A vigilância - Parte I



Olá
Antes de começarem a ler o próximo capítulo, gostaria de comunicar que ao digitá-lo acabou saindo maior do que eu esperava e para que a leitura não ficasse maçante, resolvi dividi-lo em duas partes. Assim teremos 2 capítulos com o mesmo título. Ok!!!

***

Capítulo VII
A vigilância – Parte I


Uma vez acertado a saída era hora de se despedirem. Gina puxou Harry para um canto e com um beijo breve, mas intenso, desejou boa sorte. O garoto fez o mesmo lembrando que o lugar para onde ela iria seria mais interessante e desejou profundamente que Hogsmeade valesse a pena, pois não estava sendo fácil sair dos seus braços. Quando conseguiu se desvencilhar da amada, entrelaçou os seus dedos nos dela e assim permaneceram unidos enquanto criavam coragem para quebrar o contato físico.

Não muito distante Rony ainda segurando a mão de Hermione pediu para que tivesse cuidado e anunciou que pensaria nela todos os instantes em que ficassem separados. Beijou a palma de sua mão direita. Fechando a em seguida, pediu que guardasse aquele beijo até se encontrarem de novo. Ela balançou a cabeça afirmativamente e ao se aproximar para dar-lhe um beijo no rosto tocou o canto dos lábios do ruivo. Desejou terem mais tempo para se entregarem àquele momento, mas precisavam ir. Moody já tinha olhado feio para Rony pelo menos umas três vezes.

- É... acho que é hora de nos despedimos... Até mais tarde Ron.

- Até. Mione... – desanimado, virou-se para o lado e convocou o amigo. – Vamos Harry? Já está na hora.

Harry deu mais um beijo em Gina e assim como Rony, se aproximou do seu “instrutor”. Em um segundo os cinco desapareceram.

***

Hogsmeade estava diferente. Por ainda não terem começado as aulas, o lugar mantinha somente os habitantes do povoado. Para Harry era estranho, pois se lembrava que todas as vezes que estivera ali fora com os amigos e com os demais alunos de Hogwarts em passeios supervisionados de final de semana. Hagrid também estava estranho e quase não falava. Parecia estar preocupado com alguma coisa. Por isso Harry aguardou um pouco para lhe questionar.

- Hagrid... posso te fazer uma pergunta?

- Claro...

- Por que viemos para Hogsmeade? E o quê te preocupa?

- Me preocupa...ora Harry, não é nada. – Desconversou – só estava pensando como será o ano escolar em Hogwarts.

- Ahã...sei...agora você vai me falar a verdade ou eu vou ter que esperar muito?

- Já disse não é nada... – notando a cara descrente do garoto emendou – é sério!!!

- Bom se não confia mais em mim...tudo bem.

- Não Harry, não é nada disso. Não tem nada a ver com confiança. É que...

- Que...

- Está bem. – Bufou. - Vou dizer, mas Dumbledore não poderá saber que lhe contei...

- Tudo bem...

- Bom... Dumbledore pediu para que viéssemos para cá por que... desconfia que alguns comerciantes estão sendo intimidados pelos Comensais da Morte para obterem algumas informações .... Parece que a Dervixes e Bangüês foi parcialmente destruída por que o proprietário não quis colaborar. Já o dono da Loja de Penas Escriba passou por coisa pior, sabe. Ele e a família foram ameaçados e quando tentou fugir, foi atacado com um feitiço detonador e está hospitalizado no St. Mungus. O engraçado é que estas notícias não estão sendo publicadas... pelo menos não como deveriam.

- Mas... informações sobre o quê?

- Acreditamos que novamente ele está à procura de um certo objeto... e de uma certa pessoa.

- Seria eu por acaso? – Disse com sarcasmo.

- Você-sabe-quem quer ver você destruído e quanto a isso ninguém tem dúvidas. Além disso, ele quer se tornar o bruxo mais poderoso da face da Terra e não medirá esforços para alcançar este objetivo. Provavelmente ele acha que tentar te fazer mal agora não é tão importante e talvez queira recobrar o poder primeiro para depois...

- Tá Hagrid, mas se não é a mim que ele deseja agora... quem seria?

- No momento certo você ficará sabendo... – Olhou para os dois lados para ver se não havia alguém por perto e emendou. - ...o que posso adiantar é que essa pessoa é guardiã de algo que tem o poder de mexer com dois mundos.

- O dos bruxos e o dos trouxas?

- Não Harry... o dos vivos... e o dos mortos.

Harry se preparava para fazer novas perguntas quando naquele instante uma gritaria surgia de uma rua próxima. Rapidamente os dois correram em direção daquele som para saberem do que se tratava. Aconselhado pelo amigo meio-gigante, Harry colocou a capa e ao cruzar a esquina não acreditou no que via. Madame Rosmerta estava no meio da via ainda mais descabelada apontando para dentro da loja. De lá saíam animais esquisitos que mais pareciam um feitiço mal executado.

- Que bichos são estes?

- São Occamis - Hagrid disse entre dentes para que ninguém percebesse que ele falava sozinho.

- Legal, e... o quê exatamente são Occamis?

- São criaturas fantásticas... bípedes emplumados... com corpo de serpente e asas... – Ao descrever os animais, os seus olhos brilhavam de excitação, mas ao se lembrar da origem dos mesmos sua fisionomia mudou.

- O que foi Hagrid?

- É estranha a presença destes animais aqui...

- Por quê?

- Eles são comuns em outras regiões... e pela quantidade... até parece que alguém os conjurou... – olhando ao redor de forma enigmática Hagrid continuou – Pode ser bobagem minha... mas a impressão que dá é que...

- ... estão tentando nos distrair. – Concluiu Harry.

- Talvez, mas pode ser também que....

Hagrid não teve tempo sequer de concluir e só ouviu os passos do garoto que corria para onde tinham estado há pouco. Indeciso entre entrar no Três Vassouras e seguir Harry, preferiu a primeira opção. Afinal Harry estava com a capa da invisibilidade e se sua suspeita fosse verdadeira, quem lançou o feitiço já não estaria mais ali.

***

Como iriam para a mesma direção, Jorge, Fred e Lucy seguiram para o Caldeirão Furado. Os poucos hóspedes tomavam café e o funcionário Tom recebia alguns outros que chegavam. Ao ver o trio de longe os saudou com um aceno.

Jorge permaneceria ali por algum tempo para observar o ambiente e seguiria depois para a Gemialidades Weasley. Já Fred teria de suportar a cara mal humorada de Lucy por algumas horas. Ela não falava nada e sabe-se lá o por que tinha levado um livro. Será que já sabia que ficar na presença do gêmeo seria entediante?

Passado o tempo combinado Lucy se dirigiu para os fundos da hospedaria. Fred acompanhou desanimado encenando para Jorge que preferia a forca. Concluída a travessia seguiram para a livraria Floreios & Borrões.

Durante o tempo em que estiveram na loja, Fred notou que a jovem folheou vários livros, mas um deles tomou toda a sua atenção “DESENVOLVENDO SEUS NOVOS PODERES CONTRA AS ARTES DAS TREVAS”. Sentindo que a situação ficava pior a cada instante, ele resolveu quebrar o gelo.

- Este livro parece ser interessante...

- É. – afirmou com tom distante.

- Você...vai levá-lo ou está só folheando?

- Ãhn!! – Exasperada ergueu a sobrancelha e continuou. – Por que...está incomodado???

- NOSSA... só perguntei nervosinha... o tempo que estamos desperdiçando aqui poderia ser melhor aproveitado lá fora. O que poderemos descobrir trancafiados na livraria? – A cara de deboche que fez era digna de um tampa daqueles bem dado. E ele sabia que se continuasse a provocá-la o receberia em breve. Por isso assim que ela fechou o livro e se aproximou, ele involuntariamente apertou os olhos e chegou a sentir o ar se deslocando e uma mão vindo em sua direção. Para sua sorte era só impressão. Ela parou em sua frente e com um semblante calmo começou o seu relato.

-Bom... se o senhor quer mesmo saber...nesse TEMPO em que ficamos aqui eu descobri... primeiro: alguns bons livros tiveram os preços reduzidos sabe, acho que vou até levar este aqui; - deu uma batidinha sobre o livro - segundo: aquela atendente não tira os olhos de você e olha... ela achou o seu traseiro bonitinho hein...

Fred olhou encabulado para trás da prateleira que ela havia indicado e notou que a suposta garota corou quando ele a localizou e sem graça dirigiu-se para o balcão. Sem entender voltou a encarar Lucy e parecia que em sua testa estava escrito “É ISSO QUE DESCOBRIU?” por que antes que questionasse novamente, ela continuou.

- ...terceiro: desde que entramos aqui um garotinho já olhou pela vitrine da livraria três vezes em nossa direção e foi correndo contar para uma senhora baixinha de óculos redondos que está do outro lado da rua; depois desta última vez... eles saíram naquela direção.... o mesmo da Travessa do Tranco.

- Como você conseguiu observar tudo isso? Pensei que estivesse concentrada no livro?

- E estava. Mas ao contrário de vocês homens, nós... MULHERES... temos uma percepção maior do mundo ao nosso redor. – enquanto conversava com Fred ela entregou o livro para a atendente que sequer arriscava um olhar para o rapaz e continuou – Agora sim podemos seguir para o nosso destino, certo?

Boquiaberto ele a seguiu novamente. O lugar estava semi-deserto. Os poucos bruxos que por ali passavam os encarava com ar de surpresa. Eles não se pareciam em nada com os freqüentadores do lugar. Sentindo que precisava se desculpar por causa de suas atitudes, Fred segurou no braço da jovem que estava a sua frente fazendo que parasse subitamente.

- O que foi? Viu algo suspeito? – Sussurrou.

- Não... é que eu sinto que começamos com o pé esquerdo e ...eu queria pedir desculpas pela forma como falei com você a pouco. Acho que fui meio intolerante naquela hora...

- Só naquela hora?

- Bem....er.... não... – suspirou fundo – o fato é que eu tenho implicado um pouco com você... – notou o olhar fulminante de Lucy - ...tá... tenho implicado muito com você e sinto muito... podíamos começar do zero... se quisermos que isso dê certo precisaremos ser cordiais um com o outro. – Estendendo a mão, aguardou que Lucy fizesse o mesmo. – Sem implicações... prometo.

Ela mordeu o lábio. Franzio a testa. Pensou um pouco e só então respondeu.

- Ok! Mas espero que realmente pare de me amolar. Não sou muito paciente e se não cumprir com o prometido posso fazer da sua vida um inferno... – sorrindo apertou a mão do rapaz.

Considerando que os dois viviam em pé de guerra, aquele momento tornou-se digno de uma manchete no Profeta Diário. Quem poderia acreditar que depois de uma invasão num certo quarto eles estariam se entendendo? Como tudo o quê é bom não dura o suficiente, as mãos se soltaram assim que perceberam que aquele garotinho continuava os observando. Desta vez não estava com a senhora cujas lentes dos óculos pareciam ter sido tiradas do fundo de alguma garrafa de cerveja amanteigada. Ele estava acompanhado por um jovem alto, magricela e de semblante nada agradável. Suas vestes negras esvoaçavam com o vento e constantemente ele jogava uma bolinha prateada de uma mão a outra sem deixar de encarar a dupla. Percebendo a má intenção do jovem, Fred pôs sua mão nas costas de Lucy e a empurrou pela rua.

- Espera.

- O quê foi? – Fred parou de forma brusca. - Você não viu as pessoas mal encaradas que tem aqui?

- Vi... mas se sairmos agora, vão pensar que estamos fugindo. Veja, ele está vindo em nossa direção.

O ser pálido ao notar que seguiriam pela rua se aproximou tentando intimidá-los.

- Vocês estão perdidos? Posso ajudá-los em alguma coisa?

- Não... viemos comprar alguns... objetos e acho que você não poderá nos ajudar.

- Objetos? Acho que este não é lugar para uma moça tão... bonitinha e indefesa como você vir para fazer suas compras. Pode ser... perigoso.

- Não se preocupa não... amigo. Ela está comigo. – Fred ficou entre os dois.

- Acho que não é suficiente... – o rapaz estufou o peito e pegou sua varinha dentro do casaco.

- Bem... – Lucy saiu detrás de Fred e encarou o magricela. – Não acho que você saiba o quê é melhor para mim... – encarando o gêmeo continuou. - ...e quer saber sei me defender muito bem sozinha... – tornando a olhar para o magricela emendou. – ...estou à procura de algo que só tem aqui. Se não puder me ajudar peço que também não atrapalhe.

- Talvez deva saber que sua presença pode não ser bem quista aqui.

- Sério? – Lucy pegou a sua varinha e a ergueu também. – sempre fui boa em duelos e nunca fugi de um. Se quiser me impedir, pode tentar... só não sei se vai conseguir. – Disse erguendo a sobrancelha num tom desafiador.

- Ok! Fique então à vontade... – o rapaz saiu da frente dos dois e com ar debochado estendeu o braço como numa reverência mostrando a rua para que eles seguissem.

Fred se admirou com a petulância da garota. Como ela ousava falar com um nativo daquela forma. O mais incrível era o olhar que ela não tirava do rapaz. Parecia até que o estava enfeitiçando para que os deixasse passar.

Durante o tempo que permaneceram na Travessa do Tranco a garota demonstrou ter outras habilidades. Ela entrou em diversas lojas e parecia conhecer boa parte dos objetos que eram negociados. Alguns vendedores já a conheciam e saudavam quando entrava em seus estabelecimentos. Com alguns até tinha conversas mais profundas sobre feitiços modificadores e etc. Aquele olhar que tanto intrigava Fred passou a ser lançado a todos a quem ela se dirigia e incrivelmente todos acabavam fazendo o quê ela queria. Aqueles olhos estariam lançando freqüentes feitiços? Ou todos tinham notado quão belos eles eram e encantados realizavam as vontades da jovem? Não importava. Muito tempo depois ela saiu da Borgin & Burkes com um estojo repleto de gravuras cravadas na madeira que a tinham fascinado. Cansado o bastante para perguntar do que se tratava, Fred apenas sugeriu que fossem comer. Já passava do meio dia e estava varado de fome.

***

Considerações

Quero agradecer a todos que tem acompanhado esta fic e principalmente a Lari Forrester Black.
Devo confessar que quando comecei a escrever estava bastante empolgada e por isso postei os cinco primeiros capítulos rapidamente. Como não recebia nenhum comentário a respeito, acabei me desmotivando e cheguei até a pensar em parar. Sei que muitos não gostam de fazer isso, não tem tempo ou talvez não considerem importante. No entanto, gostaria de dizer que foi graças a um comentário que recebi que me animei novamente e pretendo ainda esta semana postar pelo menos mais dois capítulos. Espero que continuem acompanhando e comentando. As opiniões recebidas servem de incentivo para todos aqueles que descrevem uma história.

Um grande beijo e até breve.

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