Tudo que começa, termina.
Ela não agüentava mais, por que a droga do sinal anunciado o tempo livre não tocava logo?! Já estava impossível de agüentar aquele professor falando lá na frente!
Alguns minutos depois, finalmente!
Ela foi para os jardins, o dia estava sinistramente bonito! Esperava encontrar Sirius lá. Desde o flagrante no feriado ela não o vira mais.
Lá estava ele, sentado à sombra de uma enorme árvore, muito concentrado, escrevendo em um pergaminho já bastante longo.
Ela foi até ele, atravessando o belo jardim. E hesitou:
- Eeh... Sirius?
Já conhecendo aquela voz, sem tirar os olhos do que escrevia, respondeu secamente:
- Estou ocupado.
- Eu só queria falar com voc...
- Já disse, estou ocupado. – Ela não fazia idéia de como doía ter de dizer isso a ela. Sua vontade era de levantar, falar com ela, enchê-la de beijos, dizer que a amava muito e criar um plano bem mirabolante para fugirem dali! Por um segundo, achou que seus músculos não iriam obedecê-lo, e que levantariam sem o seu comando.
- Eu sei que tudo aquilo foi... – Não tinha palavras para descrever aquela ocasião ridícula.
- Faz uma coisa? Me esquece.- Ele não a encarava, pois sua expressão o trairia, tinha certeza. Continuava a escrever.
- Como? – Ela tentou sorrir, esperando que ele estivesse fazendo mais uma de suas brincadeirinhas de mau gosto.
- M-E - E-S-Q-U-E-C-E. Ah, e sai da minha frente. – Ele mantinha a voz firme com muito esforço. O único jeito de ela acreditar que ele não queria mais nada era esse: o pior. Ele sabia que a machucaria muito, e que se machucaria também...
- Você tá brincando comigo né? Se for por causa do que a idiota da minha mãe diz...
- Não, não é. Cansei de você. Agora, vê se larga do meu pé. – Ele se levantou, e foi em direção ao castelo.
Ela sabia que ele não estava brincando, era sério... Mas, não era possível... Era pelo que sua mãe dissera, ela tinha certeza!
Dessa vez, ela não tentou se reprimir, sentou onde Sirius estava alguns segundos antes e chorou mesmo, copiosamente. Cruzou os braços como se estivesse com frio e ficou lá, mas não soube quanto tempo.
Não foi mais para as aulas do resto da tarde. Foi para o dormitório das garotas, que graças a Deus estava vazio, e ficou em sua cama.
Semanas se passaram, e as mudanças eram perceptíveis nos dois: Ela estava mais fechada, e sempre que alguém tentava se aproximar, ela devolvia com patadas, ironias e xingamentos. Inclusive, um aluno, possivelmente do primeiro ano, que esbarrara nela pelos corredores, conseguiu uma ida à Ala Hospitalar, graças ao nariz quebrado por um belo soco.
Sirius estava mais deprimido, já não ria nem brincava com ninguém. Até deixara de se transformar em cão para divertir os alunos mais novos.
De vez em nunca seus olhares se encontravam, mas eram rapidamente desviados.
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