Marrash escreveu no seu diário que Al-lah o revelara um mundo criado pelo Pó, era uma noite quente de verão e Marrash pegara no sono enquanto observava as estrelas no Jardim de seu Palácio.Descreveu como um ambiente completamente igual ao nosso, com pessoas, plantas e prédios, carros, aviões, porém, com uma diferença: não existiam bruxos e trouxas, e sim, pessoas com uma alma compartilhada que assumia a forma de um animal, a quem chamavam de daemons.”.Repetira a voz.
Caminharam por um tempo, observando as belezas do lugar.Os adultos também tinham daemons, estes não mudavam de forma.Não eram bruxos, nem trouxas, descobriu Brighid, as duas coisas.Transportavam de um lugar para o outro através de carroças, cavalos e carros que não expeliam gases poluentes.Havia verde, bastante verde em todos os ambientes e sem animais presos, todos livres.
-Eles não me vêem.Por quê? Sou um fantasma aqui?-perguntou Brighid percebendo que as pessoas não olhavam para ela enquanto passava por eles.
O menino cigano confirmou com a cabeça.Continuaram caminhando por mais um tempo, observando aquilo que seus olhos alcançavam enxergar.Porque este menino, que outrora apresentava a aparência de um pó apareceu a Brighid? Porque ela estava ali e o que era aquela voz? Seria tudo aquilo verdade ou uma simples ilusão?
-Eu não entendo.-disse Brighid-Porque me trouxe aqui? O que tenho a ver com este lugar?
-É pra você entender.-finalmente respondera o menino-Eles morrem se você usar o que tem para o mal.Tudo o que é bonito, bom, sem maldade morrerá.
Antes que Brighid contradissesse qualquer coisa a respeito daquele comentário um vento repentino a puxou para o céu, transportando rapidamente através das nuvens, estrelas, planetas e galáxias.





Angkor, Camboja.
Capital do Camboja do século IX ao século XV, Angkor foi construída em torno de um templo localizado num monte simbolizando a montanha que fica no centro do mundo, na cosmologia hindu.Posteriormente, os reis ampliaram a cidade construindo outros templos, devotados as divindades hindus.As ruínas de Angkor são hoje um dos maiores monumentos arquitetônicos do mundo.
O maior dos templos de Angkor é o Angkor Wat, construído no século XII, sob o reinado de Suryavarman II para celebrá-lo como encarnação do deus Vishnu.Mais tarde, este templo se tornou a tumba do rei.É todo feito de pedra com entalhes mostrando cenas da tradição hindu.
Num desses entalhes, uma pequena torre de frente para um lago cercado de árvores mais especificadamente, Obi-wan encontrava-se em profunda meditação.Sequer abriu os olhos a presença de sua aprendiz que se aproximava cautelosa.Pensou em ir embora ao ver seu mestre tão concentrado nos seus pensamentos, mas este falou antes que ela se afastasse dele.
-Eu sei que está aqui, Arken.Vejo que seguiu as pistas dadas por Dumbledore.
-Como sabia que foi ele?
-Simples, eu disse a ele que estaria aqui.Da mesma forma como apareci para você naquele dia na casa de Sirius.
-Eu não quero incomodar.
-Nunca incomoda, minha querida, ao contrário, sua presença me traz a calma que sempre preciso para continuar.Sempre foi assim.
Obi-wan abrira os olhos, sua aparência melhorara desde a última vez.As orelhas e a magreza desapareceram por completo, e o mestre sorrira levantando-se para abraçar sua aprendiz.
-Nenhuma concentração traz tanta paz quanto sua presença e seu abraço,Arken.-disse Obi-wan abraçando-a.
-Está sendo tão difícil sozinha, mestre.Está sendo tão difícil.
A garota aninhou-se ainda mais nos braços de Obi-wan como uma criança em busca de abrigo do frio, do medo.Ele sentiu que, aos poucos, ela começara a entender o porquê de afastar-se de Harry.Sentiu um profundo remorso, ódio de ver sua aprendiz, sua garotinha sofrer em nome de um bem maior.
-Não chore, Arken.Tudo isso terminará, eu prometo.
-Eu fui ao Monte Nebo em busca da Arca da Aliança, como Dumbledore pediu.Ela não estava lá, mais uma vez, um alarme falso.Voldemort chegou primeiro e também à mesma conclusão.Porém, eu senti uma sensação tão horrível naquele lugar, como se eu...
-...entendesse o poder que a Arca oferece a Brighid.E mesmo inconsciente, ela pode machucar você com esse poder.Eu sei, sinto a mesma coisa a cada manhã que abro os olhos.
-Mais e os meus poderes?Eu ainda sou a escolhida de Gullveig, possuo habilidades que nenhum outro Jedi jamais teve, nem mesmo Anakin.O senhor sabe, o senhor lembra.
-É diferente Arken, pois eu sei que jamais faria nada que ferisse alguém, sua consciência é pura.Seus poderes são destinados apenas para o bem, eles não funcionam em ações maléficas.
-E se ele se apaixonar por ela? Se ela usar os poderes que tem para ele se esquecer de mim, mestre?Eu o amo, o amo muito!
-Então, Harry Potter jamais amou você.Pois o amor de verdade, feitiço nenhum domina.Quando voltar a Hogwarts, tem que proteger Brighid e todos da escola.Ele arrumou um jeito de penetrar nos terrenos de Hogwarts, mesmo com a presença de Dumbledore.
-Voldemort?Dumbledore já foi avisado?
-Sim.Não sabemos como, mais ele encontrou um modo e tentará seqüestrar Brighid.Se isso acontecer tem que estar lá para proteger a todos, só você tem o dom de sentir a presença mesmo que o perigo leve dias para ocorrer.
-Nós sabemos? Tem mais alguém com o senhor?
-Um amigo que irá nos ajudar.O diário que lhe entreguei pertence a ele.É Samuel, Arken.O primeiro descendente da linhagem Mellin.Eu não pude dizer nada no dia que deixei o diário no cemitério porque estava numa fase de concentração onde tinha que manter-me afastado de qualquer ser humano, mas as coisas são diferentes agora.
-Onde Samuel está?
-Em outro lugar fora da esfera terrestre.Samuel é um espírito elevado que obteve a permissão de descer a Terra para cumprir a sua missão, ele não pode ficar muito tempo por vezes voltando a sua origem.Na hora certa, o conhecerá.
-Ás vezes, eu me perguntou se tudo valerá a pena no final.Por o caminho certo é cheio de espinhos,mestre? Porque fazer o certo sempre nos leva as lágrimas, ao sacrifício?
-Venha comigo, Arken.Tem algo que preciso fazer por você.
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Desculpem a demora com a postagem do oitavo capítulo.O mês de Outubro foi totalmente dedicado aos meus estudos para a prova do Vestibular.Agora, de férias, terei mais tempo para publicar novos capítulos e com isso dar continuidade a história.
Peço mais uma vez que os leirores que gostaram da minha história, que possam deixar o seus votos e comentários ok!
Bjuxx,


Arken.

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