Sete dias; uma eternidade

Sete dias; uma eternidade



– Helena Ravenclaw –

N/A : Sinto muitíssimo por ter demorado tanto para postar. Eu sei que é um saco acompanhar um fan fiction e o autor sumir por “um tempo indeterminado”, ainda mais sem avisar. Sinto muito mesmo, mas voltei para ficar. Devo acrescentar que neste período de tempo que fiquei afastada de Os Fundadores milhões de coisas aconteceram comigo e com pessoas que conheço, de modo que muita inspiração surgiu para a continuação dessa história. Espero que minhas tragédias e outros eventos agradem a vocês. Um beijo e, irritantemente vos peço, comentem.

Capítulo 3 – Sete dias; uma eternidade

– Fala sério, Helga – cacarejou Rowena enquanto ela e Helga subiam as escadarias até a torre onde ficava o quarto de Rowena, e que ela batizara de Torre da Corvinal, onde seus estudantes, seus protegidos, seus eleitos dormiriam e relaxariam. – O que há de errado comigo?

– No momento uma grande quantidade de álcool – comentou Helga tirando a taça de whisky das mãos trêmulas de Rowena. – Uma perguntinha, minha querida.

– Manda – disse Rowena erguendo as sobrancelhas. Merlin, como estava bêbada.

– Como espera me ajudar a programar os nossos preparativos para o baile de máscaras com a cara cheia de bebida?

Esfregando os olhos com as mãos e logo depois tentando ajeitar os cabelos, desarrumando-os, Rowena arrotou baixinho, deitou a cabeça no travesseiro e quase adormecendo. Não era a primeira vez que ela se embebedava para esquecer dos problemas. E Merlin, como ela estava cheia de problemas.

Primeiro havia Godric, o seu amado Godric, que a desprezava até o fundo da alma e não lhe dava o merecido valor. Em segundo lugar havia Sckarlett, a vagabunda britânica que agia como se fosse o centro do universo, sempre resplandecente, arrumada e completamente desagradável. Em terceiro lugar havia os preparativos para o baile irresponsável de Salazar Slytherin, que, na esperança de encontrar sexo fácil, havia enviado convites para todo o mundo bruxo para um baile de máscaras no castelo. Rowena e Helga ficaram desesperadas imaginando bruxos e bruxas tontos se amassando em cima das camas dispostas para os futuros alunos de Hogwarts. E em quarto lugar havia o medo que a consumia por dentro de flagrar Godric e Sckarlett em algum quarto, sem roupa alguma, fazendo alguma coisa um com o outro.

Cada vez que Rowena imaginava Godric na cama com Sckarlett ela sentia seu estômago se revirar e seu coração ficar apertado. Essa era uma das vezes. Ela sentia como se fosse vomitar, mas talvez não fosse sua imaginação vagando pelos confins da ilusão, e sim seu fígado sobrecarregado de álcool.

Helga estava se sentindo desconfortável sentada ao lado de Rowena, que estava tão tonta que dali a pouco desmaiaria.

– Rowena – começou Helga tentando achar as palavras certas. – Não acha melhor largar esse whisky, tomar um pouco d’água e tentar ficar sóbria para me ajudar a descobrir como impediremos os bruxos de violarem o santuário sagrado que são os dormitórios dos nossos futuros alunos?

– Mas me diz, Helga – balbuciou Rowena, fazendo uma expressão de quem estava prestes a vomitar. – O que há de errado comigo?

– Ai, Merlin!

As coisas estavam piorando. Com a proximidade do baile, Sckarlett incomodando Rowena e a mesma com a cara cheia de whisky, não havia muito a ser feito. O melhor era começar sozinha.

– Rowena, eu...

Mas Rowena havia pegado no sono. Então delicadamente Helga a pôs em sua cama e a cobriu com o cobertor, acariciando os cabelos da amiga antes de sair do quarto.

– Ele não merece você, Rowena. – sussurrou, antes de fechar a porta.

HR

Percebendo que não teria ajuda alguma de Rowena, Helga decidiu começar sozinha. Vestiu a capa amarelo-ouro e saiu pelos corredores do castelo, enfeitiçando as cortinas das camas para que não abrissem, enfeitiçando a maçaneta para que, quem a tocasse, desmaiasse, trancando todas as portas dos dormitórios, enfim, dando um jeito para que seus alunos não encontrassem as camas cobertas de sabe-se lá o que. Apesar do castelo ser extremamente grande, Helga conseguiu ajeitar todos os dormitórios da futura casa da Lufa-Lufa, onde abrigaria seus alunos.

Não se importaria com homens bêbados e mulheres com decotes avantajados se amassassando nas camas dos dormitórios de Salazar, e não sabia nem se se importava com pessoas transando nos dormitórios de Godric, já que ele havia profundamente magoado a sua melhor amiga.

Caminhando pelos corredores, Helga avistou Salazar conversando com o diretor da Durmstrung, que fora convidado para a festa, mas havia chego uma semana antes. Não, é claro, para ficar no castelo por gostar do local, mas para pedir ajuda de Salazar em um assunto importante. Algo que demoraria a acontecer, pelo que ouviu Helga, mas que valeria a pena.

Intrigada, a bruxa ficou à espreita, ouvindo a conversa dos dois. Isso não era do seu feitio, mas a curiosidade gritava dentro dela. Colocou os longos cabelos dourados atrás das orelhas para ouvir melhor e ficou em silêncio, aguardando por alguma notícia digna de ser escutada.

Salazar falava rápido, gesticulando muito, seus longos cabelos negros e lisos balançando pela euforia. Era incrivelmente lindo, pensou Helga enquanto espiava brevemente os dois. E o diretor de Durmstrung, Gabe Knovynski, era igualmente lindo. Mais, talvez, que Salazar.

Gabe mantia os cabelos ondulados na altura dos ombros. Eram cor de trigo, brilhantes, e Helga adoraria enterrar as mãos naqueles cabelos de aparência tão macios. Seus olhos eram verde-claros, tão lindos e chamativos como uma pedra preciosa. Sua boca tinha um desenho tão perfeito e convidativo, que se Helga não tivesse mordido o lábio inferior naquele momento, provavelmente teria corrido e pulado em cima dele.

Helga quase não se conteve ao observar os músculos por baixo da capa de lã verde-água que o cobria. Era alto, forte e tão lindo que doía. Helga estava hipnotizada. Enrolava a ponta dos cabelos no dedo, nervosa e ansiosa. Deveria interromper a conversa deles, apenas para ouvi-lo falar com ela? Bom, valeria a pena. Com certeza.

Saiu detrás de uma estátua de pedra, balançando os cabelos e os quadris, empolgada, nervosa e rezando para que ele falasse com ela. Parou ao lado de Salazar, sorrindo levemente, e disse:

– Detesto interromper, mas Salazar, quantas pessoas aproximadamente devemos esperar para a festa? – e sorriu mais ainda ao ver os olhos grandes e lindos de Gabe fitando-a de cima a baixo.

– Muitas – respondeu Salazar, com aquele eterno olhar enigmático. – Gabe, esta é minha colega, Helga Hufflepuff.

– É um prazer conhecê-la – disse Gabe, tomando uma das mãos dela e beijando-a levemente, fazendo Helga estremecer por dentro.

– O prazer é todo meu – respondeu Helga, sorrindo abertamente.

Acredite. O prazer é todo meu.

– Se não se importa, Helga, eu e Gabe vamos dar uma passadinha em Londres. Se Godric ou Rowena perguntarem, diga-lhes que voltaremos em algumas horas. – explicou Salazar, com um sorriso de lado.

– Direi a eles – Helga garantiu, mas disse olhando fixamente para Gabe.

Salazar e Gabe saíram pela magnífica porta de carvalho, deixando Helga completamente atordoada.

Que homem perfeito.

Lembrou-se, então, de Rowena. Se estivesse acordada provavelmente estaria com uma gigantesca dor de cabeça. Não se importava. Subiu correndo a escadaria, correndo pelos corredores até a Torre a Corvinal, subindo mais um lance de escadas até o topo da torre, onde ficava o quarto de Rowena.

– Rowena, Rowena! – exclamou Helga, ao ver a amiga sentada na cama, com as mãos massageando as têmporas.

– Por favor, Helga, não grite. – pediu Rowena, tentando aliviar a dor de cabeça.

– Está bem, me desculpe – disse, sorrindo. – Você não vai acreditar no que aconteceu.

Rowena não estava nem aí, para falar a verdade. Sua cabeça doía demais e ela estava profundamente arrependida de ter bebido tanto por causa de um idiota. Apesar de amar esse idiota. Seus olhos estavam avermelhados e havia olheiras sob eles, sua pele estava branca como a neve, seus cabelos estavam desarrumados e sua cabeça parecia prestes a explodir. Era um bom momento para ser atacada com um Avada Kedavra.

– Me diga – disse Rowena, quase gritando pela dor que ficava cada vez mais forte. – O que aconteceu?

– Eu conheci um cara – sorriu Helga, entusiasmada.

– E? – replicou Rowena, implorando para Deus que Helga calasse a boca.

– E? – exclamou Helga, chocada. – Era Gabe Knovynski!

– Gabe Knovynski – repetiu Rowena, ainda massageando as têmporas, aliviada ao sentir a dor se dissipar. – O diretor da Durmstrung. Escritor de Feitiços Sangrentos Avançados I, II e III, casado com Obsidia Gyptta, escritora de...

– Espera aí – interrompeu Helga. – Ele é casado?

– Bom, era. Obsidia morreu há sete anos, mas o fantasma dela ainda mora com ele.

– Fantasma idiota – sussurrou Helga, para si mesma.

– O quê?

– Nada. Será que ela se importaria se eu e Gabe, você sabe...

Rowena virou-se, espantada, para Helga. Contorceu a boca em uma careta de nojo e disse:

– Helga, você acha mesmo que Gabe Knovynski vai querer ir para a cama com você?

– Por que? Você acha que eu não tenho chances?

– Não é isso. É que ele é muito fiel à esposa.

– Quer dizer a fantasma chata que está há milhas de distância?

– Bom, faça o que achar melhor, Helga – suspirou Rowena, agitando a varinha para encher a jarra d’água vazia, na mesa próxima à janela.

– Está se sentindo melhor? – perguntou Helga.

– Um pouco.

– Bem o suficiente para me ajudar a aprontar o castelo?

– Creio que não. Daqui a pouco eu arrumo a minha torre.

– Certo. Se quiser falar comigo, sabe onde me encontrar.

HR

Sozinha no quarto, Rowena tentou ajeitar o cabelo com os dedos, ainda fraca e triste. Ao olhar-se no espelho percebeu que seus cabelos estavam opacos e desarrumados. Pegou a escova de pêlo de javali e penteou os cabelos, percebendo que ficaram um pouco mais brilhantes. Pegou uma cereja da tigela de cristal e a comeu, tentando tirar o cheiro de álcool impregnado em sua boca. Passou um batom vermelho, para tirar aquele aspecto de morta-viva, e saiu do quarto, pensativa.

Helga não faz idéia de quem é realmente Gabe Knovynski. Mas ela nunca vai acreditar em mim se eu tentar contar a ela. Espero que ela não pesquise sobre ele. Ela vai ficar uma fera comigo ao descobrir que ele nunca foi casado com nenhuma Obsidia Gyptta. Espero que ela não vá para a cama com ele para descobrir depois que ele vai dispensá-la. E, também, que a tal Obsidia Gyptta era uma moça pela qual ele era obcecado. E que ele a matou quando ela não quis ficar com ele. E que o Ministério ignorou o caso, já que havia um serial killer preocupando-os mais. Pobre Helga. Tão desinformada...

– Rowena? – disse uma voz, do outro lado do corredor. O coração de Rowena acelerou. Era Godric. – Estava procurando por você.

Mais magoada do que ansiosa, Rowena apenas fitou-o, com o olhar sério, não expressando nada. Nada além de ressentimento. Apesar de seu coração ter dado uma cambalhota frenética, Rowena segurou o impulso de abraçá-lo, beijá-lo e dizer a ele que o amava. Apertou a mão em punho e ergueu levemente as sobrancelhas.

– Diga – disse, controlando seu coração para que se acalmasse na presença dele, apesar de ser impossível de controlá-lo.

– Soube que Gabe Knovynski veio ao castelo – comentou Godric, segurando as mãos atrás das costas.

– Sim – respondeu. – O que isso tem demais?

– Helga parecia bem interessada nele – disse Godric, preocupado. – Você sabe como ele é. Não quero que nada aconteça a ela.

Com ela você se preocupa, seu idiota arrogante!

– Ela sabe se cuidar sozinha – replicou Rowena, irritada.

– Eu sei – respondeu ele. – Vamos ficar atentos, em todo caso.

– Claro – suspirou ela, com o coração dolorido e os olhos cheios d’água. – Ficarei de olho.

Continuou seu caminho, passando por ele, rumo aos dormitórios. Uma mão em seu pulso a parou.

– Rowena – quando ele dizia seu nome seu coração cantava.

– O que? – disse, de costas para ele, com o rosto molhado de lágrimas.

– Cuide de Helga.

Não agüentaria mais. Ele a magoava demais e conseguia fazê-lo várias fezes em um só dia. Era demais para ela. Rowena sentia que ia se dissolver em lágrimas se continuasse ali.

– Cuidarei dela. – afirmou, indo para longe dali.

HR

Rowena sentia que aquela seria a semana mais longa de toda a sua vida. Seu coração parecia prestes a se desmanchar de tanta dor. Seus olhos estavam encharcados de lágrimas e ela soluçava ao dizer os feitiços para trancar os dormitórios. A dor era tão profunda que ela desejava morrer. Não valia a pena viver se a cada dia ele a magoava mais. Seu coração estava cheio de feridas que não cicatrizariam e que sangravam a cada palavra que ele dizia.

Encostada na parede, Rowena chorava inconsolável. Foi quando Helga a avistou do fim do longo corredor e correu em sua direção, abraçando-a fortemente.

– O que houve? – perguntou Helga, preocupada, apertando a amiga em seus braços.

Sentir o perfume de jasmim de Helga apenas piorou as coisas. Rowena sabia que Godric se importava com Helga. Talvez mais com Helga do que com ela. Sabia também que nem ela nem a amiga eram donas do coração dele, e sim Sckarlett, mas pelo menos ele se importava com uma delas. E não era Rowena.

Godric jamais se importara com ela, nem mesmo quando ela ficou com febre e Salazar teve de chamar uma curandeira canadense para salvá-la. Nem mesmo quando ela foi atacada por um centauro. Novamente Salazar a salvara. Nem mesmo quando ela caiu em um lago e foi sugada pelos sereianos. Dessa vez foi Helga quem a salvou. Ele realmente não se importara com ela em nenhum momento. Nem mesmo quando sua vida corria perigo.

Chorou ainda mais por ter Helga por perto. Godric queria que ela ficasse de olho em Helga, por causa de um psicopata maníaco como Gabe Knovynski. Rowena sabia que mais cedo ou mais tarde Helga descobriria sobre Gabe, mas ela não queria ela mesma contar a amiga. Preferia que esta descobrisse por si mesma que brigar com ela por achar que está mentindo.

Hipócrita, pensou Rowena, ainda abraçada à amiga. Helga dizia que Godric era idiota, ignorante e muitas outras coisas, mas eles eram amigos, confidentes, companheiros e ele se importava com ela. Rowena e Godric jamais seriam nada disso. Ele estava ocupado demais transando com Sckarlett e se importando com Helga para se preocupar com ela.

Mas não era ela igualmente hipócrita por estar abraçando a amiga com quem estava zangada e não dizer a Godric, o homem por quem era profunda e irrevogavelmente apaixonada, que o amava?

HR

Seu comentário:

Rhina: Obrigada por comentar, amiga! Adoro as suas fics e fiquei feliz por ter gostado da minha. Beijo!

Duachais: Fiquei feliz com o seu comentário! Fiz uma capa para a sua fic. Esse é o código:
http://i280.photobucket.com/albums/kk186/hbeaumont/forduachais.jpg
Beijões!

Claudiomir José Canan: Muitíssimo obrigada por comentar novamente. Sua fic é incrível. Ainda estou lendo, mas é excelente! Que bom que gostou. Logo postarei o capítulo 4, que já está pronto. Um beijão!

– Helena Ravenclaw –

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