Descobertas



Capitulo 5:
Descobertas.


Colchões e malas estavam revirados; tinteiros jaziam sobre o chão, quebrados, com a tinta escorrendo; livros e cadernos estavam abertos no chão, e alguns deles faltavam paginas ou estavam rasgadas; cômodas estavam quebradas ao meio; os armários estavam com as portas abertas, e suas roupas estavam caídas amassadas no chão; essa era a cena no dormitório masculino da Grifinória.

-Parece que alguém andou procurando por algo obsessivamente – disse Hermione, tentando evitar pisar nos “detritos” que jaziam no chão.

-E achou – sussurrou Harry, para que Neville não ouvisse – O diário de Tom Riddle sumiu.


~~*~~


Depois de Percy e McGonagall souberam sobre o caso no dormitório, começaram a investigar com os quadros e fantasmas para ver se alguém havia notado algo. Um quadro de um homem bêbado pintado em aquarela, em cima do quadro de avisos, repetia que vira uma menina entrar no dormitório masculino de manhã, mas ninguém acreditou nele por ele ser, bem, bêbado e maluco.

Harry, Ron, Hermione e Lilly saíram do Salão Comunal e foram em direção ao escritório do diretor. Eles encontraram Kate no corredor, e ela não percebeu a presença deles. Ela estava bem pálida, e parecia preocupada com alguma coisa. Draco apareceu, e os dois sonserinos saíram em direção às masmorras, rindo sobre alguma coisa que Malfoy havia dito.

Lilly já ia argumentando alguma coisa sobre Kate, quando Dumbledore apareceu. Ele estranhou os quatro estarem parados ali, e logo Hermione começou a falar.

-Boa tarde, diretor... A gente quer falar com você sobre um possível suspeito de quem é que está por trás desses ataques.

-Estava me perguntando quando vocês iriam me falar sobre isso. – disse Dumbledore, sorrindo.

-Nos achamos que é uma suspeita, diretor. A nova aluna, Kate Jackson? – falou Lilly, enfatizando a palavra “uma” e “suspeita”.

-Porque vocês acham que é ela? – perguntou Dumbledore, agora sério.

-Porque descobrimos que ela é ofidioglota. – disse Harry – E no dia do primeiro ataque, ela estava com as mãos ensangüentadas. E ainda por cima age extremamente estranha quando o assunto é a Câmara Secreta.

Dumbledore pareceu mais preocupado com o fato deles saberem disso do que o fato de que eles haviam descoberto quem era a pessoa por trás dos ataques.

-Desculpe-me, eu preciso ir. – disse Dumbledore, saindo em direção às masmorras.

Lilly estava parada, de boca aberta, e parecia não acreditar no que acabara de ouvir.

-Vocês viram isso? – perguntou – Ele totalmente nos ignorou!

-É estranho mesmo. – disse Hermione, observando Dumbledore desaparecer no final do corredor – Ele pareceu mais preocupado com o fato de sabermos disso do que o fato de descobrirmos quem é o herdeiro.

-Isso me lembra o que vocês falaram sobre o primeiro dia de aula – disse Ron – Vocês não disseram que Dumbledore ficou desapontado quando viu Kate sendo sorteada para a Sonserina? Vocês não acham que ele talvez...Esteja protegendo ela?

-Não sei, está tudo ficando cada vez mais complexo... – disse Hermione, parecendo cansada – Eu vou para a biblioteca. Encontro-me com vocês depois do jogo de quadribol, ok?

Lilly, Harry e Ron se despediram de Hermione e andaram em direção ao Campo de Quadribol. Harry mudou de direção até chegar ao vestiário do time da Grifinoria, enquanto Lilly e Ron iam em direção a arquibancada.


~~*~~


Lilly e Ron estavam confusos. Eles estavam sentados na arquibancada, conversando, quando de repente McGonagall e Harry aparecem, e Harry parecia tão confuso quando eles. A professora de transfiguração havia dito que precisavam ir imediatamente para a Enfermaria, e que não era uma noticia boa. Uns instantes depois Madame Hooch caminhou até o centro do campo, e falou com a voz magicamente amplificada, que o jogo havia sido cancelado.

Eles saíram do campo, que já estava ficando vazio, e começaram a caminhar em direção a Enfermaria. Minerva não falava nada, e sempre quando perguntaram o que havia acontecido, ela ficava quieta. Finalmente quando eles chegaram a enfermaria, Minerva olhou para o quarteto e falou, com a voz melancólica.

-O que vocês vão ver pode ser um pouco, hum... Traumático.

Ela puxou as cortinas que cobriam uma maca, e viram uma garota de cabelo de jubas cacheadas, com vestes da Grifinoria, com a expressão vazia e pele pálida, com o corpo todo rígido: Hermione petrificada.

Lilly cobriu a boca com a mão, e Harry e Ron pareciam surpresos com aquele ataque.

-Ela foi achada na biblioteca, agora a pouco, segurando isto – disse Minerva, com um espelho prateado na mão – Isso significa algo para vocês?

Portanto ninguém respondeu. Os três estavam profundamente tristes com aquilo. Quando Minerva saiu, Ron falou, com a voz falhada e tremula.

-E agora, o que faremos sobre a Câmara sem a ajuda de Hermione?


~~*~~


Lilly fora mandada a detenção quando havia xingado o Prof. Snape quando ele havia passado dever de casa com 15 páginas. Sua detenção era passar a noite na biblioteca, checando a lista de quem havia pegado emprestado livros e quem não havia devolvido. Era uma detenção chata, monótona e longa; e nas palavras de Lilly, um jeito de tortura.

Às seis horas da tarde, Lilly se apresentou para Madame Pince e a bibliotecária entregou-a um livro enorme, e sorriu ao ver a careta da aluna.

Ela se sentou numa mesa e começou a folhear o livro desanimada. Foi só ai quando percebeu que não estava sozinha na biblioteca; uma garota estava sentada na frente dela, terminando alguma pesquisa para dever de casa. Lilly levou um susto quando viu que essa garota era nada mais nada menos que Kate Jackson.

Kate se levantou, guardou os livros que estava usando nas estantes certas e guardou o rolo de pergaminho na mochila – e acabara esquecendo um caderno preto em cima da mesa.

Os olhos de Lilly se arregalaram quando percebeu que era o mesmo diário de Tom Riddle. Ela viu se Madame Pince não estava olhando, e pegou o diário sorrateiramente e colocou dentro de sua mochila, e voltou a sua atenção para a detenção.


~~*~~


A meia noite, ela voltara para o Salão Comunal, e agradeceu por achar o Harry sozinho sentado em frente à lareira.

-Você não vai acreditar o que eu achei! – disse Lilly, abrindo a mochila, e depois entregando o diário a Harry – Kate estava com ele. Como ela pegou, ai não sei.

-Acho que não é o mesmo diário, Lilly – disse Harry, quando viu que não estava escrito Tom Marvolo Riddle na capa e havia desenhos em todas as páginas.

-Sério? – perguntou Lilly indignada.

Eles folhearam os desenhos. Eles viram uma caricatura de Gilderoy Lockhart, com um rabo de pavão e segurando um espelho, fazendo vários sorrisos. No canto da página, estava a assinatura de Draco, e desculpas pelo desenho estar tão horrível.

O próximo era de Kate, que era do Snape. Ele estava com a expressão assustada, e ele parecia estar correndo. Atrás dele, o seguindo, estava um grande pote de shampoo. Abaixo, estava escrito, junto com uma carinha feliz:

F.P.L.C.S. – Fundo Para Lavar o Cabelo de Snape

Haviam várias caricaturas e desenhos engraçados, feitos por Kate e outros amigos dela. Acharam um até de Cedric Digorry e outro de Fleur Delacour. Lilly estranhou o fato de Kate conhecer ela, e a ruiva a havia conhecido em Beauxbattons, e achava ela uma tremenda de esnobe e ridícula.

Ao passar das páginas, pararam de ter desenhos engraçados. Depois de várias páginas em branco, eles viram um desenho de uma mulher melancólica, olhando para uma janela. O desenho estava tão perfeito que Lilly sentiu pena da mulher. Harry e Lilly presumiram que era a mãe de Kate, pela incrível semelhança.

O próximo desenho era de um colar com um “S” como pingente. A corrente era simples e fina, e o pingente era pequeno e tinha pequenas pedras incrustadas.

Tinha desenhos de um garoto que se parecia muito com a Kate. Os mesmos olhos cor de violeta, a mesma atitude e a mesma cor de cabelo. Havia o desenho de um garoto que lembrava Tom Riddle, e ele parecia preocupado com algo.

Um desenho preocupou Harry. Ele tinha uma foto de seu pai, e o desenho retratava a mesma foto; um James sorridente e despreocupado.

O ultimo desenho fez a cicatriz de Harry arder imensamente.

Em uma sala longa e escura, iluminada apenas por uma lareira, havia uma longa mesa com ocupantes mascarados e encapuzados. Na ponta de mesa, sentado na frente da lareira, estava uma figura muito estranha: um homem pálido, com os olhos parecidos de um gato, com fendas nos lugares de narinas, parecia preocupado ou furioso por alguma coisa.

Embaixo, com a caligrafia de Kate, estava escrito “Nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver”

Harry não conseguiu olhar para o caderno por muito mais tempo, a cicatriz começara a arder tanto que ela quase o cegou de tanta dor. Ele se levantou e o caderno caiu no chão, e a dor aliviou um pouco. Ele olhou para Lilly, com a voz rouca e falhada pela dor:

-Devolva... Eu nunca mais quero ver esse caderno na minha vida.


~~*~~


No dia seguinte, já à noite, Lilly estava indo para sua detenção na biblioteca. Ela demorava o passo o mais que conseguia; não queria chegar à sua detenção tão cedo assim.

Harry e Ron haviam avisado que iriam falar com Hagrid sobre a Câmara Secreta. Lilly já havia avisado que aquilo era inútil, não podia ser possível que fosse Hagrid que houvesse aberto a Câmara há mais de cinqüenta anos atrás. Mas os dois não lhe deram ouvido.

Ao passar pelos corredores, ela sentiu que estava sendo observada, ou talvez até sendo seguida. De vez em quando viu sombras atrás dela, mas quando se virava, não havia ninguém. Várias vezes já ouvira uma respiração de alguém vindo atrás dela, ou até mesmo um vulto refletido nos espelhos que haviam em alguns corredores, mas nunca havia ninguém atrás dela.

Depois da detenção, ela estava cansada e só pensava em se jogar na cama e cair no sono, mas seja quem for que estava lhe seguindo, havia voltado.
Quando ela olhou para trás, viu que havia um rastro com pingos de sangue no chão, é durante um segundo, ela viu o relance de um vulto encapuzado.

Os archotes que iluminavam o corredor agora havia sido apagados, e ela ouviu passos apressados. Ela tentou caminhar às cegas na escuridão, para sair dali, só que acabou escorregando e caindo no chão, e sua mochila arrebentou na mesma hora.

Ela ouviu alguém se aproximar e soltar um risinho.

-Nunca te ensinarão que não se deve pegar coisas sem pedir permissão? – era uma voz feminina e Lilly a achou muito familiar.

Como estava em total escuridão, Lilly não sabia onde estava a sua varinha. Ela permaneceu quieta no chão e ouviu o vulto se abaixar, mexer no meio da confusão de sua mochila e pegar algo.

Os passos da garota encapuzada foram se distanciando, e quando ela não conseguia mais ouvi-los, as tochas voltaram a se acender. Ela se levantou, pegou sua varinha e emendou a sua mochila e colocou todos os seus pertences de volta ao lugar; mas havia uma coisa faltando - o caderno da Kate.


~~*~~


Os três grifinórios estavam no Salão Principal jantando enquanto Ron e Harry falavam para Lilly o que eles haviam presenciado na Floresta Negra. Ron ainda estava bem pálido e trêmulo pelo encontro com as aranhas.

-Ahá! – disse Lilly, segurando um pedaço de torta com o garfo – Eu disse para vocês que Hagrid era inocente!

Harry apenas rolou os olhos e tomou seu suco de abóbora.

-E sabemos que as aranhas não gostam desse monstro da Câmara. – falou Ron, ainda trêmulo.

Após o jantar, eles se foram até a Enfermaria para visitar Hermione.

-Ainda bem que a Profa. Sprout disse que as mandrágoras já estão quase prontas. – falou Lilly enquanto examinava o espelho prateado.

-Você faz falta, Hermione – murmurou Ron, sentando na cadeira próximo a maca.

Lilly começou a se surpreender. A parte de trás do espelho estava rasgada, e se ela puxa-se, revelaria um compartimento secreto. Sem perder tempo, ela retirou o forro e um pergaminho caiu em suas mãos.

-Harry, Ron! – chamou ela – Olhem o que eu achei!

A ruiva desamassou o pergaminho e se aproximou da vela para poder ler. Ela e Harry reconheceram a caligrafia do caderno de Kate, e Lilly leu em voz alta a carta:

Hermione, eu sei que não me conhece, e possivelmente deve achar que eu sou a pessoa por trás desses ataques, mas não sou. Assim como você e seus amigos, eu também estou tentando descobrir quem é. Estou lhe dando esse espelho para sua proteção, e você vai descobrir o porque quando virar esta carta.
Kate


Os três estranharam, mas viraram a carta. Era uma página de um livro com uma ilustração de uma cobra enorme no meio. O titulo
era “Basiliscos”:


Das criaturas mais temidas do mundo bruxo, a mais perigosa é o Basilisco, uma cobra gigante que pode viver mais de milhões de anos (o mais velho registrado é um com 1 milhão e meio de anos). Nasce do ovo de galinha chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois alem de presas letais e venenosas, o Basilisco tem o olhar mortífero, e todos que são fixados pelo seus olhos sofrem de morte instantânea. As aranhas fogem do Basilisco, pois é seu inimigo mortal.


-É por isso que você anda ouvindo vozes estranhas! – falou Ron, se levantando da cadeira – O monstro da Câmara Secreta é um Basilisco, uma cobra!

-Como é que Kate sabia que o monstro é um Basilisco? – perguntou Lilly, ainda não convencida – Eu acho que ela ainda está mentindo.

Harry ia falar algo, mas foi interrompido pela voz de McGonagall magicamente amplificada:

Todos os alunos devem voltar imediatamente aos seus dormitórios. Professores, com urgência ao terceiro andar.













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N/A: Yeah. Penúltimo capítulo do segundo ano. =)


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