Flagrante
Justamente para evitar perguntas das quais suas respostas pudessem traí-la, Bella se fechou no seu quarto e ficou deitada em sua cama, com cara de “abestada feliz”.
Foi quando escutou um CRAQUE e um homem materializou-se do nada à sua frente.
- Sirius?! – Falou mais alto do que pretendera. Ela ficou ao mesmo tempo feliz, chocada, preocupada, e principalmente feliz. – Tá ficando maluco, perdeu a noção do perigo?! – Falava agora sussurrando.
- O amor nos faz deixar de pensar no perigo, e não medir conseqüências para... Matar a saudade (apesar de eles não se verem a apenas um dia). – Falou com simplicidade, sorrindo.
Ela apenas sorriu.
- Como você saiu sem ninguém saber? – Parecia um pouco desconfiada.
- Ah, devem estar pensando que fugi mais uma vez para a casa do James. Mas não importa.
- Todo mundo não pára de me interrogar, dizem que eu estou muito estranha... E eu não agüento mais! Principalmente a idiota da minha irmã, ela fica toda hora dizendo que você tem alguma coisa a ver com isso... Como se minha mãe precisasse de reforço pra me encher a paciência! – Aparentemente, ela estava tendo mais um daqueles ataques em que colocava os sentimentos reprimidos para fora de uma vez só. – Aquela traidorazinha, ela que espere eu poder usar magia fora da escola... – Seu rosto assumiu uma expressão maligna, a mesma que seria vista muitas vezes no futuro.
- É, e meu irmão também não ajuda, mas tenho certeza que minha querida mãe, fanática pelos sangues-puros do jeito é, aprovaria você sem nem pensar. Ela é sua fã! – Ele parecia preocupado, mas ao ver a expressão de incredulidade dela, acrescentou: - É sério! Mas é claro que não hav...
O resto da frase se perdeu com a interferência de uma voz vinda do lado de fora da porta. Bellatrix congelou, mas antes que tivesse tempo de reagir, a porta trancada foi facilmente aberta com um feitiço.
- Eu sabia! O QUE FAZ AQUI SEU DESGRAÇADO? – Druella olhava furiosa do sobrinho para a filha, sentados na cama dela. – Achei que já tínhamos conversado sobre isso, Black! – Ela respirava muito rápido.
Ele se levantou, e Bella também, olhando de um para o outro.
- Eu sei que fui avisado. Acontece que eu amo a sua filha! E eu sei que ela também. – Ele tentava continuar falando baixo e manter a calma, mas seu tom era desafiador, o que não era nada bom.
- NÃO ME INTERESSA! MINHA FILHA NÃO VAI SER OUTRA TRAIDORA DO SANGUE! JÁ BASTA VOCÊ PARA SUJAR O NOME DA FAMÍLIA! – Sua voz tinha desprezo, e parecia que ela só não cuspia no chão porque estava em sua própria casa.
- Bella... – Sirius tentava olhá-la nos olhos, mas isso era muito mais difícil do que ele imaginava.
Ele tomara sua decisão: terminaria tudo, evitaria o menor contato com ela... Mesmo sabendo que ela não o entenderia e que iria odiá-lo, era para o bem dela. Quem sabe o que aconteceria se continuasse arriscando seu pescoço, e pior ainda, o pescoço dela?!
Havia uma compreensão tão grande e tão natural entre os dois, que ela parecia ter lido os pensamentos dele.
- Nenhum de vocês vai decidir minha vida por mim! – Tinha um tom indignado e a expressão confusa.
Ele a puxou pelos braços, lhe deu beijo rápido, disse que a amava muito e desaparatou. Tudo isso em menos de cinco segundos. Ele sabia que ela acabaria ficando bem.
- COVARDE! Resolveu ir embora, é? – Druella continuava a gritar, agora para o nada.
Bella havia ficado paralisada, pregada no lugar. E mais uma vez, despejou tudo de uma vez:
- VOCÊ NÃO TEM QUE SE METER NA MINHA VIDA! QUAL É O SEU PROBLEMA?! LARGA DO MEU PÉ! VAI CUIDAR DO SEU MARIDO, PORQUE NEM ISSO VOCÊ FAZ DIREITO! VAI ENCHER O SACO DE ALGUÉM QUE NÃO SEJA EU! – Ela parou, com o peito arfando, e uma expressão de ódio, que parecia que a qualquer momento ia atirar alguma coisa na parede.
- Foi melhor para você. Um dia você vai me agradecer. Isso sim! – A mãe agora falava baixo. Ela saiu do quarto, deixando Bellatrix absorta em sua guerra interior.
Ela se sentou em sua cama, com mil pensamentos que martelavam em sua cabeça por segundo.
“Por que ele veio aqui?!”
“Nada disso teria acontecido...”.
“Por que todo mundo tem que controlar tudo que eu faço?”
“O que será que ele vai fazer agora?”
“O que eu vou fazer?!”
Ela engoliu os pensamentos e tentou esvaziar a mente. Não iria procurar Sirius até que chegassem à Hogwarts.
E adormeceu...
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