Cotidiano
Mas será que ninguém tinha a capacidade de fechar a porcaria da cortina?!
Logo de manhã já acordar com o sol batendo no rosto! Ah, dá licença!
Ela achou melhor se levantar. Virou de lado para olhar o marido, que ainda dormia ao seu lado. E o pior de tudo: roncava, e bem alto.
Respirando fundo e criando coragem para sair da cama absurdamente quentinha, ela se levantou de uma vez só, antes que mudasse de idéia de novo.
Ela achou melhor acordar o marido também.
- Rodolphus? Acorda seu folgado. – Ela não estava para brincadeiras, nem para o marido. – Anda logo! Pensa que pode ficar aí o dia inteiro, é?
Ele levou alguns segundos para parar de fingir que estava dormindo. Bocejando e se espreguiçando ele se virou para olhar a mulher já de pé na frente dele.
- Ah Bellatrix, dá um tempo vai! Devem ser seis horas da manhã! – E colocou o travesseiro em cima do rosto para tampar a claridade. – Se você não fica cansada, eu fico por nós dois.
Balançando a cabeça em sinal de lamentação, ela escancarou de vez as cortinas e abriu a janela. Agora era possível ter uma visão melhor do ambiente: o quarto era espaçoso, mas estava bem bagunçado. Havia uma cama de casal no centro do quarto e uma enorme janela ao lado. Rodolphus estava esparramado na cama, com cara de quem acorda de ressaca. Ele era moreno, tinha cabelos escuros e era até muito bonito. Mas não era nada comparado a Bellatrix: ela tinha longos cabelos negros que lhe ondulavam pelas costas, e suas feições eram muito bonitas.
- Já que você não se movimenta, eu vou tomar banho. – O que ela tinha de linda, tinha de arrogante.
E abrindo a porta que dava para o banheiro do quarto, ele escutou o chuveiro ligando.
Ele se levantou e foi até o banheiro. Começou a tirar a roupa para entrar no chuveiro junto com a esposa.
- Nem pensar, sai. – Ela o empurrou para fora, cortando-o no meio de sua tentativa de agarrá-la.
- Nossa... Você estava bem mais animada ontem... – Ele a encarou visivelmente surpreso. Ela se enrolou na toalha e o deixou falando sozinho. Não estava com a menor paciência para ele. Nem para ele nem para ninguém.
Sem esperá-lo, ela desceu para comer alguma coisa. Estava explodindo de dor de cabeça, bebera muito na noite anterior. E ela não fora a única. Os Comensais da Morte tinham ficado bem animadinhos com um bem-sucedido ataque a uma família de sangues-ruins. Mataram todos.
Os dois moravam sozinhos, mas teriam de ir se encontrar com seu amado Senhor, como sempre.
Ela estava sentada na sala, olhando o nada e com o pensamento distante.
- Pronto, meu amor. Vamos? – Rodolphus aparecera do nada e lhe dera um beijo no rosto. Ela estava tão distraída que se assustou com ele, e quando ele chegou perto dela, ela se levantou e puxou a varinha, por instinto. Só depois de uns segundos percebeu que era ele e se lembrou que estava em casa.
- Seu idiota! Quer me matar do coração? – Ela olhava para ele com cara de choque.
- Não, eu quero você bem inteira, pode acreditar. Mas não era você que estava com pressa? – Ele ergueu as sobrancelhas e pareceu bastante satisfeito em irritá-la.
- Estou. – E sorrindo de uma maneira bem sarcástica, ela saiu à frente. Já que teriam que desaparatar, foram para o lado de fora da casa.
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