Vozes
Capitulo 3:
Vozes
-Estou contente em ter você aqui, Harry. – falou Gilderoy Lockhart, sorrindo, escrevendo mais um autógrafo. – Você me ajudou bastante nas cartas dos meus fãs.
Harry sorriu entediado e voltou à sua detenção. Ele olhou para o relógio, só mais alguns minutos e ele estaria fora dali...
Matar...Matar...Eu sinto cheiro de sangue...Deixe-me rasgá-lo, cortá-lo... Deixe-me matá-lo...
-O que? – perguntou Harry, aterrorizado.
Gilderoy olhou para Harry, confuso. Ele terminou de autografar outra foto e disse:
-Aconteceu alguma coisa, Harry?
-A voz! Você não a ouviu?
-Voz? Que voz? – Gilderoy olhou ao redor, começando a se assustar também. E depois olhou para o relógio que estava em cima da mesa. – Acho que você está ficando meio sonolento, Harry. Pode ir, a detenção acabou.
Harry se levantou da cadeira e saiu de sala. Suspirou aliviado por não ter que ficar mais tempo com Gilderoy e foi caminho em direção a torre da Grifinória.
Matar... Rasgar...Cortar...
Ele não prestou atenção ao seu redor. Ele ficara tão concentrado na voz que não percebeu que uma pessoa havia esbarrado nele. Ele saiu do estado de “transe” e viu Kate, em suas vestes Sonserinas. Ela estava pálida, e parecia assustada.
-Me desculpe, não prestei atenção – disse Harry, e ele percebeu que as mangas e as mãos dela estavam cobertas de sangue. – Suas mãos...
Mas já era tarde demais. Ela já havia saído dali.
Ele ficou parado no mesmo lugar, ainda confuso. Ele depois viu Hermione, Ron e Lilly se aproximarem.
-Harry, você está bem? – perguntou Lilly, estranhando o comportamento dele. – Parece que acabou de ver um bicho-papão!
-Vozes...Vocês não ouviram?
-Vozes? Que vozes? – falou Ron, com a voz tremendo.
Está na hora de matar...
-Ele vai matar! – disse Harry, e começou a seguir a voz.
Eles acabaram chegando a um corredor alagado, e havia uma mensagem na parede. Escrita com sangue.
-“A Câmara Secreta foi aberta. Inimigos do herdeiro, cuidado” – repetiu Hermione – Foi escrito com sangue. isso não é um bom sinal.
Harry olhou para uma gata malhada que estava pendurada no archote. Ela estava com os dentes à mostra, e as garras também; mas tinha uma expressão de vazio e estava petrificada.
“Madame Nor-r-ra”, pensou Harry.
Conversas e passos começaram a se aproximar do corredor. Em uns instantes, vários alunos já haviam se aproximados da parede pichada e liam ela com uma expressão de medo no rosto.
Filch abriu caminho entre a multidão e quando viu Madame Nor-r-ra, agarrou Harry pela gola da camisa.
-O que você fez com a minha gata? – disse rispidamente.
-Eu não fiz nada! Ela estava assim quando a gente chegou!
Os professores e o diretor entraram no corredor, e Snape lançou um olhar desconfiado quando viu o quarteto e a mensagem na parede.
-Todos de volta para seus dormitórios! – falou Dumbledore, e fez um sinal para os monitores. – Todos, menos vocês quatro. E você também, Srta. Jackson.
Harry olhou para o seu lado. Kate estava ali, e ela imediatamente colocou a mão no bolso da capa.
Todos os alunos já haviam regressado para seus determinados dormitórios.
Dumbledore estava examinando a gata de Filch com seus óculos de meia lua, e Minerva encostou o dedo no sangue da parede. Ela parecia mortificada, e com a voz tremula, se dirigiu à Dumbledore:
-É sangue de verdade, Albus!
Dumbledore entregou a gata à Madame Pomfrey e ordenou que a levasse para a enfermaria. Argus Filch estava inquieto, e lançava olhares nada simpáticos para Harry.
-Parece que Potter e seus amigos estavam no lugar errado, na hora errada. – o lábio de Snape se crispou em um meio sorriso.
-Eu creio que isto seja minha falta, Severus. – Lockhart se aproximou – Potter estava cumprindo detenção comigo.
-E eu estava voltando para a torre da Grifinória quando vi a mensagem – disse Harry.
Dumbledore encarou Harry, Lilly, Ron e Hermione com uma expressão séria e também preocupada; o que quer que esteja acontecendo era grave.
-Inocente até que se prove o contrário, Severus. Agora, voltem para seus dormitórios. Só peço que sejam extremamente cautelosos. – disse o diretor, e depois de uma pausa, se dirigiu a Kate – E eu gostaria de conversar com você em meu escritório.
~~*~~
Três dias após a estranha mensagem sangrenta, todos os alunos já comentavam sobre quem seria o tal “Herdeiro” e que seria essa Câmara Secreta. Alguns alunos escreveram sobre o acontecimento para os parentes, e pais estavam preocupados. Molly Weasley escreveu uma carta para todos os seus filhos; e de vez em quando a tinta estava borrada.
Ron estava terminando de ler a carta quando Minerva McGonagall entrará na sala de aula. Os alunos pararam de conversar, pegaram os livros e cadernos.
A aula já estava no final quando Lilly percebeu que uma pergunta queimava sua língua. Ela esperou McGonagall terminar de explicar o feitiço Vera Verto, e ergueu a sua mão no ar.
-Sim, Srta. Jones? – falou McGonagall.
-Professora, você poderia nos contar...Sobre a Câmara Secreta?
A sala ficou em silêncio; atenta. Minerva se levantou de sua mesa e caminhou até a frente da turma. O silêncio era tanto que dava para ouvir claramente o barulho da respiração.
-Todos nós sabemos que Hogwarts foi fundada há milhares de anos atrás; por quatro bruxos famosos da época. Godric Gryffindor, Rowena Ravenclaw, Helga Hufflepuff e Salazar Slytherin. Três deles trabalhavam em harmonia, exceto um.
“Salazar Slytherin não concordava em certas regras decididas pelos outros fundadores. Uma delas era o ensino de bruxos que, em sua opinião, não eram merecedores de magia. Nascidos trouxas.
“Insatisfeito, Salazar construiu uma Câmara Secreta em Hogwarts, e escondeu dentro dela uma criatura que pudesse expurgar todos os não merecedores de magia, em suas palavras.
“A lenda conta que é um lar de um monstro, um monstro que só o herdeiro de Slytherin poderá comandar.”
Lilly olhou para o lado, onde estava Draco Malfoy e Kate Jackson. Draco estava prestando atenção a cada palavra que Minerva falava, mas Kate estava agindo diferente. Toda a cor que havia em seu rosto havia sumido, e estava encolhida em sua cadeira, olhando para o chão.
-...Mas a escola foi revistada inúmeras vezes, e nenhuma Câmara fora achada. – continuou Minerva – e nenhum monstro fora avistado.
~~*~~
-Acho que essa Câmara Secreta não é mais uma lenda – falou Ron, enquanto eles saiam da aula de Transfiguração. – Todos os professores estão preocupados, inclusive McGonagall!
-Alguém já tem alguma idéia de quem é o herdeiro? – perguntou Lilly.
Kate, Draco e outros alunos da Sonserina passaram por eles, e pareciam estar se divertindo com alguma coisa.
-Eu tenho uma suspeita, - respondeu Harry, observando o grupo Sonserino no final do corredor – Kate.
-Kate? Kate Jackson? – repetiu Ron – Não pode ser ela!
-Porque não? – disse Lilly.
-Os Jackson são uma família herdeira de Ravenclaw, não de Slytherin.
-Não quer dizer nada, Ronald – disse Lilly – Hoje, quando a McGonagall estava falando sobre a Câmara Secreta, ela tava agindo estranha; como se fosse envolvida nisso ou algo assim.
-E no dia em que achamos a mensagem na parede, ela estava com as mãos sujas de sangue! – completou Harry – E também tem o que o Chapéu Seletor falou.
-Tem um jeito de sabermos quem é o herdeiro... – falou Hermione pela primeira vez – Mas vai ser perigoso, e quebraremos pelo menos cinqüenta regras escolares.
-O quê? – disse os três ao mesmo tempo.
-Poção Polissuco, mas é uma poção complicada. Até terminá-la, acho que dará um mês. É a única opção que temos.
~~*~~
Havia se passado duas semanas desde a mensagem na parede e a petrificação de Madame Nor-r-ra quando um novo ataque acontecerá com Colin Creevey.
Dumbledore havia pedido para Gilderoy Lockhart começasse a dar aula de duelo para a segurança dos alunos. As mesas e bancos do Salão Principal haviam sumido. Uma grande e longa passarela havia sido montada bem no meio do Salão, e Gilderoy estava em pé em cima dela, esperando os alunos chegarem.
-Por favor, se aproximem, se aproximem! – exclamou Gilderoy – Todos podem me ouvir? Todos podem me ver? Ótimo. A pedido de Dumbledore, irei lhes ensinar como duelar. Gostaria de apresentar o meu assistente, Prof. Snape!
Gilderoy apontou para a ponta da passarela, onde Snape havia acaba do parecer, um pouco irritado com aquela apresentação.
Os dois duelaram, e Gilderoy ficou envergonhado quando foi derrotado por Snape. Para disfarçar, ele se levantou, arrumou a camisa que havia sido amassada e pegou a varinha.
-Ótimo duelo, Prof. Snape. – disse Gilderoy, agora olhando pros alunos – Por favor, virem e formem dupla com a pessoa que está ao seu lado. Lembrem-se; não é para se machucarem, é apenas para desarmar o adversário.
Lilly se virou e não ficou nada contente ao ver que seu par era Christopher.
“Não acredito!”, pensou “Alguém lá em cima deve mesmo me odiar!”
Ele sorriu para ela e Lilly retribuiu com um sorriso nada amigável. Os dois se curvaram e contaram até três. Lilly se concentrou em toda sua raiva quando disse “Expeliarmus”, fazendo Christopher ser lançado ao outro lado do Salão.
-Você é maluca ou o que? – ele disse enquanto se levantava.
-Eu disse apenas para desarmar, e não para machucar! – disse Gilderoy, separando os dois.
Harry se virou e viu que sua dupla era Kate Jackson, e por mais que ele tentasse procurar, não havia nada maligno nela. Ela era bem bonita e sorridente e não demonstrava desconfiança. Ele tirou esses pensamentos da cabeça ao se lembrar que ela era uma Sonserina e uma grande suspeita de ser a herdeira de Slytherin.
Os dois se curvaram e fizeram a contagem regressiva. Harry estava falando “Expeliarmus” quando ele foi acertado pelo o feitiço da garota. Ele caiu no chão, e a varinha fora lançado a metros de distância.
-Me desculpe, – disse ela, ajudando Harry a se levantar – e que eu já sei fazer feitiço-mudo.
Quando Kate tocou nele, ele sentiu sua cicatriz arder, e não entendeu o porque. Gilderoy apareceu, entregando a varinha do Harry ao dono. O professor subiu de novo na passarela e olhou para os alunos, e falou:
-Muito bem, agora que todos já praticaram, gostaria que uma dupla
voluntária duelasse aqui em cima. – Gilderoy apontou a escadinha no final da passarela. - Potter? Weasley?
-A varinha de Weasley está danificada. Teríamos que mandar Potter para a Enfermaria numa caixinha de fósforos. – disse Snape, com um sorriso amarelo nos lábios – Posso sugerir alguém da minha casa? Malfoy, talvez?
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