Grimmald Place



Capítulo II
Grimmald place


“Incrível como o tempo passa rápido quando estamos com pessoas ao qual queremos bem”. Este era o pensamento que permeava a mente de Harry, Já faziam três dias que estava na Toca e para ele a diversão apenas tinha começado. Se por um lado alegrava-se muito com a rotina típica dos Weasley, por outro lado estava cansado das reclamações do seu amigo. Este demonstrava sinais de irritação por qualquer coisa que o fizesse lembrar de Hermione, ou melhor, da sua ausência e falta de comunicação.

Para alívio de quase todos, Gina conseguiu contato com a amiga. Pela informação transmitida por ela, Hermione havia acabado de chegar em casa e aparentemente tinha conseguido a autorização dos pais para se reunir a eles na Toca. O problema é que não mencionou o dia, a hora, e o minuto em que este fato se concretizaria, deixando Rony ainda mais amuado.

- Caramba Harry, você não entende? - Rony reclamou socando um travesseiro. – Estou com saudade e acho que os Granger fizeram isso de propósito.

- Isso o quê Rony? – perguntou o amigo descrente. – Todo ano ela viaja com os pais. Não sei no que isso pode ser visto como uma atitude proposital. Aliás, proposital a quê?

- A manter ela afastada da gente. Quem garante que eles não a impedirão de retornar a Hogwarts....

- Cala a boca Rony. – interrompeu Gina impaciente com a besteira que o irmão falava. – Até parece que isso vai acontecer! Primeiro por que eles já entenderam que o lugar da Hermione é em Hogwarts e segundo por que a essa altura, eles já sabem que vocês estão juntos. Diante do que aconteceu com ela recentemente, nada é mais natural do que os seus pais quererem tê-la por perto um pouco mais. – dando o assunto por encerrado ela sentou-se junto ao Harry envolvendo o seu braço na cintura do namorado.

Sem ter mais o quê dizer, Rony olhou para Harry atônito e com um sorriso sincero encerrou a questão. Ele começou a compreender que estava exagerando e que era preciso relaxar.

***

Com o aumento das matérias no ano anterior e a necessidade de se preparar para os NIEM´s, Harry e os demais alunos de Hogwarts não puderam se dedicar tanto às reuniões da AD. O mesmo aconteceu com as reuniões da Ordem Fênix.

Após a morte de Sírius, seguiu-se um tempo até os membros se agruparem como de costume. O fato tornou-se mais comum, logo após a última tentativa de retorno triunfante daquele-que-não-deve-ser-nomeado, o Encantamento das Almas. Por sorte ou questão do destino, o acontecimento foi frustrado, e mais do que nunca Lord Voldemort demonstrava o seu crescente ódio através de ataques cometidos pelos comensais da morte.

O sumiço de integrantes do Ministério da Magia aumentava consideravelmente. E não somente nele. Bruxos e até mesmo trouxas com algum tipo de ligação com o mundo da magia também sumiam. Tudo estava acontecendo muito rápido e por isso a Ordem resolveu retomar suas atividades. A sede continuava sendo a casa de Sírius Black, pelo menos por enquanto, e para lá seguiriam ainda naquele dia.

- Todos já estão prontos? – Quis saber o Sr. Weasley.

- Sim. A propósito o Moody já verificou a casa e disse que podemos ir. – Respondeu Lupin que havia chego à residência dos Weasley no dia anterior.

- Ótimo. Então vamos? – Disse apontando para a lareira.

***

Todos já estavam devidamente acomodados e sabiam que a qualquer instante Alvo Dumbledore poderia chegar para que dessem início a primeira das várias reuniões que se seguiriam durante aquele período de férias. Molly Weasley imediatamente providenciou uma breve limpeza na cozinha para que todos pudessem jantar e com um aceno de sua varinha em instantes panelas, colheres e demais utensílios começaram a trabalhar.

Após o jantar, todos ainda permaneceram a mesa para discutir as últimas notícias do Profeta Diário. Depois de muita discusão e nenhum solução tomada, restaram a mesa apenas o Sr. e a Sra. Weasley, Remo Lupin, Alastor Moody e a Ninfadora Tonks. Os mais jovens da casa estavam exaustos para continuar com eles e dirigiram-se aos dormitórios.

- Será que aconteceu alguma coisa para Dumbledore não ter vindo? – Harry pensou alto.

- Acho que não! – Respondeu Fred.

- Ele deve ter avisado. – Finalizou Jorge.

A fim de conversar um pouco mais antes de dormir, todos foram para o quarto em que Harry e Rony habitualmente ficavam quando se hospedavam na casa dos Black. Os gêmeos e o Rony sentaram-se largados em uma cama envoltos a roupas, livros e jogos que estavam espalhados sobre ela. Harry ficou na cama ao lado, muito mais organizada por sinal, e Gina deitou em sem colo morta de sono.

Os assuntos tratados variavam constantemente. Iam de doces suculentos da “Dedos de Mel” à feitiços praticados nas aulas da AD. Até que um silêncio tomou conta do quarto e ao longe puderam ouvir uma voz conhecida. Era Alvo Dumbledore. Imediatamente todos se levantaram para saber sobre o quê os mais velhos estavam conversando. Gina que já estava dormindo confortavelmente no colo do namorado, saltou assustada tentando entender o que acontecia.

No corredor, perceberam que o som das vozes havia diminuído como se soubessem que eles tinham saído do quarto. Harry sinalizou para que os outros fizessem silêncio novamente. Instantes depois a conversa ressurgiu, mas quase não podiam ouvir. Como que lendo os pensamentos dos outros, Fred tirou de um dos bolsos da jaqueta uma orelha extensível e com cuidado a posicionou a frente da porta da cozinha. Ao seu lado Jorge abria um sorriso de afirmação.

- ...consegui convencê-la a se unir a causa...e há algum tempo tem feito favores para mim... – dizia Dumbledore.

- Ótimo. Quanto mais aliados tivermos melhor. A propósito, o senhor obteve noticias quanto ÀQUELES últimos sumiços do Ministério...

- Caro Arthur... sei tanto quanto você. Ou seja, nada. Mas acredito que agora teremos respostas para todas a essas e outras perguntas. É por isso que fiz questão que ela viesse hoje comigo. Queria compartilhar com vocês as informações que recebi e alertá-los para o perigo iminente que se aproxima. É imprescindível que saibamos o que tem acontecido no mundo trouxa. Por não fazemos parte dele acabamos não tendo informações atualizadas sobre os fatos obscuros que para eles ficam sem solução e que para nós é sinal da manifestação do mal.

- Mas que conversa maluca é essa – Cochichou Rony confuso.

- Psssssiiu – Todos fizeram coro pedindo silêncio no alto da escada e observaram a cara de magoado do ruivo.

-...acho que já disse tudo o que pretendia e espero nos encontrarmos amanhã novamente. Está tarde e antes de voltar para Hogwarts, preciso deixá-la em casa. Tenham todos uma boa noite. – Despediu-se Dumbledore.

- Boa noite professor. – Molly respondeu.

- Até amanhã... – Continuou Arthur.

- Qualquer novidade, trataremos amanhã. – Finalizou Lupin.

Dois estampidos se seguiram e a porta da cozinha se abriu. Em questão de segundos todos estavam nos seus respectivos quartos como se nunca tivessem saído deles.

***

Ainda não eram sete horas da manhã e muitos já estavam de pé. Harry observava Rony roncando e não conseguia entender como o amigo podia não sentir o calor que àquela hora já estava forte. Ele mesmo acordara encharcado de suor e não conseguia mais pegar no sono. Rony por sua vez, parecia que estava enfrentando uma noite de inverno embaixo de suas cobertas.

Sem fazer muito barulho, Harry levantou-se e começara a arrumar sua cama. Atitude inútil, por que minutos depois dois estampidos soaram forte atrás dele. Eram Fred e Jorge que tinham aparatado no quarto, fazendo com que Rony saltasse assustado – Jorge aparatou propositalmente sobre a cama dele.

Resmungos se seguiram baixinho enquanto os gêmeos começavam a falar sobre a reunião ao qual não tinham participado.

- Sabíamos que vocês já estariam acordados...

- ...e por isso viemos aqui desejar-lhes um bom dia – Completaram-se como sempre os gêmeos.

- Dia...

- Só se for para vocês...onde já se viu ser acordado desta forma...

- Calma maninho!!! – Jorge sorriu para Harry.

- A verdade é que estamos curiosos para saber a opinião de vocês com relação ao que ouvimos ontem... – Continuou Fred.

- ... alguém sabe de quem o professor Dumbledore estava falando?

- Não. Mas pelo o que entendi é algum membro novo, ou melhor, nova. – Ainda mal humorado e bocejando, Rony continuou. – Por que não perguntam para quem estava na reunião?

Neste momento a porta do quarto se abriu e uma Gina sonolenta e ainda de pijamas apareceu. Contou a eles que não se conteve e assim que teve a oportunidade conversou com a Tonks. Esta lhe explicara que há algum tempo, Dumbledore havia recrutado alguém para fazer alguns favores para ele como espionar alguns trouxas. Mas que não estava muito a par do restante, já que estava com sono e praticamente dormiu sobre a mesa da cozinha.

- Ela disse só isso? Caramba Gina, por que não foi perguntar para outra pessoa? Alguém que conseguiu chegar até o final da reunião pelo menos!! – Exasperou-se Rony.

- Ah! E quem você sugere? – Gina fez cara de emburrada – Se eles quisessem que nós participássemos, não teriam diminuído as vozes para o quase inaudível. E eu não vou arriscar perguntar para outro e assim confessar que estava praticamente ouvindo atrás da porta. No mais, ela me disse que a casa hoje estaria agitadíssima por que tinham que dividir os membros para fazerem novas buscas.

- Gina será que poderemos participar ou vão nos deixar no escuro, de novo? – Harry franziu a testa.

- A única coisa que sei, é que a “Sra. Molly Weasley” nos intimou a retirar fadas mordentes do tapete da sala novamente.

- O quê? Você só pode estar brincando!!!!!

- Não estou não Rony. Por isso que vou trocar de roupa e descer para tomar café antes que mamãe comece a gritar. – E dando um beijinho na bochecha de Harry, a garota saiu do quarto.

- É melhor fazermos o mesmo companheiro. – Conformou-se Harry.

- Bom para vocês que ficam...boa sorte.

-Ah Rony! Cuidado para não ser atacado por várias fadas mordentes, hein!!!

- Espera aí!! Onde vocês vão? – Quis saber o garoto desconfiado.

- Trabalhar. Afinal, temos uma loja e precisamos cuidar dela. – Fred piscou para Harry e no mesmo instante os donos da “Gemialidades Weasley” desaparataram.

- Caramba Harry! Sobrou para gente de novo.

- É melhor não reclamar. Pode piorar. – Terminando de arrumar suas coisas, Harry trocou de roupa e observou seu amigo relutando para se organizar e assim descerem para o café.


***

O período da manhã não tinha sido nada fácil. Como havia acontecido há dois verões atrás, a Sra. Weasley os recrutou para fazer a faxina da casa e realmente esta não era uma das tarefas que todos mais gostavam. Mesmo tendo melhorado nos feitiços para se desfazerem das fadas mordentes, ainda assim eram atacados por elas. Sorte estarem com as vestes adequadas. Caso contrário teriam de procurar algum curandeiro de plantão.

Alguma coisa aconteceu no Ministério da Magia e aos poucos vários bruxos e bruxas aparatavam aqui e ali ou saíam da lareira da casa dos Black. Seja lá o que tenha acontecido, foi em boa hora, pois durante todo o dia não precisaram mais retomar o trabalho. Antes que pudessem ser impedidos de participarem mais uma vez da conversa, Gina seguida por Harry e Rony entraram no cômodo para onde os demais membros seguiam.

- Desculpem pela convocação de última hora. – antecipou Lupin – É que recebi uma coruja urgente do Arthur informando que alguns lugares trouxas estão sofrendo ataques...e por isso precisamos definir novamente as equipes e os lugares em que deveremos fazer as rondas.

- Dumbledore já sabe disso? – Questionou uma bruxa baixinha com cara de coruja.

- Creio que sim. Ele sempre sabe de tudo, não?!

- Serão os lugares de sempre? – Continuou a bruxa.

- Segundo Dumbledore precisamos mudar alguns. Ontem ele nos deu um novo posicionamento - Lupin pegou um pergaminho deu um toque com a varinha, e assim como no mapa do maroto, figuras e nomes apareceram. O que diferenciava é que cada bonequinho representava um membro da Ordem e informava onde deveriam ficar. - ...e sugeriu que nos misturássemos aos trouxas para conseguirmos sucesso. Ele acredita que muitos de nós temos sido localizados e capturados por causa da nossa conduta. Cada um já sabe o que fazer então?

Algumas reclamações seguiram e individualmente os bruxos verificavam no pergaminho para onde deveriam ir. Harry notou que dentre os presentes não haviam pessoas conhecidas, por isso aguardaria um pouco mais até que estes fossem embora e pudesse pedir a Lupin informações detalhadas sobre do que cada um estava incumbido de fazer. Interrompendo os seus pensamentos notou que em um canto uma moça estava encostada a um móvel muito antigo. O estranho é que durante todo o tempo em que estivera ali, não notara a sua presença. O que não seria difícil, pois dentre todos era a única que aparentava ser uma legitima trouxa. Suas vestes, sua postura e sua fisionomia não eram de uma genuína bruxa. Pelo contrario, estava trajando roupas simples, mas muito bem escolhidas para o seu porte físico. Era alta, magra, com compridos cabelos cacheados presos em um rabo de cavalo e usava um óculos cuja armação era tão fina que se não prestasse muita atenção nem percebia que ela usava.

O que mais o intrigava, era que ela não pronunciou uma palavra sequer e assim como ele esperou que todos saíssem para poder dialogar algo com a Sra. Weasley. Harry tentou de todas as formas ouvir o que falavam, mas precisava se concentrar também no que Lupin dizia. Assim desviou a atenção por alguns minutos e quando voltou a olhar para o lugar onde se encontrava a garota misteriosa ela havia desaparecido.

Uma vez compreendido o que acontecia no mundo da magia era hora de explicar aos amigos.

- E então Harry, o que você descobriu?

- Bom, como já sabemos estão acontecendo muitos ACIDENTES por aí e todos se relacionam a amigos e familiares de bruxos. Por isso estão intensificando a vigilância sobre pessoas nestas condições.

- Esta não é uma função do Ministério da Magia?

- Sim Gina. Realmente o Ministério tem funcionários capacitados para executar este tipo de serviço, mas o número é insuficiente. Então o ministro pediu auxilio e a ordem foi recrutada.

- Ah, e alguém sabe me dizer se tem alguma família conhecida?

- Rony, se você quer saber se tem alguém vigiando os Granger, tem sim. Da mesma forma como a Sra. Figg vigia a casa dos Dursley. Eles servem como informantes de toda e qualquer situação que não seja habitual do mundo trouxa.

- Harry se o número é insuficiente, há alguma possibilidade de sermos recrutados?

- Por mais incrível que pareça, o Lupin disse que essa possibilidade está sendo analisada. Claro que teríamos que usar disfarces e iríamos com pessoas habilitadas. Vai servir como uma espécie de treinamento.

- Enfim teremos alguma ação nas férias!!!

- Como assim Gina? Está querendo dizer que não tem acontecido nada de bom nestas férias? – Harry fez um olhar sedutor para a garota.

- Bem...você tem que concordar comigo que era para ser bem mais...interessante... – Respondeu com um risinho malicioso.

- Então você quer ação...sei...por que não vamos verificar se sobrou alguma fada mordente perdida por aí?

- Ótima idéia. – Torcendo para que a resposta fosse negativa ela continuou - Quer ir também Rony?

- Isso é alguma piada? Se for não estou achando a menor graça. Era só o que me faltava, passar o tempo segurando vela.

Carrancudo, Rony continuou no quarto enquanto o casal saía para namorar e se perguntava quando Hermione chegaria para fazerem o mesmo.

***

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